Parte 9.
Laíse, visivelmente emocionada, meio tensa, contraída, saiu de cima da cama. Tentava disfarçar, mas vi que ela se segurava, buscando não chorar, mas duas lágrimas escorriam dos olhos e desciam pelas faces. Eu não sabia o que fazer e nem dizer, pois não esperava aquela reação dela.
Laíse foi para a casa de banhos e eu, de imediato, me levantei da cama e fui atrás. Mas, ela abriu o chuveiro, para tomar banho, e me fez um gesto de esperar, com o braço esticado para frente e a mão levantada. Parei na entrada do banheiro e ela fez sinal para que eu saísse dali. Eu não saí, e fiquei de longe olhando para ela que se virou para a parede e começou a se lavar. Pelas convulsões do corpo, notei que ela chorava debaixo do chuveiro, escondendo o choro. Ela se ensaboava, com uma certa intensidade nos gestos, como se estivesse com raiva, querendo se livrar de algo que a sujasse. Mas era apenas nervoso. E eu esperei, parado, silencioso, observando.
Poucos minutos depois, ela foi se acalmando, terminou de se banhar, se enxaguou e fechou o chuveiro. Agarrei na toalha e estendi a ela, que pegou e se embrulhou. Depois pediu:
— Por favor, traz a minha roupa, e me deixe um pouco sozinha.
Eu não discuti. Saí dali e fui para o quarto, peguei sua roupa e levei, pendurando no cabide da parede onde estivera a toalha. A seguir, deixei a casa de banhos e fui me sentar no quarto. Peguei o celular e vi finalmente as mensagens que a Socorro havia enviado.
Começava com uma foto dela nua no chuveiro, e com a legenda:
“Saudade do seu corpo junto do meu”.
A moreninha estava linda, molhada, os cabelos escorridos e o rosto sem maquiagem. Ela era linda ao natural. Imaginei a sensação da Laíse ao ver aquilo.
Logo em seguida, tinha três textos:
“Aqui nesta região, tem praias lindas. Estou encantada”
“A única coisa ruim é que sinto saudade”.
“Em breve estou de volta, me espere”.
A seguir ela mandava fotos em close do rosto, maquiada, fazendo biquinho de beijo. Outra foto em close do seio, com as duas mãos fazendo o formato de um coração, com o mamilo bem espetado e a legenda: “Você mora aqui dentro”.
E finalmente, uma foto que os amigos haviam tirado, quando eu e ela nos beijávamos, numa rua do centro da cidade.
Entendi finalmente a reação da Laíse. Tinha sito uma porrada de surpresa, num momento muito delicado. Resolvi não falar nada, e esperar a reação dela.
Laíse não demorou e quando saiu da casa de banhos já vestida, me viu ainda sem roupa, e disse:
— Vou para casa, você não precisa me levar.
Eu tentei argumentar:
— Laíse, espere. Agora sou eu que quero conversar, não tire conclusões...
— Guto, não precisa. Imagens falam por si. Não fez sexo por dinheiro, e muito menos brincando entre amigos. Ali houve envolvimento afetivo e emocional. Então, tudo bem, não precisa me explicar nada.
Ela pegou sua pequena bolsinha e eu me levantei dizendo:
— Então espere, quero falar com você, explicar melhor tudo.
Laíse parou, vendo eu me vestir. Ela disse:
— Guto, quero ir embora sozinha. Não quero que me acompanhe. Fiquei chateada e estou com raiva. Não temos mesmo muito mais o que nos falarmos. Obrigada pelo jantar, e pela agradável noite de sexo. Mas a bofetada ainda está doendo.
Ela se virou, abriu a porta e saiu. E eu fiquei ali, preocupado. Como já estava vestido, desci rapidamente, e paguei o hotel, saindo em seguida para ver se ainda via a Laíse no trajeto, mas não a vi. Segui apressado, até no prédio do apartamento do Maciel, mas não encontrei com ela pelo caminho. Fiz hora alguns minutos, e depois desisti. Mandei mensagem para ela pedindo que me dissesse se estava bem e em segurança. Mas ela recebeu e não respondeu.
Pouco depois, vi que ela havia bloqueado meu perfil no zap dela.
Meio chateado com minha própria estupidez, fui para o hostel, onde acabei deitando, sem conseguir dormir.
Logo que amanheceu, eu estava com fome e desci para tomar o café. Pouco depois o Maciel me mandou mensagem que estava esperando meu sinal para sairmos. Tratei de tomar um banho, me vestir melhor, peguei meu telefone, e segui ao encontro deles.
Mandei mensagem avisando que já estava indo. Eu estava meio desanimado, irritado comigo mesmo, e chateado com a situação.
Ao chegar, vi que o Maciel, Meiry e a Laíse estavam me esperando. Cumprimentei a todos, um por um, e a Laíse agia como se eu fosse um estranho. Fria e distante. Claro que o casal reparou que algo não estava bem. Entramos no carro, ela no banco de trás, atrás da Meiry e eu atrás do Maciel. Partimos imediatamente. Seguíamos em silêncio, e deduzi que Maciel e Meiry, não deviam saber do ocorrido, ou, se soubessem, acharam melhor não tocar na ferida.
No meio do caminho, Maciel me informou que conhecia somente um dos presentes que o convidou para aquele almoço, na intenção de apresentar aos outros empresários e diretores de empresas. A ideia desse amigo era abrir novos relacionamentos e futuros clientes para o Maciel. Disse que iria me apresentar como um colaborador de confiança. E talvez, eu também pudesse ter uma chance, conhecer novos empresários, caso tivesse interesse de trabalhar em outra empresa.
Quando ele disse isso, reparei que a Laíse me olhou intrigada, sinal de que o Maciel não havia contado meu interesse de sair da empresa quando tive o acerto com ele. A Meiry também me olhou com expressão curiosa. Eu agradeci e não entrei em detalhes.
Para aquela ocasião, a Laíse estava trajada de modo elegante, mas discreto. Usava uma saia jeans até pouco acima do joelho, uma blusa de crochê cor de areia, meio folgada e calçava sapatilhas azul escuro, baixas. Mesmo assim, com uma maquiagem leve, estava muito atraente. Eu usava uma calça jeans cinzenta, uma camiseta preta lisa, e por cima, uma camisa de jeans para fora das calças, aberta, com as mangas arregaçadas. Calçava sapatênis cinza escuro com meias pretas. Estava esportivo, mas bem vestido.
Foi uma viagem de umas três horas e quando chegamos, era num restaurante bem à beira mar, quase pé na areia. O lugar chama-se Playa Restaurante & Bar, situado na Marina Ria Center, na cidade de Olhão, no Algarve, com uma vista espetacular para a Ria Formosa. Fiquei encantado. O local era mesmo de sonho, e fomos sendo recebidos pelo Sousa, amigo do Maciel, que nos foi apresentando os demais. Quando chegamos, já estavam o amigo do Maciel, e mais três casais. Ficamos numa área externa, de espera, com mesinhas cobertas por guarda-sol, aguardando os demais convidados chegarem. Fomos logo servidos de vinho branco e pequenos canapés de torradas com creme cheese, apenas como aperitivo.
Na hora o Maciel apresentou a Laíse como sobrinha, e foi nítido o olhar de admiração dos demais, por sua beleza. Ela ficou sentada perto da Meiry e eu fiquei num outro extremo, como se não tivéssemos nada entre nós. Eu a observava discretamente, e vi que se comportava de forma educada, tentava parecer natural, mas seu semblante passava uma sensação de tristeza.
Dei uma espiada no cardápio, muito variado, onde era patente a comida da culinária espanhola. Opções de deliciosos tacos, guacamole, ceviches, burritos e tábuas de carne dos melhores cortes.
Em menos de cinco minutos, pontualmente na hora marcada das doze horas, chegaram mais três casais e mais dois homens maduros, acima dos 60 anos, solteiros. Um deles, brasileiro, amigo do outro senhor solteiro, me foi apresentado, e por termos a mesma nacionalidade, logo estabelecemos camaradagem. Ele era brincalhão, jovial e não aparentava a idade que tinha. Sempre sorridente, queimado de sol, disse que gostava de praticar surfe e Kitesurfe. Segundo contou, estava passando uns tempos ali na praia, naquela região, enquanto escrevia mais um roteiro por encomenda. Vi que ele olhou bastante para a Laíse, mas não dei nenhum sinal de que eu tivesse algo com ela.
Logo a seguir, fomos encaminhados para a área coberta, onde uma mesa grande, reservada, nos esperava. Devido à formalidade entre os convidados, e as relações mais próximas, eu fiquei numa extremidade da mesa, e ao meu lado esquerdo, ficou esse brasileiro, que se chama Leon. Depois, próximo, ficou outro casal, que falava português com sotaque forte de inglês. Na nossa frente um casal português, muito simpático, que falava bastante de culinária e o marido contou que gosta muito de cozinhar. Na extremidade oposta, do outro, lado, no lugar mais distante de onde eu estava, sentou-se a Laíse, a seguir a Meiry e depois o Maciel, tendo ao lado dele o Souza. E os outros convidados entre nós. O almoço foi delicioso, muito farto, e as pessoas sempre se mostrando muito simpáticas.
Foi nesse almoço que eu conheci o Leon, um escritor de romances e roteirista, com quem conversei muito, e nos entendemos de forma muito fácil. Ele é bem-humorado, também tem um sotaque carioca, arrastando os erres e chiando os esses, mas demonstrou conhecer muito da cultura mineira. Conversamos bastante. No decorrer da conversa, Leon foi me perguntando de onde eu era, o que fazia e fui contando um pouco. Ele explicou que por ser escritor, presta muita atenção nos detalhes e nas histórias das pessoas. E falou uma frase que me marcou: “Tudo o que passamos na vida, que parece corriqueiro e sem grandes destaques, no fundo, está carregado de emoções e dá excelentes histórias”.
Ao saber que eu era da área de T.I. contou que foi pioneiro na atividade de programação, ainda nos anos 60. Isso nos deu mais elementos para conversar sobre muitas coisas, quando contei que estava recém-chegado do Brasil, para trabalhar na programação, na empresa do Maciel. Nós nos entendemos muito facilmente. Ele perguntou se eu era casado ou solteiro, e eu disse que era casado, mas estava separado. Ele comentou que a coisa mais difícil que existe é administrar um casamento, e fazer com que dure muito tempo. Concordei e trocamos mais ideias.
No final do almoço, foi servida uma bebida muito saborosa, consumida fresca, com gelo, chamada “Amarguinha”. Soube que é um dos licores mais apreciados em Portugal, muito aromático, usado como digestivo, feito a partir de uma receita muito antiga, que utiliza amêndoas amargas. Gostei muito e senti que tinha encontrado uma bebida especial para momentos especiais.
Na hora de nos despedirmos, eu pedi o endereço do Leon, e ele escreveu no guardanapo de papel o seu e-mail, e o link de um site onde ele publica contos. Mas disse em voz baixa: “São contos eróticos. O site é só disso. Publico nesse site, por puro prazer”.
A volta para Lisboa, foi mais silenciosa do que a ida. Apenas o Maciel, no início, conversou um pouco comigo, sobre quem eram as pessoas que lá estiveram, que o Souza havia explicado. Na maior parte do tempo, viemos ouvindo música de um pen-drive do Maciel. E a seleção parecia que estava feita de encomenda para nós. Foram muitas mensagens que me tocaram fundo. Quando tocou a música “Volta” na voz da Gal Costa, a emoção foi enorme.
“Quantas noites não durmo”
“A rolar-me na cama”
“A sentir tantas coisas”
“Que a gente não pode explicar”
“Quando ama?”
“O calor das cobertas”
“Não me aquece direito”
“Não há nada no mundo”
“Que possa afastar”
“Esse frio do meu peito”
“Volta! Vem viver outra vez ao meu lado!”
“Não consigo dormir sem teu braço”
“Pois, meu corpo está acostumado”...
Eu olhei para a Laíse, e ela estava chorando, com o rosto virado para a janela, tentando esconder as lágrimas. Aquilo me deu um aperto no coração, mas eu respeitei.
Ao chegarmos de volta em Lisboa, eu estava arrasado. Me despedi formalmente dos amigos e da Laíse e fui para o hostel. Não era tarde, ainda havia sol. Eu estava cansado, mas sem sono. Peguei meu notebook, fui para a salinha de estar e liguei, conectando no wi-Fi. Me lembrei do link que o Leon havia me dado, e comecei a ler alguns dos seus contos. Fiquei admirado, muitas histórias excitantes, e não queria mais parar de ler. Quando vi era tarde e eu precisava dormir.
No dia seguinte eu fui trabalhar, mas estava bastante deprimido. Tive que atender uma convocação do Maciel e fui até à sala dele. Maciel fechou o “aquário” e me perguntou:
— Porra, que merda foi que tu fez que a Laíse está arrasada?
Eu não tinha por que esconder. Contei a ele o que havia acontecido. No final, eu disse:
— Eu pensava que seria uma noite de reconciliação, e deu ruim total.
— Eu vi a Laíse chegar muito chateada, deprimida. Não falou com ninguém e está assim, fechada, até hoje. No almoço ficou bem calada. Tentamos saber dela o que havia, mas ela não quis falar. – Maciel contou.
Eu aproveitei o momento de conversa privada e perguntei:
— Mas, ela me contou que transou com você e a Meiry. E você meteu a rola nela.
Maciel concordou, sem pestanejar, e explicou:
— Fazia tempo que eu e a Meiry não fazíamos nada. Logo que você saiu da casa, a Laíse foi dormir com a gente. Na segunda noite eu e a Meiry vimos que ela estava precisando de atenção. Começamos a transar e a Laíse ficou excitada. Nós a chamamos e ela aceitou participar. Mas não foi a primeira vez. No Rio de Janeiro, antes de namorar você, ela transou com a gente algumas vezes. A Meiry adora transar com a Laíse.
Não aguentei e falei:
— Ainda bem que eu saí de lá. Nessa casa é uma fudelança total. Todo mundo fode todo mundo. Cada vez eu fico sabendo mais coisas.
Maciel deu uma risada, e respondeu:
— Quem perde é tu mesmo. Otário. Somos todos liberais lá. Estamos juntos na mesma casa por isso mesmo. Podia estar bem com a Laíse, e ainda aproveitando das outras que estavam loucas para trepar com o mineirinho pica-doce e come quieto.
Fiquei calado, olhando para ele, quase não acreditando no que eu estava ouvindo. Falei:
— Porra, Maciel, até o Lazuli comeu a minha mulher. Deixou ela toda inchada com aquela anaconda. Que cara eu tenho de ficar ali, todo mundo comeu a minha mulher, eu estando fora?
— Não seja bobo Guto. Porra, que cabecinha de merda. Você não entendeu nada do que eu já lhe disse. A Laíse, busca sexo, compulsivamente, como compensação para a sua carência afetiva. Ela estava ótima com você, estava ajudando a fazer de você um liberal, que ia se dar bem com todos. E você entrou numa de ciumento, inseguro, e caiu fora. Deixou a coitada no vazio. Ela sofreu um baque, e nós demos atenção a ela, o que acaba sempre em sexo. Ela gosta muito, e é uma delícia de safada. Mas você foi fazer a cagada de arranjar outra putinha cheia das paixões, na primeira chance. Puta pica doce do caralho, e ainda deixou a Laíse ver a conversa. Agora eu entendi tudo. Ela ficou bem magoada. Deve ter doído demais. Sabe que não pode questionar, mas no fundo ela desmoronou. Sentiu na pele o que você pode ter sentido, antes.
Eu concordava com a cabeça, ouvindo ele falar. Realmente, a cagada foi grande, e eu estava sem saber como reagir. Perguntei:
— Maciel, o que você acha que eu posso fazer? Estou meio perdido nessa.
Maciel olhou para o relógio, viu que a conversa havia demorado mais do que esperava. Ele disse:
— Não sei. Vou pensar. Depois eu falo. Mas ela adora você. Dá um tempo, deixa ela assentar a mágoa, espera, e quando eu perceber uma melhora, eu lhe dou um toque. Mas segura a onda, e não vai ficar conquistando tudo que é gatinha que aparece.
— Porra Maciel, foi cagada. A Socorro apareceu por acaso, e se encantou, e eu estava precisando de elevar minha moral. Agora ela fica mandando mensagem e fotos. Como vou fazer? – Questionei, tentando justificar o ocorrido.
— Vai trabalhar Guto, e deixa a poeira baixar um pouco. Aguenta firme, não procure a Laíse. Acho que ela vai procurar você.
Agradeci, e saí da sala. Voltei para o cantinho onde eu estava trabalhando dentro do co-work, mas fora da empresa. E tive que me concentrar pois o projeto exigia muita atenção e planejamento. Não vi as horas passarem. No final do dia, voltei para o hostel, e na falta do que fazer, voltei a ler alguns contos eróticos. Foi quando me veio a ideia de escrever um e-mail para o Leon, e contar o que eu estava passando. Ele me respondeu na mesma noite, e trocamos algumas mensagens.
Aos poucos ele foi me ajudando a ter uma visão mais distanciada daquelas questões. Para mim, foi muito bom, porque ele com sua experiência, me ajudava a analisar melhor cada ponto. E graças a isso, eu fui me sentindo melhor, tinha com quem conversar sobre o meu problema, e recebia dicas valiosas.
Assim, passaram três dias. No quarto dia, quando eu cheguei no hostel, a Socorro está lá, de volta de seu périplo turístico. Achei que deveria ser o mais honesto e verdadeiro com ela, e a chamei para sair, dar uma volta, e conversar. Ela aceitou.
No trajeto, passeando pelas ruas, fui contando que era casado, estava separado mas adorava minha esposa, e tinha sido inconsequente em entrar no jogo de sedução com ela. Eu pensava que a Socorro ia ficar brava, me xingar de cafajeste e enganador. Mas, para minha surpresa, ela sorriu e falou:
— Azar da sua esposa, se deixou o bombom mineiro solto. Eu peguei. Não estou achando que temos que ficar juntos não. Eu gostei de você, e adorei nossos momentos de prazer. Toda vez que você quiser mais, eu quero, mas também não quero compromisso. Sou muito nova e adoro a vida. Tenho muito que viver. Você foi um que eu gostei de conhecer.
Fiquei bem mais aliviado, e confessei:
— Você é uma garota encantadora, que eu adoraria ter como namorada, se eu não fosse apaixonado pela minha esposa. Mas também adorei conhecer você, estar consigo.
Socorro perguntou:
— Você já reatou com ela? Está numa boa, ou ainda está sozinho?
— Estou sozinho, mas quero reatar. – Eu respondi.
Ela me abraçou no pescoço, e me falou no ouvido:
— Me chama para dormir com você? Amanhã eu vou embora. Volto para o Brasil. Nem sei quando poderei voltar. Não quer se despedir de um jeito que nos deixe saudade?
Juro que eu não esperava aquilo. Era a última coisa que eu poderia imaginar. Fiquei com cara de besta, olhando para ela, sem saber o que dizer. Socorro falou em tom baixo, e meio sussurrado:
— Olha só, eu não vou repetir. Aí fica forçado. Se você quer, eu quero. Vamos logo?
Na hora, me lembrei da Laíse falando: “...desde o dia seguinte, taquei o “foda-se”. Relaxei. Eu quero ser feliz, não quero mais viver em crise”.
Eu achei que estava na hora de eu também “tacar o foda-se”, e decidi. Peguei na mão da Socorro e partimos novamente para o hotelzinho.
Eu já estava ficando meio apertado de grana, mas na hora, achei que era a oportunidade de despedir daquela moreninha deliciosa, como ela desejava. A questão com a Laíse não ia melhorar nem piorar mais.
Continua na parte 10.
Conto de Leon Medrado, inspirado no relato original do Guto.
e-mail: leonmedrado@gmail.com
EXCLUSIVIDADE DA CASA DOS CONTOS ERÓTICOS. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. PROIBIDO COPIAR, REPRODUZIR E REPUBLICAR EM QUALQUER OUTRO SITE, PÁGINA OU BLOG.