Quarto dia — O chicote
Na segunda-feira daquela semana, assim que Maria Lúcia entrou no carro com Leôncio, todos da casa ficaram sem entender o que havia acontecido, com exceção, é claro, de dona Maria, a única que sabia o que sua filha mais velha havia feito.
A ponderada senhora falou às suas outras filhas e ao seu marido tudo o que aconteceu e o motivo de Maria Lúcia ter ido com o agiota. Dona Maria poupou seu Tomas dos detalhes, mas não foi difícil para o patriarca da família compreender o que iria se suceder entre um homem viúvo e uma jovem mulher a sós em uma casa.
Após seu Tomas tomar conhecimento do que ocorrera, a primeira reação do pobre agricultor foi de ir até a casa de Leôncio tentar trazer sua filha de volta, mas foi impedido por dona Maria, que o acalmava e tentava trazer um pouco de lucidez à cabeça confusa e desorientada de seu esposo.
Ele passou algum tempo refletindo e percebeu, enfim, que não tinha como remediar aquilo. Seu Tomas ficou desolado. Relembrou o empréstimo que fez e se arrependeu amargamente, amaldiçoando o dia que pediu dinheiro emprestado ao Leôncio como o pior dia da sua vida. O homem foi para o fundo do seu sítio e decidiu ficar ali, sentado, perto de alguns bovinos e suínos que circulavam. Queria se isolar do mundo e tentar desfazer toda aquela situação. Mas sabia que era impossível.
***
Na cidade, na quarta-feira à noite, deitada na cama, Maria Lúcia se sentia mais humilhada ainda após o ocorrido: ter que se deitar com dois desconhecidos e, como se não bastasse, diante de uma câmera. A garota não imaginava que pudesse existir um pênis tão grande quanto o de Venâncio e, embora não tivesse gostado da situação, sentiu uma mistura de dor e prazer ao ter aquela grande estaca entrando e saindo por entre as suas pernas.
Leôncio estava do outro lado do quarto. Tão logo dispensou seus empregados, pôs em um vídeo cassete a fita que acabara de gravar e ficou a assistir o curto filme amador. Maria Lúcia nem conseguia olhar para a televisão, mas o som dos agudos gemidos lhe chamava a atenção: ela não recordava de ter gemido tanto assim no momento.
O dono da casa estava orgulhoso do trabalho feito. Quando aquela semana acabasse, ele iria “rever o vídeo várias e várias vezes”, pensou consigo. Assim que se satisfez ao assistir seus capangas descendo a madeira na promissora atriz pornô, ficou ali observando a beleza da bela loira nua sobre cama. O rosto sério e inexpressivo de Maria Lúcia chamava a atenção do agiota: ele desejava, de alguma forma, saber o que se passava nos pensamentos dela. Resolveu, então, dar o resto da noite de descanso para a garota e foi para a sua enorme cama dormir, relembrando das imagens e de tudo que acontecera desde o domingo até ali.
Assim que Leôncio caiu no sono, Maria Lúcia vagou um pouco pelo quarto, sentindo-se impotente diante do que ocorreu. Abriu uma das janelas do quarto e, experimentando a brisa suave tanger seu rosto, vislumbrou o lado de fora, admirando a lua minguante e o céu negro pontilhado de estrelas. Relembrou de seu pai e do restante de sua família, que naquela hora já deviam estar dormindo, e aquietou seu espírito.
Pensando nos dias que ainda teria pela frente, foi deitar no sofá do quarto, pois não queria dormir ao lado de Leôncio.
Ao amanhecer do dia seguinte, o homem saiu cedo para tratar de seus negócios; Maria Lúcia nem havia acordado ainda.
Ele retornou para casa ao fim da tarde e foi direto para um cômodo que existia no primeiro andar. Em seguida, foi até o quarto onde Maria Lúcia estava e lhe entregou um espartilho, uma calcinha, um par de luvas e um par meias compridas, todos em látex preto brilhante com alguns detalhes em amarelo. Leôncio pediu para a garota vestir e lhe acompanhar até o cômodo de baixo.
Aquelas pequenas peças de vestuário eram apertadas e contornavam muito bem o belo corpo da loira escultural. Maria Lúcia ficou mais sensual e provocante vestida daquele jeito. Leôncio a admirava vestida assim, e era impossível não fazer com que suas mãos passeassem por todo o corpo da voluptuosa ninfeta.
Ao descerem e entrarem no aposento, Maria Lúcia se depara com um quarto pequeno e iluminado apenas por várias velas vermelhas e perfumadas, que estavam ali espalhadas. Em seu interior existia somente uma cama, um banco de madeira e uma penteadeira, sobre a qual estavam uma corda, uma venda e um chicote.
Leôncio foi até a garota e pediu para despi-lo. Após estar completamente nu, sentou-se no banco, que estava situado no centro do quarto, e disse a Maria Lúcia:
— Pegue essa corda na penteadeira e amarre minhas mãos para trás e minhas pernas no banco.
Maria Lúcia achou estranho o pedido, mas já não estava tão surpresa. Estava ciente que o homem tinha desejos excêntricos.
Ela caminhou até a penteadeira e pegou a longa corda, amarrando, primeiramente, os pés dele junto ao banco. Virou as mãos do corpulento homem para trás e as atou, deixando-o preso ao móvel. Naquele momento, a mulher percebeu que Leôncio estava totalmente à mercê de sua benevolência; poderia fazer o que quisesse com ele. Contudo, Maria Lúcia era sensata e decidiu limitar-se a fazer apenas o que o homem mandasse.
— Agora pegue a venda e cubra meus olhos — ele ordenou.
Foi novamente até a penteadeira e pegou a longa faixa de tecido preto, deu duas voltas ao redor da cabeça de Leôncio e vendou-o, impedindo que visse qualquer feixe de luz.
— Agora o chicote — disse o grande homem calmamente com sua voz grave.
— O que quer que eu faça com ele? — indagou a moça.
— Pegue o chicote e pode descer lenha!
Embora tenha compreendido, Maria Lúcia estava confusa com aquele pedido e retrucou:
— Como assim?!
— Me dá uma chicotada nos lombo! — exclamou Leôncio.
Ela pegou o pequeno chicote, que tinha um cabo de madeira e uma haste flexível de borracha de aproximadamente uns cinquenta centímetros de comprimento. Sem saber direito o que fazer, ela deu uma leve batida nas costas do homem.
— Mais forte! — bradou o homem.
Novamente ela o açoita nas costas, dessa vez com mais força.
— Mais forte!! — determina novamente Leôncio.
Maria Lúcia respirou fundo e deu uma forte chicotada nas costas dele, fazendo soar um estalo que ecoou por todo o quarto. Dessa vez ela o fez sentir bem a chibatada, que foi seguida de um grunhido do homem.
— Isso, desse jeito, continua!
Ela o açoitou algumas vezes mais, deixando marcas vermelhas em suas costas, braços, pernas e peito.
Leôncio via aquilo como uma espécie de penitência prazerosa. Embora ele se excitasse com uma mulher lhe domando e chicoteando, ele acreditava que, de alguma forma, estava recebendo uma leve punição pelos diversos erros e pecados que já havia cometido ao longo vida.
Satisfeito com o chicote, ele fala com uma voz mansa para a moça:
— Muito bem, muito bem. Agora pegue uma vela dessas qualquer e pingue cera quente em meu peito.
Maria Lúcia pegou uma das velas que estava no quarto e começou a pingar a cera, que descia da vela rubra e flamejante. Ao pingar a primeira gota sobre o peito peludo de Leôncio, o homem cerra bem as suas mãos, que estavam amarradas em suas costas, e aperta instintivamente suas pálpebras sob a venda, sentindo a aflição da dor. Com um sorriso no rosto, a garota colocou a vela em direção ao bico de um dos mamilos do homem e pingou outra gota. A dor que o homem sentiu foi intensa e aguda, teve que segurar um “ai!”, mas em nenhum momento passou pela cabeça dele parar. Pelo contrário: pediu mais! A garota continuou fazendo isso em várias partes do corpo do homem.
Maria Lúcia olhou para o pênis de Leôncio e o notou totalmente ereto e duro, quase a ponto de explodir. Ela não entendia como a dor física poderia estar ligada àquela excitação.
Naquela altura, não se sabia quem estava se satisfazendo mais: se Leôncio, ao sentir excitação com o que a jovem fazia, ou Maria Lúcia, que estava gostando de infligir aquela tortura ao atordoado homem.
Com o peito quase todo coberto de gotas de cera vermelha, Leôncio diz com a voz abafada:
— Agora eu quero que você chupe ele!
Maria Lúcia ajoelhou-se sobre o chão frio do quarto e pegou o pau duro e grosso dele com delicadeza. Leôncio começou a sentir a boca macia e quente da jovem. Ele queria passar as mãos pelos cabelos e corpo da aprendiz de sadismo, mas estava imóvel. Maria Lúcia, percebendo o homem ficar inquieto no banco, aumentou o ritmo da chupada. Era uma mistura de delicadeza e furor que o fazia ir ao céu.
Ele começou a gemer alto e, vendo-o prestes a gozar, ela tirou o membro de sua boca o viu jorrar bastante sêmen de seu imponente falo.
Ainda repleto de tesão, Leôncio ordena a Maria Lúcia:
— Agora senta nele, de costa pra mim.
A garota tirou a calcinha de látex preto e, virada de costas para Leôncio, ajeitou o firme pau na entrada de sua buceta e foi descendo lentamente. Ela levantava e sentava num ritmo vagaroso, empurrando aquele apetitoso pedaço de carne dura em seu interior. Ouvindo os gemidos de Leôncio, ela fazia movimentos provocativos, subia e descia rebolando os quadris, fazendo-o gemer mais alto e forte. Maria Lúcia também gemia quando descia no falo do homem, apoiando suas mãos na perna dele, sentindo o membro do agiota preencher todo o interior de sua vagina.
Ao gozar, Leôncio murmurou alguma coisa incompreensível próximo ao ouvido dela, e a mulher sentiu as jorradas de leite quente em seu interior. Quando levantou, saíram gotas de esperma da vagina dela em direção ao chão.
Após ela lhe dar esse orgasmo, Leôncio pediu que ela soltasse suas mãos e pernas e permaneceu sentado no banco, vendado, ainda extasiado com experiência. Dispensou a garota e falou que ela podia ir repousar no quarto.
A garota subiu ao cômodo, tirou aquela roupa desconfortável e vestiu uma camisola de algodão. Maria Lúcia dormiu satisfeita e tranquila naquela noite.
***
No dia posterior, Leôncio resolveu seus negócios e decidiu sair mais cedo, no meio da tarde. Foi direto ao estabelecimento que, vez por outra, costumava visitar: o bordel de Fátima, o prostíbulo mais comentado e frequentado daquela região.
(continua)