Meu desejo (Capítulo II)

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 5309 palavras
Data: 29/06/2024 00:03:26
Assuntos: Gay, medico, segredo, Traição

Lua está passando um café quando saio do quarto, não pensei que a haveria em casa tão cedo ainda mais por se tratar de um domingo, mas pela cara não deu outra brigou com o boy, eles tinham uma relação um tanto quanto problemática, ele é um babaca e minha amiga é tóxica, uma combinação e tanto, já tentei falar para ela sair dessa, mas eles dois são como falei complicados, pelo menos ela me jura que nunca rolou uma agressão por parte dele, porque ela meio que já quebrou o notebook dele e arranhou o carro uma vez por ciúmes.

— O que aconteceu? — Perguntei.

— Ele queria dormir com o amigo dele então deixei eles a sós — ela falou com um tom bem agressivo.

— Amiga não pode ter ciúmes dos amigos dele né, para de ser doida.

— Não estou com ciúmes, é que ele enfia o Luís em tudo que a gente vai fazer, que saco.

— Que horas você chegou? — Perguntei.

— Ah antes do senhor, que pelo visto fez como o meu ex namorado e me deu um perdido.

— Não é assim amiga, você sabe que odeio o Flama e seu namorado — enfatizo na parte do namorado pois sei que ela não vai terminar com ele — já tinha cobrido minha cota de homofobia suportada por encontro.

— E eu posso pelo menos saber onde meu amigo foi?

— Primeiro você ficou quieta no quarto só pra me emboscar agora de manhã não foi — ela tomou um gole de seu café, bem cínica ela sorriu para mim — mas é tóxica você viu, em segundo lugar fui no Nasc jogar uma sinuca e tomar uma gelada para dormir bem.

— Sozinho?

— Sim, mas lá encontrei com Bento o carinha do ônibus e da praia.

— Aquele deus grego delicioso? — Pronto já tinha até esquecido a raiva do namorado.

— Sim esse mesmo, a gente jogou sinuca, tomamos umas cervejas e nos beijamos barra demos uns amassos no carro dele aqui na porta de casa.

— Opa volte três casas senhor — ela disse se ajeitando na cadeira — vocês deram uns amassos no carro, quem é você piriguete?

— Me respeita que a vagabunda aqui é você, eu falei para ele que namoro e a gente parou com os amassos, acho até que ele não vai mais querer me ver e até prefiro pois estou morrendo de vergonha, passei um mico no ônibus e agora ele deve está pensando que sou um puta barata que gosta de trair o namorado e fazer cu doce.

— Viajou, até acho que você é uma puta barata, mas não acho que ele esteja pensando isso de você não.

Como levantei cedo e ainda estou com sono só coloquei umas roupas na máquina e voltei a dormir, quando acordo vejo que Lua saiu e estou só em casa, pelo menos ela estendeu minhas roupas, meu celular mostra que são quinze horas, dormi demais, vou até a cozinha e preparou um macarrão com atum para almoçar, estou morrendo de fome, faço um suco de acerola e esse é meu almoço, fico passando os storys dos meus amigos para me distrair, Lua já reatou e está num casa com piscina, mando mensagem pra ela, mas ela não visualiza, acho que meu domingo vai ser em casa morgando, mando mensagem para saber do Heitor que está sumido desde cedo, ele me responde com uma foto, está numa palestra desde cedo, mas disse que fala comigo mais tarde.

Sozinho sentado na mesa com um garfo numa mão e o celular numa outra eu penso no que beijo do Bento, porra que beijo bom, ele me acendeu de um jeito que meu pau fica duro só de lembrar das mãos dele em mim, puta cara tesudo, mas preciso tirar isso da cabeça, termino de comer lavo a louça e vou para meu quarto, ligo a tv e coloco a terceira temporada do Bridgerton que ainda não tinha começado, só que nem consigo ver o epsodio todo sem cair no sono, estou tão cansado do trabalho e da viagem que simplesmente apago.

Gostaria de dizer que meu domingo foi bom, mas foi só de dormir, coloquei meu sono em dia pelo menos, dormi tanto que na segunda acordei cedo, foi ótimo que assim pude pegar o banheiro antes da Lua, nosso apartamento só tem um banheiro e minha amiga quando entra para banhar parece que nunca mais vai de lá, lavo bem o cabelo e aproveito o tempo extra por ter acordado cedo para aliviar um pouco o tesão que Bento me deixou, termino o banho, me arrumo e preparar nosso café, Lua chega a cozinha já com seu uniforme, ela é residente também, mas da fisioterapia, Lua é muito inteligente e trabalha muito bem, tanto que os pacientes adoram ela.

— Tem certeza que vai voltar hoje, a Kátia não tinha te liberado — Diz Lua.

— Se eu ainda não estivesse na cidade, mas avisei a ela ontem que tinha chegado e que conseguiria ir hoje e ela me pediu para falar com ela assim que eu chegasse, só espero que não seja uma bomba para mim.

— Bixa a senhora é muito pêssega mesmo.

— Ai amiga e eu vou ficar fazendo o que em casa, vou trabalhar que eu ganho mais — falei.

O namorado dela passou para nos dar uma carona, ele trabalha com o pai e nem sei direito o que ele faz, só sei que ele parece ganhar bem já que sempre faz questão gastar quando sai com minha amiga, minha amiga e ele estão brigados aparentemente, já que ela entrou no carro muda e saiu calada, foram vinte minutos de puro constrangimento, quando ele vai embora sem de despedir dela me viro e lhe pergunto o que aconteceu, já que eles estavam numa boa no domingo e agora claramente não estavam mais.

— Ele é um grosso e eu não sou obrigada a aturar as coisas dele — ela respondeu.

— Amiga, por que você não termina logo com esse cara?

— Porque a vagabunda da ex dele tá doida que ele fique solteiro para correr atrás dele e eu não vou dar esse gostinho pra aquela vaca — disse com um sorriso estranho.

— Sério eu não te entendo Lua, na moral amiga acho que você tem uns parafusos soltos ai na sua cabeça.

— Ai é que eu não sou como você Caio que aceita tudo calada, o Heitor te fez viajar por horas só para ser bonita na rodoviária e você nem para brigar com ele.

— Ele teve que trabalhar, amiga, e outra Heitor não é nem louco de ser grosso comigo que eu dou um fecho nele.

— Dá, dá que é um coco, a senhora abana o rabo para tudo que esse boy escroto fala, bixa eu aceito que meu namorado seja um lixo as vezes, mas você precisa abrir os olhos e entender que o Heitor é um escroto também, o cara não fode e nem sai de cima bicha — não estava gostando do ruma daquela conversa.

— Quando foi que isso virou sobre meu relacionamento, estou falando que você vive estressada nessa relação e você vem querer comparar com o que eu tenho com Heitor, beleza ele ter viajado sem me avisar foi ruim da parte dele, mas eu sei que ele não fez por mal e inclusive ele até se ofereceu para pagar o que eu gastei com passagem.

— O mínimo né gata, que ele tinha que fazer depois do baita perdido que ele lhe deu — paro de discutir com ela, pois vamos acabar brigando se ela continuar metendo o Heitor nessa conversa.

— Tudo bem Lua, você faz o que você quiser da sua vida, mil perdões por me preocupar com você.

Entrei e fui direto para sala da diretora do posto, e Kátia era uma mulher de cabelos brancos, ela era a chefe ali e com toda certeza uma das mulheres mais fortes que eu já conheci, a bicha é linha dura, mas trabalha bem e cobra para que o atendimento no nosso posto seja o melor da cidade, talvez por ser o posto integrado a prefeitura ela seja mais observada que os outros, ou só por zelo e profissionalismo, o que importa é que Kátia é uma das melhores chefes que ja tive e para minha sorte ela simpatiza comigo, pois assim como eu ela começou como enfermeira antes de entrar para o administrativo.

— Caio querido entra e fecha a porta — ela fala encerrando uma ligação.

— Oi Katia, recebi seu recado.

— Olha você vai ficar muito feliz com o que eu tenho para te dizer — começo a ficar nervoso — Soraia é minha amiga e responsável pelas enfermeiras do SAMU — SAMU é um ponto de atendimento de urgencia e emergencia na cidade, funciona tipo uma UPA basicamente — e ela falou que está precisando de uma pessoa para ajudar no turno da noite e eu indiquei você.

— Tá falando sério? — Uma onda de felicidade começa e me toma por inteiro.

— Sim, você é como eu Caio nasceu para está na lida, não quero que sua experiência seja só aqui nesse marasmo, lá você vai fazer o que lhe mandarem, Soraia é ótima se você trabalhar lá do jeito que eu sei que você trabalha ela coloca você no HEDA rapidinho — o maior hospital público da região, um campo excelente para quem está querendo adquirir experiência.

— Nossa e como vai ficar meus horários aqui?

— Ai que tá, vamos precisar fazer uma gambiarra e você vai trabalhar bastante, mas vai valer a pena, você ficar um dia aqui e uma noite lá começando amanhã, hoje você faz seu trabalho aqui, amanhã você entra a noite lá, e depois de amanhã volta para cá,ou seja alguns dias da semana você vai pegar um plantão a noite e amanhecer aqui no posto, mas pelo menos vai ter umas noites em casa, eu sei que esses horários vão ficar puxados para você, mas para gente é assim mesmo, já vai se acostumando, eu passava era de semana sem pisar em casa, só pulando de um plantão para outro.

— Eu aceito, não tem problema, estou preparado para essa rotina louca de trabalho, não acredito, você não vai se arrepender de me dar essa chance Kátia.

— Você fez por merecer Caio, tenho certeza de que você vai aprender muito com essa oportunidade.

Queria correr e contar para Lua, mas não estávamos nos falando naquele momento então guardei para mim para quando fizermos as pazes, depois disso vou para sala de vacinação para cumprir meu horário, só que hoje estou ainda mais radiante com a novidade, na hora do almoço todo mundo do posto já está sabendo inclusive Lua que vem correndo para almoçar comigo e fofocar sobre essa oportunidade que recebi.

— Eita e você vai ganhar a mais?

— Não falei com ela sobre isso, mas ela me falou que é tipo uma gambiarra então provavelmente não, mas nem ligo para isso sério eu queria tanto ir para lá, e essa é minha chance de conseguir transferência para o HEDA, a Soraia é a manda chuva das enfermeiras, ela conhece todo mundo, dizem que ela é amiga até do ministro da saúde, eu caindo nas graças dela vou ter as costas quentes para ir para qualquer lugar quando a residência acabar.

— Ai amigo, estou feliz por você, só vai ser meio triste não ter você aqui todo dia.

— A gente mora junto, esqueceu e ainda vou ter horas aqui, por causa da residência não posso simplesmente sair do posto.

Assim mais uma vez nossa briga que começou do nado foi acabou da mesma forma, do nada, voltamos do almoço e finalizei meu expediente, estou morto, porém feliz e animado em saber que amanhã irei começar no SAMU, não sei exatamente o que vou fazer por lá, mas sei que vai ser foda, estou sentindo que esse trabalho vai mudar minha vida, estou que nem pinto no lixo de tão animado, depois de sair do trabalho vou para arrumadinho que eu gosto perto de casa para jantar, Lua me acompanha, ela já está de boas com o namorado, ele comprou um presente para ela e está fazendom misteiro.

— Quero só ver que merda que ele aprontou agora.

— Como assim amiga? — Pergunto confuso.

— Ai Caio ele me comprou um presente do nada, alguma coisa tem — ela fala com uma convicção que se eu não a conhecesse era arriscado até concordar com ela.

— Para de ser doida, tu ainda vai acabar perdendo ele por essas suas loucuras — falei — se você disse que não quer mandar ele direto para ex então não vai armada não, vai ver ele só quer ficar de boas com você.

— Talvez você tenha razão, mas eu vou saber mesmo mais tarde quando ele for me buscar.

— Você é louca amiga, deus é mais, prometa viu.

— Ai não vem com teus memes pro meu lado não que eu sou fora do meio, não entendo — ela fala me zuando pois essa amapoa é mais viado do que eu.

Depois do jantar e da Lua ir para o namorado dela me arrumo e vou para o Nasc para jogar uma sinuca e quem sabe encontrar com o Bento por lá, compro uma cerveja pois posso beber já que não vou trabalhar pela manhã e compro três fichas, tem um pessoal jogando na sinuca, aproveito para entrar no jogo deles e contribuir com minhas fichas, jogo pra ganhar e embora um deles seja realmente bom eu ainda sim consigo vencer tendo perdido apenas uma partida, sai satisfeito por ter vencido na sinuca, porém meio triste de não ter encontrado com Bento, eu tenho seu telefone, mas não queria mandar mensagem, já que ele não tinha mandado fiquei achando que seria melhor encontrar com ele de forma aleatória, mas pelo jeito nossos destino não estava mais em sintonia.

Vou para casa tomo um banho e caiu na cama sem nem me demorar a dormir, simplesmente apago, na manhã seguindo organizo tudo, aproveito o tempo para arrumar meu quarto e passar minha roupa, a hora parece não passar por causa de minha ansiedade imagino, fico pensando em como vai ser o trabalho, na hora marcada em que devo entrar pego um uber para chegar na hora certinha, eu devo entrar às cinco da tarde e sair às cinco da manhã, bem puxado, mas estou com todo gás para o trabalho, assim que chego me apresento na recepção e uma moça simpática do serviços gerais me leva até a sala da Soraia.

— Oi Caio, chegou no horário gostei, Kátia me falou muito bem de você.

— Obrigado, estou aqui para aprender e contribuir da forma que for possível — falei mostrando todo o meu entusiasmo.

— Ótimo — ela me passa os detalhes do trabalho e me fala que não vou ter um trabalho certo, a ideia é que ele me maneje de acordo com a precisão do plantão, por isso Kátia me indicou pois sou muito versátil no meu trabalho — hoje você vai ficar na triagem tá certo, Hanna doutor Cardoso já chegou? — Ela pergunta à recepcionista.

— Chegou sim ele está no consultório três, por que o ar condicionado do um ta com aquele defeito de novo.

— Tá certo vou chamar o tecnico de novo e dessa vez eu pego ele, não é possível que esse ar de tanto defeito, gente esse é o Caio ele vai ficar uns dias com a gente, vão ajudando ele no que for preciso, hoje ele vai ficar na triagem, Hanna passa para ele as orientações por favor, seja bem vindo a equipe Caio qualquer coisa estou na minha sala — ela se afasta.

Já conheço o procedimento de triagem pois já fiz no posto, ela me mostra só mesmo onde estão cada coisa e com isso assumo meu posto, ela me passa as orientações finais e me diz que devo encaminhar os pacientes para o consultório três do doutor Cardoso e assim eu faço, a medida que os pacientes vão entrando vou fazendo esse processo, lá pela madrugada quando o movimento melhora, Hanna me diz que posso dormir que se chegar alguém ela me avisa, o trabalho é intenso lás, então um cochilo ajuda bastante, assim meu primeiro dia se encerra com tudo certo, saio do trabalho só que dessa vez como meu dinheiro acabou me dirijo até o ponto de ônibus onde pego uma condução até em casa, o posto abre às sete, são cinco então tenho uma hora e meia pra banhar e dormir um pouco mais na minha cama e é isso que eu faço.

Acordo com um cheiro bom de café, abençoada seja Lua que preparou meu café da manhã, ela me enche de perguntas sobre meu primeiro dia no SAMU e lhe conto tudo como foi e algumas histórias engraçadas dos paciente que atendi no meu primeiro dia, aproveitei para falar com Heitor, desde que ele foi para esse treinamento temos falado pouco, hoje é o dia que ele vai para casa então lhe mando uma mensagem desejando uma boa viagem e ele me responde querendo saber do trabalho novo também, ele ficou super feliz por mim, até me senti um pouco culpado por ter beijado outro cara, mas não significou nada então vida que segue.

Heitor me manda uma mensagem falando que vai me compensar vindo me ver no fim de semana, estou ainda mais feliz agora que sei que vou vê-lo, estou morrendo de saudades dele, com meu trabalho novo porém vai ficar um pouco mais complicado para gente, não vamos poder viajar para Barra Grande que é uma praia que ele ama ir quando vem, mais ai qualquer coisa a gente fica pela praia do Coqueiro mesmo e vai dar certo.

Trabalhei na base do café, mesmo cansado dei meu melhor, mas em compensação sai destruído do trabalho, tanto que aproveitei a carona do namorado da Lua, ela passou em casa só para pegar umas roupas e deixar outras depois seguiu com ele para a casa dele, ela passa mais tempo lá do que em casa, por mim enquanto ela continuar pagando o aluguel está de boas, mas acho um gasto grande para ela, estou tão cansado que só preparar uma vitamina para ver se me dar um ânimo, deveria ir para a academia, mas estou destruído.

Acabei por decidir dormir cedo esta noite, pra variar sonhei que estava naquele carro apertado com Bento, senti sua dureza em mim, fiquei imaginando mil coisas que gostaria de fazer com ele, o sexo podia ser bom afinal, não que eu seja virgem, mas é que antes do Heitor só tive um parceiro que foi um amigo do tempo de colegio e não foi a melhor das experiencias e com o meu namorado não tinha muita breja para o improviso, Heitor é um cara muito tradicional, eu gosto muito dele, mas ele nunca me fez sentir o que Bento fez apenas com seus beijos e toques.

Acordei excitado e pensando em como poderia ter sido divertido seguir em frente com Bento naquele carro, porém acordado tudo que me restava era sonhar com isso, afinal eu amo meu namorado e jamais o trairia, o sexo com Heitor pode não ser dos melhores, mas sua companhia e seus carinhos suprem tal necessidade e fora que meu namorado mesmo longe me passa uma segurança de um relacionamento duradouro, lhe mando uma mensagem de bom dia e lhe pergunto se fez boa viagem, depois levanto e vou em busca de algo para almoçar já que acordei tarde, queria pedir algo pelo aplicativo, mas meu cartão já foi de arrasta e nem cheque especial tenho mais.

Depois de preparar um arroz com um frango resolvi que deveria ir para a academia, não posso me dar ao luxo de pagar e não ir, ainda mais porque eu treino em uma academia cara e conhecida da cidade, coloquei minhas roupas de treino e fui antes que a coragem que ja era pouco me deixasse, eu particularmente gosto da academia, o que eu não curto muito é ver pessoas teoricamente mais fracas do que eu levantando o dobro do pesso que eu levanto e olha que nem me considero muito competitivo, mas enfim estou eu sofrendo amargamente na maquina de tortura conhecida como cadeira adutora — aquela que você tem que fechar as pernas levantando o peso — quando o vejo entrando na academia, porra Bento com uma canção de malhar evidenciando seu volume deliciosos me desconcentra, uma camisa dryfit justa no seu peitoral lindo e sadio, os braços fortes, se eu tivesse uma vagina ela estaria inundada nesse momento, é inevitavel não imaginar a gente dentro do carro dele naquela mesma situação só que ele usando essa roupa de agora.

Pois é estava tudo indo bem até eu vê-lo me desconcentrar e deixar que a máquina abrisse de uma vez me deixando arreganhado como um frango de padaria, para piorar o barulho que o peso fez ao colidir com o outro foi ensurdecedor, não tinha como não atrair a atenção dele, minhas pernas abriram de um jeito que senti dor, nada grave, mas foi o suficiente para me atrapalhar na hora em que tentei sair do aparelho, fiquei tão envergonhado que me mandei de lá, Bento vinha falar comigo, mas quando me vindo indo para a saída apenas se virou e continuou seu caminho, melhor assim, só lá fora foi que me dei conta de que fugi de otário, não tem nada de mais em passar uma vergonha na academia né, só que voltar agora seria pior então fui para casa me recolher em minha vergonha.

A noite fui pro SAMU trabalhar, só que o lance na minha pélvis tinha sido um pouco mais sério do que tinha pensado, a dor não estava muito forte, entretanto foi o suficiente para me fazer andar um pouco estranho, nossa assim que cheguei Hanna notou e me perguntou se eu estava bem, falei que sim e ela apenas se compadeceu com minha história hilária e triste depois que expliquei o que tinha acontecido, essa noite fui designado novamente para a triagem aparentemente gostaram do que eu fiz da última vez.

— Caio você vai mandar eles para o consultório três, é o doutor Cardoso quem está atendendo lá hoje tá.

— Obrigado Hanna.

Hoje estava bem cheio estavam começando as festas juninas na cidade e nessas festas sempre dava bastante coisa, peguei uns casos interessantes e outros corriqueiros, o movimento foi intenso depois deu uma acalmada, mas a noite ainda prometia mais emoções, já que estava acontecendo um grande show ao vivo aberto ao público, o que não fosse levado para o HEDA cairia aqui com a gente, meu namorado mandou mensagem falando que precisava falar comigo, disse a ele que estou trabalhando, mas que ligaria para ele assim que possível, ainda durante a calmaria achei que andar um pouco iria ajudar então me arrastei até a recepção.

— O que aconteceu, Caio? — Agora era outra enfermeira quem queria saber, expliquei apenas que tinha sido um acidente na academia — Menino aproveita o doutor Cardoso e pede para ele dar uma olhada ele está sem paciente e ainda não foi dormir, vai lá.

— Não quero incomodar — falei todo sem jeito.

— Incomoda não Caio, ele sempre ajuda quando a gente precisa, doutor Cardoso é um anjo, se quiser posso falar com ele pra você, você quer? — Ela me perguntou, mas não poderia deixar que ela fizesse isso, eu mesmo é quem tinha que ir.

— Tudo bem pode deixar que eu vou lá falar com ele, mas até sei ele vai me receitar um relaxante muscular.

Vou até o consultório três e bato na porta antes de entrar, vou entrando e pedindo licença mas fico paralizado ao ver o Bento na sala e ele está de jaleco, fico parado na porta e ele parece igualmente surpreso ao me ver, até que falamos ao mesmo tempo “você trabalha aqui?”

— Ah sou enfermeiro temporário que veio para ajudar — falei.

— Ah, então é de você que as meninas da recepção não parem de falar, devia ter suspeitado.

— E o que você faz aqui? — Perguntei e me arrependi, porque é óbvio o que ele faz.

— Sou médico, trabalho aqui e no HEDA.

— Então você é o doutor Cardoso? — Falei ainda sem acreditar.

— Sim, meu pai também é médico, ele é famoso lá em Teresina, daí essa mania do pessoal de me chamar de Cardoso porque é assim que se referem a ele.

Não dava para acreditar que o Bento estava tão perto de mim e eu não tinha percebido, lhe lancei um sorriso e ele retribuiu entendendo a ironia dos fatos, ele pensava como eu estava em seus olhos, isso não era a única coisa neles, Bento me come com seus olhos, o desejo, a lascívia é tamanha que levei cinco segundos até conseguir dizer o que tinha ido fazer em seu consultório.

— Eu me machuquei, você poderia dar uma olhada, doutor — falei mais provocante do que pretendia.

— Claro, imaginei que tivesse acontecido, depois aquilo na academia.

— Por favor, Bento, se for falar daquilo eu vou sair correndo daqui que nem fiz na academia — falei rindo de mim mesmo.

— Por que você correu mesmo? — Ele quis saber.

— Bem sou um idiota as vezes, me senti tão envergonhado que não pensei.

— Com vergonha dos outros, não liga para isso — eu o interrompo.

— Não, fiquei com vergonha de você Bento — ele me encara por um momento e abre um sorriso matador, já deve ter levado muita gente pra cama com esse sorriso.

— Vem deixa eu ver esse quadril — ele fala mudando o assunto ao perceber que estou quase correndo de novo.

Bento é um ótimo medido, só pela forma que ele me examina percebo isso, ele é preciso e bem concentrado, o problema é seu maldito perfume se empreguinando dentro de mim, seu toque me calçando reações indevidas, ainda mais com a mão dele tão perto de minha intimidade, espero que ele não perceba que estou tremendo, depois de uma exame minuncioso ele dá seu diagnostico.

— Rapaz não quebrou nada, foi só uma pancada forte, deve melhorar pondo uma compressa e tomando uma relaxante muscular.

— Foi o que pensei, mas agora aqui não tenho como fazer isso — falei.

— Eu tenho um remédio aqui que você pode tomar, já vai aliviar bem a dor — ele pega em sua mala um remédio desse de amostra — toma um se não resolver me fala.

— Obrigado doutor — me despeço, mas ele segura minha mão me fazendo voltar de encontro com seu corpo, ele está usando uniforme médico, uma calça e camisa azul e o jaleco.

— Por que está de jaleco se já está usando uniforme? — Falei a centímetros de sua boca.

— Estou com frio, o ar condicionado daqui está torando enquanto do outro consultório ele nem liga.

— Entendi — falei me afastando um pouco dele — olha Bento você é um monumento, mas eu realmente namoro e isso não pode acontecer.

— O que a gente não pode ser amigo? — A malícia em seu olhar me desconcentra.

— Amigos sim, mas nada além disso.

— Por mim, somos só amigos.

— Só amigos — ele ainda segura minha mão, ficamos assim parados e de mãos dadas repetindo só amigos feito dois idiotas até que algo acontece e não sei por que exatamente avancei em sua direção e beijei sua boca quente e deliciosa mais uma vez.

O beijo do Bento é quente, suas mãos envolta do meu corpo me fazendo arrepiar, seu hálito de menta me faz viajar, seu perfume ativa meus pensamentos mais pervertidos, seu pau duro marcado naquele tecido fino, não consigo resistir e o toco pela primeira vez, ainda que por cima da calça e da cueca sentir seu volume em minha mão me faz arrepiar inteiro, é grosso e firme me faz salivar de tanto desejo que tenho de te-lo em minha boca e depois dentro de mim, minha mente viajar por todos os pensamentos que tenho.

Suas mãos apertando minha bunda, me puxando para mais perto dele, nossos corpos colados um no outro, sua boca em meu pescoço, minha mão está prestes a deslizar para dentro de sua roupa quando escutamos uma batida na porta, foi como levar um caldo, o empurro com toda a força que tenho e um desespero misturado com culpa me toma rapidamente, a enfermeira entra na sala ao mesmo tempo em que eu saio sem nem olhar para trás, entrei na sala da triagem e volto ao trabalho, mesmo com minha mente reproduzindo em loop o que acabou de rolar.

— Que merda você está fazendo Caio — falei comigo mesmo em voz alta.

Foram aparecendo alguns pacientes como era se prever, lá fora uma pequena garoa fora de época começou a cair deixando a sala em que estava muito fria, foi inevitável não pensar no Bento com frio naquela sala, então quando tenho um tempo vou até uma copa que temos para os enfermeiros, pego café quentinho e no ponto e levo para ele, claro que me resto não passou despercebido e Hanna da recepção ficou rindo sugestivamente para mim, bati na porta e ele permitiu minha entrada, estava livre olhando algo no computador.

— Começou a chover, trouxe café para te ajudar a ficar acordado e quem sabe te esquentar um pouco.

— Preocupado comigo é — ele fala abrindo um sorriso ainda maior.

— Cuidar dos outros é meu trabalho — respondi tímido.

— Tá certo, obrigado, e aí você está trabalhando aqui e no posto?

— Como você sabe — perguntei admirado, pois não tinha comentado sobre meus horários com ele.

— Soraia disse que você vai do plantão direto para lá, se quiser eu te levo tô de carro, quando a gente sair aqui passo lá e te deixo, nem vou precisar desviar do meu caminho.

— Ah, tá preocupado comigo? — Falei replicando o mesmo tom que ele usou comigo.

— Cuidar das pessoas é meu trabalho — ele falou e riu, uma risada genuína e muito gostosa de ouvir.

Trabalhei até meu horário acabar, devido os paciente chegando a prestação não consegui dormir, mas pelo menos o remedio que o Bento meu deu aliviou a dor no quadriu e deu para trabalhar de boas, o foda seria enfrentar um dia de trabalho no posto, mesmo assim não desanimei, quando sai larguei Bento estava me esperando na calçada, pensei em recusar sua carona, mas eu estou tão cansado que não tive coragem, fora que não tenho dinheiro para uber, então iria depender de uma condução para chegar em casa.

No carro estou tão cansado que nem me dou conta de que coloquei minha mão em sua coxa, o carro apertado também cria uma atmosfera de intimidade entre a gente, para minha surpresa maior Bento segurou minha mão entrelaçando na dele e seguiu dirigindo apenas com uma mão, quem olhasse a situação de fora pensaria que éramos um casal, ele me deixou em casa, na despedida ele me deu um beijo rápido e foi tão natural que não recuei, ao invés disso retribui seu gesto simples de despedida, sai do carro ainda meio atordoado com que estava rolando ali e ele permaneceu estacionado até me ver entrar em casa.

Tomei um banho, preparei uma compressa e descansei até a hora de sair para o posto, o que não foi muito tempo, mas esse cochilo foi o que me deu forças para aguentar um dia de trabalho no posto, ainda bem que eu fico na parte de vacina então quando deu uma acalmada mais ou menos pela hora do almoço tirei um cochilo gostoso na sala, passei o dia com Bento na cabeça e mau falei com Heitor, em partes por está me sentindo culpado por ter traído ele de novo, mas a notícia de ele estava vindo me ver no fim de semana me deu força para pôr um fim de uma vez nesse lance com Bento, ele me beijou e foi super carinhosos comigo e depois disso nenhuma mensagem, o que ele esperava que fosse acontecer, ou melhor o que ele imagina que eu seja para se comportar dessa maneira, eu preciso confronta-lo e por um basta em suas investidas.

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Comentários

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Por isso sou a favor de abrir o relacionamento quando existe distância. Não é que as pessoas vão com a intenção de trair, mas coisas acontecem e a carência é uma filha da puta na hora de resistir as tentações

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Acho que o Caio está com muita preocupação na cabeça e não tá enxergando as coisas direito...insistir nesse relacionamento aí é furada

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