Eu estava com Juh, ajudando a separar a mudança, e começamos a lembrar da primeira vez que fui lá. Ela relembrou que eu fingi que estava com sede para poder subir, comentei sobre o nervosismo dela que a fazia tremer e até chorar, ela falou do nosso primeiro "beijo, BEIJO" que foi no sofá, com ela no meu colo.
- Você conduziu muito bem a situação - falou enquanto dobrava suas roupas
- Eu não esperava que você fosse virgem, tentei agir o mais normal possível
- Eu perdi todo o medo depois que você me carregou para o banho
- A mãe aqui sabe das coisas - falei tirando onda, brincando
Ela riu e nos beijamos
- Como foi mesmo que eu fiz, te peguei assim, não foi? - Coloquei ela no meu colo e iniciei um beijo mais caloroso
Segurei seu seios esquerdo preparando pra uma mamada e quando fui penetra-la com o dedo... Interfone!
- Deixa pra lá - falei tentando voltar de onde paramos
- Não, amor, atende... Pode ser o novo inquilino querendo tirar alguma dúvida... Vou ao banheiro me ajeitar estou toda bagunçada - e fugiu do meu colo
Com um humor bem duvidoso, atendi, o porteiro disse que tinha um idoso querendo subir sem se identificar. Resolvi descer para saber quem era e chegando lá, era o meu sogro, Sr. José. Não me aproximei muito, fiz sinal para liberarem a entrada. No elevador, silêncio total, ele olhava para cima e eu para frente. Um constrangimento sem fim!
- Quem era, amor? - Perguntou Juh quando entramos e ao olhar para frente empalideceu.
- Pai?? - Disse sentando, aparentemente para não cair
- Vocês querem ficar a sós? Perguntei
- Não! - disse Juh esticando a mãozinha pra mim
- Ontem - começou a dizer o pai dela - você me pegou de surpresa com aquela... notícia. E eu não consegui dizer o que penso sobre... isso.
- Pode dizer - disse olhando nos seus olhos
- Eu dediquei boa parte da minha vida para que você estudasse nos melhores colégios, sempre te tratei como uma princesa, minha filha, e é isso que eu recebo em troca?
Nossa, eu consegui sentir a frustração dela
- Você ainda acha bonito ficar nos expondo ao ridículo em rede social? A família toda querendo saber o que houve com você, ninguém entende como você foi da água para o vinho em tão pouco tempo
- Sr. José, com todo respeito, o senhor veio aqui para deixar sua filha triste? Não vê que é uma atitude desnecessária?
- Não se meta, você nem deveria estar aqui - vociferou
- PAI, PARA! - gritou - O senhor não pode entrar aqui e insultar a mim e a minha namorada
- Minha filha, escute o que está saindo de sua boca! Eu não te criei pra isso. - se aproximou dela, ajoelhando, para ficar próximo a sua altura sentada - Você esqueceu quem é? Que é minha bebê?
Júlia chorava muito e ele a abraçou
- Creio que o senhor não fugirá de uma conversa a sós comigo, estou certa? - Perguntei
Ele não me encarava mas confirmou com a cabeça
- Voltamos já, amor - falei e dei um beijo na testa
Saímos e sentamos no banco da praça, um bem afastado e sem movimentação
- Júlia é apaixonada pelo senhor, lá na sua casa ela tentou mais de uma vez contato diretamente, procurando conforto, talvez. Eu estive com vocês e vi o seu carinho e o seu amor por ela, isso acaba quando ela em um ato de coragem revela a orientação sexual??? Eu não consigo entender, ela deixa de ser sua filha por que o senhor não se agrada com quem ela é???
- Minha filha não é isso, você a transformou! - disse meu sogro
- Isso é impossível, sinto te informar... Ela sempre foi, poderia não saber, não entender mas sempre foi... Mas não é a questão que eu quero tratar. Juh está bem, não quero o senhor, nem ninguém, vindo aqui machuca-la. Ela não me disse, mas eu sinto que no senhor, ela tinha esperança de encontrar um colo. Se não puder oferecer, peço que não apareça para importuna-la. Eu amo sua filha e não vou ficar sentada olhando o coração dela ser despedaçado por ignorância.
Ele estava sério, não dizia nada, estávamos voltando para o apartamento, no elevador, Sr. José disse: - Se você usasse esse discurso com minha esposa... Ela... diria que você está tentando nos afastar da nossa filha... Mas, seria uma linha de raciocínio que eu seguiria se estivesse na sua posição, se visse alguém apedrejando a minha mulher ou alguém que eu amo. Para sua sorte, você usou as palavras certas com a pessoa certa...
Fiquei na dúvida se aquilo tinha sido bom, ruim ou um conselho para não usar a mesma tática com minha sogra. Mas eu nem tinha planejado aquilo, se quer achei que era uma tática. Eu só sei que senti algo positivo, e eu sigo muito a minha intuição, então ao chegarmos, falei: - Amor, agora eu me sinto a vontade e não vou nem perguntar se você quer. Vou deixá-los a sós, acredito que vai fazer bem. Enquanto isso, vou levar essas caixas que já estão prontas.
- Tá bom - concordou ela visivelmente sem me entender
Coitada, estava com os olhinhos vermelhos e inchados. Se eu pudesse, passaria tudo aquilo que ela sentia para mim, é horrível ver quem a gente ama assim. Mas eu estava confiante, que algo bom sairia dali.
Cheguei em casa, meus irmãos perguntaram por Júlia e eu disse que depois explicava direito mas ela estava com o pai. Victor apareceu na sala já questionando se estava tudo bem, se ele precisava ir lá falei que o pior já passou e agora eu estava na esperança de que algo bom aconteceria. Peguei Mih para voltarmos, achei uma boa ideia pois eu estava com saudade, ela sempre anima os ambientes e Júlia ia gostar de tê-la lá. No caminho expliquei que ela teria que dar muito amor a tia Juh porque o coração dela estava dodói.
- Ah, mãe, então a gente precisa comprar um doce para ela - disse minha filha
- Você teve uma boa ideia, amor, vamos fazer isso
Mih escolheu um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, umas barras de chocolates e bala fini.
Subimos e Milena já correu para o colo de Júlia enchendo de carinho
- Tia Juju, a mamãe disse que o seu coração tá dodói e a gente gente comprou muitos doces para sarar, olha
- Muito obrigada, meu amor, você veio cuidar de mim, não foi?
Nisso o pai de Júlia saiu do banheiro e Milena correu para abraça-lo também, dizendo que não sabia que ele estava se não tinha trazido doces para ele também, perguntou por D. Jacira e pelos cavalos.
- Assim você vai deixar Sr. José louco, filha, vem cá - chamei pois ele poderia não estar gostando
- Não, pode deixar - e carregou ela para continuarem a conversa
Fui ver como estava realmente meu negocinho e se o tempo a sós fez bem ou minha intuição me traiu
- E aí, môh? Conversaram?
- Amor, o que você disse pra ele?
- Apenas verdades, que não suportaria ninguém vindo aqui te machucar - e dei um beijo
- Ele falou muitas coisas, que não entende e é difícil pra ele mas que vai ser sempre meu pai, nunca vai deixar de me amar e que vai se esforçar para aprender sobre, que do mesmo jeito que é novo para mim, é para ele também e foi pego de surpresa.
- Huuuuum, muito bem sogrinho, assim que eu gosto - falei sorrindo e dando vários beijinhos
- Depois eu quero saber tudo que você disse, amor, porque meu pai voltou outra pessoa
- Outra pessoa foi aquele senhor que chegou aqui tirando minha paz, esse aí que é o seu pai, carinhoso contigo, que te enche de dengo. Só liguei um despertador na cabeça dele
- Acho que você ameaçou ele com uma arma, isso sim
Sr. José voltou com Mih, que fez Júlia pôr a cabeça no seu pequeno colo para fazer cafuné enquanto assistiam algum desenho
- Ehhhh... Já vou indo, peço... desculpas por mais cedo
Se despediu de Juh com um beijo na testa, dizendo que não precisava ela levantar. Eu fiz questão de acompanhá-lo até a porta.
- Obrigado pelo que você falou - disse-me - não vou te dizer que estou saindo daqui morrendo de felicidade, mas creio que preciso refletir sobre pontos que se quer havia pensado existir. Posso pegar o seu número?
- Pode, sim - disse surpreendida e passei para ele
Bem mais tarde, recebi uma mensagem dele extremamente formal para o whatsapp, kkkkkkkkk, pedindo indicações de livros ou artigos sobre o assunto (FOFO). Passei vários links para ele, livros sobre o assunto eu não conhecia tantos, pedi para uma amiga e repassei para ele.
Quando eu mostrei para Júlia o interesse dele sobre, ela ficou atônita, sem acreditar no que lia e extremamente animadinha.
- Amoooor, o que você falou, me diz - me pediu
- Segredo de sogro e nora - respondi provocando
- Me conta, odeio segredos
- Já até esqueci... disse brincando
- Amoooor! - exclamou
- Deixa de ser curiosa, gatinha - disse rindo e indo dar um beijinho
- Sem beijo até eu saber - falou pondo a mão na minha boca
- Ah, é? Será que você aguenta? - Pulei em cima dela prendendo meus joelhos em sua cintura
Ela fechou os olhos e pôs as mãos na boca
Aproximei meu rosto do seu seu e encostei meus lábios no seu ouvido para dizer sussurrando: - Você não pode beijar, mas eu posso? E beijei levemente seu pescoço, dei um cheiro fazendo-a arrepiar
- Essa pele arrepiada, me faz lembrar que antes do meu sogro chegar, estávamos fazendo algo... Onde paramos mesmo?
Não havia respostas para minhas perguntas, mas as mãos dela não estavam mais na boca. Me aproximei novamente do seu rosto, passando meu nariz por sua pele e depois ficando face a face, respirando meu hálito quente próximo a sua boca, eu a encarava e seu olhar intercalava entre meus olhos e meus lábios. Como uma imã, Juh veio até mim, e quando ela chegou bem próximo do beijo, eu não aguentei, soltei um risinho segurando seu rosto que fez ela "despertar do transe", voltando a encostar a cabeça no travesseiro. Com pressa, beijei aquela majestosa boca, que estava com a mesma vontade que a minha. Segurava o seu seu pescoço com uma mão para ter mais controle, Júlia direcionou minha mão esquerda para dentro da sua calcinha, ela estava quente e molhada, sem pestanejar a penetrei. Ela cruzou os braços no meu pescoço, me abraçando, um sonoro gemido interrompeu o nosso beijo, virei o seu rosto para o lado enquanto me dedicava ao seu lindo pescoço, ela me apertava cada vez mais.
Eu tenho muito tesão no que eu vejo ou ouço, e toda aquela cena, o desejo explícito, Júlia entregue, o som que saia da sua boca, o seu desespero em ter-me cada vez mais perto, me incendiava. As reações dela aos meus toques, me enlouquecia. Senti uma onda de calor mais forte percorrer todo o meu corpo ao mesmo tempo que eu estremecia tendo um orgasmo delicioso. Cravei meus dedos como um gancho e massageei. Senti os espasmos da minha gatinha aumentando, e em poucos segundos ela gozava intensamente.
Me aninhei sobre seu corpo, abraçando-a, sentindo nossos cheiros misturados, a minha fragrância preferida!
- É, eu não aguento - disse Juh sobre a greve que tentou fazer
Eu ri e beijei sua boca
- Você fica fraquinha - falei
- Você provoca ao extremo!
- Não fica bravinha, não porque aí sou eu quem não resisto - e dei um selinho
- Não estou brava
- E esse biquinho que está se formando aqui? - toquei em seus lábios e dei outro selinho
- Eu queria saber o que vocês conversaram, amoooor - disse choramingando
- Meu Deus, amoooor - falei sem conseguir evitar o riso - a gente acabou de transar gostosinho aqui e você ainda tá pensando nisso
- Não vai me contar? - Perguntou
- Não vou lembrar direito, mas falei que sua orientação sexual não deveria ser um empecilho para o amor dele contigo e que se ele não fosse cuidar de ti, que não viesse aqui te ofender... Essas coisas
- Queria saber tudo, vocês ficaram muito tempo conversando - disse insatisfeita
- Mds, que gatinha curiosa - e dei um beijinho - não lembro, mas funcionou
- Funcionou... Será que ele vai conversar com minha mãe?
- Depois eu pergunto pra ele, mas se ela sabe que ele veio aqui ou o mandou... Já devem ter conversado sobre
Antes de deitar de vez, verifiquei se Milena ainda dormia no outro quarto e estava lá com seu soninho de pedra, esparramada na cama.
Voltando ao quarto falei: - Provavelmente é a nossa última noite nesse ap, aproveitamos bem, não foi?
- Sim, o dia inteiro completamente fora do roteiro e surpreendentemente bom...
- Que venha muitos dias bons para nós, môh - e dei um beijo longo
- Eu nem acredito que tá acontecendo - falou sorrindo
- Mas está, vamos viver nossa vidinha juntas para sempre
E fomos dormir, bem grudadas, para não perder o costume!