O que será - Preciso dizer que te amo

Um conto erótico de João Fayol
Categoria: Homossexual
Contém 3143 palavras
Data: 29/07/2024 01:11:49

Aquela noite coroou o meu retorno à vida do Caetano. Dali para frente eu seria o seu suporte, como sempre fui, para as situações difíceis que surgiam ao longo do caminho. Não havia qualquer demérito em assumir essa posição. Era amor, e quando amamos, nos fazemos presentes na vida das pessoas a quem dizemos destinar esse afeto.

Não havia pena, tampouco compaixão, havia apenas amor, carinho e o desejo de fazer aquela relação funcionar. Como seres humanos, temos uma certa dificuldade em assumir quando algo não vai bem. Nos medicamos, mascaramos a dor, escondemos as limitações e ajustamos o que é esteticamente visto como desprovido de beleza. Eu queria que o meu casamento funcionasse, queria que Caetano estivesse bem e queria ver aquela família sobreviver a mais um desafio. Era amor. Só amor.

Mas no fim do dia, quando deitava minha cabeça no travesseiro, tentava ignorar um pouco da angústia que dia após dia chegava mais perto da superfície, ainda que eu desse meu melhor para ignorá-la.

É como dizia Lacan: a angústia não mente, é o único afeto que não mente, onde ela se manifesta é onde existe um real inverso ao seu desejo mais particular.

*

As coisas seguiram numa velocidade um tanto acelerada, a sensação não é a de que eu estava reiniciando minha história e casamento com Caetano, nem a de que estávamos seguindo do mesmo ponto em que paramos. Era complexo, mas parecia ser um capítulo a parte da nossa vida, em que tentávamos lidar, tanto quanto nos era possível, com a inevitável partida do Alberto. Caetano me explicou detalhadamente como a situação se desenrolou.

Enquanto nossa vida conjugal degringolava em São Paulo, aqui no Rio, seu pai já dava alguns sinais da doença: cansaço, dores abdominais, fraqueza e perda de peso. Inicialmente, se recusou a buscar ajuda médica, dizia que era somente uma indisposição passageira, fruto do estresse do trabalho. Dizia que uma boas férias o fariam melhorar. Alberto só buscou ajuda clínica quando, em uma manhã, foi encontrado desmaiado no box do banheiro por Vera, minha sogra. Levado até a Clínica São Vicente, na Gávea, foi internado e medicado, depois de uma série de exames, o resultado veio: câncer no pâncreas.

Os sintomas eram um indicativo de que o câncer já estava avançado - daí a necessidade de exames regulares, para se descobrir a doença em suas fases iniciais. A notícia bombardeou aquela pequena notícia. Tudo ocorreu pouco mais de um mês após a minha chegada ao Rio, eu não soube de nada, mas Caetano imediatamente largou tudo e veio para o Rio auxiliar. Passou a ir em consultas, a contatar especialistas e a discutir abordagens para o tratamento do pai. Inicialmente ficou em um hotel, mas logo se mudou para a casa dos pais ao perceber que Vera estava entrando em depressão ao ver o marido, anteriormente tão vivo e forte, definhar.

O planejamento inicial era combinar sessões de quimio, com rádio, a fim de reduzir o tumor e enfim partir para a cirurgia. Alberto, que sempre foi definido como um homenzarrão, tanto pela altura, de quase 1.90, como pelo corpo, que ele não deixava de cuidar com uma alimentação regrada e idas frequentes a academia que mantinha em casa, logo demonstrou sinais de que não suportaria o tratamento agressivo. Os cabelos grisalhos afinaram e caíram, a perda de massa muscular e, consequentemente de peso, se acentuaram à medida que os enjoos aumentavam a cada sessão de químio. As sessões de rádio deixaram sua pele tão sensível, que era difícil inclusive vesti-lo.

Dia após dia, Alberto definhou, seu ânimo e vigor se foram, e junto com o apagar de seu brilho, a de Vera, sua esposa há 40 anos, também se apagou. A situação seguiu sob agravo, até que os exames indicaram que as células cancerígenas haviam se espalhado em metástase para seu cérebro. A partir daquele ponto, já não havia mais o que ser feito. O tumor primário já não respondia mais aos tratamentos e o tumor cerebral era inoperável.

Vera desabou de vez com o diagnóstico, Alberto aceitou, dizia compreender que o final era sempre melhor que o começo. Dizia ser grato por tudo que viveu até ali, se assim a vida quis que se findasse os seus dias, caberia a ele somente abraçar e agradecer pelo tempo que teve.

A aceitabilidade dele ia de encontro às dores que sentia, passava grande parte de seu dia dopado, sendo tratado no leito. Mesmo alertado por Caetano sobre a gravidade do quadro de seu pai, não deixei de me surpreender quando visitei Alberto no hospital e me dei conta do estrago daquela doença em sua saúde: meu sogro estava magérrimo, pesava quase 40 quilos, muito menos da metade de seu peso habitual; sua pele e olhos estavam amarelos e seus cabelos haviam caído por completo. Meu sogro quase não tinha forças, mas ao me ver entrar em seu quarto, naquela tarde fria de outono, abriu um sorriso, fez força para levantar seus braços sem sucesso; entendi que ele queria me abraçar e caminhei até ele, o abracei e ali fiquei durante alguns minutos, dando tudo de mim para não chorar.

Ele já não tinha mais tanta força para falar, se cansava rapidamente, mas ficou feliz ao ver que as alianças do casal haviam retornado a seus respectivos anelares, ainda assim, em um breve momento em que Caetano se ausentou do quarto para conversar com um dos médicos, Alberto pediu para que eu me aproximasse; cansaço o impedia de falar mais alto. Me aproximei o máximo que pude, e então ouvi com atenção o que ele tinha a dizer.

- Filho, cuida dele, mas não deixa de voar. Voe alto, eu sei que seu destino é voar, só não esquece disso. Olha por ele.

Antes que eu pudesse responder, Alberto apagou. Sob fortes efeitos de remédios, eram raros os momentos em que ele estava acordado. Eu ainda o visitaria outras vezes, mas aquela foi a última vez que vi meu sogro acordado.

Na saída do hospital, não aguentei e desabei em cima do Caetano. O inverso era necessário, mas não deu. A dor da perda só é bela na poesia, na vida dói demais.

*

O sol ainda entrava tímido pelas janelas do quarto do Caetano quando seu telefone tocou no volume máximo. Sempre sobressaltado, ele perdera o hábito de deixar o telefone silencioso. Toda chamada, mensagem e bipe poderia ser importante, qualquer vibrar de celular poderia indicar alguma movimentação súbita na condição clínica de Alberto. Caetano estava sempre aguardando pelo pior; naquela manhã, sua espera acabou. O relógio marcava 06:30, 15 minutos antes, Alberto teve uma parada cardíaca, e depois de alguns minutos de reanimação, foi declarado morto.

A notícia estava sendo dada pelo André, que nos últimos meses havia se tornado o braço direito do Caetano e da família. Assumia o papel do Caetano no escritório, liderando um time de 30 advogados no Rio e em São Paulo; quando Caetano estava preso em alguma demanda profissional indelegável, era André quem se deslocava até a São Vicente para render a mim ou a Vera. Em diversas ocasiões, era ele quem segurava Vera durante suas crises, a estimulando a se manter firme diante das adversidades.

Ao contrário do que eu julgava, André mais do que leal ao seu amigo, mostrou um grande amadurecimento, e de múltiplas formas ganhava a minha admiração. Na noite anterior, foi ele o acompanhante do Alberto, no lugar de Vera. Argumentou que ela estava cansada e precisava descansar, seria melhor se fosse para casa com Caetano, que endossou o coro. Seria melhor que ela repousasse e voltasse na manhã seguinte. Não houve manhã.

Assim que a notícia chegou, tentei consolar Caetano, mas ele entrou em um preocupante modo automático, focado em dar a notícia à mãe e resolver os trâmites relativos ao velório.

Como o esperado por nós, Vera entrou em crise assim que Caetano entrou em seu quarto, mais tarde, os funcionários que estavam no jardim comentavam que seus gritos eram audíveis do outro lado da rua. Ainda naquela manhã, dezenas de flores começaram a chegar na residência. Em todo momento, me mantive ao lado de Caetano, atento a cada movimento seu, mas ele se manteve irredutível, aumentando cada vez mais a minha preocupação. Toda aquela emoção represada precisava sair, eu não sabia como, nem quando, mas em algum momento teria de sair. Apenas torci para estar próximo.

*

André tratou da liberação do corpo, enquanto eu e Caetano resolvemos os trâmites funerários. Tudo se deu ainda naquela tarde. A cerimônia de velório e o enterro ocorreram no cemitério São João Batista, em Botafogo. Em diversos momentos, Vera precisou ser amparada, mas se manteve presente durante toda a cerimônia e cortejo. Só deixou o cemitério quando o caixão desceu ao jazigo perpétuo da família Pacheco Leão.

Amigos queridos, colegas de profissão e admiradores de Alberto compareceram ao enterro. O elogiavam, contavam boas histórias e, em alguns momentos, até mesmo riam. Meu sogro era um fenômeno, uma unanimidade popular. E era justamente o seu maior fã e admirador que me preocupava. Caetano seguiu todo o protocolo, conversou com todos, amparou Vera - junto com André -, mas ainda não havia chorado. Não me refiro somente à morte de seu pai, mas a todo o processo cancerígeno. A responsabilidade bateu à porta com tanta força, que eu sentia que ele simplesmente não teve tempo para processar nada.

Ao final do enterro, os mais íntimos seguiram para a casa de Vera. Caetano e eu também iríamos, mas antes, era necessário passar no meu apartamento, na Voluntários da Pátria, a pouquíssimos metros do cemitério. Apesar do tempo de relacionamento e de ser um carioca nativo, Caetano sempre se perdia no miolo de ruas que era aquela região do bairro. Tentando fazer uma rota alternativa, ele acabou se perdendo e pegando uma rota que nos levava em direção ao RioSul, shopping numa direção bem oposta a da minha casa. O meu estresse e preocupação também não me fizeram notar que a rota estava bem diferente do habitual. Assim que percebemos o erro, começamos a tentar entender como retornar à via principal, sem pegar as pistas do aterro.

- Não sei onde eu tava com a cabeça. Me perdi pra caralho. - ele resmungava

- Tudo bem, amor. É só pegar o retorno na Urca.

- Na Urca?! Tem certeza?

- Sim, entra na Pasteur, faz o retorno e desce ali no canto da Voluntários. Só a gente seguir aquela rota do metrô.

- Porra, mas a Urca tá a uns 3 quilômetros daqui. Deve ter alguma rota alternativa.

- Eu só conheço essa.

- Porra, deve ter outra. Meu pai deve saber de alguma. - antes que eu tivesse reação, ele puxou o celular e deu o comando de voz - E aí, Siri: ligar para “Pai”.

Foi só no segundo toque do celular que ele se deu conta do que havia feito. Eu estava imóvel, sem conseguir falar, e observa as emoções finalmente chegarem até a superfície. Nós já estávamos chegando perto da UFRJ, quando ele fez uma curva e subiu com o carro no Mirante do Pasmado a toda velocidade. Subitamente, ele parou o carro e desceu correndo parque adentro. Eu não sabia onde aquilo iria terminar, mas desci do carro, sem me preocupar com ele estar ou não aberto, e fui atrás dele. O encontrei sentado em uma pedra, atônito.

- Meu pai, Gabriel. - ele respirava rápido.

- Amor, tenta se acalmar. - me agachei e fiquei na mesma altura em que ele estava.

- Meu pai morreu, Gabriel? - ele segurou os meus pulsos, talvez esperando que eu negasse, talvez dizendo que, de alguma forma, havia como ele se reconectar com a presença que ocupava o vazio que ele havia se dado conta existir no seu peito.

- Sim, meu amor. Seu pai morreu. Eu sinto muito. Muito mesmo, Caê.

O abracei como se fosse possível suprimir tudo o que ele estava sentindo. E foi ali, no meio da pequena floresta do Pasmado, numa tarde atípicamente quente de final de julho, que Caetano chorou pela primeira vez. Enquanto o abraçava, seu choro dividia espaço com seus gritos de raiva por tudo que seu pai havia passado, por todo o sofrimento gerado e por toda a injustiça de ter perdido seu herói.

Na noite daquele dia, Caetano chegou em casa e, depois de anos, sentou na sua velha bateria, que ficava em um depósito do quintal. De perto, eu o observei tocar a música “My hero”. A bateria na música era forte, mas ele a deixou ainda mais. Caetano tocava com a fúria de jovem adulto que havia acabado de perder todo o seu norte referencial de vida.

Sabia pouco sobre a vida, mas sabia que aquilo era amor em sua forma mais pura. O amor às vezes ama tanto, que dói.

*

O luto do Caê o afastou durante algumas semanas do escritório. As crises de choro não eram frequentes, mas a tristeza era avassaladora, havia dias em que ele sequer conseguia sair da cama, preocupando também Vera. Consultamos um psiquiatra amigo da família, que nos orientou a ter paciência. Meu marido, assim como todos nós, estava experimentando o luto, e cada um de nós iria vivenciar isso da sua forma; caso a situação não melhorasse, aí sim deveríamos nos preocupar.

Aos poucos, ele reagia, mas era um dia de cada vez. Um choro por vez, um consolo por vez. Eu, que vivia sempre às avessas com a espera, me vi obrigado a parar e respeitar o seu momento. Não havia nada que pudesse ser feito. O luto não nos afastou, pelo contrário, mas jogou sobre mim um enorme sentimento de impotência. Eu não compreendia como podia amá-lo tanto e ao mesmo tempo não conseguir fazer nada para melhorar a sua situação

Foi nesse contexto que a presença do André se tornou ainda mais presente em nossas vidas. Era ele quem conseguia tirar Caetano de casa para tomar uma cerveja num bar, assistir a uma partida de futebol dos amigos ou simplesmente desabafar sobre o que ele não conseguia falar para mim. Minha gratidão era tamanha, que nossa relação, antes estremecida, se reestruturou e ganhou novos contornos. Mas ainda havia algo de diferente que eu fazia questão de negar.

Em uma dessas oscilações do luto, Caê acordou disposto em um sábado de sol e decidiu ir jogar futevôlei com os amigos da praia do Leblon. Vera estava passando alguns dias na casa da irmã, no interior, de maneira que éramos somente Caetano e eu em casa. Ainda não havíamos definido onde iríamos morar, mas aquilo, por ora, não era uma preocupação.

Já se aproximava das 13h quando Caetano me avisou que iria sair pra almoçar com o pessoal, lá mesmo pela orla. Não pude deixar de sorrir. As coisas estavam se ajeitando.

*

Aproveitando que ele demoraria a voltar, decidi dar uma passada rápida no meu apartamento em Botafogo, só pra checar se tudo estava bem. Chegando na portaria do meu prédio, observei de longe André sentado em um dos banquinhos da praça Nelson Mandela, segurando uma garrafinha de cerveja. Assim que me viu, ele sorriu e veio correndo em minha direção.

- Fala aí, bonitinho. - ele se aproximou e me deu um abraço.

- Tá fazendo o que por aqui?

- Eu moro aqui. Essa pergunta sou eu que devo te fazer.

- Caê foi dar uma volta com uns amigos - ele sorriu animado - e eu aproveitei pra dar um pulo aqui, ver como estão as coisas etc.

- Entendi. Eu tô marcando bobeira, logo mais ia passar lá pra ver aquele pela saco.

- Por que você não vem comigo? Ele vai gostar de chegar e te encontrar.

- Pô, fechou.

- Então, aproveita que tu não tem porra nenhuma pra fazer, e sobre comigo. Tô querendo levar uns livros pra doação na Gávea, e toda ajuda é bem-vinda.

Ele concordou e subimos de elevador. O que era pra ser rápido, ganhou tempo. A conversa que engatamos foi ganhando contornos interessantes, rimos, nos divertimos como há muito tempo eu não fazia. Havia algumas latinhas de cerveja na geladeira, e juntos começamos a beber. Não havia ninguém bêbado, mas o álcool libera uma certa coragem. A coragem que eu precisava era pra agradecer a tudo que ele estava fazendo pela minha família e pelo meu marido.

- Sei lá, isso que você fez, que tá fazendo… não sei mesmo como te agradecer. - estávamos sentados lado a lado, no sofá - aquele mesmo sofá dado de presente pela Vera.

- Não precisa me agradecer. Foi de coração e seguirá sendo. Vocês também são a minha família.

- Dá pra dizer que você é quase um irmão pra o Caê. - ele ficou sério.

- Não fala isso. - ele tentou mudar de assunto

- Ué, por que não? Tudo o que tu fez e segue fazendo, isso é uma parada que só um irmão conseguiria fazer.

- Eu sei, mas por favor, para de falar isso.

- Por que? - insisti

- Porque eu não quero que você nos veja como irmãos.

- Por que? Não vejo problema.

- Mas eu vejo, porque se você nos vir como irmão, vai terminar me achando um grande filho da puta.

- Dé? Tirou isso de onde? - ameacei rir de toda aquela conversa, mas ele me cortou.

- Porque eu te amo, porra! - fez-se um breve silêncio

- Do que que você tá falando?

- Sei lá se eu tô misturando tudo, Gabriel. Mas eu tô os últimos meses me revirando, sem dormir direito, só pensando em você, lembrando do teu sorriso, de você, do nosso beijo. - eu estava anestesiado

- André, eu nem sei o que…

- Eu sei, não precisava falar nada, nem fazer nada. Eu não deveria ter falado nada, mas eu precisava dizer isso. Eu preciso dizer que te amo, ou sei lá, eu ia explodir. Eu fico acabado toda vez que saio com o Caetano e deixo ele desabafar sobre como tá sendo difícil não ser o marido que você merece. Eu ouço ele falar do quão maravilhoso você é, e depois o estímulo a reagir por você. Eu tô quebrado, não tava mais dando conta disso.

- É informação demais pra mim. - passei minha mão pelo rosto, numa tentativa de clarear minhas ideias; em vão.

- Eu não tô te pedindo nada... nem vou. Só precisava te contar isso. Eu vou me afastar, prometo. Ele tá bem, você tá bem. Eu não vou ser uma pedra.

E novamente: Lacan já dizia que a angústia era o afeto que não mente. Minha angústia era nutrir algum sentimento pelo André, sabendo que não havia vazão que não causasse qualquer tipo de dano. Mas a angústia não mente, tampouco o desejo. Se controla tudo, menos o desejo.

Não fui ele, fui eu. Eu me aproximei e o beijei. Ele se afastou e olhou em meus olhos, não sei o que ele viu, mas aquilo o fez tomar a decisão mais errática possível: retribuir aquele beijo repleto de erro e angústia.

“É que eu preciso dizer que te amo

Te ganhar ou perder sem engano”.

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Comentários

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Seus textos são muito lindos, João, não canso de falar!

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