O falecimento de Santiago parou a cidade. Luto por 7 dias. O velório durou horas, pois todos os funcionários queriam se despedir do patrão. Bernardo estava inconsolável, arrependido da briga ter sido o último contato com o pai. E também, o que ele faria para administrar vários negócios, incluindo uma fábrica com muitas famílias dependendo do seu funcionamento.
Ao se direcionar a fazenda, Armando o acompanhou e disse:
- Sobrinho querido, você precisa ser forte. Temos negócios a tratar. Mas não se preocupe, estarei por perto sempre que precisar.
- Obrigado tio. Tenha certeza que vou precisar da sua ajuda e conselhos para tocar em frente.
Armando deixa o Sobrinho na sede e vai embora. Dinda pergunta se Bernardo quer alguma coisa. Ele diz que não, só precisa de um banho relaxante e um calmante. Dinda diz que fará um chá de camomila e preparará um bom banho de banheira.
Bernardo deita no sofá de qualquer forma e começa a chorar. Chico vem ao seu encontro.
- Bernardo, você precisa de algo?
- De um abraço, Chico. De carinho, colo, proteção.
- Vem aqui, então.
Os dois se abraçam.
- Chico, você promete que não vai me deixar? Preciso do teu amor, mais do que nunca. Você vai ser meu braço direito.
- Senhor, só saio daqui se me mandar embora. Conte comigo pra tudo. Vamos entender o que aconteceu com seu pai.
- Você acha que ele foi assassinado?
- Os policiais comentaram que sim. Ele estava com duas perfurações de bala mas não encontraram arma no salão. As salas superiores estavam trancadas por fora. Sem sinal de pessoas.
- E meu pai não iria tirar a própria vida. É estranho. Vou me informar com o delegado Guedes.
Dinda aparece.
- Bernardo, teu banho está pronto!
- Obrigado Dinda.
- Vai lá, senhor. Qualquer coisa que precisar, estarei no meu quarto.
- Obrigado Chico.
Bernardo se banhou, tomou o chá e dormiu profundamente.
Os dias passaram, mas o delegado Guedes não avançava na investigação. Os empregados não tinham visto nada. Convidados estavam bêbados e a todo tempo no salão. Ao mesmo tempo, Bernardo assumiu os negócios da família e foi tocando a fábrica com a ajuda do tio. A preferência pelas artes ficou restrita aos quadros que ele pintava todos os sábados à tarde. Mas algo que nunca diminuiu foi o desejo e a paixão por Chico. Bernardo teve uma ideia e pede para Chico encontrá-lo no seu ateliê no sábado a noite.
- Senhor, senhor.
- Entre Chico.
- Está precisando dos meus serviços?
- Sim, preciso que tire a roupa.
- Eita. Pra quê?
- Você vai saber. Anda logo!
- Certo.
Chico se despe. Aquele corpo estava melhor do que o dia do rio. Mais forte, com poucos pêlos. O pênis estava maior mesmo sem ereção.
- Agora, deite ali. Vou fazer um retrato seu.
- Nu? Quem vai ver isso?
- Calma, este vai ser o nosso segredo.
- Minha nossa…
- Relaxe e olhe pra mim.
Chico deitou no sofá.
- Isso. Está perfeito. Não se mexa.
- Vou tentar.
- Que corpo lindo, Chico.
- Obrigado, é o trabalho…
-Não se mexa. Fique quieto.
À medida que os olhares se encontravam ia se construindo uma atmosfera de desejo, paixão e tesão entre os rapazes.
- Não se mexa.
- Estou quieto.
- Seu pênis está crescendo.
- É claro, estou perto do meu amor. Ele não é bobo.
- É enorme, Chico.
- Mas cabe direitinho.
- Onde?
- No buraco quente da sua bunda.
- Jesus amado.
- Vem, não estou mais aguentando de desejo.
- Estou terminando a pintura. Não atrapalhe o artista.
Chico levantou. O pênis estava ereto. Era descomunal.
- Você vai estragar o quadro.
- Prefiro estragar o quadro mas viver esta noite com você. Me beija.
Os dois se beijaram. Um beijo ardente. Intenso. Chico rapidamente beijou o pescoço, mordeu a orelha, lambeu o pescoço, beijou novamente. Bernardo gemia baixinho, aos poucos as amarras deixaram de existir. Estava entregue. Chico arrancou as roupas do rapaz. Beijou seu peito, axilas, desceu e introduziu o pênis de Bernardo na boca.
- Ah, ah, ih, ih. Chico, Chico, arf, arf.
Chico carrega Bernardo até o sofá. Bernardo fica de quatro e Chico começa a lamber seu orifício anal.
- Chico, ah, ah, ah, delicia.
Depois, eles se beijam. Bernardo vai em direção ao pênis de Chico. Coloca na boca inteiro. Engasga, e tosse logo em seguida.
- Vai aos poucos.
Ele volta, mas seguindo o conselho do amado. Chico urra de prazer.
- Devagar, senão vou gozar.
Chico coloca Bernardo na posição de frango. Introduz o pênis lentamente. Depois, as estocadas aumentaram.
-Que buraco apertado e quentinho. Que delícia.
- Ah, ah, ah Chico.
- Te amo. Te amo. Você é só meu. Pra sempre.
- Chico, meu homem.
- Vou gozar. Ahhhhhhhh.
Chico deita em cima de Bernardo. Cansado. Relaxado. Eles repetem as cenas mais 4 vezes durante a noite. Param com o galo cantando e o dia começando a raiar.
- Chico, te amo. Quero partilhar a vida toda com você.
- Também te amo, Bernardo.
Uma parte da cena, durante a noite o casal estava acompanhado por olhos astutos e com planos futuros.
- Bernardo, temos que voltar. Dinda vai estranhar sua saída.
- Calma, hoje é domingo. Dinda vai a missa e volta às 08h.
- Então, podemos fazer mais um pouco?
- Não! Chega seu esfomeado. Tô dolorido.
- Um beijo e passa.
- Safado.
Eles se vestem e Bernardo vai tomar banho e se preparar para o café. Dinda volta da missa e repara na felicidade de Bernardo.
- O que aconteceu para esse rosto está brilhando?
- Nada, Dinda. Vi passarinho verde.
A fábrica ia avançando com os lançamentos do inverno. Armando planejou uma grande festa para futuros investidores paulistas. Festa privada. Ele chamou algumas prostitutas para alegrar os convidados. Bernardo foi à festa mas com a intenção de retornar logo, pois iria dormir com Chico.
- Tio, quanto luxo. Não estamos gastando demais para investidores?
- Não, meu garoto. Precisamos mostrar que somos fortes e damos festas de qualidade.
- Venha conosco, tome um drink.
- Não, tenho que voltar pra casa.
- Você não vai fazer desfeita para investidores, não é?
- Tudo bem, só um drink.
- Ótimo. Venha!
No saguão do hotel, Armando entrega um drink para Bernardo.
- Um brinde à Delícia Doce! Ao futuro!
- Saúde!
Bernardo toma o drink juntamente com os outros.
- Vamos dançar!
De repente, luzes se apagam. As dançarinas saem das cortinas e começa um show de striptease.
- Tio, preciso ir.
- Calma garoto. Fique mais um pouco.
Luzes. Dança. Drinks.
Na manhã seguinte, os raios de sol invadem o quarto onde Bernardo estava dormindo.
- Aí, aí, minha cabeça está rodando! Onde estou?
Ele olha para o lado e se assusta.
- O que é isso?
- Bom dia, amor.
- Amor?
- Sim, foi o que me chamou durante a noite toda. Aliás, que noite! Você tem um fogo insaciável.
- Não acredito. Não lembro de nada.
- Não se preocupe. Eu sei guardar segredo.
- Quem é você? Nunca te vi na vida.
- Sou um garoto da capital, que você chamou para a festa de ontem. Não se lembra?
- Claro que não. Só lembro de tomar um drink com uns homens e...aí minha cabeça.
- Já entendi. Você não é assumido.
- Assumir o quê?
- Esquece. Só preciso que pague o combinado e nunca mais me encontrará na vida.
- Combinado?
- Sim, os dez mil réis. Me pague ou faço um escândalo neste hotel.
- Ok, te pago. Mas espere sair primeiro e depois você vai embora.
- Combinado.
Bernardo pagou mesmo sem entender o motivo. Foi para evitar escândalos mas o que não sabia era que um jornalista ficou na esquina do hotel, num barzinho. Quando ele saiu, cabisbaixo e preocupado, o jornalista prontamente perguntou:
- Pelo visto a noite foi boa!
- Não é da sua conta.
- Da minha não, mas será de todos os paulistas.
- Vá embora!
Bernardo entrou no carro e se dirigiu a sede. O jornalista percebeu minutos depois a saída do garoto.
- Noite boa?
- Bem investida, diria.
- Sorte grande? Quem é o peixe?
- Um jovem industrial.
- Não me diga?! Da região?
- Sim, um chocolateiro de primeira.
- Ele é?
- Muito. Tá bem disfarçado.
- Pois então, vamos deixá-lo livre!
No dia seguinte. A Gazeta Paulista informava num canto direito da primeira página, “Industrial do chocolate do interior esconde atração sexual por garoto, saiba mais”. A matéria foi explosiva. Os telefones não paravam de tocar. Investidores querendo uma posição de Bernardo sobre o fato. Armando entra na sala da diretoria aos berros:
- Bernardo. O que você fez ontem a noite?
- Tio, não faço a menor ideia. Estava com você e os investidores.
- Sim, mas depois você se retirou para o quarto do hotel.
- Que quarto? Eu só ficaria para o drink e depois sairia. Não tinha reservado nada.
- Mas você falou que tinha.
- Não é possível. Será que estou enlouquecendo?
- Calma, sobrinho. Vamos resolver isto. Vou dar uma declaração para acalmar os ânimos e depois você concede uma entrevista apresentando a namorada.
- Que namorada?
- Não sei. Você não conhece alguma colega de escola?
- Para, tio. Isto é loucura. A mentira vai ganhar mais raízes até ficar insustentável.
- Precisamos tirar essa fama de afeminado.
- Prefiro me isolar.
- Pode ser. Peça licença da empresa, fique fora um mês até as coisas acalmarem.
- Combinado. Vou para o Rio de Janeiro.
Bernardo seguiu o plano direitinho. Cavando a própria cova. Era questão de tempo para a peça ser deslocada do tabuleiro.
_Fim do capítulo_