Isaac era um jovem nerd típico do interior, com óculos de armação grossa, pele branca e cabelos castanho-claros, quase loiros, cortados em um estilo cuia. Seus traços finos de origem italiana e sua personalidade cativante lhe conferiam um certo charme, mas ele odiava ser conhecido como o "gordinho fofo" — um apelido que aceitava, pois não tinha outra escolha. Sempre fora um filho exemplar: obediente, educado, carinhoso e simpático, sendo o orgulho de seus pais, Karla e Humberto. A aprovação no vestibular de engenharia mecânica na Universidade Federal do Espírito Santo não surpreendeu ninguém. Isaac era, afinal, o mais inteligente da turma. Ele mal podia esperar para deixar a pequena cidade do interior e explorar a capital. Seus tios, Carlos e Helena, ofereceram-lhe um quarto na casa deles, mas, apesar da insistência dos pais, ele recusou. Não por medo de incomodar, mas por desejar experimentar a liberdade e as aventuras de morar em uma república. Imaginava festas, novas amizades e, quem sabe, a chance de perder a virgindade.
A realidade, contudo, foi bem diferente. Acostumado a ser mimado, a vida na república rapidamente se tornou um pesadelo. Os colegas eram pouco higiênicos, a casa estava sempre impregnada com o cheiro de maconha, e as festas não eram tão divertidas quanto ele imaginara. As meninas continuavam a ignorá-lo e, para piorar, a internet era horrível, atrapalhando seus jogos de League of Legends. Em menos de dois meses, Isaac mudou de ideia e foi morar na casa dos tios, aceitando que o conforto de um lar familiar era melhor do que a liberdade caótica da república.
Seis meses depois...
Os números dançavam desordenadamente no livro à sua frente enquanto Isaac tomava o último gole de Coca-Cola, a lata pousada precariamente na beira da escrivaninha. A equação no papel parecia zombar dele, recusando-se a ser resolvida, enquanto o suor escorria pelo seu rosto; o ar-condicionado havia quebrado desde que ele se mudara para o quarto de hóspedes. No inverno, não fez falta, mas agora o verão de Vila Velha o castigava.
Ele exclamou um palavrão e amaldiçoou o professor de cálculo, levantando-se para dar uma respirada. Sentiu sua bunda dolorida depois de estudar o dia todo, deu alguns passos e se jogou na cama de braços abertos.
"Meu Deus, isso não deve ser saudável... o inferno é fresco perto deste lugar," pensou ele.
O calor era opressivo, a camiseta grudava em sua pele, e a sensação de desconforto era quase insuportável. Não demorou muito para começar a cochilar.
Foi despertado pelo barulho do portão eletrônico. Seus olhos se abriram preguiçosamente. Ele não ficou feliz; estava em um sonho promissor com a garota que gostava, Thainá, caloura de arquitetura que estudava na sala em frente à sua. Isaac queria voltar a sonhar, mas sabia que precisava continuar os estudos.
Ouviu passos no corredor e depois vozes. Primeiro, a doce voz de Otaviana, depois uma voz masculina, bem mais alta e grave, provavelmente do ex-namorado dela.
"Psiu... Xande, meu primo tá no soninho da tarde dele ou estudando. De qualquer forma, não quero atrapalhar e nem ser pega."
"Tudo bem, amorzinho, ele é um nerdola da roça, não vai perceber nada. Se nos dedurar, rebento a cara dele."
"Cala a boca, seu idiota. Ele é um amorzinho. Se encostar nele, nunca mais encosta em mim. Agora vem logo."
O barulho da porta do quarto ao lado se fechando fez Isaac suspirar e olhar para o teto em branco.
“Agora vai começar o show, como quase todas as tardes,” ele pensou em silêncio.
Mesmo estando ali apenas há poucos meses, já tinha percebido o padrão: de uma às três da tarde, a casa ficava vazia, e sua prima aproveitava para ficar com o ex.
Incomodado com o calor, se levantou de modo preguiçoso e se dirigiu ao banheiro para lavar o rosto. Olhou no espelho e escutou um barulho estranho que vinha do quarto de sua prima Otaviana.
A curiosidade dessa vez falou mais alto. Nos outros dias, ele conseguiu se segurar, mas hoje não. Parecia que hoje a coisa ia ser animada. Colou o ouvido na parede que dividia os quartos. Ele sabia que não deveria, mas a tentação era grande. Podia escutar tudo: os beijos, as carícias, os murmúrios.
O som dos toques era quase palpável, podia imaginar as mãos de Xande deslizando pela pele macia de Otaviana, cada carícia deixando um rastro de calor e arrepio. A textura da pele dela deveria ser suave como seda, enquanto os toques dele eram firmes e cheios de desejo.
Xande gemeu baixinho, e Otaviana riu, um som suave e melodioso que ecoou nos ouvidos de Isaac. Seu membro começou a endurecer diante das risadas safadas da prima. Aquele som era como uma brisa quente de verão, acariciando seus sentidos e despertando desejos que ele tentava reprimir. Ele desejou ser Xande, não um nerd. Desejou ser aquele que recebia aqueles toques, mas a culpa vinha junto. Sentiu-se ingrato por espiar a prima que lhe tratava tão bem. Mesmo assim, seu pau já estava para fora.
A coisa não demorou a esquentar.
"Ai, que gostoso..." Otaviana gemeu.
"Coloca logo..." Ela insistiu e, em seguida, outro gemido, mais alto.
Isaac percebeu que ela tinha sido penetrada. Sabia que o pau de Alexandre estava dentro de Otaviana. Não aguentou e começou a se masturbar. Cada movimento de sua mão era sincronizado com os sons que vinham do outro lado da parede, criando uma conexão perversa entre ele e o casal. Sabia que não era certo, era vergonhoso, mas a tentação era muita.
Seu coração acelerou, impossível não ouvir. Não podia ver nada, mas sua imaginação preenchia as lacunas. Via mentalmente o corpo de Otaviana contorcendo de prazer, os cabelos loiros espalhados pelo travesseiro, a pele suada brilhando. Cada estocada era um pulsar de desejo que vibrava dentro de Isaac.
"Ai, ai... mete, por favor, mete..." Otaviana gostava de falar besteirinhas durante o ato.
"Tá gostando, minha loirinha?" O estalo de um tapa ressoou, e Isaac sentiu um raio atravessando seu ser.
Ele imaginou a mão de Xande batendo com força na pele macia de Otaviana, deixando uma marca vermelha que desaparecia lentamente.
"Você sabe que eu amo. Ai, soca gostoso, seu puto," ela murmurava.
Cada palavra era uma flecha de desejo que acertava o coração de Isaac, intensificando sua excitação e culpa.
Os gemidos da jovem aumentaram, assim como o ritmo da transa. A respiração de Otaviana era pesada. O som dela fazendo amor era agradável para os ouvidos de Isaac.
O gordinho apenas continuou se masturbando, com os ouvidos colados na parede. Os sons do corpo de Xande se chocando contra Otaviana eram hipnotizantes. Ele podia ouvir a carne se chocando, o ranger da cama, o suspiro ofegante de Otaviana. Cada som intensificava a imagem mental que ele tinha do casal.
"Poc poc, poc poc," o som dos corpos era constante.
"Mete mais fundo... ahhh," Otaviana pedia cada vez mais, sua voz carregada de tesão.
As súplicas da loirinha estavam se transformando em grunhidos únicos e permanentes como um animalzinho sendo torturado.
"O desgraçado está inspirado hoje, tá judiando, ela vai jorrar," pensou Isaac, com inveja.
"Ainnn, vou gozar, vou gozar, continua... não para," ela gritou, fazendo um escândalo.
Foi alto, tão alto que ecoou como um lamento. Um frio percorreu a espinha de Isaac ao ouvir o urro de Alexandre logo atrás do dela. A respiração pesada e os gemidos de Otaviana diminuíram gradativamente.
Quando se deu por si, o gordinho estava com a mão toda melecada do próprio esperma. Sentiu uma onda de vergonha.
Abaixou o rosto e falou baixinho: "Meu Deus! Minha prima é uma piranha."
Continua...