Meu pai costumava dizer que perdoar uma traição é a forma mais eficiente de ser traído uma segunda vez, não acreditando na capacidade dos humanos de mudar e melhorar. Mesmo sendo muito apaixonado por Taís, não achava que seria possível nossa relação sobreviver depois daquele feriado, até porque, o adultério dela tinha um agravante, de ter sido com uma das pessoas mais desprezíveis da face da terra. Eu não pretendia falar nada com ela durante a viagem, por medo que a galera descobrisse que eu havia sido chifrado, mas quando voltássemos para nossa cidade, eu pretendia terminar.
Quando fomos para cama naquele dia, Taís tentou cumprir a promessa que me fizera de tarde, mas eu estava exausto e irritado demais para uma relação sexual. Dei uma desculpa qualquer, virei de lado e dormi. Eu tenho o meu orgulho, não sou um bombeiro para ficar apagando o fogo iniciado por outros.
O dia seguinte amanheceu ensolarado, e por isso, fomos a praia. Eu fiquei monitorando as iterações entre Kayke e minha namorada, tentando empacar a relação dos dois. Depois que a gente terminasse, Taís seria livre para virar a cachorra dele se assim quisesse, mas naquele momento, o mínimo que ela tinha que fazer era respeitar minha presença ali.
Eles não conversaram muito naquele dia. Minha namorada ficou com as amigas tomando sol e Kayke preferiu jogar bola. O único momento mais tenso para mim foi quando acabou o futebol e todo mundo foi para o mar.
Curtir calmamente o ambiente paradisíaco que existia ali não era exatamente a praia de Kayke, logo aquela criança hiperativa estava chamando as pessoas para brincar de briga de galo. Minha namorada quis formar uma dupla comigo, mas eu não queria brincar daquilo. Kayke, sempre atento a uma chance, rapidamente atraiu minha namorada para perto e a colocou sobre seus ombros. Já estava furioso ao ver Taís sentada nos ombros de Kayke, mas ele se aproveitava e muito da situação. Sob o pretexto de buscar uma posição mais confortável, suas mãos frequentemente deslizavam pelas coxas e pelo bumbum da minha namorada.
Pior era que os dois formavam uma boa dupla no jogo, graças a combinação do atleticismo de Taís, e a vontade insana de ganhar em tudo que Kayke tinha. Eles acabaram venceram todos, até não restarem mais oponentes. Uma menina do grupo percebeu que só eu não tinha participado da brincadeira e se ofereceu para ser minha dupla. Eu não queria, mas a galera insistiu tanto que alguém precisava dar o fim na invencibilidade de Kayke, que acabei topando. Eu sou uma pessoa zero competitiva, nunca fui muito bom em esportes de uma forma geral não tinha dentro de mim aquela gana de vencer. Mas, aquele momento ali era diferente, mais do que ganhar, eu queria ver a cara do Kayke quando fosse derrotado por mim.
As meninas nos nossos ombros travavam uma batalha digna do confronto entre Deuses e Titãs. A minha parceira era mais alta que a Taís, e tomava a iniciativa na luta. Minha namorada usava todos os artifícios para não cair, até que um momento se desequilibrou, e só conseguiu ficar montada no seu amigo depois de cruzar suas pernas no pescoço dele. Eu já estava sentindo o gosto da vitória, mas, percebendo a sua situação crítica, Kayke decidiu que era hora dele entrar na guerra. Ele soltou a mão que agarrava a perna de Taís para me dar uma pegada de judô, e me derrubar com a perna.
Perdemos, e ainda por cima tive que assistir a comemoração exagerada dos ganhadores, se abraçando, com minha namorada entrelaçando as pernas na costas de Kayke, e os dois pulando dentro da água. Juro, era tão bizarro a situação que eu achei que eles fossem se beijar ali mesmo na frente de todo mundo. Aquilo me deixou tão puto, que não aguentei e reclamei que o golpe de Kayke havia sido injusto e exigi uma revanche. Eu agia como se tivesse cinco anos novamente, quase às lágrimas de tanta raiva por perder. “Relaxa, preguiça, é só uma brincadeira, não significa nada”, disse um amigo, tentando me acalmar. Ele estava certo, mas naquele momento, para mim, ganhar era tudo o que importava.
Passei o resto do dia com vergonha da forma que tinha agido. Fui caminhar pela praia sozinho, e esperei até o fim da tarde quando a gente voltou para casa. A diversão do período noturno foi virar shots de pinga, o que me ajudou a relaxar e esquecer do inferno que eu estava vivendo.
Já estávamos para lá de Bagdá quando a luz da casa caiu. Era bem estranho. No dia anterior, as chuvas fortes tinham causado uma queda de energia em toda a região, mas agora o dia estava sem uma nuvem, e o problema de energia parecia restrito apenas à nossa localidade. Mas, para mim tanto fazia, eu estava muito bêbado para bancar o Scooby-Doo e resolver aquele mistério.
“Esconde-esconde! Esconde-esconde! Esconde-esconde!”, Kayke surgiu cantando, convidando a galera para repetir a brincadeira da noite anterior. As reações foram mistas, algumas pessoas tinham se divertido com a brincadeira ontem e se juntaram ao grito dele, enquanto outras pareciam mais felizes em continuar esvaziando o bar da casa. Para meu desespero, os adoradores de Dionísio perderam a discussão, e novamente teríamos que brincar daquela brincadeira do demônio.
Eu estava decidido a não deixar Kayke a sós com minha namorada por nenhum segundo durante o jogo. Isso deu certo por algumas rodadas, até que tive o azar de ser escolhido para ser o pegador. Eu estava em apuros. Enquanto contava, eu espiei de canto de olho, e vi Kayke segurando a mão da minha namorada, levando-a como um gado para o abate.
Nem esperei completar a contagem até o 50 que era o combinado, e já saí caçando os dois. Não sei que diferença faria para mim pegar eles no flagra mais uma vez, mas vocês tem que perdoar por estar agindo de forma racional depois de virar quase meia garrafa de pinga e ser colocado naquela situação humilhante.
Encontrei eles no mesmo esconderijo da noite anterior. Na despensa da cozinha, Taís prensada contra a parede beijava apaixonadamente seu “amigo”. A mão de Kayke estava dentro da saída de praia da minha namorada.
Não podia deixar aquilo acontecer novamente. Eu me desesperei e saí esbaforido para outro cômodo da casa, tentando achar alguém e acabar com a minha vez de ser o pegador. Eu corria pela casa, com minha mente me torturando, pensando em todas as possibilidades do que eles podiam estar fazendo naquele exato momento. Depois de alguns minutos angustiantes, finalmente encontrei outra pessoa e consegui encerrar a rodada.
Na rodada seguinte, Kayke foi muito ligeiro. Pouco antes do pegador começar a contagem, ele já puxou Taís para perto dele, para os dois procurarem juntos um novo esconderijo. Eu não era o pegador dessa vez, mas estava novamente caçando os dois na escuridão daquela casa. Fui direto para cozinha, e eles não estavam lá. Puta que pariu. A casa era muito grande, e as pessoas questionariam se eu ficasse andando de um lado para o outro sem me esconder. Então, a beira de um ataque de pânico, fui para a área da piscina para tomar um ar.
Na piscina respirei fundo e contei até dez, tentando controlar minha respiração acelerada. Quando finalmente consegui me acalmar um pouco, comecei a ouvir gemidos vindo do banheiro da área externa. Aqueles dois filhos da puta tinham saído da casa, que era a área do jogo, para fazerem a putaria deles sem serem incomodados.
Assistir os dois era uma merda, mas ficar imaginando o que os dois estavam fazendo era enlouquecedor. Eu precisava saber. Então arriscando tudo, peguei uma cadeira, escalei o muro da casa, para espiar os dois por uma janela alta que tinha no banheiro. Mesmo assim, era complexo entender o que acontecia lá, graças a escuridão.
Demorou um tempo para identificar o que acontecia, mas claramente os gemidos que eu escutava eram do Kayke. Os dois estavam de pé se beijando no banheirinho, enquanto minha namorada masturbava o “amigo”.
“Isso continua, tá gostoso demais putinha… fala para mim já tinha pego num pau tão grande?”
Taís soltou um risinho envergonhado com a pergunta, mas deve ter achado que era apenas retórica, já que não respondeu. O único som que dava para ouvir era o da mão dela indo para cima baixo, aumentando a velocidade da punheta naquele filha da puta. Mas é óbvio que o idiota do Kayke não iria deixar aquilo como estava. Ele tinha necessidade de ser o melhor em tudo.
“O que se acha? Muito maior que o do preguiça?”
De novo, minha namorada não respondeu. Ele foi beijando o pescoço dela, seduzindo-a e tentando convencer que haveria uma recompensa caso ela cooperasse. “Vai Tata, me compara com seu namorado.”, Kayke disse bem perto do ouvido dela. Ela parou o que estava fazendo, e ficou segurando o membro dele com a mão, talvez filosofando sobre a pergunta que fora feita.
“Como você é besta, menino, para com isso.”, Taís disse, e deu uma pausa para rir. “Óbvio que é maior, esse monstro na minha mão é um absurdo.”
O corpo inteiro de Taís agora iam para trás e para frente, já que ela masturbava Kayke com toda a intensidade que possuía. Eu pensava nos anos de terapia que teria que fazer para esquecer que havia ouvido aquela frase, enquanto Kayke gritava, gozando com a mãozinha da minha namorada.
O barulho foi tanto que as pessoas de dentro da casa, vieram em direção da piscina para checar o que estava acontecendo. Desesperado, eu não podia deixar que o grupo descobrisse aquele casal, correndo um sério risco à minha reputação. Então pensando rápido, comecei gritar, fingindo que estava procurando minha namorada. Ela saiu correndo do banheiro, deixando Kayke sozinho. Me deu um beijo e explicou que tinha vindo lá para ter privacidade para fazer xixi. Quando o grupo chegou, e perguntou sobre o grito, eu convenci todo mundo que havia sido no vizinho, acobertando os adúlteros.
Depois de um tempo Kayke saiu do banheiro. Sem ele perceber, eu o seguindo, curioso para ver se ele falaria algo com a minha namorada. Ele foi direto para o porão da casa, mexeu na caixa de força, e magicamente a luz voltou. Assisti chocado a tudo aquilo, sabendo que havia sido derrotado duas vezes pela mesma pessoa naquele dia.
<Continua>
Se tiver gostando, o próximo capítulo já está no meu blog www.ouroerotico.com.br