AS INICIAÇÕES DE BRUNINHO: O AMOR BATE À PORTA

Um conto erótico de Nadja Cigana
Categoria: Gay
Contém 3708 palavras
Data: 12/07/2024 05:21:54

Gilda se encontrou com Leia no café de um shopping e as duas fofocaram muito. Com o passar dos anos, tinham se tornado duas quarentonas lindas e gostosas, que continuavam se copiando no corte de cabelos, roupas e gestos, como se ainda fossem adolescentes. As duas malhavam juntas e na academia que frequentavam não só ninguém percebia que Leia era travesti, como pensavam que as duas eram irmãs.

Mas, apesar de toda a intimidade, a trans estranhou a proposta da melhor amiga.

- Gilda, deixa ver se entendi. Tu quer que eu ensine meu afilhado a mamar rola.

- Ái, amiga. Falando assim parece até coisa de puta.

- Coisa santa! Sagrada!

- Leia... não se trata bem de ensinar a mamar. Isso ele vai desenvolver, como a gente fez... sinto nele.

- Antão...

- Antão se trata de ensinar a “gostar”!. Gostar do cheiro, do sabor, da textura, do volume na boca...

- Ái, para Amiga, que tô ficando molhadinha!

As duas riram, maravilhadas com toda a cumplicidade que tinham e Leia ponderou:

- Mas... Gilda, não tenho intimidade nenhuma com Bruninho.

- Culpa tua! Tu é a madrinha dele. Não devia ficar assim, distante. Sei que tu se guarda por causa de Gil, mas...

- Meu Amorzinho, Gil tá superado.

- Tá nada. Tu fala isso mas sabe que não é verdade. Se fosse, a gente transava a três que nem antigamente!

- Gilda, meu tesão. A gente não transa a três porque tenho Jean na minha vida! Ele é que é meu macho. Mas...

- Mas o que, Bicha?

- Mas se tu quiser, eu divido Jean contigo. Só uma vez, que é pra tu não gamar. Assim... pelos velhos tempos... que tal?

Leia tinha verdadeiro desejo de voltar a transar a três com Gilda. E imaginava fazer isso agora com seu marido negão, Jean. No entanto, mais do que a vontade de ménage, Leia se divertia com a possibilidade de fazer a amiga cornear Gil. As duas riram da proposta, embora ambas soubessem que havia tesão no ar, a respeito do novo marido de Leia, pelo qual Gilda tinha muita curiosidade. Porém, mãe zelosa, a gostosona voltou ao interesse do filhinho.

- Espia, Leia. Bruninho está crescido e não tem dúvida nenhuma quanto à orientação sexual. Mas tu, melhor do que qualquer pessoa no mundo, sabe que ele vai passar por momentos difíceis. E por isso mesmo, não há pessoa no mundo que o possa entender melhor do que tu. Além disso, Amiga...

Leia já estava convencida, quando Gilda jogou a bomba atômica:

- Além disso, tu amamentou ele. Isso é um laço sagrado entre vocês. Se me acontecer alguma coisa, é contigo que eu conto pra cuidar dele. Tu não pode ficar dis...

Leia levantou interrompendo a amiga e as duas se abraçaram, uma sentindo o tesão, o calor e o carinho do corpo da outra. E quando, com o abraço apertado e as esfregadas discretas, o clima passou de comoção para tesão, a trans cochichou no ouvido de Gilda:

- Deixa comigo. Bruninho vai ser o melhor chupador de rola de Belém!

Mas Gilda tinha sensibilidade o bastante para saber que a aproximação entre Bruninho e a madrinha travesti tinha que ser construída, antes de chegarem às aulas de boquete. Assim, as duas combinaram de estar juntas com o viadinho, no próximo sábado.

No sábado, entretanto, meia hora antes de saírem de casa, com Bruninho já vestido de tênis rosinha feminino, calça jeans branca apertadíssima realçando seu bundão e blusinha polo cor de rosa apertada, com os bicos dos peitinhos aparentes, a campainha tocou e o viadinho, por estar mais perto, abriu a porta da sala e quase morreu.

A campainha tocar sem aviso do interfone, significava que era alguém do próprio condomínio que batia à porta. Mas Bruninho não tinha a menor ideia de quem seria e gaguejou vendo à sua frente seu sonho de consumo:

- Tu... tuuu!

- Oi, Bruninho. Tudo bem?

- Tuuu...

- Espia, Bruninho. Minha mãe fez aquela cuca de banana de antigamente e lembrou que tu gostava muito. Daí...

Nisso mamãe Gilda chegou na sala, terminando de colocar um de seus brincos de enormes argolas douradas e toda exuberante num comprido vestido, florido e simples, que no entanto destacava muito bem o quadril e bunda grandes e largos, e o belo volume e formato dos seios.

- Tutu! Há quanto tempo, meu lindo! Como que tá Magali?

- Mamãe vai bem, tia Gilda. Não tão linda como a senhora, mas bem.

- Ah, que doce! Galante como teu pai!

- Mamãe fez a cuca de banana que Bruninho gostava, lembra, Tia? Tu ainda gosta, Bruninho?

- A-do-ro!

Gilda pescou de imediato o clima entre os dois jovens e respondeu rápido, pegando o bolo e levando pra a cozinha, para os deixar à vontade.

- Agradeça à Magali por mim, Tutu. Bruninho! Perdeu o senso, filho? Convida Tutu pra entrar!

Em um momento comum, de apenas entregar um bolo de vizinhança, Artur teria dito que não precisava entrar. Mas o bolo era só pretexto e nem era verdade que a sugestão de levar a cuca de banana para Bruninho partira de Magali, a mãe de Artur. Fora o próprio rapaz que pensara na artimanha e sugerira à mãe fazer a cuca, curioso de saber porque Bruninho o ficara assistindo nadar e, mais ainda, porque o viadinho estivera chorando sozinho, no jardim de inverno.

Cobrado por Gilda, Bruninho convidou o amiguinho de infância.

- Entra, Tutu.

- Brigado, Bruninho. Brigado, Tia.

E Gilda saiu da sala, dizendo:

- Cês fiquem à vontade. Mas, Tutu, infelizmente a gente sai em uma meia hora. Bruninho e eu temos compromisso.

- Tá, Tia. É rapidinho, mesmo.

Tutu sentou no amplo sofá de Gilda, sempre coberto por uma capa impermeável para não manchar com o frequente sexo na sala entre ela e Gil, e puxou a conversa.

- Então, Bruninho. Quanto tempo, né?

- É... eu...

- Soube que tu também foi fazer natação no clube.

- Eu... já saí.

- Já?

- Já. Eu... na verdade, foi só pra agradar meu pai. E descobri que não gosto nem um pouco de fazer as coisas só pra agradar os outros.

Artur olhou para Bruninho com um olhar doce e terminou a fala com uma boca de quem está pronto para beijar:

- E do que tu gosta de verdade, Bruninho? Assim... como se a opinião de ninguém mais importasse sobre o que tu gosta.

Bruninho piscou incrédulo, com a própria boca levemente entreaberta. Tutu queria que ele se abrisse? Sobre sua orientação sexual? E aquela boca... não! Não podia ser verdade. Tutu ia era fazer mais um bullying homofóbico qualquer, com ele, do tipo que Bruninho suportava na escola. Cético quanto à sinceridade do amigo, Bruninho optou por se fechar, para se defender antecipadamente.

- Espia. Tutu. A gente tá muito diferente, né? Muito distante... eu...

Artur percebeu o corte e se levantou do sofá com uma cara agora indiferente e falando:

- Verdade. Beleza. Deixa pra lá.

- Não. Espera...

- Tu vai sair agora, com tua Mãe.

- É. Mas... Tutu. “The last of us”.

- Que, que tem?

- Eu jogo muito. Tu gosta?

- Pô. Pra caramba! Não imaginava que tu gostasse. Assim, meio trash, apocalipse zumbi.

Bruninho riu. Ele gostava de verdade do game. Havia alguma coisa no canibalismo zumbi que o atraía, embora ele não curtisse a estética dos “infectados” e as cenas de pessoas sendo devoradas. Ele só resolveu mentir um pouquinho, para atrair Tutu, com a novidade da última versão do jogo.

- Eu comprei o “2”, que acabou de sair. Mas ainda nem abri. Tu topa vir aqui, jogar comigo?

Artur abriu um sorriso que o viadinho achou lindo e respondeu que sim. Daí os dois trocaram contatos de zap e ficaram de combinar.

Cada um tinha uma expectativa naquela aproximação, mas o sentido final convergia. Ambos queriam sexo, um com o outro.

Meia hora depois, Bruninho e sua mamãe se encontravam com a linda e gostosona travesti Leia e o viadinho ficou de queixo caído.

Se por um lado Leia não via o garoto há uns seis anos, quando ele era ainda mais baixo e não começara a tomar os bloqueadores de testosterona, por outro Bruninho não lembrava do corpo e do rosto da trans em detalhes. A face, assim como a de mamãe Gilda, não aparentava ter os quarenta e poucos anos das duas e não havia nada de masculino no rostinho redondo de Leia, que sorrindo brincou com os dois:

- Olá, Bruninho. Eu sou sua madrinha malvada, com quem a monstra da tua mãe te impediu de conviver, até agora!

Rindo, Gilda protestou.

- Tu continua é a mesma viada potoqueira de sempre!

Bruninho permaneceu mudo e indiferente às farpas entre mãe e madrinha. Ele olhava para o corte de cabelo das duas, um chanel de bico longo, com divisão na esquerda da cabeça, e via que era idêntico e que combinava muito bem com ambos os rostos. Examinava as pernas grossas do tornozelo até os quadris, ambas em jeans de lycra apertadíssimos, e as via quase iguais, com a mãe ganhando em ter ancas mais largas e um pouco mais de bunda. E via os seios, sob blusinhas de malha brancas, de muito bom gosto, e achava que eram iguais. Leia quebrou o mutismo do boiolinha.

- Que foi, Querido? Gostou do material?

- Vocês são iguaiszinhas... parecem mesmo irmãs...

As duas riram alto, mas Leia logo se calou, contrafeita com o que Bruninho disse em seguida.

- Égua! Tio Gil tem muita sorte.

Os três sentaram e o papo correu frouxo sobre fofocas e um pouco de sexo, só para irem colocando o menino no clima, até que Leia perguntou a Bruninho.

- Antão, meu afilhado. Conta pra Dinda. O que, que tu sentiu ao me ver. Sobretudo esse meu corpão de gorda.

- A Dinda não tem nada de gorda.

E Gilda ajuntou, em voz baixa, mas rindo:

- A-mi-ga! Se nós duas somos iguais, antão, tu tá me chamado de gorda, também, tua puta.

- A-mi-ga! Te controla! Mas Bruninho, a pergunta é importante e tu tem que ser muito sincero. Tua Mãe sempre diz que te criou pra ser livre. Antão, não minta. Tu tem que falar a verdade, pra gente se conhecer direito. O que tu sente olhando meu corpo. Tesão?

Essa havia sido fácil para Leia. O tesão estava estampado na cara do menino e ele confirmou.

- Sim.

- Desejo por mim? Vontade de me comer?

- Não.

- Antão...

Sentindo-se pressionado, Bruninho quase gritou, meio que numa catarse muito desmunhecada.

- Eu sinto inveja! Pura inveja!

- Do meu corpo?

- Sim. Quer dizer...

- Do efeito que meu corpo causa nos homens?

Bruninho fez que sim, se sentindo compreendido. Com a última frase, parecia que Leia havia lido sua alma, embora quase estranha para ele, apesar de ser sua madrinha.

- Muito bom, Bruninho! Muito bom! Parabéns pela honestidade, sobretudo para consigo mesmo. Não é todo mundo que tem essa clareza sobre sua própria verdade. Acho que vamos nos dar muito bem.

Gilda ficou orgulhosa de seu menino e o beijando na face, comentou para Leia.

- Eu te falei, Amiga. Ele é sensível, inteligente... e é lindinho, não é?

- Verdade! Mas isso tudo ele herdou foi de você, né, meu Amor? Só de tu! Porque do pai...

O trio conversou mais algumas amenidades e ao se despedirem, Leia agendou a primeira aula de Bruninho.

- Espia, Bruninho. Sábado que vem, daqui a uma semana, meu maridinho Jean vai coordenar um almoço feito pelo nosso serviço de buffet. Posso ficar sozinha em casa, contigo, de umas nove da manhã até o fim de tarde. Pode ser?

Gilda e Bruninho confirmaram o compromisso e Leia anotou o contato de zap do menino, mas ainda teve uma última ideia.

- A propósito, tu calça quanto, meu menino?

- Calço 39 ou 40, Dinda. Depende da forma.

- Tá ótimo. Vocês podem ir, que eu vou dar uma volta no shopping.

Apostando que a amiga travesti ia comprar algum calçado sexy feminino, para Bruninho, Gilda ainda fez menção de ela e o filho acompanharem Leia, mas Bruninho disse que precisava muito comprar um game e voltar pra casa cedo, porque ainda poderia combinar algo com Tutu, e assim foi. Mãe gostosona e filhinho viado só pararam para comprar a versão “2” de “The last of us”.

Chegando em casa, Bruninho não se controlou. Como fêmea, sabia que não devia mandar mensagem para Tutu no mesmo dia em que pegara o contato do amiguinho. Mas a caixa Ps4 de “The last of us 2” o tentava.

Então, como meio termo, Bruninho resolveu tirar uma foto no espelho de corpo inteiro de seu quarto, segurando a caixa do jogo e mandar a imagem sem mensagem nenhuma junto. Até aí foi fácil para ele arquitetar, mas para fazer foram quase 30 fotos que a bichinha tirou de si mesma, vendo o próprio reflexo com o jogo. Quase 30 poses e com diversas roupas.

Bruninho não queria que a pose fosse indiferente, só mostrando o game. Sua expressão corporal tinha que comunicar algo a Tutu, mas ao mesmo tempo não podia ser muito oferecida. Por fim, ele escolheu uma em que estava com as pernocas de joelhos femininamente juntinhos, um na frente do outro, as coxas grossas sumindo num shortinho de dormir azul marinho. Antes ele tentara exibir a bunda meio de lado, num shortinho branco valorizando seu rabão, mas além de achar que ficara muito vagabunda, aparecia o volume de seu piruzinho duro.

Bruninho enrolou de propósito a bainha da camiseta regata de dormir, azul bebê, para mostrar seu umbigo na foto. Mas da parte de cima do corpo era só isso, porque ele posicionou a caixa de Ps4 de um jeito em que nem seus peitinhos nem sua boca fossem visíveis. Só apareciam seus olhos e para a pose ele se recordou de uma definição das aulas de educação artística, “sorrir só com os olhos”.

Enviada a imagem, começou a tortura emocional do menino. De cinco em cinco segundos ele olhava o zap, para ver se Tutu havia visualizado e se havia algum comentário. Mas a visualização tardou demais e só umas duas horas após o envio Tutu marcou a foto com o mais destrutivo emoji que poderia usar, um coração!

O filhinho boiola de Gilda foi aos céus e ao inferno, sofrendo entre dúvidas. O coraçãozinho no canto da foto significava que Tutu amara as pernocas e umbiguinho dele, ou que amara o game novo, ou ainda que amara os dois, a bichinha e o jogo? E era um coração sincero ou irônico? Atormentado, Bruninho nem se masturbou naquela noite, mas também não dormiu direito.

No domingo, as torturantes dúvidas de Bruninho se aprofundaram. Sem nenhum outro sinal de vida do amiguinho, ele deveria mandar mensagem convidando Tutu para jogar Ps4, ou não? Apesar da agonia, venceu em Bruninho o senso de autopreservação e ele não mandou mensagem. E no início da noite, sua resolução foi premiada por um zap de Tutu.

- Oi, Brunin. Não respondi direito. Tava c min namorada, ontem.

Que merda! Tutu, seu sonho de consumo, tinha namorada! Mas... aquele coraçãozinho... se ele apenas tivesse gostado do jogo, não teria problema me responder com a namorada ao lado. Com a forte intuição de mulher, herdada da mãe, Bruninho deduziu que Tutu talvez sentisse mesmo algo por ele, com ou sem namorada. Daí, o viadinho pensou em mandar um zap dizendo que não importava Tutu ter demorado a responder, mas optou por fazer isso com a mesma dubiedade do emoji de coraçãozinho.

- Prblm, ñ.

Bruninho queria que “Problema não” significasse tanto que o atraso, quanto a namorada, não importavam. E na sequência mandou outro duplo significado:

- Vamos jogar?

Artur demorou um bom tempo para responder e por fim escreveu:

- Pode sábado?

Que bosta! Daqui a quase uma semana! Com alívio e um certo grau de vingança, Bruninho lembrou que passaria o dia de sábado na casa de sua madrinha trans e respondeu.

- Sáb p mim ñ dá. Compromisso família.

- Durante semana, ruim pra mim. Aula o dia todo e à noite nado.

Bruninho ficou em silêncio. Se Tutu quisesse estar com ele, nem que fosse realmente só para jogar Ps4, teria que se mexer. E aconteceu!

- Posso ir aí agora? Minha mãe me dá 1 horinha, ainda, antes da hora de dormir.

Bruninho ainda sofria da taquicardia provocada pela mensagem, quando veio outra.

- Meu Ps4 pifou. Podemos no teu?

Bruninho nunca desconfiaria que o Ps4 de Tutu não tinha defeito algum. Artur só não queria ficar perto do viadinho sob as vistas dos pais. Ignorando a mentirinha, a bichinha fez uma força danada pra não responder no mesmo segundo, mas em menos de um minuto mandou um singelo “S”.

- Mãe! Tutu vem aqui, pra gente jogar game no quarto!

Gilda ouviu aquilo feliz da vida. Se seu filhinho viado arrumasse um namoradinho como Artur, rapaz bonzinho e morando no mesmo condomínio, seria tudo de bom!

Bruninho resistiu ao impulso de se perfumar e colocar uma roupinha sexy. Ele tinha que parecer casual. E, dando uma última olhada no espelho, achou que seu casual já era sexy, com o habitual shortinho apertado e a indefectível camiseta regata também apertadinha, quase exibindo os mamilos pontudos. A femeazinha se deliciava com a própria imagem quando a campainha tocou e seu coraçãozinho parou.

Correndo para a sala, Bruninho abriu a porta e deu de cara com um apreensivo Tutu.

- Tudo bem se a gente jogar no teu quarto?

- Égua! E onde mais a gente ia jogar?

E para a mãe, na cozinha, Bruninho avisou:

- Mãezinha, vou jogar com Tutu no meu quarto!

Depois que Artur cumprimentou Gilda e o tio de Bruninho que via um jogo qualquer na TV da sala, veio num novo aviso:

- Titio, vou trancar a porta do quarto por causa do som, tá?

Gil sorriu amistosamente, mas torcendo tanto quanto a mãe para que o sobrinho arrumasse um namorado. E Gilda, excitada, foi sentar ao lado do marido-irmão e logo o beijava agarrando aquela verga grossa que ela amava.

Fechada a porta do quarto, Bruninho não sabia o que fazer. A desenvoltura de puta que demonstrara para Tupã no vestiário do clube, desapareceu como se em seu subconsciente a bichinha soubesse que antes era brincadeira de descoberta e agora era a sério.

- Abre o jogo, vai!

Meio confuso, Bruninho quase achou que o amiguinho pedia para ele falar a verdade sobre sexo, mas Tutu apontava para a embalagem de “T.L.O.U. 2” e, embora meio desconcertado, o viadinho abriu com facilidade o plástico transparente que protegia a caixa, usando suas unhas de onça, que mantinha grandes como as da mãe. E Tutu notou.

- Égua, tu abriu rapidinho. Eu sempre me enrolo com essas embalagens. São tuas unhas grandes.

- É... eu... ligando... pronto. Vai tu primeiro, Tutu, que tu é visita. Quero só ficar olhando.

Passaram-se quase 30 minutos com Artur jogando, sentado de pernas cruzadas na cama de Bruninho e a bichinha admirando mais o rosto e o corpo do amigo do que olhando pra tela. O visitante percebeu, mas Artur também era tímido e levou um tempão para criar a coragem de dar um pause no jogo e chamar Bruninho pra perto.

- Bruninho... senta aqui perto pra te falar uma coisa. É que ninguém pode ouvir.

O coração de Bruninho quase saía pela boca. Ele sentou na beirada da cama, ao lado de Tutu, com as pernas cruzadas juntinhas, as coxas grossas expostas, e juntou também as mãos sobre um joelho, as duas agarradas para evitar que Tutu visse que tremiam. Com aquela pose, Bruninho contraía os ombros e seus peitinhos de mocinha ficavam mais evidentes dentro do vasto decote da camisetinha regata. Artur olhou de cima os mamilos pontudos de menina e se sentiu tentado a pegar. Sem conseguir tirar os olhos dos bicos das tetas do viadinho, o nadador falou carinhosamente.

- Por que, que tu tava chorando na área de festas, na sexta?

- Tu... eu... ái, Tutu... é uma longa história. E tu veio aqui pra jogar.

- Vim não.

- Oi?

- Noutro dia, tu disse que a gente tá muito distante. É verdade. E... tu num fica chateado comigo, mas... a diferença que tu falou... é que nossos corpos tão bem diferentes.

- Tão.

- Mas, será que a gente... por dentro... é assim tão diferente? Eu quero saber. Quero te conhecer melhor.

Bruninho foi relaxando e se envolvendo com a conversa, falando sobre ser ele mesmo.

- Eu... te contei que não quero ser o que os outros esperam de mim. Especialmente meu pai. Sabe... é até irônico tu estar aqui.

Artur olhava com desejo, mas também com um carinho enorme para Bruninho falando. O viadinho era tão delicado que lhe parecia, naquele momento, mais feminino do que Ana, a namoradinho de escola de Artur. Tutu então manteve as pernas cruzadas, mas as virou um pouco para o lado de Bruninho e seu joelho encostou no lado da coxa grossa e lisinha da bichinha.

- Por que é irônico eu tá aqui? O que isso tem a ver com teu pai?

- Porque tenho certeza de que tudo o que meu pai queria de mim é que eu fosse assim, que nem tu. Com esse teu corpo...

A voz de Bruninho foi traída pelo desejo ao falar “esse teu corpo” e Tutu notou. E ao mesmo tempo o joelho do amigo encostado na coxa de Bruninho queimava como se fosse um ferro de passar roupa. Mas Bruninho não se afastaria de jeito nenhum! Para piorar o calor que a bichinha sentia, Artur colocou uma de suas mãozonas de nadador sobre as duas mãos de Bruninho, que entrelaçadas seguravam o joelho do viadinho. E próximo, quase debruçado sobre o fresquinho, Tutu falou em tom de sedução:

- Tem muita coisa sob a minha pele que tu não vê!

Se Bruninho padecesse de qualquer cardiopatia, ele teria morrido naquele instante! Mas ele sobreviveu e só olhou de pertinho para Artur, com os olhos lindos de índia arregalados e a boca entreaberta, prontinha para levar o primeiro beijo a sério, de sua vida. Tutu continuou a falar.

- Eu também sofro o mesmo drama que tu. Eu não quero ser aquilo que os outros esperam de mim. Eu quero ser eu mesmo. Eu...

Ninguém que visse a cena poderia determinar quem se aproximava de quem. Artur olhava fixo os bem desenhados lábios entreabertos de Bruninho e o viadinho mirava hipnotizado a boca do antigo amigo de infância. E uma boca se aproximava lentamente da outra.

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Esse clima de amorzinho adolescente é muito bom, Esse casal é um amorzinho

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