Versos de um milionário

Um conto erótico de L. Amaral
Categoria: Gay
Contém 476 palavras
Data: 09/06/2024 12:29:02

Prólogo:

Eu vim de um vilarejo, por isso foi um pouco difícil me adaptar a minha nova vida na cidade. Se antes eu achava que me veria livre ao sair daquele fim de mundo, eu não estava totalmente certo. Eu sentia falta do ar, da natureza, da tranquilidade, da liberdade que eu achava que não tinha.

Morando na capital de um novo estado, o sonho de uma vida melhor pareceu uma mera ilusão. Trabalhava demais e o salário não era suficiente, é claro. Várias vezes pensei em voltar para a minha vila, para a minha toca no mato. Mas nem condições para isso eu tinha no momento.

Acordar, ir trabalhar, voltar para casa e no fim de semana fazer alguma coisa bacana, ou simplesmente nada. Essa não era a vida dos meus sonhos. Um CLT? Eu não queria mais isso. Por isso nunca parei de acreditar que um dia eu seria muito rico, um milionário. Bom, esse deve ser o sonho da maioria das pessoas pobres. Ter dinheiro para poder fazer o que quiser, para comprar uma passagem só de ida: de Pobreza para Riqueza. Mas como?

Promessas de ganhar dinheiro na internet invadiram as redes sociais. Cursinhos, ganhe X por dia, venda E-books, seja filiado em tal empresa, invista em rede de tráfego, ganhe em dólar... ''compre meu curso prático ", "eu te ensino a ganhar dinheiro '', "faça parte dos meus alunos que mudaram de vida"....

Fui iludido por algumas promessas de alguns. No fim, só passam de um bando de charlatões sanguessugas.

Foquei em juntar dinheiro. Um plano a longo prazo me pareceu a melhor solução para ter uma vida melhor, mais confortável e fácil. Abrir um comércio no meu vilarejo, talvez. Quando? Um dia. Eu sonhava com esse dia.

Eu passei por tanta coisa, por tantos problemas, que não acho que valha a pena lembrá-los ou escrevê-los aqui. O que passou, passou. Acredito que tudo acontece por algum propósito, não importam as circunstâncias, boas ou ruins. Acredito em evolução. E eu queria usufruir de tudo de bom que a vida tem a me oferecer.

Eu não queria só possuir coisas mas usufruir de todas elas. Ser livre para fazer o que bem entender. E foi isso que aconteceu, quando ganhei um prêmio de milhões na loteria.

Me perguntaram o que eu senti quando isso aconteceu.

— Calmaria — eu disse.

Um silêncio que neutralizou toda a minha mente. Olhei pela janela do meu quarto e observei o vento agitar as folhas da árvore na calçada, enquanto dois beija-flores corriam entre as flores rosas. Alguns veículos passaram na rua, e pessoas também. E eu só ouvia. Assistia o mundo, não vendo com as lentes da minha minha mente. Eu finalmente senti que agora eu fazia parte dele. Era meu também.

— O que vai fazer agora com tanto dinheiro?

Eu sorri e respondi:

— A porra que eu quiser.

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