FOGARÉU

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Homossexual
Contém 825 palavras
Data: 09/06/2024 21:37:15
Assuntos: Gay, Homossexual

Um evento “cabeça”. Música boa, assuntos de fazer pensar – começo de noite. Apesar da diferença de idade, gosto de estar com eles – jovens mais jovens e mais velhos que desafiam convencionalidades sociais e dizem e fazem e se fazem autênticos. O despojamento deles me contagia, também estou do jeito que gostaria de estar.

Depois de tudo, enquanto rola mais música, os salgadinhos, o refrigerante ou a cachacinha discreta e gostosa. Comida muita, o refri acabou antes e fui me reabastecer. Foi quando a vi. Desgrudou do celular ao me perceber procurando copo e veio me atender. Mulher trans ou travesti – a nomenclatura não importa. Não era um deslumbre de beleza e juventude. O rosto transitório entre o masculino que nasceu e o feminino que se sente, pequenos seios artificiais, a protuberância do pau decalcado na apertada calça jeans, a barriga à mostra pela curta blusa de tricô... devorei tudo com os olhos nos segundos seguintes.

Perguntou de que eu precisava e me sugeriu a famosa cachacinha. Aceitei. Roçamos nossos dedos ao me entregar a bebida, senti estremecer meu tesão. “Me acompanha?”, perguntei. Respondeu, rindo: “Já tomei duas doses!” “A terceira agora?”, insisti. “Por que não?” Brindamos e bebemos. De fato, deliciosa a bebida; ela também.

A branquinha agitou ainda mais meu interior já revolto e minimizou minha timidez. Apresentamo-nos, começamos a conversar. Descobri-lhe talentos, falei dos meus gostos artísticos. Eu sentia meu pau crescendo e desejava mais que tudo aquela mulher. Meus olhos passeavam discretamente (acho) pelas reentrâncias do seu corpo até encontrar os seus, que brilhavam ao falar sobre arte.

A chegada de mais pessoas em busca da cachacinha quase-secreta ensejou nossa saída, para deixar espaço aos chegantes e buscar nosso próprio espaço, mais discreto. Num recanto de salão, almofadas no chão eram puro e sensual convite. Lá sentamos e continuamos a conversar, agora mais próximos nossos corpos – eu sentia seu perfume e já estava tendo dificuldade em me conter. Um ou outro casal se distribuía pelo amplo ambiente.

Até que nos calamos. Como que faltou assunto. Estávamos frente a frente. Ela sorriu, meio sem jeito. Acariciei seu rosto e ela se aproximou. Nossos lábios se tocaram, nossas bocas se entreabriram, nossas línguas se encontraram, nossas mãos se viram, enfim, livres para vadiar no corpo um do outro, ainda que por sobre a roupa. Toquei-lhe os seios duros, senti sua mão em meu pau rígido. O mundo inteiro se subtraiu naquele instante e parecia não haver mais ninguém naquela sala.

Mas havia. Estávamos em público, afinal. Numa pausa do beijo, ela me sussurrou: “Vamos embora daqui?” Levantei-me, em resposta, e saímos agarrados – eu pouco me lixando se algum comentário ainda poderia suscitar entre as pessoas. Despedimo-nos brevemente de quem encontrávamos pelo caminho da saída. Alcançamos o carro e voamos para o motel mais próximo, que o fogo nos devorava igual coivara intensa e alta.

Então pude sentir toda a voracidade daquela mulher em chamas. Ao retirar sua blusa e os seios tremerem em minha frente, sob minhas mãos, minha boca, minha língua; ao descer – com alguma dificuldade – sua calça e ela fazer o mesmo com minhas roupas, estávamos os dois nus e agarrados, sentindo todo o fogaréu da paixão que nos consumia.

O pau rígido daquela mulher era algo de fenomenal. Voltado para cima parecia clamar por agasalho: envolvi-o com a boca e suguei como nunca aquela delícia, enquanto ela gemia obscenidades que me excitavam ainda mais. Quando ela se apossou do meu falo duríssimo e já babando, tive a sensação de todos os infernos e paraísos juntos em mim.

Jogamo-nos na cama e deitei sobre ela beijando-a com frenesi – que sua boca era algo de descomunalmente maravilhoso, incessante desejo de nela estar. Enquanto isso, minha rola encontrou seu cu lubrificado e foi se metendo caverna adentro, enquanto ela se remexia e gemia dentro de minha boca, seu pau imprensado entre nossas barrigas.

Ao começar a sentir o gozo se aproximando, fui me retirando delicadamente daquele buraquinho mágico – queria mais prazer –, subi um pouco mais no seu corpo e fui descendo sobre seu pau, que se encaixou imediatamente em mim e foi me penetrando lindamente. Como fodia bem aquela mulher! Como seu cacete me preenchia todos os espaços!

Até que, pressentindo também a explosão, ela se retirou, e como se houvéssemos combinado o que sequer havíamos cogitado, giramos e nos entregamos a um meia-nove incrível, em que podíamos sentir o gosto de nossos cus nos paus que os houvera visitado há pouco, e isso ainda mais nos excitava. Nossos dedos bolinavam mutuamente nossas fontes de prazer.

Mil bailados executados por nossas línguas, e em pouco tempo sentíamos o líquido prenunciador salgar nossas línguas e a sequência de jatos invadir nossas gargantas, aos borbotões, abafando nossos descontrolados gemidos.

Após engolirmos as últimas porções de nosso néctar, voltamos a girar e nos abraçamos e ficamos juntinhos, respiração ofegante, sentindo o pulsar rápido de quem acabara de gozar, e acariciando mansamente um ao outro.

Arte. Pura arte!

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Comentários

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Que delícia: Nada como uma TG feminina, magrinha e, pauzuda.

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Danado é TG, hein? Essa aí do conto nem é magrinha nem pauzuda, viu? Mas valeu pela leitura e comentário. Obrigado.

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