Dois belos meninos, da mesma idade, sentados na cama de um deles. Eram dois antigos amiguinhos de primeira infância, separados pela vida e depois de anos reunidos. Mas ao se reencontrarem, seus corpos já eram mais do que diferentes. Eram corpos que se queriam complementar, um no outro.
O visitante era o másculo nadador Artur, de curtos cabelos castanhos com topete cheio, rosto quadrado e bonito, e olhos claros. Artur tinha um corpo escultural de peitoral, abdômen e pernas definidas, mas sem exageros. E seu companheiro ali, no quarto, sabia que Artur era bem dotado.
Sentado de pernas cruzadas sobre a cama do amigo, Artur encostava um joelho na coxa grossa e lisinha do dono do quarto. E aquele joelho parecia queimar a pele de Bruninho.
Bruninho tinha clareza de ser boiolinha e desejava Artur, o seu “Tutu”. Sentado na beira da própria cama, com as pernas grossas cruzadas femininamente, Bruninho tinha ambas as mãos sobre um joelho e uma mãozona de Artur sobre as suas. E a boca de Tutu se aproximava de seus lábios, ao mesmo tempo em que os lábios de Bruninho se aproximavam dos de Tutu.
Tutu não tirava os olhos dos peitinhos pontudos de Bruninho, visíveis pelo vão largo da camisetinha regata do viadinho. Bruninho tomava bloqueadores de testosterona há tempos, mas era só isso. Ele ainda não tomava hormônios femininos. Seu corpo, porém, os produzia naturalmente e por isso Bruninho tinha brotos mamários.
Mas Bruninho não tirava os olhos era de outra coisa. Mesmo se aproximando para o beijo, ele viu claramente o volume da rola endurecida de Tutu, dentro do fino short de futebol do nadador. E, por há dias ter visto Tutu no banho, no vestiário da natação, ele sabia que era uma pica grossa e grande a que agora tinha à mão. À mão! Bruninho se perguntava se teria coragem de encher a mão naquela rola, no instante em que a mãozona de Tutu não estivesse mas segurando suas duas mãos.
Mas o momento que parecia eterno não era de pegação. Era de beijo romântico. E seria o primeiro beijo de cada um, num outro menino. “Seria”, porque bateram na porta, pã-pã-pã-pããã, e a voz de Gilda se fez ouvir.
- Artur, querido! Desculpa, mas Magali tá te chamando. Hora de ir pra casa!
Gilda não estava nem um pouco feliz de cumprir aquele papel. Primeiro porque torcia para alguma coisa mais séria rolar entre seu filhinho viado e Tutu. Mas, sobretudo, porque ao interfonar, a mãe de Tutu, a Magali, amiga de Gilda, interrompera um animado boquete que a linda índia quarentona fazia no mano-marido Gil, no sofá da sala, excitada pelo risco de um dos dois meninos a flagrar.
Gilda tirara os lábios da piroca do irmão e depois de bater na porta e avisar Tutu, o que ela viu foi um festival de ereções ocultas.
Primeiro, no sofá, com cara de safado, Gil escondia a trozoba abandonada pela irmã, com uma almofada no colo. Depois, passando por Gilda todo acabrunhado e ligeiramente curvado, o adolescente Tutu levava um livro à frente da rola tesa dentro do short. E vendo o olhar de Gilda para o livro, o constrangido Tutu tentou se explicar, enquanto saía.
- Bru... Bruninho me emprestou um livro... tchau Tia... tchau Tio...
- Boa notinha, Tutu!
E a terceira, embora rolinha, Gilda viu entrando no quarto do filhinho. Bruninho mantinha quase a mesma pose de quando Tutu estivera ao seu lado. Ele não queria se mexer. No rosto, o viadinho estampava um sorriso de gato que caíra no pires de leite. Com o corpo levemente inclinado pra trás e as mãos apoiadas na cama atrás da linha dos ombros, os peitinhos de Bruninho apontavam acintosamente pra frente. E entre as pernas grossas, ainda femininamente cruzadas, o fino shortinho de algodão exibia um toquinho duro de uns 3 centímetros armando uma liliputiana barraca.
- Interrompi alguma coisa, Filhinho?
A voz de Gilda saiu maliciosa e Bruninho respondeu feliz da vida, enquanto a mamãe sentava ao seu lado.
- Interrompeu, mas foi lindo, Mãezinha!
Gilda se contagiou com o momento a um só tempo erótico e romântico, e pousou suavemente sua mão grande sobre o piruzinho pequeno do filho, pedindo de pertinho e com rouquidão de desejo.
- Conta pra mim, vai!
- Eu... foi só um beijinho de estalinho, antes dele ir embora. Mas foi a melhor coisa do mundo, Mãezinha!
A cabeça de Gilda processou tudo muito rápido. Só um beijinho de estalinho e seu filhinho ficava assim? Aquilo era ao mesmo tempo empolgante e frustrante. Levada pelo desejo do filho, Gilda segurou o rostinho dele e aplicou um rápido beijinho de estalinho, ela mesma, perguntando antes:
- Um assim?
Foi o primeiro contato entre os lábios de mãe e filho, e Gilda, de sua parte, teve outras vontades. Ela quis dar um libidinoso beijo de língua em Bruninho e dizer ao final que “deveria ter sido assim!” Depois ela imaginou dizer bem baixinho, com a boca excitantemente colada no ouvido de Bruninho, que ia voltar pra terminar um boquete na rola grossa do titio Gil e fecharia com o convite insinuante: “vem me ajudar a tratar direitinho da pica do teu Titio, vem!” Mas Gilda não fez nada disso e se levantou da cama de Bruninho logo após o beijo de estalinho.
- Viva muito o teu momento, filhinho! Aproveite!
Gioda saiu do quarto, mas o tesão da quarentona estava a mil e ela foi até o irmão, jogou longe a almofada que ele usava de escudo e agarrou-lhe a piroca ainda rija.
- Tu vem comigo! Agora!
Enquanto Mamãe levava titio Gil puxado pela rola, para a cama do quarto deles, Bruninho pensava no cheiro forte que sentira nos lábios de Gilda. E a cabeça do viadinho girou a mil. Aquele era cheiro de piru de macho adulto. Um cheiro forte, travado, que ele conhecia de longe, convivendo com o tio desde sempre. Significava que sua mãe estivera com a boca na rola de tio Gil, e ele beijara os lábios de sua mãe. Ele beijara a pica de tio Gil por tabela!
- Meu Deus... esse cheiro...
Bruninho se excitou tendo consciência de que, mais do que se acostumar, ele precisava aprender a “gostar” daquele cheiro. Cheiro de macho! E aprender a gostar de ainda muito mais coisas!
- Aiiihhh... Tutu...
Gemendo sozinho e falando baixinho o nome de seu desejado amiguinho, Bruninho entrou em confusão. Como ele podia, ao mesmo tempo, se sentir romanticamente envolvido por Tutu e também morrer de tesão pela Mãe e pelo Tio? Completamente alterado, o viadinho fechou a porta do quarto e se masturbou loucamente com Dudu, seu ursão de pelúcia, empurrando para dentro de seu cuzinho o já conhecido cabo do rodinho de mão.
E durante a masturbação, ora Bruninho fantasiava que Artur o comia e beijava, ora que o Tio o comia enquanto a mãe o beijava na boca. Beijo de putas lésbicas, como ele imaginava que fossem os beijos entre Mamãe gostosona e a Madrinha travesti.
No dia seguinte, Bruninho conversou com Mãe e Tio no café da manhã, sobre coisas sérias, o Enem. Pensando em arquitetura, ele propôs preencher os poucos horários liberados pela natação para fazer um curso de desenho voltado para a habilidade específica. Todos concordaram e o próprio fresquinho ficou de pesquisar qual curso mas, no fim daquele mesmo dia, Bruninho soube pelo zap que deveria reservar as tardes de quarta para algo que lhe era muito mais urgente.
- Oi Brunin!
O viadinho tinha femininamente se controlado desde o beijo de estalinho, no domingo à noite, para não mandar nenhuma mensagem a Tutu. E agora Turu vinha até ele pelo aplicativo.
- Oi, Tutu. Tá tudo bem?
- Melhor agora...
Bruninho se segurou nas purpurinas, para não demonstrar na tela da conversa a imensa alegria que sentiu. Decidiu esperar pelo que realmente importasse e Tutu não o fez esperar muito.
- Tu vai fazer alguma coisa na 4ª, de tarde?
- Tu disse que durante a semana...
- Eu tenho um tempo livre, toda quarta, entre 3 e 5 horas. Dá pra gente jogar.
A primeira coisa que Bruninho pensou, foi que duas horas em seu quarto, com Tutu, era muito mais do que ele tivera a cada encontro com o jovem Tupã. Em duas horas... nooossa! Dava pra fazer muita coisa.
- Então, tá. Te espero 3 horas da quarta, no meu quarto.
- Combinado.
- Tchau.
Bruninho deu pulinhos de alegria. Naquele horário e dia, normalmente, o tio e a mãe estariam no trabalho. Mas, pensando que seria melhor ainda se não estivesse ninguém em casa, o viadinho tratou logo de combinar com a mãe para que Gilda desse folga à empregada, na quarta à tarde.
Tudo preparado, na quarta, umas 3 da tarde, Tutu tocou a campainha do apartamento de Bruninho e o viadinho abriu ansioso. Bruninho fizera a chuca, lubrificara o cuzinho e se perfumara com o 212 de Gilda. Mas colocara cuequinha apertada, shortinho de pijama e camisetinha de alça comum, não querendo parecer muito piranha.
- Oi, Tutu, entra! Senta aqui.
O viadinho indicou o sofá da sala e Artur estranhou.
- A gente não vai pro teu quarto?
Bruninho mentiu sobre a folga da empregada:
- Tamos sozinhos em casa. Coincidiu que hoje é dia de folga da Vanessa. Titio tá no quartel e Mamãe na escola.
- Ah... tá bom.
- Mas se tu quiser, a gente vai pro quarto jogar.
- Não, eu... escuta. Eu quero conversar contigo.
O “conversar” saíra meio formal e já ali Bruninho desconfiou que tivesse rolado um arrependimento do beijo de estalinho. Seria a segunda rejeição em duas semanas? Bruninho deu um suspiro e se jogou de bunda no sofá, nem longe, nem perto de Tutu, tentando fazer graça da situação.
- Tá bom, Tutu. Vamos só conversar. Prometo que não vou te agarrar, não.
- Pô. Tu não precisa falar assim comigo.
- Desculpa. Bobagem minha.
- Não... acho que no fundo a culpa é minha. Eu te dei aquele beijinho e...
- “A gente” se deu. Eu também te beijei. A diferença é que eu queria, né? Tu não.
- Né assim, não, Bruninho. Eu... eu quis.
- Quis.
- É... eu. Eu te gosto muito. Há muito tempo. Mas não sei direito de que jeito... nem o que eu quero da vida. Quero dizer...
- Tu tem namorada, então alguma coisa tu já sabe. Tu é bonito, forte, chama a atenção das meninas. Porque, que tu ia querer ficar com um... com alguém como eu, Tutu?
- Tu sacou que a gente tá falando de rótulos? Eu, “bonito e forte”... tu, “alguém como eu”...
- “Alguém como eu” é eufemismo pra “tipo um viadinho”, que é o que eu sou, Tutu!
- Mas é só um outro rótulo, né Bruninho?
- Será? É. Talvez. Na verdade, eu acho que mesmo dentro de “viadinho” existem muitos rótulos e eu não sei direito o que quero ser, mas...
- Mas...
- Mas tenho certeza de que não quero ser “o homem” de relação nenhuma.
Bruninho fez uma pausa e olhou com firmeza para Tutu, antes de concluir:
- E tenho certeza de que não quero ter uma “namorada”. Você tem uma. E não é pra se encaixar em um rótulo, é? Ou tu não gosta dela, de verdade?
- Olha, Bruninho, eu quero ser muito sincero contigo. Eu...
Bruninho sentiu um certo desespero de perder Tutu antes mesmo de o ter e interrompeu rápido a fala do desejado:
- Ó! Eu não tenho ciúme da tua namorada, não. Entende isso, Tutu. Né isso, não. Eu só acho que, assim como eu, tu não tem muita certeza sobre “rótulos” e daí, talvez seja melhor...
Artur via o antigo coleguinha de infância argumentar e o achava lindo! Mesmo com os cabelos curtinhos e apesar da idade, Bruninho era de uma graça e feminilidade que cativavam o olhar de Artur. E, fisicamente, os bloqueadores haviam mantido em Bruninho o rosto redondinho e feminino de criança indígena. Artur agiu movido pelo que via e Bruninho foi bruscamente interrompido pelo primeiro beijo de sua vida!
Artur puxou a cabeça de Bruninho com uma mistura apaixonante de força e delicadeza e os dois se beijaram de língua, num enroscar louco que durou minutos. Minutos nos quais a entrega de um ao outro foi aumentando à medida em que o beijo ia se desenvolvendo.
Em pouco tempo, Bruninho acariciava o rosto de Tutu com uma mão, enquanto Tutu acariciava os cabelos curtos de Bruninho. E eles ficaram vários minutos assim, se dedicando ao beijo, tão focados no que acontecia com suas bocas, lábios e línguas que nenhum dos dois fez nenhuma tentativa de tocar em partes mais sensíveis do outro.
O beijo continuou, continuou e continuou, até que Bruninho, olhando discretamente pra baixo enquanto era beijado e beijava, viu que a pica de Tutu armava uma barraca enorme no short de futebol do amante. O que ele devia fazer? Bruninho sentia vontade de pegar naquela jeba oculta por cueca e nylon fino, mas estava inseguro. Iria saber fazer direito? “Que porra de viado é esse, que não gosta de rola?” A frase de Tupã ainda assombrava Bruninho.
Para vantagem do viadinho, Tutu não parecia querer nada além do beijo. Também ele pisava em ovos e não sabia até onde ir ou o que fazer em seguida. Tutu apenas se excitara com a beleza e os modos de Bruninho e a fala declarando ter certeza de que não queria ser “o homem” de qualquer relação. Aquilo encaixara como uma luva nos desejos de Tutu. Mas agora ele queria parar o beijo e ir embora, porque sentia que se não parasse iria esporrar dentro do short. E como explicar a roupa esporrada à mãe controladora?
Tutu interrompeu o beijo carinhosamente e falou com muita calma:
- Eu... preciso parar... tenho que ir...
- Mas... tá cedo...
- É que...
Os dois voltaram a se beijar por uns três minutos maravilhosos e de novo foi Artur quem interrompeu.
- Olha... tenho mesmo que ir...
- Tá...
- Na quarta que vem a gente... conversa...
- Tá... tá...
Bruninho não entendia direito aquela vontade de Artur ir embora e ficou parado, sentado no sofá, vendo o amante sair e fechar a porta. E suas emoções eram uma dose forte de LSD. Os maravilhosos beijos de Tutu o levaram para um lugar além do que ele esperava. Um lugar de cores mágicas explodindo em cada foco de luz e onde só havia felicidade.
Mas logo aconteceu algo na mente do inseguro viadinho adolescente. O beijo não podia ter sido tão bom para Tutu. Se tivesse sido metade do que fora, para o amante, Artur não teria saído correndo e falado em esperar uma semana. Por que aquela espera torturante?
Bruninho ficou em silêncio no zap. Não escreveu para Artur e nem recebeu mensagens. A bichinha tentava se conformar que tivera momentos maravilhosos com Tutu, mais do que esperava, e que agora seria esquecida. Mas Tutu quebrou o silêncio.
- Oi, Brunin
- Oi. Tá tudo bem?
- Tá. E contigo?
- Tudo ótimo!
- Depois q reparei q n te contei
Bruninho aguardou ansioso o maldito “escrevendo” do zap. Tutu prosseguiu.
- Vou viajar nesse fds.
- Tá bom. Boa viagem.
- A gente joga de novo na 4a?
Bruninho entendeu várias coisas ali. No plano prático, parecia que Artur estava com alguém ao lado, talvez alguém da família, e que tinha medo de lerem as mensagens. Por isso “jogar” era um código para o beijo deles. Mas, no plano emocional, também pareceu ao viadinho que Tutu “jogava” com ele e com seus sentimentos. Ainda assim, Bruninho transbordava de amor depois do beijo da quarta e esse amor vazou para o teclado do celular.
- Sabe, Tutu? Gostei muito do jogo. Muito mesmo.
A resposta, como sempre dúbia, foi sintética.
- Tb. Tchau.
Bruninho pensou que pelo menos ganhara um “tb”. Foi o bastante para na quinta e na sexta, na escola, ele ficar sonhando de olhos abertos num alheamento que mereceu advertência de diversos professores. E seu estado de devaneio não mudou muito até o sábado, pela manhã, quando a mãe levou Bruninho à casa da madrinha travesti Leia, no Umarizal.
Leia morava numa casa ampla, em terreno plano de um só andar, com um belo jardim na frente e uma casinha nos fundos, separada por quintal com mangueiras. Tudo cercado por muros e portões altos, para privacidade total. O interior era decorado com móveis antigos, de madeira de lei, que a travesti fora garimpando em lojas de móveis usados, alguns tendo sido restaurados pelo velho amigo, o marceneiro Miguel, o homem do pau de cachorro.
Leia recebeu mãe e filho com beijos de estalinho nos dois e abraços apertados, mas logo despachou Gilda.
- A-mi-ga! Obrigada pela confiança, mas agora vai! Deixa Bruninho com a Dinda e vai!
- Cachorra! Nem me convida pra entrar?
- Não, mesmo! Eu e Bruninho temos muito o que fazer e tu só vai atrapalhar.
Gilda sabia que era verdade. Por mais que ela quisesse participar e já sentisse um tesão lésbico pelo filhinho viado, ela era mãe. E como mãe, sabia que Bruninho ficaria sempre com um pé atrás perto dela. Confiando em Leia, Gilda se despediu dos dois e saiu, enquanto Bruninho sentava no amplo sofá da sala com a Madrinha.
- Antão, meu Queridinho. Conta pra mim de teu caso com o sortudo do Tutu.
- Ái, Dinda... eu...
- Conta tudinho. Tua mãe me disse que tu antes perdeu o cabaço com um rapaz do clube.
Aos poucos Bruninho foi se soltando e entre dengos e desabafos narrou a inauguração de seu cuzinho por Tupã, a reaproximação com Tutu, depois o beijo de estalinho e por fim o alucinante beijo de línguas na quarta, beijo que eles qualificaram no zap como “gostei muito” e “tb”.
- Ái, que coisa linda, Bruninho! E vocês não se falaram mais? Morando pertinho um do outro?
- Nadinha, Dinda. Eu... eu quis. Mas ele saiu de lá de casa de um jeito que achei que não devia. Fiz mal?
- Num dá pra saber, meu lindinho. Tem muitas coisas aí. A princípio, acho que tu agiu bem. E talvez seja melhor tu pensar nele como num “jogo” mesmo. Mas vamos esmiuçar isso depois. Agora eu quero que tu fale das coisas que te dão prazer. Prazer de verdade. Prazer intenso!
Leia foi interrompida pela entrada na sala de seu marido Jean, um negro de 1,90m, magro, de ombros e cintura estreitos, elegantemente vestido em traje preto e branco de passeio completo. Jean não era bonito. Ele tinha um crânio alongado que usava com cabeça raspada, mas tinha um sorriso branco lindo, encantador, acompanhado por olhos inteligentes e bondosos.
- Olá!
Assim que viu Bruninho, Jean foi até o rapazote e estendeu a mão para um cumprimento tão formal que o menino saltou de pé para responder.
- Esse é Jean, meu marido. Jean, já te falei de Bruninho.
Jean respondeu sorrindo largamente e ainda segurando a mão de Bruninho.
- Muito prazer, Bruninho. Vou deixar vocês a sós. Não se preocupe.
O menino emudeceu e sentou e Leia foi quem levantou para se pendurar no pescoço do negão e entre beijos se despedir.
- Tudo certinho, meu Amor?
- Tudo no carro, minha Querida. Volto à noitinha para comemorarmos o serviço.
- Espero que dê tudo certo. Boa sorte!
- Oh, vai dar! Eles vão adorar o pirarucu na folha de bananeira, com ratatouille! Ideia maravilhosa, essa sua!
- Tu que a realizou. Mérito todo teu!
E voltando-se para Bruninho, Leia arrematou:
- Jean é um chefe de primeira! Ainda vamos abrir um restaurante!
O casal se despediu e Bruninho, impactado pela simpatia e energia de Jean, comentou:
- Jean tem um sotaque diferente, né Dinda?
- Jean é haitiano, Bruninho. Refugiado. Queria estudar culinária e nunca conseguiu. Mas no Brasil fez um curso de garçom e a vida dele mudou.
- E como vocês se conheceram?
- Boa pergunta! Depois eu vou contar, porque essa história tem tudo a ver com nossa conversa aqui. Mas bem depois, que primeiro vamos fazer um joguinho. Primeiro, você tira toda a tua roupinha, enquanto responde pra Dinda uma coisinha.
- Ti... tirar a roupa?
- Tu tem vergonha da Dinda? Antão... precisamos quebrar esse gelo. Eu vou começar tirando cada peça de roupa e tu me imita.
A voluptuosa travesti tirou em gestos lentos e femininos a própria blusinha lilás, de alças, exibindo um belo sutiã roxo, de rendinhas, recheado por seios volumosos mas sem exageros. E enquanto tirava a primeira peça, Leia falava.
- Sabe por que tirar a roupa, meu Amorzinho?... peladinho é mais fácil a gente ser nós mesmos... colocar pra fora nossas verdades... quem realmente somos... agora falta o sutiã, né? Pra te pedir que tire a camiseta, eu preciso estar igual.
Leia tirou o sutiã e Bruninho ficou impressionado. Os seios eram quase do tamanho dos de sua mãe, mas não caíram muito sem o apoio. Eram firmes e naturais e as aréolas roxas eram enormes e lindas, tendo no centro mamilos grandes e muito saltados. Acariciando os próprios seios de modo a os exibir para o viadinho, Leia falou orgulhosa e risonha:
- Tu mamou bastante nesses meus peitos, sabia?
- Mamãe me contou, Dinda.
- Eu quero mesmo voltar a ser uma segunda mãe pra ti. Senti muito tua falta te vendo aos poucos. Mas me diz. Gostou dos peitos da tua Dinda quarentona?
- São lindos!
Leia percebeu o olhar do menino para seu piercing, que tinha um berloque novo pendurado, de uma pimenta vermelha de um centímetro.
- Tá vendo esse piercing? Quando furei o umbiguinho, era mais nova do que tu. E tua mãe tava do lado, me dando força.
A viada sênior não contou para o garoto que havia mamado a rola do assistente do responsável pelo estúdio de tatoo e piercieng, mas lembrou com tesão daquele momento de sexo aleatório e continuou.
- Mas a pimentinha é nova. E tem vários significados. Agora vou tirar tua camisetinha.... nooossa, Bruninho... que lindos!
Leia jogou para o lado a camiseta do garoto e começou a ordenhar os morrinhos e os mamilos pontudos, dos brotos mamários de Bruninho, arrancando gemidos do afilhado.
- Aaahhh... Dinda...
- Bruninho... tu não toma hormônios femininos, né?
- Nãããooo... aaahhh... só bloqueadores, mesmo...
- Então aconteceu contigo a mesma coisa que comigo. Eu também ganhei peitinhos antes de começar os hormônios... acho que a gente queria tanto, que nossos corpos nos deram... tu sempre quis ter peitinhos, né?
- Aaahhh... Dinda... sim... eu via os de mamãe... os teus, nas festas...
- Tu via os machos olhando nossas tetas e queria esses olhares, né?
- É.... aaahhh... Dinda... gostoso...
- Bora continuar... temos muito o que conversar.
A travesti largou dos peitinhos da bichinha e se levantou do sofá. Leia estava com uma calça de ginástica, dessas que saem virando do avesso de tão coladas e a tirou de costas para Bruninho em rebolados sensuais.
- Égua, Dinda... que bundão, hein?
- Grande demais?
- Não... é lindo!
- Ainda bem que tu não disse que é grande demais. O da tua mãe...
- Eu sei. É maior ainda!
As duas fêmeas riram, lembrando do traseiro de Gilda e só de calcinha roxa Leia se ajoelhou no chão aos pés de Bruninho, como se fosse felatar a bichinha. Mas o garoto nem sequer se assustou, porque logo viu que a madrinha se dedicava a lhe tirar os tênis.
- Sabe, Bruninho? Os machos ficam doidinhos quando tão sentados e a gente se ajoelha assim. Querem logo colocar a rola na nossa boquinha. Mas o legal é criar expectativa, fazer com que esperem. Ir tirando os calçados, assim... um por um... acariciar as pernas deles, assim... depois tirar as meias assim... tu nunca que fez isso, né?
- Nunquinha, Dinda.
- Tu vai fazer, ainda... mas espia... não é todo macho que merece, não. Mas quando teu coração sentir que tu tá com um que merece, daí tu capricha e faz isso... agora alevanta pra eu tirar essa tua bermuda.
Ainda ajoelhada, Leia abriu e tirou a bermuda preta do mocinho, deixando-o só com uma cuequinha slip branca, visivelmente menor do que o número dele. Levantando-se sem mexer no piruzinho mínimo e durinho de Bruninho, Leia ficou de pé junto ao afilhado e segurando-lhe as mãos, falou:
- Preste atenção. Eu quero que, aqui, tu seja tu mesmo. Sem se preocupar com nenhuma expectativa dos outros. Tu não tem que ser um hominho por causa do teu pai, ou da sociedade; tu não tem que ser um determinado tipo de viadinho por causa da tua mãe; tu não tem que ser um femboyzinho por causa do teu tio; e nem tem que ser uma travesti por minha causa...
- Aiihhh, Dinda... eu acho que o meu problema é esse... eu não sei direito...
- E nem tem que saber. Tu não tem que saber em qual “caixinha” tu vai se enquadrar. Tu é muito novinho. Deixe acontecer. Mas...
Leia largou das mãos de Bruninho e começou a tirar a própria calcinha, agora já não tão lentamente e o viadinho ficou fascinado pelo piruzinho da madrinha.
- Mas algumas coisas tu já definiu na tua vida, né? Ah... tá prestando atenção no luluzinho da Dinda, né?
Bruninho estava hipnotizado. O pauzinho da madrinha, todo encolhido, parecia tão mínimo quanto o seu, ainda mais por estar no centro de coxonas grossas e de uma almofada pubiana gordinha. E o saquinho que o acompanhava, todo retraído e encolhidinho, pareceu a Bruninho ainda menor do que o dele próprio. Leia quebrou o momento com uma ordem. Dita em tom delicado, mas ainda assim uma ordem:
- A Dinda tá nua. É falta de educação tu ficar vestido. Tira essa tua cuequinha, vai!