PROBLEMAS NO PARAÍSO
– Ai Alberto. Não faz assim. Enfia logo seu cacetão em mim. Eu quero gozar com ele todinho no meu cuzinho.
A voz de Marcinha era chorosa e entrecortada com suspiros longos. Ela estava de frente para o vidro do box do banheiro com a bunda rebitada e o Alberto, para provocá-la, continuava forçando a cabeça do seu pau de encontro ao seu cuzinho, mas quando começava a entrar ele afastava e enfiava de uma única vez todo aquele enorme pau na bucetinha molhada da garota. A cada estocada, Marcinha rebolava e quando começava a gemer mais alto, o maldito do homem retirava o pau de sua xoxota e levava até a entrada de seu cuzinho começando tudo de novo.
Entretanto, ao ouvir o lamento de Marcinha o homem não resistiu. E tampouco haveria como resistir, pois depois de reclamar, quando ele posicionou o pau no seu cuzinho, ela o pegou desprevenido e recuou sua bunda com rapidez e força e o pau que tinha só a cabeça alojada naquele seu buraquinho apertado foi totalmente engolido como se uma força invisível o tivesse sugado para dentro.
Tudo isso acompanhado pelo grito que Marcinha deu. Foi um grito que expressava a dor que ela sentiu com tão repentina invasão, mas que também trazia em si toda a liberação do tesão que ela acumulara com a provocação de seu amante. Aquela garota, bem mais nova que o homem que a fodia, fez algo que dificilmente é conseguido pelas mulheres, pois de costas para ele e sem usar as mãos, foi ela que, usando apenas a sua bundinha deliciosa, o fodeu com uma magistral competência.
Marcinha movimentava sua bunda para frente e para trás e a massagem que isso provocava no pau de seu amante recebia a adição do aperto que ela oferecia ao contrair os músculos de seu cuzinho nervoso, que parecendo ter adquirido vida própria, assumiu a direção daquela foda e agora só queria obter daquele feixe de músculos que adorava todo o prazer que pudesse conquistar.
Foi um único grito. Do momento em que o cuzinho foi invadido, passando pelo curto tempo em que ela se movimentou para fazer aquela deliciosa massagem no pau que já conhecia tão bem e chegar finalmente ao gozo, Marcinha gritava sem parar e quando atingiu o orgasmo esse grito só se intensificou, pois para sua felicidade, no justo momento em que seu corpo pareceu ter se transformado em geleia, sentiu a porra de Alberto sendo despejada bem no fundo do ser rabinho. Márcia só não caiu no chão porque, embora ofegante, o homem conseguiu amparar seu corpo já sem forças.
Quinze minutos depois, agora livre da camisola molhada que repousava no piso do banheiro, Marcinha estava deitada de bruços na cama com os cotovelos apoiado no colchão e as mãos apoiando o rosto, olhando para Alberto que, deitado de lado, olhava para ela sem conseguir esconder a admiração que tinha pela beleza dela. Sorrindo, ela falou:
– Que pena. Arruinamos a roupa que você me deu. Tão linda e só deu para usar uma vez.
– Eu compro outra, – Apressou-se a dizer Alberto.
Marcinha pensou sobre aquilo. Tudo o que ela não queria é que o Alberto pensasse que ela estava agindo por interesse, pois não tinha nada que ela queria dele a não ser o prazer que ele lhe dava. Aliás, tudo o que ela precisou até ali ele já tinha dado e, quando fez isso, não foi por querer algo em troca e se eles acabaram por ter um relacionamento depois disso foi porque houve uma atração entre eles, sem falar que essa atração recebeu não só o apoio do marido dela, mas até mesmo um grande incentivo, o que levou os dois a transarem uma vez e, a partir daí e com a permissão do marido, essa relação se tornou uma constante. Mas tudo o que ela não queria é que o Alberto pensasse que ela estava fazendo isso somente por interesse e por isso, gentilmente recusou a oferta dele de comprar a roupa para ela e, quando ele insistiu, ela foi até um pouco brusca ao dizer que ele estava proibido a fazer isso.
Entretanto, agora ela estava ali naquele aconchegante quarto de motel se entregando a ele mais uma vez, porém, dessa vez, contrariando a única condição de que Lukas, seu marido impôs para a continuidade daquela relação. Ele havia declarado, não apenas para a Marcinha, mas também ao Alberto, de que as transas entre eles deveriam ser sempre no apartamento do casal e na presença dele e eles agora estavam fazendo algo que não cumpria essa condição.
Marcinha sabia que ia ter que falar sobre isso, porém, não naquela hora. O clima estava bom demais e o tesão era muito alto para ela trazer assuntos como esse a tona. Em vez disso, ela perguntou:
– Que horas são?
– Passa das três horas da tarde. – Respondeu Alberto olhando para a tela do seu celular.
– Quanto tempo nós ainda temos para ficar aqui?
– Da minha parte toda a eternidade. Mas como sei que você tem que chegar em casa antes do seu marido, podemos ficar mais uma hora e meia mais ou menos.
– Hum. Isso me dá ideias.
– Ah é? E que tipo de ideia se passa por essa sua cabecinha?
– Você não adivinha?
– Sua putinha. Você ainda não está satisfeita e quer mais, não é?
– Eu sempre vou querer mais desse seu pauzão gostoso Alberto.
Sem poder resistir àquele convite, com o pau já dando sinal de vida, Alberto ordenou:
– Então vira de frente que agora eu vou foder essa sua bucetinha gostosa.
– Não. Você pode sim foder minha buceta, mas eu quero assim, com você me pegando por trás.
Demonstrando a sintonia que havia entre os dois, ao mesmo tempo em que Alberto se colocava de joelhos atrás de Marcinha, ela pegou o travesseiro que ele usava e o colocou sob seu quadril fazendo com que sua bunda ficasse arrebitada de uma forma que fosse possível a o homem alcançar ter acesso à sua buceta.
Dessa vez foi uma foda calma e serena. Quase como se estivessem fazendo amor. Marcinha gozou primeiro que Alberto que já tinha gozado várias vezes, mas mesmo assim se empenhou em agir para que ele sentisse o mesmo prazer que ela sentia e já estava quase gozando novamente quando ele despejou todo o seu sêmen dentro da bucetinha dela.
Márcia se levantou assim que ele gozou e correu para o banheiro voltando depois de poucos minutos com a camisola na mão, Olhou então em volta e viu que o sutiã estava jogado no chão e a calcinha estava embolada na cabeceira da cama. Procurou mais e viu a outra peça sobre uma poltrona. Ela então pegou o saco plástico que antes envolvia uma das toalhas, colocou a camisola molhada dentro e fez questão de vedar bem para não escapara a umidade da mesma. Depois, juntou o restante das peças e acomodou dentro da sacola da loja. Só então percebeu que Alberto acompanhava seus gestos com interesse e explicou para ele:
– Essa roupa é muito bonita para jogar fora. Vou levar para casa, lavar com cuidado e guardar para usar em um momento apropriado.
– E o que você entende como momento apropriado? – Perguntou Alberto cheio de presunção de que ele faria parte desse momento;
– Não sei ainda Talvez o Lukas e eu façamos uma nova viagem de lua de mel ou quem sabe eu resolva dar a ele uma noite muito especial. Vamos deixar que o destino decida sobre isso.
Alberto ficou pensativo. Era sempre assim com Marcinha. Ela dizia adorar ser fodida por ele e demonstrava isso sempre que transavam, porém, sempre que ela falava sobre uma vida a dois, sobre agradar ao seu homem ou mesmo sobre o amor de sua vida, era o nome de Lukas que ela dizia.
Depois da última transa Marcinha começou a se vestir e foi ajeitar o seu cabelo e dar um jeito na maquiagem enquanto o Alberto tomava um banho e vestia seu terno. Depois eles saíram no Motel e o Alberto teve a iniciativa de levar a Marcinha direto para casa dela. No caminho eles combinaram que na empresa eles diriam que, depois do almoço ele tinha ido visitar um cliente e a mandou direto para casa, dispensando-a de trabalhar no período da tarde.
Outro assunto surgiu entre ambos enquanto enfrentavam o trânsito caótico de São Paulo. Foi Alberto que se lembrou de tocar no assunto alegando que precisavam combinar o que dizer ao Lukas sobre aquela tarde:
– Marcinha. Não se esqueça de me dizer depois o que você vai contar para o Lukas sobre essa tarde. Afinal, eu não quero falar algo que te deixe como mentirosa no caso de ele me perguntar.
– Está bom. Vou conversar com ele e amanhã eu dou um jeito de te falar.
– Será que não vai ficar ruim para você? Estou me lembrando agora que ele falou que a gente podia transar sempre que quiséssemos, porém, só podia ser na sua casa e na presença dele. Será que ele não vai ficar grilado com isso?
Marcinha engoliu em seco. Em sua cabeça passou as outras duas ocasiões que ela tinha transado com o Alfredo sem que que o Lukas ficasse sabendo antes de acontecer. A primeira ela tirou de letra, pois ele havia dito a ela para provocar ao Alberto e até saiu de casa com a desculpa de comprar cerveja. Ela fez o que ele pediu, porém, o Alberto se descontrolou, colocou-a sobre a cama de quatro, afastou sua calcinha e a penetrou fazendo com que ela gozasse e ele também gozou dentro dela. Foi uma transa rápida e ela depois soube como contornar a situação transferindo toda a responsabilidade do que acontecera para o marido acusando-o de ter colocado a ela naquela situação. Ele também entendeu assim e aquilo foi o impulso para que ele a incentivasse a transar com o Alberto outra vez de uma forma mais calma e com mais tempo, o que acabou acontecendo.
A segunda vez foi quando ela foi com o Alberto no apartamento dele para buscar um documento a pedido de Laura e, por estarem sozinhos ali eles tiveram uma transa rápida. Mas isso aconteceu depois deles terem transado no apartamento dela enquanto o Lukas, que tinha inventado a desculpa para ela dar ao Alberto de que estaria na casa de um amigo para ver um aparelho de TV que ele pretendia comprar. Essa foi com mais tempo e ficando claro que ela não só aceitava o assédio de seu primo mais velho, como também ansiava muito por isso. Só que o Alberto ainda não sabia que o marido de Márcia sabia de tudo e a incentivava. Foi essa transa escondida e rápida no apartamento de Alberto que fez com que Marcinha criasse um plano para mudar essa situação, pois sabia que o marido ia gostar de assistir a ela fodendo com o amante, porém, nunca contou nada para ele a respeito dessa foda.
Essa foi a terceira vez e, dessa vez, ela não tinha nenhuma justificativa para ter feito o que fez. Ela e Alberto já transavam quando bem entendiam e não existia um motivo para eles fazerem algo que, na cabeça do Lukas ia parecer como sendo uma traição. Pior é que na cabeça de Marcinha também. Ela se sentia como uma vadia que acabara de trair o marido.
E foi esse sentimento que a travava todas as vezes que ela pensava em falar sobre sua aventura com Lukas e foi adiando. Já fazia uns quinze dias que isso acontecera e nesse período o Alberto veio até eles por duas vezes, porém, o sentimento de culpa que dominava Marcinha fez com que ela não se entregasse como sempre fazia ao seu amante e o resultado disso foi que, nas duas vezes, tiveram uma foda meia boca. Tão meia boca que na segunda dela, depois que Alberto se retirou, Lukas perguntou à Marcinha se ela não estava bem e quando ela disse que estava tudo normal com ela, ele não conseguiu evitar o comentário:
– Não sei não Marcinha. Você está tão diferente. Parece até que você não está gostando de transar com o Alberto. – Ao ouvir isso a garota encarou seu marido que entendeu aquilo como sendo uma confirmação ao que acabara de dizer, o que fez com que ele completasse a seguir – Olha, se for isso, nós podemos pedir para ele não vir mais. Você sabe que para mim só é se você estiver curtindo. Não quero que você faça isso só por mim, tem que ser por estar com desejos também.
Com lágrimas indesejadas molhando seu rosto, Marcinha olhou para Lukas apressadamente e depois fugiu da presença dele. Naquele justo momento ela tomou a decisão de que não tinha como evitar em contar para ele sobre sua aventurazinha em um motel chique duas semanas antes. Por mais que ela temesse, ela sabia que, sem fazer isso, não só o relacionamento com o Alberto chegaria ao fim, como seu próprio casamento estaria em risco. Isso é, se tudo não ficasse acabado depois dela conversar com o seu marido.
E era essa a intenção de Marcinha naquele sábado de manhã. Ela desenterrara a roupa que ganhara de Alberto e ainda não mostrara para o marido, acordara antes dele e lhe preparara um delicioso café da manhã. Sua intenção a seguir seria dar para ele uma manhã de prazer inesquecível e um almoço delicioso. Depois disso, quando estivessem descansando na cama no período da tarde, ela daria um jeito de entrar no assunto e revelar tudo a ele. Depois disso, que o destino se encarregasse do futuro e ela estava preparada até mesmo para aceitar a rejeição de Lukas caso ele quisesse desmanchar o casamento deles.
A primeira parte deu certo. Lukas ficou mais entusiasmado com a beleza da esposa vestindo aquela roupa que, apesar de ser apropriada para dormir, foi considerada por ele muito chique. Tão chique que parte da manhã foi dedicada ao sexo, pois ele não resistiu e atacou a mulher que não precisou de muito esforço para convencer ao marido que estava curtindo seu jeito de tarado porque ela realmente estava gostando demais de ser usada pelo marido daquele jeito que, para atingir ao prazer, a fodia como raramente havia feito na vida. Lukas normalmente só era mais ativo no sexo quando Marcinha pedia por isso, pois normalmente ele era o cara que fazia amor com ela e raramente a fodia como ela gostava de ser fodida.
Para o almoço ela encomendou filé de tilápia frito. Essa opção foi feita depois que ela se lembrou de que um mês antes, conversando com Alfredo sobre comidas especiais, ele declarou que estrava com saudade de comer um peixe frito. Tudo bem que na região de Pirapozinho era mais comum comerem piapara ou piau frito, mas ela só descobriu que em São Paulo essa opção era mais difícil depois que começou a procurar por um restaurante que servisse. Na ausência de qualquer um daqueles que o marido conhecia, optou pela tilápia. Para acompanhar um arroz branco e um molho rose, tudo regado a um vinho branco da melhor qualidade. Vinho era algo que Marcinha, com a ajuda de Alberto, estava se tornando especialista.
Depois de ser muito elogiada pelo marido, ambos se deitaram satisfeito e Lukas até conseguiu ter um leve cochilo, porém, logo foi despertado por Marcinha que, muito nervosa, não parava de se mexer sobre a cama. Incomodado com isso, ele perguntou:
– O que você tem Marcinha. Você não para quieta e não para de se virar de um lado para outro.
– Não tenho nada não. Só estou sem sono.
Lukas nada disse, porém, sua mente começou a trabalhar sobre o nervosismo da esposa. Até mesmo a resposta rápida que ela acabara de dar a ele era indício de que ela não estava legal. Então ele começou a buscar por um motivo dela estar agindo daquele jeito.
Para isso, ele tinha que descobrir quando isso tinha começado e logo lhe veio à lembrança de como ela tinha agido nas últimas vezes em que o Alberto estivera ali. Mas isso não batia. Não podia ser alguma coisa com relação ao Alberto, pois ele se lembrava de que durante o domingo anterior ela também não estava muito legal. Então podia ser alguma coisa mais grave, o que fez que ele começasse a fazer perguntas, mas a cada pergunta recebia respostas lacônicas até que, sem ter mais o que perguntar, ele arriscou perguntar sobre o Alberto, mesmo não acreditando que o amante da esposa podia ser o motivo. A resposta foi direta:
– Me fala uma coisa. O Alberto tem alguma coisa a ver com esse seu nervosismo?
Ao contrário do que vinha acontecendo até aquele momento, dessa vez não houve uma resposta imediata, o que fez com que ele virasse seu olhar para o rosto da mulher que nesse instante olhava para o teto pensativa. Assustado, voltou a perguntar, dessa vez com maio rispidez:
– Tem não é. O que é que está acontecendo que eu não sei? Fala logo, vamos. O Alberto tem culpa nisso?
Com muito custo, com voz baixa e sem encarar o marido, Marcinha respondeu:
– Tem e não tem.
– Como assim tem ou não tem? Ou ele é culpado ou não é! Agora me conta aí o que está acontecendo e que eu, como marido, já devia estar sabendo.
Marcinha olhou admirada para Lukas. Era a primeira vez na história deles que via o marido se impor como homem autoritário. Mas ela não tinha medo de ser agredida por ele. O que ela tinha era medo de que ele terminasse o casamento dos dois, pois não conseguia imaginar uma vida em que seu querido marido não estivesse presente. Ela sabia que atingira um estágio em que seria difícil ficar longe de Alberto, sem sentir o prazer que ele lhe proporcionava, porém, estava completamente ciente de que, se ficar sem ter o Alberto por perto seria difícil, ficar sem o marido seria impossível.
Mas sabia mais que isso, Ela sabia, por exemplo, que não havia mais como recuar. Ela que ensaiara milhares de vezes como se dirigir ao Lukas quando estivesse lhe confessando o que fizera e tinha fraquejado na mesma quantidade de vezes, agora sabia que não tinha mais como evitar. Então ela falou:
– É que eu fiz uma coisa que eu acho que você não vai gostar.
Lukas apenas olhou para ela com o rosto desfigurado pelo misto de preocupação, ansiedade e mais uma variedade sem fim de sentimentos ruins fazendo com que ela vacilasse. Porém, essa era a hora em que o silêncio podia trazer uma condenação maior do que se a verdade fosse revelada e então falou baixo:
– É que aconteceu uma coisa que não devia ter acontecido. No dia que me deu essa roupa de presente o Alberto me levou a um motel. Ele disse que queria apenas ver como a roupa ficava em mim, mas chegando lá a gente não resistiu e aconteceu.
– Aconteceu o que?
– Para Lukas. Não me faça responder a isso. Você sabe muito bem o que aconteceu.
– Lógico que eu sei. Porém, eu quero ouvir isso da sua boca de mulher traidora. Eu não pedi para você não transar com o Alberto longe de casa e sem a minha presença?
Marcinha nada respondeu e quando Lukas viu que ela não ia dizer nada, continuou:
– O pior é que falei a mesma coisa para aquele filho da puta do Alberto. Mas a vida é assim mesmo. Quando a gente acha que alguém é de confiança é que ele age pelas costas e fode com a gente.
– A culpa não foi dele. Ele...
– Ah Marcinha! Me faça um favor vai. Não fique do lado daquele covarde traidor.
– Olha, não é melhor você saber como tudo aconteceu? Assim você vai ver que a culpa foi minha também.
– Tudo bem. Conta aí então.
– Então. Foi no dia em que fomos a um Shopping Center para almoçar e eu elogiei a roupa que estava exposta na vitrine e...
Sem que Lukas a interrompesse uma única vez, Marcinha contou tudo o que se passou naquele fatídico dia entre ela e o amante, sem esconder nenhum detalhe, principalmente quando percebeu que, quando começou a relatar os momentos íntimos entre eles, o pau do marido começou a dar sinal de vida.
Quando ela terminou, Lukas ainda fez uma pergunta:
– Essa foi a única vez que você transou com o Alberto sem que eu soubesse?
– Não. Teve aquele dia em que você foi comprar cerveja e...
– Dessa vez eu já sabia. Você foi honesta e me contou depois. Estou perguntando fora essa. – Lukas acho melhor não confessar que ele chegara a ver o Alberto fodendo sua esposa naquele dia.
– Teve sim. Mas foi algo bem rápido e eu já tinha transado com ele aqui em casa.
– Transado com ele quantas vezes?
– Foi entre a primeira vez que ele veio aqui para transar. Não que ele soubesse disso, mas foi no dia em que demos a desculpa de que você ia passar na casa do amigo para comprar uma televisão e a outra em que eu filmei a transa com ele.
– Filho de uma puta mesmo. Ele já tinha me sacaneado outras vezes.
– Olha Lukas. Não sei por que você fica tão bravo com o Alberto. Afinal de contas, tudo o que eu te contei revela que a culpa é minha. Ou pelo menos tão minha quanto dele.
– Só que ele é homem, é mais velho e era ele que devia impedir isso, ao contrário disso, ele que te levou para onde podia te foder a vontade. Nas duas vezes a iniciativa de te arrastar para um lugar assim foi dele. Não foi?
Marcinha chegou a achar graça do argumento do marido. Quem foi que ensinou a ele que nessas horas os homens têm mais controles que as mulheres? Mas preferiu não tocar no assunto para não agravar mais o clima.
Para desespero de Marcinha, Lukas não teve uma reação violenta. Depois de transferir a culpa para o Alberto ele parou de falar e se fechou em si mesmo. Durante o resto daquele dia e todo o dia seguinte, um domingo, mal conversou com a esposa.
Com esse clima permanecendo ainda na segunda-feira, só restava a Marcinha colocar o Alberto a par da situação para que ele não aparecesse em sua casa em meio aquele clima complicado. E ela não perdeu tempo. Ainda na parte da manhã ela deu um jeito de passar um bilhete para o Alberto dizendo que precisava conversar com ele, ressaltando que era urgente e ele, como sempre fazia nessas ocasiões, a levou para almoçar, dando um jeito para que Laura ou qualquer outro advogado não fosse junto com eles.
O almoço foi tenso, com Marcinha confessando que contara ao Lukas sobre a ida deles ao motel e a reação do marido. Marcinha, como era do seu costume, contou tudo nos últimos detalhes, inclusive, sobre a tendência de Lukas em colocar toda a culpa no Alberto. Entretanto, ela não se lembrou de falar que havia contado também para o marido sobre a vez em que transaram rapidamente no apartamento dele.
Alberto, muito preocupado, se prontificou a conversar com o Lukas, nem que fosse para que ele não ficasse pensando que a culpa fosse de Marcinha, mas desistiu quando ele falou:
– Não faça isso. Só vai piorar. Aliás, nem precisa você assumir a culpa, pois a reação de Lukas, conforme já te contei, foi a de colocar a culpa de tudo o que aconteceu em você. Então, se você está preocupado quanto a minha segurança, fique tranquilo. O Lukas jamais vai fazer qualquer coisa que me machuque. Bom pelo menos não fisicamente. Com relação ao resto eu não sei te dizer. Ele está realmente muito abalado.
– E o que nós vamos fazer Marcinha?
– Bom. A única coisa viável para nós nesse momento é terminarmos tudo. Vamos parar com essas nossas transas. Acabou. Não tem mais jeito.
– Mas eu não vou conseguir ficar perto de você sem querer transar contigo.
– Eu sei. É por isso mesmo que eu vou sair do seu escritório. Não vou mais trabalhar lá.
– Nem pensar! Isso está fora de questão.
– Que isso agora Alberto? Você pensa que é fácil para mim também? Não vai ser não. Vou sentir muita falta dessa vida que estávamos vivendo. Mas pense bem, não vai dar para a gente ficar próximos um do outro todos os dias e não se recordar do que se passou. Pior ainda, vai bater a vontade por mais e vai ser pior, porque isso não vai mais poder acontecer. Então é melhor a gente nem se ver.
Desesperado, Alberto ainda tentou apelar para outros argumentos e como percebeu que não estava sendo suficiente, caiu na besteira de mencionar algo sobre ter ajudado ao casal a se estabelecer em São Paulo. Aquilo foi a gota d’água para Márcia que encerrou o assunto dizendo a ele:
– Não se preocupe com isso. Vou falar para o Lukas procurar um local e vamos nos mudar assim que conseguirmos. Além disso, as coisas que você me deu de presente vão ficar lá no apartamento. Depois você passa lá e pega. Pode passar hoje se quiser, eu não me importo.
– Espera... Não... Não foi isso que eu...
– Me poupe Alberto. Eu não dei minha buceta para você em troca de bens materiais ou qualquer tipo de conforto.
Marcinha falou isso já em pé e com a voz alterada, fazendo com que o Alberto ficasse de cabeça abaixada diante da vergonha de ver as pessoas próximas a ele o encarando. Em seguida, ela saiu sem dizer nada e no caminho para sair do Shopping avistou um ponto de táxi. Entrou em um e deu o endereço de sua casa. Ela não estava no clima para aparecer no escritório naquele dia.
Por mais que soubesse que a garota estava certa, de que ela, apesar da pouca idade e da criação em uma zona onde as pessoas são mais conservadoras, Aberto ainda tentou lutar contra a decisão dela. Porém, não havia nada que ele podia fazer naquela hora.
Infelizmente, no dia seguinte, Márcia descobriu que sua intenção de se afastar definitivamente de Alfredo ia ter que esperar.
Na manhã seguinte ela foi até a empresa para tratar de sua demissão, porém, antes de se dirigir ao Departamento de Recursos Humanos, ela foi até a sala que trabalhava antes e a secretária de Alfredo falou para ela assim que a viu entrar:
– Ufa. Que bom que você chegou. A Dra. Laura pediu para você ir até a sala dela, Disse que precisa falar contigo.
Marcinha tremeu ao ouvir isso. Durante todo o tempo em que trabalhava ali, a Laura nunca tinha solicitado nenhum serviço ou informação da parte dela e sempre que precisava de alguma coisa da parte do Alberto falava diretamente com ele ou se dirigia a sua Secretária. Os contatos que elas mantinham eram nas raras vezes em que almoçavam juntas e, assim mesmo, Laura sempre agia com uma cordialidade distante e fria. Pensando assim, ele ficou imaginando se o assunto que a mulher queria tratar com ela não dizia respeito ao seu marido. Mas a Márcia já tinha adquirido experiência suficiente no convívio com os demais funcionários daquele escritório para saber que, em se tratando de ser convidada para uma conversa, o melhor era comparecer logo e tirar o problema da frente. Além do mais, ela já tinha tomado a sua decisão de que o Alberto ficaria em seu passado e isso por certo, senão resolvesse o problema, pelo menos o deixaria mais ameno.
Qual não foi sua surpresa quando Laura lhe recebeu com um sorriso e antes mesmo de pedir para que ela se sentasse, foi falando:
– Ufa! Que bom que você veio. Eu precisava sair e não queira fazer isso antes de falar com você. Sente-se, por favor.
Márcia se sentou sem emitir um som e aguardou até que a Laura tomasse a inciativa da conversa começando com as formalidades em perguntar como é que ela estava se sentindo em trabalhar ali no escritório e depois foi direto ao assunto:
– É o seguinte Márcia. Estou precisando muito de sua ajuda.
Márcia ficou calada pensando. Se a ajuda fosse a respeito do trabalho ela só teria que informar que estava se desligando da empresa e tudo estaria resolvido. Se fosse sobre algum assunto pessoal, ela faria o que fosse possível, pois ela se sentia grata pela ajuda que o Alberto lhe prestara quando ela e o marido decidiram vir morar em São Paulo. Tudo bem que a ajuda sempre partira do marido de Laura, porém, ela nunca colocou empecilho nas iniciativas dele em ajudar e a garota sabia que o Alberto só fazia essas coisas depois de consultar à esposa. Então ela se mostrou disposta a ouvir e a mulher lhe disse qual era o problema:
– Bom Márcia. Você sabe que a Jéssica estava grávida. O problema é que o bebê nasceu prematuro e não tivemos tempo de preparar uma substituta para ela e como você vem sendo treinada para esse cargo há meses, estou lhe pedindo para que ocupe o lugar dela enquanto ela estiver ausente.
Como era de trabalho, bastava informar à Laura sua decisão do dia anterior e Márcia falou:
– Eu gostaria muito de ajudar Laura. Mas estou me desligando da empresa.
– Se desligando? Por quê? Você arrumou um emprego para ganhar mais? Se for isso a gente pode resolver. Bom. Desde que não ultrapasse o salário das demais secretárias, lógico.
– Não. Não é isso. É que...
Por dentro Márcia sentia uma enorme frustração. Depois de ter se dedicado a aprender o serviço almejando conquistar o cargo de secretária, justo no dia em que resolveu sair da empresa essa oportunidade apareceu e agora ela tinha que abrir mão desse sonho. Porém, enquanto ela pensava a Laura escreveu um número em um papel e passou para ela.
– Olha, o salário de uma secretária aqui nesse escritório é esse. Você dificilmente vai conseguir ganhar isso em outro local, mesmo porque, esse salário é pago para aquelas que já têm experiência na função. Mas não tem problema. Como você mostrou ser uma pessoa dedicada e se interessa em aprender, acho que não será nenhum problema aumentar seu salário para essa quantia.
Márcia nem olhou para o papel. Não se tratava de salário. Ela pretendia apenas ficar longe do Alberto, porém, ao perceber sua relutância, Laura já estava invocando o parentesco entre ambas indicando que ela estava precisando demais de uma secretária que já estivesse ambientada com os serviços daquele escritório. Ela dizia:
– Poxa Márcia. Aceita vai. Quando a Jéssica voltar a gente arruma outro local para você trabalhar e assim você vai continuar recebendo a mesma coisa. Além disso, o Alberto confia tanto em você que eu aprendi a confiar também. Por favor. Não me deixe na mão agora.
Marcinha se sentia em uma gangorra sentimental. Sensações boas e más se alteravam nela uma constância surpreendente. Ora ela pensava na tristeza em ficar longe do Alberto e depois na dificuldade em conviver com ele sabendo que não haveria mais nada entre eles. Quando não era isso, ela pensava com pesar no fato de estar sendo obrigada a cometer um ato de ingratidão com aqueles que a ajudaram tanto. No final, foi esse último sentimento que prevaleceu e ela falou:
– Tudo bem. Eu fico até a Jéssica voltar. Só que eu gostaria que quando ela voltasse você me ajudasse a conseguir um emprego em outro escritório.
Apesar de Márcia ter deixado implícito que o seu desligamento daquela empresa, embora adiado, era algo inegociável, Laura deixou isso de lado diante do alívio em ter resolvido o seu problema imediato.
Márcia passou então o resto do dia ao lado de uma Secretária que atendia a outro advogado e fora requisitada em regime de urgência para ficar a par do andamento dos serviços. Foi um dia muito ocorrido e ela teve poucos minutos para pensar sobre a sua decisão de continuar a trabalhar na empresa e sempre que pensava nisso, lhe vinha na mente o problema que ela teria ao chegar em casa.
Ela havia prometido ao Lukas que iria pedir demissão e agora ela ia ter que dizer a ele que voltara atrás nessa decisão. Para quem já estava com o relacionamento com o marido bem estremecido, isso poderia ser a gota d’água.
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Por enquanto é isso pessoal. Final de semana tem mais.
No próximo capítulo será mostrado algo sobre Alberto que não foi mostrado na parte escrita pelo autor original desse conto. Trata-se de como a relação com Marcinha provocou algumas alterações nele e como essas alterações foram encaradas por Laura que observava a tudo como uma espectadora até que as mudanças começaram a influenciar em sua vida e de como ela, a partir dessas influências. Mas ela também observava algumas mudanças em Márcia e, de repente, ela se viu em uma situação aonde não foi possível ficar sem fazer uma associação entre as mudanças havidas com seu marido e no comportamento de Márcinha.