Prazer além das cortinas (8)

Um conto erótico de Jotha Elle
Categoria: Heterossexual
Contém 2259 palavras
Data: 18/06/2024 12:03:21

Depois daquela noite de revelações e fortes emoções das confissões de Ana, Regina e Ana dormiram de conchinha até o amanhecer. A brisa matinal entrava pela janela entreaberta, trazendo consigo o som distante dos pássaros que anunciavam um novo dia. Ainda deitadas na cama de Ana, elas acordaram lentamente, os corpos ainda entrelaçados, sentindo o calor uma da outra.

Ana foi a primeira a abrir os olhos. Observou Regina, ainda adormecida, os cabelos espalhados pelo travesseiro, o rosto sereno, como se estivesse em paz depois da tempestade emocional da noite anterior. Sentiu um aperto no peito ao lembrar-se das confissões que fizera, revelações que não estavam planejadas, mas que pareciam necessárias naquele momento.

Regina despertou em seguida, encontrando o olhar de Ana. Por um instante, as palavras não foram necessárias.

"Bom dia," murmurou Regina, com um sorriso tímido.

"Bom dia," respondeu Ana, retribuindo o sorriso, mas logo desviando o olhar, com um traço de preocupação visível em seu rosto. "Regina, eu... eu queria te pedir desculpas."

Regina franziu a testa levemente, confusa. "Desculpas? Pelo quê?"

Ana respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. "Pelas revelações de ontem à noite. Eu sei que estraguei nossos planos, o desejo de viver uma noite de louco amor que tanto sonhamos. Meu marido está viajando, e esta era a nossa chance, mas eu não consegui guardar tudo para mim."

Regina estendeu a mão e segurou a de Ana, apertando-a gentilmente. "Não precisa se desculpar, Ana. Eu entendo. Às vezes, precisamos liberar o que está dentro de nós para realmente seguirmos em frente. O que você me disse era importante, e eu estou aqui para você, não só para os momentos de paixão, mas para todos os momentos."

Ana e Regina ficaram em silêncio por um momento, absorvendo o conforto da presença uma da outra. Então, Regina quebrou o silêncio, sua voz suave mas carregada de uma emoção contida.

"Ana, eu também tenho meus segredos," começou Regina, seus olhos encontrando os de Ana. "E acho que é justo compartilhar um pouco do que tenho guardado."

Ana ficou em silêncio, incentivando-a a continuar.

"Depois da minha separação," continuou Regina, "foi difícil lidar com a solidão. Eu não queria ficar sozinha em casa, afundada em meus próprios pensamentos e na tristeza. Então, comecei a sair pela noite paulistana. Eu vagava pelos bares da Vila Madalena, buscando alguma distração, algum tipo de escape."

Ana ouviu atentamente, segurando a mão de Regina com força, mostrando seu apoio incondicional.

"Eu bebia alguns drinks," prosseguiu Regina, um sorriso melancólico cruzando seu rosto. "E então, algo dentro de mim mudava. Distribuía beijos para rapazes em bares, desconhecidos que eu nunca mais veria. Era uma forma de sentir algo, qualquer coisa, para não sucumbir ao vazio da solidão."

Ana olhou para Regina com compreensão. "Você estava buscando conexão, mesmo que fosse momentânea," disse ela suavemente. "Eu entendo isso."

Ana na verdade se sentiu desconfortável com o relato da amiga. Estava sentindo uma ponta de ciúme, mas manteve a pose, querendo saber mais.

Regina prosseguiu, mas não contou que algumas de suas saídas terminaram em sexo. Numa das vezes, transou com um cara no carro dele e depois nunca mais se viram.

Ana ficou chocada quando Regina confessou um estranho hábito.

"Regina, você está me dizendo que você fica nua na janela e observa os homens que passam?" Ana perguntou, sua voz misturando incredulidade e curiosidade.

Regina assentiu com um sorriso travesso nos lábios. "Sim, é verdade. Parece loucura, eu sei, mas é como se eu pudesse escapar da minha própria vida por alguns momentos e entrar em um mundo de fantasias."

Ana balançou a cabeça, tentando entender. "Mas e se alguém te ver?"

Regina deu de ombros, parecendo despreocupada. "Eu faço isso a noite, com pouca luz no ambiente e me envolvo parcialmente nas cortinas. Além disso, a emoção de ser vista aumenta a adrenalina, é excitante."

Ana nunca teria imaginado que sua amiga aparentemente convencional teria um segredo tão ousado. Mas ao mesmo tempo, ela sentia uma pontada de inveja da coragem de Regina.

“Às vezes, imaginava o que eu faria se um desses homens realmente me visse lá”, continuou Regiana

“O que você faria? Indagou Ana com crescente curiosidade.

“Bem... bem, deixo sua imaginação preencher os detalhes," disse Regina rindo.

Fala sério amiga, você já foi pega alguma vez?" Ana perguntou, agora com um misto de curiosidade e excitação.

Regina hesitou por alguns instantes, na sua mente veio a lembrança daquela noite de loucura, quando ela fez sexo com um estranho no seu antigo apartamento.

“Sim, sim, sim,” disse Regina, movendo a cabeça, inclinada para trás, de um lado para outro. De olhos fechados seu semblante transparecia o prazer daquela lembrança, que estava prestes a revelar.

Ana ficou ainda mais intrigada com a revelação de Regina. Ela inclinou-se para frente, ansiosa para ouvir mais detalhes. "Alguém te viu? Conte-me tudo!"

Regina sorriu, relembrando a situação. “Eu estava lá, aproveitando meu momento na janela, naquela noite estava com muito tesão. Estava me tocando. Meu antigo apartamento era no térreo e a minha janela era praticamente na calçada.

Um pouco antes de eu gozar, olhei para a rua e não tinha ninguém naquele momento. Gozei gostoso!” Contou com cara de satisfação.

“De repente, continuou, percebi um homem parado, na frente da minha janela, olhando fixamente para mim."

"O que você fez?" Ana perguntou, fascinada.

"No começo, eu fiquei paralisada de susto, imaginando se ele realmente estava olhando para mim ou se era apenas coincidência", Regina explicou. "Mas então ele sorriu timidamente para mim, e eu soube que ele me tinha visto."

"Como você reagiu?" Ana perguntou, mal podendo esperar para ouvir o desenrolar da história.

Regina riu. "Eu poderia ter ficado envergonhada ou assustada, mas na verdade me senti excitada. A ideia de ser observada por um estranho era tão excitante. Então, em vez de me esconder, eu apenas acenei de volta para ele, e me aproximei ainda mais da janela. Cobri metade do meu corpo com a cortina e a outra metade ficou tão perto dele que poderia ter tocado se quisesse"

Ana sorriu, imaginando a cena. "Isso foi tão ousado, Regina. Eu nunca teria coragem de fazer algo assim. Mas me conte o que aconteceu depois disso?"

“Senti um impulso repentino de convidar o homem a entrar no seu apartamento. Era uma mistura de curiosidade, nervosismo e uma dose de excitação pelo inesperado. Olhei pela janela mais uma vez, ele ainda estava lá. O seu semblante era uma mistura de excitação e incredulidade,” contou Regina.

Ana insistiu: me conta, o que aconteceu?

“Dei pra ele!” disse Regina, com semblante sereno e parecendo não temer o julgamento da amiga. “Peguei as chaves do meu apartamento, e estiquei meu braço pelas grades da janela, e convidei o estranho para entrar. Ele pareceu surpreso por um momento, mas pegou a chave da minha mão e entrou no meu apartamento.”

Ana ouvia tudo com os olhos arregalados, surpresa com a audácia de sua amiga. Ela não conseguia acreditar no que Regina contava, mas ao mesmo tempo, sentia-se envolvida e excitada com as confidências.

“Vai amiga, então, não para vai” disse Ana, misturando perplexidade e excitação nas suas palavras.

“ Quando ele entrou e fechou a porta eu já estava de quatro no chão da sala. Ele me invadiu com sua rola grossa, sem pedir licença, foi uma sensação indescritível” contou Regina em êxtase.

Ana, com as mãos justapostas sobre seu rosto, em silêncio, tentava digerir aquela história surreal.

“Depois dessa é melhor ir tomar café,” disse Ana, levantando-se da cama e indo em direção a cozinha.

Ana saiu rapidamente do quarto, tentando esconder o tumulto de emoções que se agitava dentro dela. Sentia uma mistura de excitação e ciúmes. Enquanto preparava o café, seus pensamentos corriam soltos, refletindo sobre o que Regina acabara de contar. Ela sempre soube que havia algo magnético em Regina, algo que atraía as pessoas, mas ouvir sobre as aventuras ousadas de sua amiga a fez perceber que seus sentimentos iam além da amizade.

Ela despejou a água quente sobre o pó de café, observando o vapor subir e se misturar ao aroma reconfortante. "Será que Regina tem alguma ideia de como me sinto?" Ana se perguntou, mordendo o lábio inferior. "Será que ela sabe que suas histórias me deixam com o coração acelerado de uma maneira que eu nunca tinha admitido antes?"

Ana tentou focar na tarefa à sua frente, mas sua mente continuava a voltar para Regina e o estranho que ela convidara para entrar no seu apartamento. A excitação da história a afetava mais do que gostaria de admitir. Sentia-se dividida entre a inveja do homem desconhecido e a admiração pela coragem de Regina.

Quando o café ficou pronto, Ana pegou duas xícaras e voltou para o quarto. Regina ainda estava sentada na cama, com um brilho nos olhos, ainda mergulhada na memória de sua aventura. Ana se forçou a sorrir enquanto entregava uma das xícaras à amiga.

Regina olhou para Ana com preocupação, tentando captar qualquer sinal de desconforto. "Ana, você está magoada com o que eu contei?"

Ana forçou um sorriso, tentando esconder os sentimentos contraditórios que a história de Regina havia despertado. "Não Regina, porque magoada? Foi só um pouco surpreendente,” disse sorrindo.

Regina parecia aliviada, mas ainda havia uma sombra de dúvida em seu olhar. Ana, percebendo que precisava mudar de assunto, aproveitou a oportunidade. "Você pode me ajudar a arrumar as coisas do jantar de ontem à noite?"

"Claro, vou te ajudar," respondeu Regina, pronta para seguir Ana até a cozinha.

As duas começaram a recolher os pratos e arrumar a mesa, e Ana tentou se concentrar na tarefa, afastando os pensamentos sobre a história de Regina. O interfone tocou de repente, quebrando o silêncio. Ana olhou para Regina com um olhar de surpresa e lembrou-se de algo importante. "Ah, deve ser meu filho! Eu esqueci completamente que ele ia passar para deixar meu neto comigo hoje."

Regina e Ana correram para o quarto para se vestirem adequadamente para receberem visitas.

Ana foi até a porta e a abriu, revelando seu filho, Marcos, segurando seu neto. "Oi, mãe. Espero que não seja um mau momento."

Ana balançou a cabeça, sorrindo. "Claro que não, querido. Estava só terminando de arrumar a cozinha com a Regina. Entre, vamos passar um tempo juntos."

Quando Marcos entrou, ele olhou para Regina com curiosidade. "Oi, mãe. Quem é sua amiga?"

Ana sorriu, ainda segurando o neto. "Essa é a Regina, mudou-se para o prédio recentemente. Regina, este é meu filho, Marcos."

Regina e Marcos se aproximaram para se cumprimentar. Quando seus rostos se tocaram no beijo no rosto, Regina sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Eles se afastaram ligeiramente, mas seus olhares se prenderam por um momento, um silêncio carregado de eletricidade entre eles.

"Prazer em conhecê-la, Regina," disse Marcos, um sorriso surgindo em seus lábios enquanto mantinha os olhos fixos nos dela.

"O prazer é meu," respondeu Regina, tentando disfarçar o impacto daquele breve toque. "Sua mãe fala muito bem de você."

Enquanto arrepios ainda percorriam seu corpo, Regina reviveu, na sua mente, a história da infidelidade de Ana. Pensou: “este é o filho do eletricista ou do marido dela?”

Enquanto Ana se distraía com o neto, balançando-o e falando carinhosamente com ele, Regina e Marcos começaram a conversar.

"Então, Regina, como você e minha mãe se conheceram?" Marcos perguntou, ainda observando-a com atenção.

"Foi num acidente de trânsito, nossos carrinhos se colidiram no corredor do supermercado," respondeu rindo Regina, tentando manter a conversa casual apesar da tensão que sentia. "Desde então, nos tornamos amigas muito próximas."

Marcos riu, impressionado. "É ótimo saber que minha mãe tem uma boa amiga aqui no prédio. E o que você faz da vida?"

"Sou gerente numa rede de lojas de calçados," disse Regina, sentindo-se um pouco mais à vontade. E você, Marcos?"

"Sou engenheiro civil," ele respondeu, seus olhos ainda fixos nos dela. "Trabalho com projetos de infraestrutura. É desafiador, mas gratificante."

Marcos fora casado, mas havia se separado há pouco mais de um ano. Do relacionamento nasceu Enzo, que estava prestes a completar três anos

“Uma belezinha seu filho,” disse Regina. “Sábado será o aniversário dele", informou Marcos com entusiasmo. “A festa será aqui no salão de festas do prédio, dona Ana descolou o espaço prá nós”, completou.

“E o meu pai você já conhece?” Indagou Marcos. “Ainda não tive o prazer de conhecer” respondeu serenamente Regina, enquanto percorria com os olhos o corpo de Marcos.

“O seu Zé é uma figura” disse Marcos. “Domingo você estará por aqui Regina?” ele perguntou. “Provavelmente”, respondeu ela. “Ótimo então, está convidada para a festa do Enzo, aí você conhece o restante da família,” disse com entusiasmo Marcos.

Enquanto conversavam, Ana observava de relance, apreciando a interação entre sua amiga e seu filho, mas também sentindo uma leve pontada de ciúmes. Finalmente, ela decidiu intervir, chamando-os para a cozinha. "Precisamos terminar a tarefa aqui dona Regina,” disse Ana com uma risada tímida para disfarçar. “Marcos segure o Enzo enquanto terminamos aqui,” determinou ela.

Regina e Marcos se levantaram, ambos um pouco relutantes em deixar a conversa, mas seguiram Ana para a cozinha. A tensão e a excitação da interação ainda pairavam no ar, prometendo que aquele encontro era apenas o começo de algo inesperado.

……..

Continua

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Título: Prazer além das cortinas

Título: Prazer além das cortinas (2)

Título: Prazer além das cortinas (3)

Título: Prazer além das cortinas (4)

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Título: Prazer além das cortinas (6)

Título: Prazer além das cortinas (7)

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