No dia do encontro, avisei Maysa que não trabalharia na parte da tarde e perto do horário marcado, fui para a cafeteria. Apesar de numa certa ocasião, no clube, Raquel ter cochichado em meu ouvido: “Que inveja da Deborah!”, não podia achar que conquista-la já eram favas contadas, afinal de contas, ela tinha tomado uns drinques a mais naquele dia de festa e também já fazia um certo tempo, além disso, achava quase impossível uma mulher daquelas ficar três anos casada com o piroquinha, sem se envolver com um homem de verdade, talvez, tivesse um amante, algo bem escondido, pois nunca viram nada, e quisesse apenas um bate papo amigável.
Raquel chegou 5 minutos depois de mim, pelo fato de estar frio, ela usava uma jaqueta de couro preta, uma blusinha também preta, uma calça jeans desbotada e botas pretas. Olhei para o seu look, para seus cabelos castanhos claros impecavelmente cuidados e seu jeito angelical já sorrindo na entrada para mim e pensei que se conseguisse transar com ela, certamente, de rosto, seria a mais linda com quem me envolvi, de corpo, não poderia cravar, pois Natália, Deborah e ela tinha proporções físicas diferentes, entretanto, as 3 deixariam qualquer homem doido.
Começamos a conversar com naturalidade como se já fôssemos amigos de longa data, mas, na verdade, não éramos tão íntimos do tipo de um frequentar a casa do outro. Procurei demonstrar interesse no que ela falava. Raquel me contou que nasceu e cresceu em São Paulo, perdeu o pai cedo, chegou a fazer algumas propagandas, especialmente para revistas, além de muitas participações como modelo em feiras, eventos esportivos etc. Queria ser atriz, mas disse que havia muitos convites indecentes e por não aceita-los acabava perdendo oportunidades, até que com 21 anos conheceu Erick e um ano depois se casaram, portanto, estavam juntos há 3 e sem filhos.
Após um bom tempo, onde o papo fluiu bem e rimos de algumas coisas, Raquel deu um jeito de introduzir o assunto da minha separação para saber mais. Obviamente, não iria contar que tinha a ver justamente com o piroquinha do marido dela, apenas expliquei que fizemos uma tentativa de reatarmos, mas não havia mais amor.
Quando toquei no assunto se pensava em ter filhos em breve, Raquel ficou meio sem jeito e disse:
-Acho que só lá pelos 30 e poucos, vamos ver. –Respondeu sem nenhuma empolgação.
Contei um pouco sobre minha vida pessoal e trabalho, notei seu olhar de interesse e até de admiração.
Após mais um tempo de conversa, Raquel ensaiou me perguntar algo, mas parou na metade. Insisti que perguntasse. Ela rodeou um pouco e disse:
-Bem, desculpe-me por ser indiscreta, mas sou muito amiga da Deborah, e sei bem...Nunca falei para ninguém isso, pode estar certo, mas sei que vocês tiveram ou têm um romance, se não quiser me responder, tudo bem, mas tenho uma curiosidade, você e sua mulher terminaram por causa dela?
-De maneira nenhuma. Quando me envolvi com a Deborah, estava separado da minha esposa, depois acabamos reatando, mas, na verdade, nem Natália nem eu fomos fiéis e por isso, acabou tudo. Sobre a Deborah, hoje não temos mais nada. Ela é uma mulher sensacional, mas foi o melhor.
A conversa ficou cada vez mais divertida e quando nos demais contas, já havia se passado duas horas. Antes de irmos embora, resolvi jogar uma cartada mais forte. Após pedir a conta, segurei em sua mão fina sobre a mesa e disse:
-Gostei muito dessa conversa. Tenho vivido momentos bem difíceis, mas hoje, consegui me desligar de tudo, espero que a gente possa seguir se falando mesmo que seja só pela internet, a sua companhia, mesmo que só virtual, é muito agradável.
Raquel gostou do meu gesto e de minhas palavras e respondeu também que tinha gostado muito e que certamente seguiríamos nos falando. Tinha conquistado alguns bons pontos ali.
Voltando ao meu dia a dia, após o susto que levei com Oscar e um jagunço entrando em minha chácara, decidi que era uma boa ideia arrumar alguns cachorros para darem sinal caso alguém entrasse. Tratava-se de uma área rural e o interior como um todo já não era mais seguro. Por ser veterinário, conhecia criadores e ONGs, acabei arrumando 3 filas já adultos e os deixei desfrutarem de muito espaço para correr.
Na noite posterior ao encontro na cafeteria, Raquel me chamou no Messenger. A partir daí as conversas foram ficando cada vez mais íntimas, nada sobre sexo ainda, mas ela acabou me contando que não era fácil estar casada com Erick, primeiro só falou do temperamento dele, grosso, com ideias arcaicas (e como), sem empatia e que se o casamento terminasse, ela não teria direito a nenhum centavo.
Ao ver que tinha mais abertura perguntei como Raquel pôde se casar com um idiota:
-Quando eu conheci o Erick, emum evento de automobilismo em São Paulo, não vou negar, o achei lindo, loiro, olhos claros, um rosto de ator, além disso, me tratou muito bem, fez várias coisas para me conquistar. O sexo, bem deixa para lá, só posso dizer que deixou muito a desejar, mas ele foi muito carinhoso, atencioso, me enchia de presentes. A minha mãe tinha e tem problemas de saúde sérios e precisa fazer tratamentos caros, e mesmo antes de nos casarmos, o Erick decidiu fazer um plano de saúde para ela e do melhor. Acreditei que essa parte na cama, com o tempo melhorasse e fui me deixando levar, mas o resultado é que depois que nos casamos, o sexo continuou péssimo e ele revelou sua faceta: frio, perverso e ciumento. Além das ameaças que faz a mim, qualquer coisa, diz que não pagará mais o tratamento da minha mãe.
Não posso dizer que fiquei nenhum um pouco surpreso com essas revelações, mas tive que fazer a pergunta inevitável:
-Por que não se separa dele?
-Tenho muito medo, ele diz que me matará ou que não terei direito a nada, não entendo direito, mas o Erick fala que como não colocou nenhum bem no nome dele depois que nos casamos, ficarei de mãos vazias se nos separarmos.
Seguimos conversando e tentei puxar o assunto sobre a parte sexual, apesar de constrangida, Raquel contou que com ele praticamente nunca havia preliminares e quanto tinha, eram péssimas e no caso da penetração em si não sentia prazer algum, por causa de ser muito fino e terminar rápido. Resolvi entrar mais de sola:
-Desculpe-me se a pergunta for ofensiva, mas 3 anos levando essa vida, nunca teve outro?
-Cantadas não me faltaram, mas não correspondia, porém há um ano e pouco, entrei num desses chats de bate papo, de vez em quando, fazia isso, acho que pela solidão, e conheci Vinicius, um cara maravilhoso da mesma idade que a minha, ficamos mais de dois meses conversando praticamente todo dia. Vinicius escrevia coisas tão lindas, dizia que queria que eu largasse o Erick para ficar com ele, quando vi, me apaixonei feito uma adolescente boba. Era de Santo André, e um dia, fui a São Paulo visitar a minha família e acabamos nos encontrando, fomos para um motel e nossa! Depois de anos, me senti mulher possuída por um homem. Fiquei maluca, mas acredita que após transarmos, o cara me bloqueou em todas as redes sociais, não atendeu mais ao celular? Acho que não gostou de mim na cama, sei lá. Fiquei mal, me senti usada, uma trouxa total, mas depois vi que é muito comum os caras agirem assim na internet. Bem, essa foi a minha única infidelidade em três anos de casada, fora o tempo de namoro.
-Duvido que ele não adorou estar com você, mas como você disse, tem muito cara que faz isso na internet, se mostra apaixonado até conseguir sexo, ou pior, há os que enrolam mulheres mais velhas e tomam uma grana alta. Sem contar os perdedores que pedem fotos ou vídeos das mulheres para se masturbarem pateticamente.
-Que horror! Se ainda fosse adolescente dava para entender, mas adultos?
-Tá cheio! Caras com 30, 40, 50 anos ou mais que criam perfis bem distintos do que são no mundo real, se fingem de legais apenas para fazer sexo virtual.
Nos dias seguintes, continuamos conversando, mas me senti mal em prosseguir com aquilo, faltava muito pouco para transar com a estonteante Raquel, que já dizia o quanto era bom conversar comigo, fazia perguntas se eu estava saindo com alguém, me dava várias brechas. Entretanto, eu esperava por uma mulher mais “malandra”, que já tivesse chifrado e muito o bobalhão do Erick e de maneira bem discreta, só que ela era do tipo romântica e até um pouco ingênua.
Mas um outro lado meu estava realmente atraído por Raquel e não era só para destruir Erick, e foi por isso que parti para o ataque, convidei-a para tomarmos um chope num sábado à tarde em um barzinho perto do Horto Florestal de Limeira. Raquel estava com um vestido verde de alcinha e curto. Tomamos dois chopes cada um e beliscamos algo. Conversamos mais um pouco, trocamos alguns olhares cúmplices e disse na lata:
-Quero que você conheça a chácara em que moro.
Raquel ficou sem graça, mas eu insisti.
-Vamos lá! Você vai adorar, tem muito verde e uma paz total.
Ela acabou aceitando e me seguiu com seu carro. Quando chegamos, prendi os cachorros e passei a mostrar o grande terreno. Depois entramos e apresentei a casa, Raquel se encantou com a vista da janela da sala, nesse momento, não hesitei, cheguei por trás dela e instantaneamente, abracei-a por trás e beijei delicadamente seu ombro esquerdo bem perto do pescoço, fazendo- a se arrepiar. Virei-a e nos beijamos, ela não esboçou nenhuma reação de querer parar, ao contrário seu beijo demonstrou vontade, sede de se entregar.
Após nos beijarmos um tempo, comecei a apalpar sua bundinha firme e arrebitada. Decidimos ir logo para o quarto. Raquel tirou o vestido e em seguida o sutiã, fiquei maravilhado com aquele par de seios médios, com aréolas claras também médias, eram levemente arrebitados. Fique só de cueca. Voltamos a nos beijar e em seguida comecei a mamar os seus seios, sugava um e tocava com os dedos o outro, depois invertia.
Já tinha visto Raquel de biquíni no clube algumas vezes, porém, ver seu corpo assim tão de perto, me deixou estupefato, tanto que num dado momento, entre beijos, alisadas, coloquei-a de 4, ainda de calcinha branca e fiquei apenas olhando, coloquei meu pau para fora e me toquei suavemente, até que passei a mordiscar suas costas, descendo lentamente até o seu bumbum, onde beijei e lambi com calma suas nádegas. Em seguida comecei a descer sua tirar sua calcinha. Ela se deitou na cama se virando de barriga para cima e abriu um poucos as pernas, pude então ver sua boceta de pelos no formato de retângulo, com os pequenos lábios médios e rosados.
Passei a chupar aquela boceta linda e delicada que já estava molhada. Fiquei alguns bons minutos ali brincando com maestria em seu clitóris médio, arrancando gemidos de prazer de Raquel. Enfiei minha língua dentro dela e a senti bem ofegante.
Até que finalmente me posicionei para penetrá-la. Fiquei surpreso ao sentir o quando aquela boceta digna era apertadinha. Transamos de maneira cadenciada. Eu olhava para ela que parecia maravilhada e não tardou a dizer com a voz embargada:
-Que pau gostoso e grossooooooo! Como faz falta transar com um homem de verdade.
Passei a estocar um pouco mais forte e logo Raquel começou a gritar desesperada, jogou as pernas bem para cima repetia: “Isso! Forte! Forte! Forte!”. Aumentei ainda mais o ritmo e pouco depois, ela gozou emitindo sons que pareciam com choro, chegou a morder meu ombro direito.
Após ficar ofegante por um bom tempo e se abanando, Raquel começou a rir como quem faz uma travessura e me beijou, me chamando de gostoso. Eu ainda não tinha gozado, por isso, após ela acariciar meu pau, coloquei-a de 4, passei minha língua por seu rego e em seu cuzinho rosado, em seguida soquei em sua boceta com força. Já citei antes isso, mas a mulher de Erick era tão delicada e linda que lembrava uma daquelas atrizes que fazem papel de princesas em filmes da Disney, só que agora a princesa estava sendo bem comida ali, descabelada, suada e deixando meu pau bem melado com seus fluídos. Após um tempo assim, senti que iria gozar, acelerei e ela também começou a gemer, até que gozamos juntos e larguei um mar de porra em sua boceta apertada.
Ficamos um tempo deitados, em seguida a convidei para um banho, pois naquela tarde, o calor em Limeira estava na casa dos 33º. Raquel ficou toda melosa me beijando, passando o sabonete pelo meu corpo e eu passava no dela. Naquele sarro, não demorou muito e nos pegamos novamente, agora embaixo do chuveiro. Ela de costas para mim com as mãos apoiadas nos azulejos. Enquanto socava o pau, passei a cutucar o cuzinho dela e aos poucos enfiei um dedo todo nele.
Fomos de volta para a cama, onde fodemos em várias posições e já após uma maratona, gozamos com Raquel cavalgando por cima.
A partir daquele dia nos tornamos amantes. Na hora certa, Erick saberia, mas tudo tinha sido tão bom com Raquel que quis adiar por um tempo. Nas semanas seguintes, passamos a nos encontrar, às segundas, quartas e sextas entre 13h e 15h. Eu deixava a clínica na hora do almoço e ia transar com ela em minha chácara ou no motel, enquanto Maysa ficava atendendo. O corno otário sempre tinha que se deslocar durante o dia para cidades vizinhas, resolvendo negócios. Eventualmente, transávamos aos sábados e houve uma vez, em que Erick viajou também a negócios e se ausentou por dois dias, o que permitiu que minha nova amante e eu dormíssemos juntos, o que foi muito bom não só pelo sexo, mas por acordar ao lado de uma linda mulher como ela.
Apesar de morar em um local ermo, as idas constantes de Raquel para minha chácara com seu carro poderiam chamar a atenção de algum xereta, por isso, combinamos de que eu sempre pediria um UBER do meu celular para pegá-la num determinado ponto da cidade e leva-la e na volta faríamos a mesma coisa.
O sexo foi ficando cada vez mais despudorado, passei a comer o cuzinho apertado de Raquel com frequência, não sem antes chupá-lo e muito. Eu gozava em sua boca e ela na minha, gostava que esfregasse a boceta molhada em meu rosto. Muitas vezes, minha amante vinha com uma lingerie nova com direito a cinta-liga, se exibia para mim, esfregava o bumbum em minhas coxas e pau como se fosse uma stripper, mas só permitia que a tocasse quando ela quisesse. Estava gostando dela, não digo apaixonado, pois apesar de tudo ainda não tinha esquecido Natália, mas Raquel tinha se tornado especial.
Por falar em Natália, durante esse primeiro mês transando com Raquel, descobri que minha ex tinha um novo namorado, era de Limeira, dono de uma concessionária de veículos, mas não o conhecia, talvez já o tivesse visto, um tal de Bruno. Mesmo com ódio do que ela me fez, fiquei um pouco triste, mas estava na cara de que iria arrumar outro logo, sem contar, que achava pouco provável que minha ex não estivesse ainda transando com Mauricio.
Após quase dois meses com Raquel, decidi que era hora de Erick começar a pagar por tudo o que fez a mim, mas não seria justo não ter uma conversa com ela antes e contar toda a verdade, mesmo correndo o risco de perdê-la.
No que era para ser mais um dos encontros nossos de começo de tarde, contei tudo a Raquel, do meu estilo de vida com Natália quando reatamos, do meu erro ao transar com Maysa, da vingança tola de Natália com Erick, do susto que dei nos dois e da safadeza do marido dela contando a Oscar que eu tinha um caso com Deborah, o que quase me custou a vida.
Raquel ficou chocada com tudo, mas decepcionada não ter contado a ela sobre Natália e Erick, não demorou muito a deduzir que me aproximei dela para me vingar. Tive que negar.
-Claro que não, Raquel! Desde que fez aquela brincadeira comigo no clube, dizendo que tinha inveja da Deborah, quis ficar com você, mas em respeito ao Erick, pela amizade que vinha desde a infância, não tentei antes, mas quando vi o canalha sem limites que ele é, resolvi me aproximar de você.
Raquel não acreditou e ficou muito brava, mas mais do que brava, ficou triste, achando que tudo que vivemos tinha sido só pelo meu prazer de dar o troco no marido. Acabou indo embora e não aceitou mais nenhum tipo de contato, até me bloqueou, impossibilitando assim, qualquer forma de contato.
Senti falta de Raquel nos dias e semanas que se passaram, também me senti mal por magoá-la e queria arrumar um jeito de consertar as coisas. Nesse meio tempo, Oscar me procurou na clínica e sem delongas, perguntou:
-Como é? Comeu ou não comeu a mulher do pica de rato?
Resolvi não contar a verdade, pois sabe-se lá quantos prejuízos mais poderia causar a Raquel com Oscar sabendo, optei por um “quase”.
-Rapaz, estou quase lá, mas sabe o que está pegando? Ela tem medo de chifrar o babaca, ele querer se separar e a deixar sem nada. São casados em comunhão parcial de bens, mas parece que o Erick não colocou mais nenhum bem no nome dele, desde o casamento.
-O quê? Ele comprou muita coisa, está sempre comprando e vendendo! Ele tem muito imóvel e terreno e usa uma senhora como laranja, sei disso porque o safado fala pelos cotovelos e me contou isso todo pomposo. Esse tipo de coisa é fácil de descobrir e entre o rolo que o pintico pode se meter com a Justiça por usar laranja para comprar bens ou aceitar dividir com a esposa, pode ter certeza que ele preferirá a 2ª opção. Se quiser, levanto a lista do que o pilantra adquiriu desde que se casou com a Raquel, o advogado dele me deve vários favores.
-Mas isso seria ótimo! A esposa quer sair do casamento, assim você e eu o foderíamos, pois o palhaço morre de amores pela Raquel, mesmo a tratando mal e ainda teria o vídeo para postar na internet.
-Sim, mas me agradaria mais se ele levasse um chifre e todos soubessem, quem sabe em posse desses documentos, a Raquel não aceita dar para você? Em no máximo uma semana, consigo isso, e também consigo levantar quanto o safado tem aplicado em contas, tenho minhas fontes.
Sem jeito, concordei com Oscar, mas minha cabeça já tinha maquinado outra coisa. Haveria um jantar de gala e baile beneficente na cidade, coisa da alta sociedade. Erick e Raquel certamente estariam lá, além do próprio Oscar com Deborah. Se eu fosse ao evento, tentaria falar com Raquel, mostraria os documentos que a ajudariam a sair daquela vida enfadonha com o canalha e ainda tentaria me desculpar.
Antes de sair, Oscar me disse:
-Você acredita que logo depois daquele dia que quase te despachei, o sujeitinho veio lambendo os beiços de vontade de saber se eu tinha feito o “serviço”. Inventei que você me deu provas de que tinha mesmo um caso com uma casada, mas que era outra, ele tentou insistir, mas dei uns berros e pedi que respeitasse minha esposa e que se voltasse a falar mais alguma asneira, eu o quebraria.
-É um canalha, mas o dele está guardado, se você conseguir mesmo isso, Oscar, pode apostar que a casa do Erick cairá e talvez seja na festa beneficente que vem aí.
Oscar sorriu satisfeito e foi embora.
Como combinado, dias depois, Oscar me entregou uma relação dos bens de Erick que estavam no nome de uma laranja, uma ex-empregada que devia receber uns mil reais apenas para assinar cada documento. Só um dos terrenos valia uma nota absurda, pois o piroquinha comprou por uma pechincha, mas em breve o venderia para uma montanha de dinheiro, pois lá seria construído um hipermercado ou um shopping. Fora que nessa lista tinham outros terrenos, casas e apartamentos. Admito que o pilantra sabia fazer negócios. Também recebi alguns extratos de contas dele e, certamente, Raquel não sabia do quanto o marido tinha. Fiquei embasbacado, pois era uma grana que eu mesmo com minha clínica e 2 petshops não veria nem em 20 anos.
A noite do jantar de gala e baile havia chegado. Paguei uma nota, mas se conseguisse falar com Raquel valeria a pena. Fiquei em uma mesa sozinho, estava um pouco tenso, até que avistei-a junto com Erick e mais um casal de amigos em uma mesa bem afastada da minha. Parecia impossível, mais ela estava ainda mais linda com um belo vestido preto colado ao corpo e que deixava as costas desnudas, estava de salto alto e magnificamente maquiada.
Em termos de grana e de prestígio social em Limeira, Oscar era muito mais importante que Erick, mas o piroquinha também era conhecido por fazer parte da alta sociedade e por isso, a todo momento era cumprimentado, chegou a tirar fotos junto com a esposa para os jornais, revistas e sites da cidade, durante o evento. Não sabia como chegar em Raquel já que ela não saía de perto de Erick.
Para piorar as coisas, vejo Natália com seu namorado e por uma ironia, a mesa deles era relativamente próxima à de Raquel, Erick e outro casal. Um tempo depois, começaram a servir os convidados. No centro do salão, tinha um espaço para quem quisesse dançar ao som de uma orquestra que tocava músicas do passado.
O tempo foi passando e fui ficando agoniado, pois se perdesse a chance de conversar com Raquel ali, depois sabe-se lá quando teria outra. Como se já não bastasse o meu drama, ao voltar do banheiro dou de cara com Natália de mãos dadas com o tal Bruno. Abusando da cara de pau, ela fez de conta que estava tudo bem entre nós e disse:
-Ricardo, esse é o Bruno. Bruno, esse é o pai do Michel, meu ex-marido.
Antes que o cara me estendesse a mão, falei irritado, mas sem levantar a voz:
-E eu lá quero saber de mais um dos teus homens? Já cansei de dizer para não me dirigir a palavra. Esqueça que eu existo! E agora saiam da minha frente.
Os dois ficaram espantados e voltei para a minha mesa. Tomei uma dose reforçada de uísque e do nada tive uma ideia. Levantei-me e fui em direção à mesa em que Raquel e Erick estavam. Quando faltavam poucos metros, ambos me viram e ficaram brancos, cada um por um motivo diferente. Cumprimentei o casal amigo deles, em seguida, os dois e disse:
-Quanto tempo, Erick, meu querido! Precisamos conversar, mas nesse momento gostaria de pedir a sua autorização para uma única dança com sua elegante esposa. – Disse estendendo a mão para ela.
Erick gaguejou, não podia recusar ou correria o risco de eu fazer uma cena ali, contar os podres dele ou enchê-lo de porradas. Raquel também pensou o mesmo. Gaguejando, ele disse:
-Ca...Cla...Claro! – e sorriu para o outro casal querendo demonstrar naturalidade.
Vendo que era inevitável, Raquel tratou de me dar a mão e se levantou da mesa. Começamos a caminhar em direção ao centro do salão que tinha poucos casais dançando. Fingindo sorrir, mas com raiva, ela me disse:
-Bela tentativa, mas saiba que independente do que você disser, não cairei como uma patinha e voltarei a me envolver com um mentiroso.
-O grande mentiroso aqui é o Erick. Consegui levantar tudo o que ele comprou desde que vocês se casaram e também o quanto ganhou de dinheiro com vendas de outros imóveis, pode ter certeza de que se separar dele, você sairá com muitos milhões. Não precisa acreditar em mim, apenas me dê a chance de te entrega-los e explicar como ele agiu para te enganar.
Raquel demonstrou espanto, estava incrédula e mais do que pensando no dinheiro, parecia estar era com raiva de mim. Nos abraçamos no centro do salão e começamos a dançar. Havia uma tensão entre nós, mas também nas mesas de Erick, Natália e até de Oscar que só não acendeu um de seus charutos fedorentos para curtir melhor o momento, pois não era permitido.
Em poucos instantes, a alta sociedade limeirense presenciaria uma cena que entraria para a história.