Para a continuação dessa história, faz sentido eu explicar como era minha relação com meu irmão. Apesar de sermos bem diferentes, a gente se dava muito bem. O Tiago não tinha nenhum hobbie em comum comigo, e a gente não costumava fazer muita coisa juntos, mas eu o ajudava com o que eu podia, e sempre fui o irmão mais velho protetor. Eu acreditava que ele estaria comigo a vida inteira, me ajudando caso eu tivesse um dia ruim, porque eu faria tudo para ver ele feliz.
E eu já pensei na minha cabeça milhares de vezes se existia algum sinal, talvez alguma fadiga na minha relação com a Sofia, algo que pudesse sinalizar o caos que minha vida iria se tornar. Mas, na realidade, nossa relação era maravilhosa. A gente namorou por nove anos, fazendo tudo que era possível, sem nunca ter faltado romance, companheirismo ou respeito.
A gente estava até morando junto, alugando um apartamento que meu pai era o proprietário, no mesmo prédio em que minha família morava. Meus pais e irmãos moravam no décimo segundo andar, e eu e Sofia morávamos no décimo terceiro. A gente tinha pouquíssima privacidade, mas era por um tempo limitado. Já tínhamos dado entrada numa casa, e logo após a lua de mel, a gente se mudaria para lá.
Minha vida estava totalmente planejada. Eu comprei um anel para Sofia, no dia que eu consegui meu primeiro emprego. Organizei tudo, e sem ela saber, convidei todos os nossos amigos e familiares para um jantar. Na frente de todo mundo, me ajoelhei e a pedi em noivado. A reação dela não poderia ser mais fofa. Chorou, pulou nos meus braços e gritou um sonoro sim, não deixando nenhuma dúvida que a partir dali, nós dois estávamos comprometidos. Minha família esperou algum tempo, veio nos abraçar e nos cumprimentar. Aquele era o momento mais feliz da minha vida.
As coisas começaram a desandar depois desse jantar. Eu planejei o casamento inteiro sem quase nenhuma ajuda de Sofia. Quando eu pedia opiniões para ela ou perguntava o que ela queria na festa, ela parecia no mundo da lua, e dizia para eu escolher o que eu achasse melhor. Quem me ajudava mais com toda organização eram os meus pais.
O casamento se aproximava, e embora Sofia estivesse estranha, eu achava que era uma fase, uma espécie de tensão pré-nupcial. Quando faltava uma semana para o casamento, ela sugeriu que eu passasse o final de semana em um hotel com meus padrinhos. Seria uma forma de eu relaxar, e segundo ela, ver a noiva antes do casamento dava azar. Eu adorei a ideia. Seria uma mini-férias e era a primeira vez que Sofia participava ativamente do planejamento do nosso matrimônio. As coisas pareciam que voltariam mais ao normal depois do casamento.
Na noite antes do casamento, eu, ansioso, comecei a organizar a roupa que eu vestiria. Eu tive um mini ataque de pânico quando percebi que esqueci o sapato. Minha cabeça começou a surtar. Como eu podia ter sido tão descuidado?
Parece besteira, mas recuperar o sapato se tornou um símbolo se eu conseguia ou não ter a vida perfeita que sonhava com a Sofia. Ela já estava surtando um pouco com o casamento, não podia deixar que soubesse do meu ato falho. Eu decidi então entrar escondido em casa, pegar o sapato e sair sem ela saber, até para não amaldiçoar meu casamento.
E meu plano quase deu certo. Já era tarde, eu imaginei que Sofia estava dormindo, se preparando para nosso grande dia. Eu fui me esgueirando, pela escuridão do nosso apartamento, na ponta dos pés em direção ao closet. Achei os sapatos e já estava pronto para partir, orgulhoso com minha furtividade. Meu corpo se enchia de adrenalina pensando que eu deveria seguir carreira como ninja.
Minha felicidade rapidamente deu lugar a confusão quando percebi que na mesa de centro da sala tinham duas taças de vinho. Sofia não me avisou que receberia nenhuma visita na minha ausência. Uma pessoa mais esperta que eu, logo desconfiaria. Mas, de forma bem inocente, pensei que ela provavelmente tinha chamado alguma amiga para não ficar sozinha e sofrendo de ansiedade antes do casamento.
Foi impossível continuar vivendo no meu mundinho de ilusões, quando ouvi risos vindo do nosso quarto. Se fosse uma amiga, ela estava de madrugada em casa e dormindo na mesma cama que minha noiva, o que era altamente improvável.
Meu coração palpitava, se preparando para o pior, embora eu ainda estivesse cheio de esperança que iria encontrar algo inocente. Eu fiquei de quatro e engatinhei na escuridão, temendo ser flagrado, e ser responsável por lançar uma praga na relação perfeita que eu tinha com Sofia.
O pior horror que vivi na minha vida, me esperava no meu próprio quarto, mais terrível que qualquer praga. Um homem estava na minha cama, em cima da minha noiva, os dois estavam nus e eles estavam se beijando.
Eu adoraria contar para vocês que eu comecei a gritar, interrompi o adultério ali mesmo e com a dignidade que me restava terminei o casamento e expulsei Sofia de casa. Mas, dizem que em situações de estresse extremo os animais têm duas reações possíveis: lutar ou fugir. No meu caso, eu me fingi de morto como uma barata, e fiquei ali em total silêncio com medo do que fosse acontecer se alguém descobrisse minha localização.
Eu estava sendo torturado ao assistir as mãos daquele homem percorrem o corpo de Sofia. A pior parte era que quando elas passavam por alguma região sensível dela, Sofia parava o beijo quase infinito que eles trocavam, apenas para soltar o riso mais doce do mundo, que eu tinha certeza que ela guardava só para mim.
“Vamos começar a sua despedida de solteira, noivinha?”
Sofia soltou uma gargalhada como se aquela fosse a piada mais engraçada do mundo, enquanto balançava a cabeça concordando com a sugestão do seu amante. Mas, a reação dela embora me machucasse, nem se comparava com a dor de eu ter reconhecido quem era o dono daquela voz. Eu me recusava a acreditar. Não era possível que Tiago, meu irmão mais novo, estivesse na minha casa, prestes a transar com minha noiva.
Meu choque era tão grande, que nem percebi quando os dois começaram o ato. Ainda por cima de Sofia, Tiago começou a se movimentar, devagar, desfrutando cada segundo do momento que seu sexo aos poucos penetrava minha noiva.
“Caralho, se tá muito molhada, vagabunda.”
Vagabunda? Fiquei furioso ao ouvir o modo como ele se dirigia a Sofia. A mulher eu conhecia jamais permitiria ser tratada dessa forma. Mas, naquele quarto não estava a pessoa que eu tinha jurado passar o resto da minha vida. Sofia pareceu se excitar com as palavras do meu irmão, afundando suas unhas nas costas dele, implorando para que ele continuasse.
Tiago não só continuou, mas com seu sexo totalmente dentro dela, aumentou o ritmo. Seus movimentos ficaram tão violentos que a cama pulava e se chocava contra a parede a cada estocada. Eu só conseguia pensar se algum vizinho poderia ouvir o que acontecia ali, especialmente meus pais que moravam no andar de baixo.
“Aí, que delícia! Se mete muito gostoso, Ti.”
Se o som da cama batendo era enlouquecedor e algo que eu teria que pagar anos de terapia para me livrar, os gemidos da minha noiva conseguiam ser piores. Os elogios de Sofia pareceram despertar uma besta enjaulada no meu irmão. Ele pediu que ela cruzasse as pernas nas costas dele, se levantou, e começou a possuí-la de pé, encostado na parede.
Tiago era mesmo um babaca. Ele estava naquela posição só para mostrar como era forte e musculoso. E isso parecia funcionar perfeitamente com minha noiva. Enquanto suas pernas balançavam freneticamente a cada novo movimento do meu irmão, os gemidos de Sofia se tornaram gritos.
“Caralho, puta que pariu, não para que eu vou gozar.”
Não consigo nem expressar quanto ouvir isso vindo de Sofia me entristeceu. O ciúmes me tomou com toda força, e pior, eu me sentia um fracassado, como se eu merecesse o que estava acontecendo, por não conseguir dar prazer para ela da forma que ela estava sentindo naquela noite.
Indiferente aos meus sentimentos, Tiago fez o contrário de parar. Ele arremessava minha esposa, como se ela não tivesse peso nenhum. Embora eu estivesse de costas, vendo mais a bunda do meu irmão do que qualquer coisa da cena, no ciclo da safadeza deles, eu conseguia ver o rosto da minha esposa subindo e descendo, ora se escondendo atrás do corpo de Tiago, ora tão alto que parecia estar voando.
E, a expressão no rosto de Sofia era a de alguém que estava perdida nas nuvens. Pude ver claramente quando seus olhos se fecharam, e o êxtase em seu rosto deu lugar a uma expressão de esforço. Eu sabia bem o que aquilo significava. Minha noiva estava gozando no pau do meu irmão caçula.
Os dois congelaram por um momento, para recuperar o fôlego depois daquele ato animalesco. Em nenhum momento, seus sexos se desengancharem, e minha noiva pendurada no meu irmão aproximou seu rosto dele, e os dois voltaram a se beijar.
“Isso foi maravilhoso, Ti. Merece uma recompensa.”
Tiago com calma desceu Sofia, interessado em qual seria essa tal recompensa. Ela, agora no chão e mais dona dos seus movimentos, colocou sua mão no peito dele, e deslizou dois dedos pelo corpo do meu irmão, traçando um caminho suave até que ela se ajoelhou diante dele.
Eu sei que o que vou falar agora é uma besteira sem tamanho, mas quando Sofia ficou cara a cara com o pênis do meu irmão, eu pude perceber quão bem dotado ele era. Aquele desgraçado era mais alto, mais atlético e mais jovem que eu. Agora tinha que lidar com o fato de além dele estar comendo a mulher que eu ia casar no dia seguinte, ele tinha um pau bem maior que o meu.
Sofia agia como uma profissional para recompensar seu amante. Ela posicionou uma mão embaixo dos testículos do meu irmão, apertando-o levemente, como se quisesse medir seu peso. A outra mão segurava a base do pênis dele, controlando-o com movimentos leves.
Mas aquilo, ainda não era o prêmio que ela prometera. Sofia aproximou seu rosto da ação, e ameaçou a dar uma mordida, fazendo graça para Tiago. Ela visivelmente embriagada, deslizou a língua para fora e começou a lamber a cabeça daquele membro, devagar e exalando sensualidade.
“Chupa logo esse caralho, puta.”
Que ousadia! Eu daria tudo na minha vida para trocar de lugar com meu irmão naquele momento, e ele nem parecia apreciar o que estava acontecendo, como se fosse um ato comum. A mulher que eu conhecia nunca seria tratada como uma prostituta na sua própria casa, eu tinha certeza que Sofia terminaria aquele ultraje e expulsaria Tiago da nossa casa.
Ela ergueu um pouco sua cabeça e seus olhos arregalaram, encarando diretamente Tiago. “É agora”, eu pensei acreditando que ela fosse reagir. Mas, a mulher naquele quarto não era a pessoa que eu conhecia. Sem desfazer o contato visual com meu irmão, ela só abriu a boca e empurrou o sexo dele o o mais fundo que conseguia dentro de si.
Tiago gritava palavrões e insultos, eufórico com a situação. Sofia concentrada continuava o vai-e-vem da sua boca com aquele membro, como se fosse uma máquina, usando todo seu corpo para satisfazer meu irmão. Eu já não aguentava mais, queria fugir dali, mas tinha medo que eles me descobrissem.
“Fica de quatro.”
Eu gelei quando ouvi a ordem do meu irmão. Eu estava escondido no chão, sem ultrapassar o batente da porta, mas o único lugar do quarto que Sofia conseguiria ficar naquela posição, era muito próximo do meu esconderijo. Sem pensar duas vezes, ela obedeceu. A distância entre mim e minha noiva era de apenas alguns centímetros, e embora a escuridão me escondesse, eu não sabia quanto tempo poderia ficar ali sem ser notado.
“Você já deu o cuzinho para seu noivo?”
A resposta era não. Eu nunca nem quis fazer sexo anal com ela. Eu não teria prazer sabendo que a mulher que eu amava poderia sentir dor. Ela não respondeu, ficou como uma estátua de quatro olhando para frente, à espera que Tiago continuasse com seus planos.
Sem nenhuma cerimônia, meu irmão sodomizou a minha esposa. Eu, a poucos metros do ato, assistia a expressão da minha esposa a cada nova estocada que de tão violentas faziam seu corpo se desequilibrar. Mas, não eram expressões de dor. Ela novamente estava com uma cara de quem fazia força. Sofia estava gozando enquanto era enrabada pelo meu irmão.
Essa hora eu não aguentei, e comecei a chorar. Não era tão silencioso quanto eu queria, mas os dois estavam tão envolvidos no que faziam que nem se eu pegasse uma panela e começasse a bater, eles me notariam naquele quarto.
O som do meu choro era abafado pelo barulho dos corpos se chocando repetidamente, a respiração pesada de Sofia, e por fim, os gritos de Tiago, anunciando que havia chegado ao ápice daquela relação. O meu irmão ter gozado sem camisinha no cu da minha noiva, era a cereja do bolo para a pior noite da minha vida.
“Ti, se fez muito barulho, puta que pariu, espero que seus pais não tenham ouvido.”
Os dois se distanciaram e começaram a se reorganizar. Aquele pesadelo tinha chegado ao fim, eu só precisava sair dali, e já tinha na minha cabeça todos os meus próximos passos. Eu iria cancelar o casamento e a minha lua de mel, sem nunca revelar para ninguém o motivo. Especialmente a Sofia. O dinheiro que eu gastei e os dez anos que eu tinha perdido com ela não eram recuperáveis, mas a vida seguia. Os dois continuaram rindo e conversando, distraídos, enquanto eu executava a minha fuga.
Eu sou uma pessoa pacífica. Odeio conflito e mesmo eles tendo me machucado de uma forma irreparável, eu só ia seguir a minha vida como se eles não existissem. Mas quando eu estava no corredor, eu ouvi as palavras: “e amanhã, que horas é a sua festa com o corno?”
Perdi completamente a consciência. Ao voltar a mim, percebi que havia acabado de desferir um soco em meu irmão. Ele, mesmo ainda pelado, reagiu imediatamente, iniciando um confronto físico entre nós. Sofia gritava, tentando em vão nos separar, enquanto o caos tomava conta do apartamento. E para piorar, Tiago é consideravelmente mais forte que eu, não tive a menor chance na luta que eu mesmo provocara. Pouco depois, meus pais e minha irmã, ainda de pijama, chegaram à cena, testemunhando eu ser dominado e golpeado por meu irmão.
<continua>