Eu estacionei a poucos metros de casa, e esperei no meu carro. Eu me sentia como um policial de série, daqueles que passam horas em vigilância, apenas esperando o momento certo para agir. Eu havia inventado para minha esposa que visitaria minha mãe naquele sábado, e agora só aguardava para ver se ela tinha mordido a isca.
Todas as lâmpadas da minha casa foram trocadas por câmeras de segurança, o que foi um gasto razoável, mas eu não precisaria mais me preocupar com dinheiro na minha vida quando tudo aquilo acabasse. Cada cômodo estava agora sob minha vigilância, permitindo que eu acompanhasse cada movimento, cada conversa.
Nunca imaginei que ficaria feliz vendo o amante da minha esposa tocar a campainha de casa. Bianca o recebeu, e sem nem ao menos entrar em casa, pulo em seus braços e começou uma sessão de amassos na rua. Ótimo, agora eu precisava me preocupar que a velha que morava do lado de casa sabia que eu era corno.
Ao adentrarem a casa, os amantes calmamente sentaram no sofá para beber e conversar. Eu já estava tão desconectado da minha esposa naquele momento, que a única coisa que me importava era que eles não lambuzassem o estofado.
Ficaram um longo tempo apenas conversando de mãos dadas, sem perceber que o relógio era inimigo deles, já que a qualquer momento minha visita a minha mãe fictícia poderia acabar. Mas não era possível culpar os dois pombinhos, eles já estavam a tantos meses praticando adultério que haviam virado grandes mestres, não tendo mais o ímpeto dos novatos.
Bianca foi quem tomou a iniciativa para romper o impasse entre os dois. Primeiro ela se dirigiu a cozinha com a desculpa de renovar o vinho nas taças vazias, mas na sua volta a sala, pousou as taças em uma mesa, sentou de ladinho no colo do Gabriel, prendeu seu braço atrás da nuca dele e os dois voltaram a se beijar. O vinho que havia sido reposto na taça, horas depois foi jogado no ralo da pia, porque depois que eles começaram, não pararam mais.
Tinha sido algumas semanas particularmente difíceis para minha esposa graças a morte da mãe dela. Minha sogra era a única família que restava para ela no mundo, e mesmo que ela já estivesse doente há um tempo, nada é capaz de preparar alguém para dizer adeus aos próprios pais.
Com certeza eu falhei no meu papel de marido perfeito naquele período. Já estava exausto de atuar e com o fim do meu plano tão próximo, minha vontade era de sambar de felicidade no caixão da velha durante o velório. “Foco, falta muito pouco agora”, eu pensava.
Minha sogra sempre foi uma pessoa honesta e educada comigo, não seria justo condena-la pelos crimes de sua filha. Além disso, ela havia deixado uma gigantesca herança para nós, então, eu me esforcei ao máximo para ter um semblante arrasado durante o enterro.
“Puta que pariu Gabriel, mete esse pauzão em mim seu filha da puta.”
A atuação de atriz pornô da minha esposa me fez retornar do meu transe sobre a brevidade da vida, e novamente foquei minha atenção às câmeras da minha casa. Os dois ainda estavam completamente vestidos no sofá da sala, tornando difícil decifrar o que acontecia. Bianca tinha apenas afastado sua calcinha para sentar repetidamente no colo do seu amante. Gabriel tinha uma expressão cômica, não estando ainda preparado para o berros de minha esposa ou a fúria com que ela quicava em seu quadril.
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Mesmo completamente seguro no meu carro, eu me assustei com o volume do tapa da minha esposa. Pobre Gabriel. Naquela hora deveria estar repensando se havia sido uma boa ideia se envolver com a “cougar” do seu trabalho. Mesmo com sua bochecha corada, a expressão séria do menino indicava que odiou ser estapeado, e com um movimento brusco ele segurou as mãos da minha esposa, impedindo-a de repetir a agressão.
A tentativa de Gabriel de desescalar a tensão, não teve nenhum efeito em Bianca, que mesmo tendo seus braços imobilizados, ainda movia furiosamente seu quadril. Minha esposa usava o rapaz como se fosse o vibrador que ela guardava na segunda gaveta do nosso banheiro. E como havia feito inúmeras vezes com seu vibrador, agora gozava com ele. Gritos e espasmos musculares, seguidos por um enfraquecimento tão profundo que parecia um desmaio. Eu deixava que minha esposa desfrutasse do momento, pois provavelmente seria sua última ocasião de paz antes de eu agir.
Gabriel buscava reassumir o comando da situação. Ele retirou Bianca do seu colo, terminou de se despir e guiou a cabeça dela em direção ao seu corpo. De quatro em nosso sofá, minha esposa mordiscava e lambia o corpo do seu amante. Ainda não completamente satisfeito, ele segurou seu membro pela base, deixando seu escroto bem exposto, sinalizando para minha esposa que gostaria que ela focasse sua atenção na região. Então, enquanto Gabriel se masturbava fervorosamente, minha esposa lambia as bolas dele, trabalhando em harmonia, como se estivesse na empresa.
“Mia para mim, putinha.”
Fernando Pessoa já observava no século passado o quão extravagante pode ser o amor, afirmando que "Todas as cartas de amor são ridículas. Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas". No entanto, eu me contorcia de vergonha ao assistir Bianca acatando aquela ordem, ultrapassando todos os limites do que era aceitável. Ela dava um miado, seguido por uma lambida no pau do seu colega de trabalho, interpretando o papel de uma felina. Gabriel aprovava a atuação, gemendo e implorando para ela continuar.
“Vamos para o quarto, gatinha, eu quero te comer na cama do corno.”
Ouch. Era doloroso ouvir isso, mas o pior foi a reação de Bianca, rindo dos insultos ao homem que ela decidiu casar e ficar junto por oito anos. E ainda não era o fundo daquele poço. Em vez de tomar as mãos de Gabriel para subir ao nosso quarto como faria uma pessoa normal, minha esposa escolheu guiá-lo pela nossa casa segurando o seu genital. Um momento simbólico, que deixava claro o que havia faltado em mim na nossa relação.
PLAFT.
Subindo as escadas Gabriel redescobriu a sua força interior, e aproveitou para imprimir em carmim um desenho da sua mão no vasto quadril branco da minha esposa. Ouch. Eu pude assistir de camarote a expressão de dor e raiva se formando no rosto de Bianca, embora sua reação foi apenas virar, interrompendo a caminhada que faziam, e masturbar o rapaz ali mesmo escada, enquanto se beijavam.
Os dois pareciam gatos no cio. Não foram capazes de chegar no nosso quarto, e de pé na escada, já metiam de novo. Minha esposa encostada na parede e na pontinha dos pés, rebolava e se oferecia para o seu colega de trabalho. Sem se fazer de rogado, Gabriel com força segurava a cintura dela e se unia a ela no balanço. Eles executavam seus movimentos de maneira controlada e lenta, com Bianca saboreando cada instante, desde a máxima distância entre seus corpos até o momento em que quase se fundiam em um só. Cada nova penetração parecia durar uma eternidade para mim, em grande parte devido ao considerável tamanho do dote de Gabriel.
Apesar dos percalços no caminho, eles conseguiram finalmente chegar no quarto. Gabriel, com o ímpeto digno de um praticante de luta livre, envolveu minha esposa com seus braços e juntos saltaram para a cama. Bianca, mesmo que totalmente por baixo, não estava disposta a perder a luta. Com os braços e as pernas envolvendo o rapaz, imobilizava-o, embora sua força e sua vontade não fossem suficientes para domá-lo completamente. A cintura dele ainda possuia bastante liberdade naquela posição, então na cama que eu dormi durante oito anos com Bianca, Gabriel começou um “papai-e-mamãe”.
“VAI MEU PAUZUDO GOSTOSO. ME FODE, GOZA NESSA BUCETINHA!”
Por um segundo fiquei preocupado que eles fossem destruir a minha cama. Bianca, unida a seu amante, era repetidamente erguida e lançada de volta ao colchão. Os olhos de Gabriel se viravam e ele gemia. Sim, eu o entendia bem, também sabia como era apertadinho e gostoso meter na minha mulher naquela posição. Mesmo assim, ainda não era suficiente para ele.
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Aquela era a verdadeira vingança de Gabriel. Três tapas seguidos no rosto da minha esposa. Parecia que eu assistia uma luta de MMA. Bianca não conseguiu segurar o grito e a raiva que sentia, se debatendo embaixo dele, xingando-o. Era o afrodisíaco que ele precisava, controlando com seu tamanho e peso a fúria dela, ele gozou dentro da buceta da minha esposa. Sem nem usar a merda de uma camisinha.
Os dois ficaram juntos por um momento, ainda entrelaçados, enquanto suas respirações ofegantes começavam a se acalmar.. Quando finalmente a tensão entre os dois sumiu, Bianca riu e deu selinhos em seu colega de trabalho. Era quase fofo ver aquele casal lindo se formando.
Eu já tinha o que precisava. Liguei para minha esposa, perguntando se ela queria algo da padaria, e avisei que chegaria em casa em cinco minutos. O pânico se instaurou naquele quarto, Gabriel correu de um lado para o outro da casa procurando suas roupas, se vestindo o mais rápido que podia e saindo correndo da minha casa.
Ele correu até a esquina, mas quando se sentiu seguro, começou a caminhar numa velocidade normal. Eu ria da reação dele, e até hoje fico triste de não ter gravado o susto que ele tomou quando encostei o carro do lado dele.
“Entra aqui Gabriel, nós temos bastante coisa para conversar.”
<continua>