Sozinha mais uma noite, em uma lanchonete qualquer, eu estava. Você na cabeça, aliás só penso em nós dois à partir de então: no interior daquele fusca apertado. Qualquer prazer por aí, nem assemelha-se àquele espaçozinho, em que o pretexto de se esfregar – e não tem outro jeito – a gente se resolveu pela emoção.
Fecho os meus olhos, e abro novamente: não é você que eu vejo, mas equivalente. O novo admirado retribui o olhar, e levo meus peitões para junto dele. Eu sempre estou usando a minha ‘comissão de frente’ para esse fim. Se eu beijar sua boca, e a malícia fluir pelos meus lábios, vou deixar acontecer. Minha mão vai percorrer pelo seu corpo, descendo do pescoço, passando pelo tórax, até chegar no regaço, quando a sua mão (eu acho) vai me impedir de alcançar o falo, dito cujo das minhas taras.
Desperto do delírio, e percebo que ainda não me levantei da mesa, ao mesmo tempo que meus colegas babacas comparecem ao encontro. “Pode começar a descrever, Cristiane!”, disse o Vantuir, moço sardento. Olhei outra vez para o moço da mesa de lá, e disse: "Tem pele macia, seus movimentos não são bruscos; me conduz como se fosse uma dança, e quando vejo, já estou mamando na pica”. Saiu de repente, e me assustei. Olhei para o Queixada (Vicente de Queiroz) e... foda-se! Coloquei a mão por dentro da calça para masturbar a periquita, e dessa forma, falar muita besteira e atrair o novo colega. Quando Ricardo Terra tentou me ironizar ainda mais, dizendo: “Se segura garota Cris, que a pauta é de trabalho!”, eu puxei o contra-ataque: “Mas o Queixada é seu peixe, não é?”
Eu chupo em trabalho, mas não bebo. Porém o Ferrugem deu uma bicadinha no Whisky, e disse que eu devia ter provado mais do aperitivo do Terra. Testei o gravador, e como estava do meu agrado, sugeri: “Vamos entrevistar o rapaz daquela mesa”, apontei para o bonitão que eu tava secando. Ferrugem perguntou: “Ele que tem pele macia?” Levantei, dei um certo tapa na cabeça dele, e respondi: “Não! É o do fusca!” Foi junto, coordenando os passos, conforme o ensaio para a mímica da coordenação da reportagem, mas questionou: “Então a senhora também pegou o cara do fusca, colecionador de relíquias?” “Vantuir, não existe só um fusca por aí, meu querido!”, respondi.
Chegamos à mesa, e perguntei: “Será que o moço nos daria uma entrevista, apenas como cliente desta lanchonete?” A boca dele era, ou pelo menos estava sensual, e como se diz por aí, que não se nega conversa a uma peituda, né? “Claro!”, respondeu. A malícia das ‘caras e bocas’ do meu colega estavam demais, mas eu prefiro assim, só para descontrair. Então, dei uma leve abridinha no blazer, mais do que já estava aberto, e comecei.
“O senhor se sente bem, frequentando essa lanchonete, e o que te traz aqui, seria a variedade do cardápio, que além do tradicional, sempre trás novidades semanalmente?”, foi a primeira pergunta. Ajeitei o blazer, fechando e abrindo novamente, só para ele se fixar ali, na covinha mesmo. Ele olhava, e como a ignorar a presença do meu colega, respondeu: “Com certeza! A variação do cardápio aqui, é o que faz a diferença para o sucesso do lugar”.
Ferrugem fez o sinal de inversão, e dei uma arcadinha para aproximar / aumentar na visão perspectiva da minha comissão de frente, e continuei. “O senhor vem sempre aqui? E se sim, também percebe variação na freguesia? E também, qual a característica dessas pessoas?” Fiz o biquinho para cativar, como já induzindo a resposta dele, e o coordenador me fazia sinal de que eu ‘peguei na mosca’.
“Sim! Nessa lanchonete, sempre aparecem pessoas novas, caras novas em geral. E também, há um público fiel, sendo que estes estão sempre preocupados em se sofisticar, acompanhar a evolução”, ele ia dizendo e eu percebendo que é um ‘cara culto’, adaptado ao avanço dos comerciais. A nossa química foi se perfazendo, e eu me aproximando literalmente. Comentei: “Então essa casa, acaba por se tornar um lugar de...” - Vantinho dava dicas com a mão, de que era a hora. - “... encontros acidentais, digamos assim!”. O cara se descontraiu, e quando lhe estiquei o aparelho, disse: “É bem por aí. A comida é boa, sempre se encontra conhecidos, e as novidades chegam à sua mesa.”
Virei para o foco e concluí: “É isso aí pessoal: uma lanchonete, sempre pode ser mais que uma lanchonete”. Desliguei e, fingindo descuido, acabei sentando no colo do cidadão. Naqueles segundos determinantes, Vantuir fazia uma cara de que eu não tinha jeito mesmo. Ricardo Terra Neto, na outra mesa, já não me poupava nos comentários ao sócio Queixada, de queixo largo, e que ainda não me conhecia nessas prevaricações. “Desculpe!”, eu disse passando para a cadeira do lado. O rapaz moreno fez sinal para o garçom. Era a conta, mas acompanhou a gente, e dali a pouco, Terra Neto e o Queixada permaneceram no recinto editando a matéria, enquanto eu já estava dando uns beijos do lado de fora, e espremendo o novo conhecido contra as latas do fusca-relíquia do pai do Ferrugem.
Entramos os três, e o garoto Vantuir tocou para a zona escura de uma avenida qualquer da cidade de Londrina.
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O pau era qualquer coisa de especial, mesmo que eu mais sentia do que via. A cor, eu poderia supor, dada a sua pele morena. A textura uniforme e firme, como a me garantir que a gozada seria equivalente. Esses meus vícios em lugares desconfortáveis não é propriamente, mas pelos fato de meu marido nem desconfiar. Se passasse por ali, nunca iria supor que fosse eu, ainda mais que tinha parceiro de fuleragem no banco da frente. Por falar neste, o Ferrugem, está desconfiado, e naturalmente com ciúmes, de que ando chupando o pau de seu pai, o colecionador de carros antigos. Mas aqui, suponho que estava gostando, pois afinal, era a porra de um desconhecido.
Subi a cabeça e estiquei: estava viçosa e linda, com uma ereção firme. Fui introduzindo devagar, até a minha língua conseguir chegar na base. Ali, explorei a sensação dele, de estar sendo chupado por uma jornalista peituda. Vantuir, a essa altura, não queria me beijar, mas saiu da posição do sentinela, e falando no meu cangote: “Você não deixa de me provocar?”, foi sentar-se junto ao outro. Sorte que na parte traseira do fusca, ainda cabem dois homens sentados. Permaneci ajoelhada, e punhetando ambos, perguntei: “Quem vai gozar na boca da peituda?” O desconhecido não sabia o que dizer, mas o entrevistado era ele, e portanto, todas as atenções lhe eram devidas.
Me atirei no assoalho (se é que tinha espaço para isso), e Vantuir foi fazer a demonstração: me pegou pelos gorgomilos, acondicionou na vara e trouxe para frente. Eu dei uma engasgada, empurrando para trás. O cidadão de honra levantou-se (na medida do possível) e disputou a minha boca. Virei, dando preferência para ele, quando num gesto quase involuntário, me espirrou o primeiro jato. Fui na rola do Ferrugem, mais acostumado às surubas, e aguentou mais tempo. E do nada, o rapaz disse: “Muito prazer, sou André Luiz”. Olhei para ele, com aquela ruguinha na sobrancelha, que quer dizer: “Interessante, mas irrelevante!”
Agarrou a minha cabeça, e continuou na espumeira, até espirrar o segundo jato, que entrou mais farto. Me pegou desprevenida, e comecei a tossir. Vantuir não me deu tempo, e começou, na lubrificação da porra do outro, a me golpear as amigdalas, até o creme surgir e aumentar de vez. A coisa perdeu o controle, e só pelas leis da física, já não era possível, que em não mais de 1 metro quadrado, tinham dois homens, literalmente nos meus ombros, esfregando as rolas na minha cara, e soltando porra a cada movimento. Não sei por quanto tempo ficou assim, mas acho que o tempo é relativo, sabe?
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Depois do banho, e já em casa, sentei só de toalha na mesa, e acho que para meu meu marido, foi a primeira vez que eu fiz assim. Ele perguntou: “Cristiane, o que esse emprego está fazendo contigo? Tá esquecendo de vestir a roupa?”
Essa frase ficou me ecoando na cabeça, e com efeito invertido que teve, lembrei que eu esqueci de tirar a roupa, na hora dos boquetes no fusca. Respondi ao meu marido: “O quê? ... Sim, a entrevista foi boa!”