Me apaixonei por uma sanfoneira (Parte 2)

Um conto erótico de O pesquisador
Categoria: Heterossexual
Contém 3932 palavras
Data: 23/08/2024 19:57:32

Apesar de ter deitado para dormir bastante cansado e um pouco embriagado, demorei a pegar no sono. Em algum momento acabei apagando, mas tive uma noite de sono intranquila, com pesadelos, desejos. Acabei ficando de saco cheio de acordar a cada barulho que ouvia da rua, da janela ou do ambiente da pousada e levantei ainda por volta das 6h da manhã. Lavei o rosto, tomei um banho gelado (que me arrependi) e sentei na beirada da cama. Estava com uma ressaca que não era moral ou alcóolica. Uma ressaca de almejar ter algo e isso parecer tão distante. E se Madá não fosse isso tudo que eu vi ontem? Se foi o tesão falando mais alto e ela era apenas uma mulher bonita comum? Busquei livrar um pouco meus pensamentos disso e resolvi fichar no meu notebook as minhas impressões de ontem: sobre o festival em si, os artistas que se apresentaram, a movimentação da cidade, com todos os detalhes que minha cabeça – ainda atordoada por aquela mulher - ainda se lembrava.

Desci para o café da manhã e comi um prato de macaxeira cozida com carne de sol que me alegrou a alma. Bebi quase meio litro de café e passei aquela manhã toda andando pela cidade: fui ao museu, à biblioteca e em outros locais buscar referências de Luiz Gonzaga na cidade de Exu. As horas se passaram e chegou quase a hora de ir ao churrasco no sítio do prefeito Elias Canindé.

Voltei à pousada. Tomei um banho reforçado e vesti minha roupa mais bonita que levei na mala: uma calça jeans, com bota e uma camisa de botão listrada que era bem leve para aguentar o calor. Sim, minha melhor roupa não é tão bonita assim, rs. Me visto simples e me sinto confortável assim. Aparei um pouco a barba e passei creme nos cabelos, não queria ficar com os cabelos todos desgrenhados como fiquei na noite anterior. Me lembrei que a dona Maria da pousada também iria ao sítio e me ofereceu carona. Como eu pretendia beber, aceitei de bom grado a gentileza. Partimos naquele sol quente e em meia hora chegamos no sítio, que ficava bem afastado da área “urbana” da cidade de Exu. Era um sítio enorme, com cabeças de gado, piscina, pista de hipismo, academia. Coisa de primeira. Chegamos e fomos recebidos por alguns funcionários do prefeito. Disse para irmos para a oura área do sítio onde dava para estacionar e nos indicou onde seria o salão de festa. O salão era ao ar livre, com bastante sombra e também um pouco de sol para aquecer o coração. Eu estava ansioso mas não demonstrava. Queria cumprir o famoso ditado: “saber chegar e saber sair”.

Em poucos minutos o prefeito Elias chegou com sua esposa Joana e mais convidados se reuniam também. O cheiro de carvão tomava conta do ambiente e em poucos minutos deu lugar ao cheiro de carne assando. Ontem eu estava tão concentrado em Madá que a beleza da sua mãe ficou ofuscada. Mas agora consigo reparar bem que ela é maravilhosa. Uma coroa de provavelmente uns 45 anos, com um corpo bastante simétrico e cheio de curvas. Pensei que estava ficando louco, mas também passei a desejar dona Joana. Por sinal, de todas as pessoas da festa ela era quem me dava mais atenção. O prefeito, ocupado com os funcionários, ainda não havia ficado disponível para dialogar comigo. Lógico, não sou nenhuma estrela, era apenas um figurante naquela festa. Se em dado momento alguém quisesse conversar comigo eu estaria totalmente aberto. Dito isso, consegui conhecer melhor dona Joana. Soube que ela já fez muitos shows por alguns Estados do nordeste e que abandonou a carreira porque casou e teve filhas. Disse que cantar no festival é uma forma de se manter viva e longe dos problemas políticos que envolvem a vida do marido. Evitei fazer perguntas. Esperava ela terminar de falar e respondia aquilo que ela me perguntava: como saber em qual universidade eu lecionava, se tinha filhos, essas coisas. Respondi sem envolver aquela linguagem academicista que coloca qualquer um para dormir. Em seguida ela se despediu e disse que ia ver se as filhas estavam prontas. Quando me deu as costas, reparei no atributo principal daquela mulher: a sua bunda. Se o da sua filha eram os seios, o dela certamente era a bunda. Aquela bunda deveria ter cpf, vida própria, o que for. Daria toda minha energia naquele rabo que ela nunca mais ia querer o bigode sujo do prefeito. Também pensei que era impossível aquele prefeito franzino e beirando os 60 anos dar conta sozinho. Mas isso ficou nos pensamentos. Queria ver Madá e saber se ontem foi uma loucura.

Depois de beliscar um “tira gosto” e tomar uns dois copos de cerveja, Madá apareceu. Estava deslumbrante. Vestia um vestido branco que parecia de noia, mas sem aquelas frescuras todas de véu e outros adereços. O vestido favorecia seus seios fartos que pareciam querer se jogar para fora. Todos se levantaram para aplaudir sua chegada e eu fiz o mesmo. Aplaudi com entusiasmo, tentando perceber se ela me notaria ali. Mas não me viu. O pai foi logo abraçando a filha se contendo em lágrimas e a mãe foi atrás segurando um lenço para não borrar sua própria maquiagem. Era de fato uma família bonita e alegre. O forró iniciou a festa com várias canções bonitas. Eu só pensava em “Dona da minha cabeça” de Geraldo Azevedo. Será que se eu pedisse o microfone para cantar chamaria muita atenção? Como disse antes, não sou um bom cantor, então essa ideia estúpida foi logo descartada. No lugar de tesão por mim Madá teria vergonha.

Passadas algumas horas eu mal conversava com alguém. Muitos casais dançavam mas por ser uma festa no interior e em um ambiente desconhecido, eu não me atreveria a convidar nenhuma mulher, mesmo que fosse solteira, para dançar. Dona Maria viu minha cara sedento para dançar e me chamou pra dançar um forrozinho mais calmo que tocava. Aquela senhora era muito gentil. Aceitei e fomos dançar. Enquanto dançávamos como se fôssemos neto e avó, ela falou baixinho:

- Seu Eduardo tá caído pela mocinha, né? Sou vivida, meu filho... já vi muita coisa nessa vida.

Eu gaguejei um pouco e me assustei. Não sabia que alguém estava me notando ali.

- Eu... eu...

- Calma, meu filho. Não falei por mal. É realmente uma moça muito linda. Nesses meus quase 80 anos nunca vi uma jovem tão cheia de vida assim. Parece que a pessoa fica mais bonita só de estar perto dela.

- É... eu concordo. Ontem a vi tocar sanfona e achei que estava ficando louco.

- Louco de paixão, meu filho...

- Mas ela é muito nova. Além disso, me disseram que o prefeito é muito ciumento e já mandou matar quem se aproxima delas.

- Isso é verdade. Quer um conselho? Se você quiser algo sério com essa jovem, ganhe o coração do pai. Se só quiser safadeza saiba que sua vida estará em risco.

- Dona Maria, eu não sei. Ontem eu fiquei com um fogo que não cabia em mim. Fiquei suando.

Ao falar isso fiquei excitado por lembrar da noite anterior e em algum momento sem querer meu pênis tocou na velha. Ela se assustou e riu. Eu fiquei vermelho.

- Eita, meu filho. É melhor a gente se sentar e você tomar uma cerveja pra se acalmar. (falou gargalhando).

Vou confessar pra vocês que eu estava com tanto tesão por Madá que se aquela velha quisesse ir pro mato matar minha fome eu iria. Sim, pra vocês entenderem a situação. Mas passamos longe disso. Ela era um amor de pessoa, fico até constrangido de dar vazão a estes pensamentos e colocá-los no papel.

Eu sentei e fiquei pensando na conversa que tive com dona Maria. Como assim algo mais sério com Madá? Pensei. Minha vida toda estava em Recife, ficaria naquela cidade por no máximo 20 dias. O que faria? Colocaria Madá no meu carro e fugiríamos? Eu não queria sair corrido da cidade, muito menos criar uma rachadura entre Madá e sua família. Reparem na minha pretensão. Madá nem me viu na festa e eu pensando em roubá-la da cidade.

- A irmã de Antônio, minha outra neta, está chegando. Vocês vão se dar bem. Ela vive em João Pessoa, tem a cabeça parecida com você. – Falou Dona Maria me acordando para a realidade.

- É mesmo, dona Maria? Que coisa boia que você vai ver sua neta. Qual o nome dela?

- É Lara. Nós a chamamos de Larinha. Um amor de pessoa. Fez 25 anos mês passado.

- Que bom, Dona Maria. Quem sabe ela não dança um forró comigo. Aqui tenho medo de falar com qualquer mulher porque alguém pode interpretar mal.

- Sei como é, meu filho. Meu neto Antônio passava por isso antes de se casar. Mas veja, tem duas moças bonitas ali encarando você. Falou apontando com o queixo, sem que elas vissem.

Eu olhei e fiquei animado. Talvez naquele dia ainda arrumasse algum chamego para tirar aquele tesão que estava dentro de mim. Mas ainda queria ver Madá, consegui falar com ela a sós, mesmo que sobre o sol que estava fazendo, o ponto da carne, a banda do forró, qualquer coisa.

Naquele momento Madá subiu ao palco e disse que tocaria uma música e precisava de alguém para cantar “A saga de um vaqueiro”. Existe coisa mais clichê do que tocar essa música em um sítio do interior? Mas é uma música de 10 minutos, como Madá ia tocar isso tudo sem parar? Eu sabia a letra de cor e por um beliscãozinho de dona Maria, levantei a mão e me ofereci para cantar.

Ontem quando voltei à pousada cheguei a pensar que estava quase vivendo o roteiro de A saga de um vaqueiro, com todas as suas diferenças, é claro. Mas nesta história há poucos momentos de alegria e há muito ressentimento. Eu não queria que acabasse assim.

Subi no palco, dei os parabéns para Madá, disse que sabia a música mas não era cantor. Ela não deu bola, disse para seguirmos em frente. Olhei para o seu pai que levantou um copo de cerveja como sinal de “simbora, meufio”. Fiquei um pouco a frente de Madá, o que me ajudou a não ficar a encarando e acabar queimando meu filme na frente de todos. Cantei a música com muita paixão, como se Madá estivesse em meus braços. Fechei os olhos e cantava. Naquele instante só existia aquele som gostoso que saia da sanfona e Madá em meus pensamentos. Quando acabamos olhei pra ela e vi um olhar admirado, os convidados da festa e a família Canindé aplaudiram de pé a nossa apresentação. Dona Maria já estava abraçada com a neta Lara e estavam contentes com a apresentação também. Tive pra mim que todos veneravam o desempenho de Madá, que tocou por 10 minutos uma sanfona de 10kg sem parar. Madá colocou a sanfona no banco e me deu um abraço, feliz da vida. Foi um abraço genuíno que me deixou emocionado. Saí do palco e o pai dela disse:

- Bora Eduardo! Veio de longe para cantar só 10 minutos? Cante mais uma! Quitéria, pegue seu violão para acompanhar o homi.

Quitéria é a filha do meio do prefeito e dona Joana. Uma moça também muito bonita. Ela veio sorrindo e perguntou o que eu gostaria de cantar. Eu perguntei se ela sabia tocar “Dona da minha cabeça” de Geraldo Azevedo e ela confirmou sorridente que sim. Quitéria sentou-se no banco e iniciou um solo de introdução lindíssimo. Só fiz acompanhá-la:

- “Dona da minha cabeça, ela vem como um carnaval

E toda paixão recomeça, ela é bonita, é demais

Não há um porto seguro, futuro também não há

Mas faz tanta diferença quando ela dança, dança

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita demais

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

Digo e ela não acredita, ela é bonita demais

Eu digo e ela não acredita, ela é bonita, é bonita

Dona da minha cabeça, quero tanto lhe ver chegar

Quero saciar minha sede milhões de vezes, milhões de vezes

Na força dessa beleza é que eu sinto firmeza e paz

Por isso nunca desapareça, nunca me esqueça

Não te esqueço jamais”

No trecho em que cantei “quero saciar minha sede milhões de vezes”, encarei diretamente Madá nos olhos. Ela deu um sorriso e olhou para o chão, talvez acanhada com a situação. Eu não me importava se seu pai acharia ruim. Aquela era minha chance. Olhei para dona Maria e ela estava batendo palmas de forma ritmada como boa parte das pessoas também estava. Olhei para sua neta Lara e vi uma chama nos seus olhos como se me devorasse ao meio. Sorri para ela também como quem diz “Opa, neta de dona Maria”. E acabei finalizando a música agradecendo a ajuda de Quitéria. Era uma jovem muito animada. Finalmente acabaram meus minutos de fama e desci do palco. Quitéria continuou tocando e outros convidados foram tocar. Sinto que de alguma forma alguma coisa havia mudado ali. Antes eu era anônimo na festa, agora as pessoas me abraçavam, apertavam minha mão, queriam me conhecer. O prefeito era um deles. Queria me chamar pra sentar ao seu lado. Eu disse que logo iria, mas iria falar com Dona Maria.

- Eduardo, meu filho. Que coisa linda que eu acabei de ver! Não sabia que você cantava tão bem, não é Larinha? Essa aqui é minha neta de quem falei "indagora".

- Não sei cantar não, dona Maria. Eu engano. E gargalhava feliz da vida pelos elogios. Cumprimentei Lara e ela me deu um abraço apertado dizendo “foi muito massa, adorei!”.

Já sentia uma linguagem corporal e verbal diferente dos demais da cidade. Lara era mais despojada, fumava cigarro abertamente como eu, bebia cerveja enquanto outras mulheres da festa evitavam ou bebiam escondidas. Também não se importava em usar um short curto e uma blusa sem mangas. Lara se parece muito com muitas amigas minhas. De cara já nos demos bem e conversamos bastante. Ela me contou que viveu pouco ali em Exu e estava lá para dar uma força para o irmão Antônio, que estava com a esposa doente e precisava dar mais atenção. Lara contou também que tinha uma namorada em João Pessoa, que teve alguns casinhos ali em Exu mas todas as mulheres hoje são do lar e recatadas (falou isso com um sorriso irônico). O curioso é que dona Maria ouvia tudo numa boa. Eu já sabia que a velhinha era simpática e tranquila, mas não era que tão cabeça aberta a ponto de ouvir várias histórias de sua neta e nem se importar e em alguns momentos sorrir junto. Achei bacana demais. A conversa estava boa mas lembrei que fiquei de falar com o prefeito Elias. Pedi licença. Lara foi conversar com um amigo de infância que estava na festa e dona Maria ficou sentada ao lado de duas senhoras.

Cheguei até o prefeito e ele estava no que chamamos aqui em Pernambuco de “bicado”. Bicado é quando a pessoa não está mais no brilho – que é aquele primeiro efeito da bebida – é um nível próximo de ficar fora do eixo. Eu também estava um pouco alto, mas não daquele jeito. O velho me abraçava e disse que gostou muito da minha cantoria. Disse que suas filhas gostariam de ter um marido como eu. Sua esposa ao lado olhava com uma cara de vergonha pelo marido e me disse pra eu não me importar. O prefeito continuou falando que mandou matar alguns “cabras safados” que não tiveram educação de se apresentar para a sua família e foram se “enxerindo” para as suas filhas. Mas disse – segurando forte no meu ombro – que eu não seria capaz de uma atitude de cafajeste e de agir pelas suas costas. Que eu aparentava ser um rapaz decente e respeitoso. Eu busquei sair daquela situação dizendo que a festa estava maravilhosa, que nunca fui tão bem recebido assim, nem em casa de amigos e familiares. Disse também que não era de cantar mas a emoção de estar na cidade era tão grande que me animei para cantar. Também falei que dona Maria e sua neta me esperavam para ir embora, visto que eu estava de carona com elas porque havia bebido. O prefeito me abraçou forte e disse que queria me ver novamente. No outro dia seria domingo e ele queria jogar baralho. Eu não sei jogar baralho mas disse que se não acordasse de ressaca com certeza estaria em sua casa novamente. O prefeito perguntou se eu tinha o whatsapp dele e afirmei que não.

- Joana, mulher! Não tá vendo que o rapaz precisa do meu número? Passa aí uma mensagem pra ele.

- Calma, homem. Vou mandar do meu que nem sei onde tu enfiou esse teu celular.

Dona Joana pediu meu número e enviou o número do prefeito pelo whatsapp dela. Mas algo ali me pareceu estranho. Na hora que fui ver a mensagem, além do contato anexado ela também enviou uma foto dela de costas para o espelho e somente de calcinha, toda empinada. Na hora tomei um susto que quase derrubei o celular, quando levantei a cabeça e olhei para e em seguida para o celular, ela havia utilizado aquela opção de “apagar para todos”. Disfarcei e não sabia onde enfiar a cara. Que rabo era aquele? Só de digitar esta passagem já fico excitado só de lembrar. Ela me olhou com uma cara que não dava nenhum sinal, seja de vergonha, desejo ou qualquer coisa. Apenas disse: enviei e disse até logo! Dei um abraço no prefeito e saí ao encontro de Lara e sua avó.

Eu precisava tomar um ar. Não via mais Madá depois que cantei. Sua mãe me enviou uma foto da bunda. Foi sem querer? Ela quer alguma coisa comigo? E ela enviaria a foto na frente do marido? Lara está querendo alguma coisa comigo? Muitas questões. Me afastei até uma uma área mais silenciosa e sentei para fumar um cigarro. De repente vi Madá chorando e gritando no telefone com alguém. Fingi que não ouvia ou que não havia a visto. Ela desligou o celular e colocou as mãos no rosto chorando. Eu não sabia o que fazer. Já estava apaixonado, queria cuidar dela, dar um ombro para ela. Tomei coragem e fui até ela.

- Está tudo bem, Madá? Você quer que eu busque um copo d’água?

- Não, seu Eduardo. Tá tudo bem sim. Eu estava brigando com meu namorado. Ele não tem coragem de vir falar com meu pai nem no dia do meu aniversário. Namoramos escondidos há 6 meses e o trouxa só me encontra na igreja com medo do meu pai. Nem me ver tocar no festival ele vai. (E voltou a soluçar)

- Madá, primeiro peço que não me chame de “seu”, por favor. Só Eduardo ou Edu está ótimo. Segundo, você ainda é uma menina. Vai chorar e se alegrar com muitos homens ainda. Mas me diga, por que ele não se apresenta ao seu pai?

... Nesse momento fingi que não sabia que o pai dela era ciumento ou qualquer coisa do tipo...

- Ele não fala com meu pai porque tem medo de morrer. Meu pai já mandou matar muitas pessoas. Algumas ele mesmo matou aqui no sítio. Mas ele é um frouxo! Se me amasse viria pedir minha mão em namoro!

- Eu não sabia que seu pai era tão agressivo assim. Ele parece tão amigável. Mas veja, se seu namorado quer namorar escondido deve ser porque não merece uma moça como você. Disse isso olhando nos olhos dela e com um sorriso de amigo.

Ela me abraçou por dois segundos e disse que eu era o primeiro homem a olhar nos olhos dela e conversar tranquilamente. Que todos ou olham somente para o seu corpo ou nem olham para ela com medo do pai. Disse também que não fazia ideia de como o pai dela gostou tanto de mim.

- Na verdade eu sei. Você parece muito com meu pai quando ele era jovem. Ele era sorridente, conversador, todos amavam ele. Tanto é que virou prefeito muito novo. Depois virou esse coronel agressivo.

- Poxa, fico muito feliz de saber que seu pai gosta de mim. Na verdade, eu tenho tido todo o cuidado do mundo com as pessoas daqui porque não sei onde estou pisando, sabe? É uma cidade desconhecida pra mim. Tive receio até de vir aqui abordar você, mas como vi você muito mal resolvi tomar coragem.

- Obrigada por ter vindo ajudar essa pirralha, tá? Você é um fofo!

- Que pirralha nada, você é uma mulher! Uma mulher linda e corajosa. Me emocionei ontem vendo você tocar sanfona.

- Mentira, tá falando isso pra eu parar de chorar. - E deu um soquinho de leve no meu ombro.

- É verdade. Havia muito tempo que não sentia algo assim ao ouvir uma música.

... De longe vi dona Maria e Lara se aproximarem. Viram os olhos inchados de Madá e perguntaram se estava tudo bem. Ela disse que sim e que eu conversei com ela e dei conselhos bons. Em seguida dona Maria disse que elas iriam embora em 5 minutos e queriam saber se eu iria com elas. Olhei para Madá para ver a reação dela e vi seus olhos murcharem novamente, mas acabei confirmando que voltaria de carro com as duas.

Dei a mão para Madá se levantar e na hora que ela foi bater a roupa para tirar a sujeira do chão que ficou no vestido, vi um dos seus seios quase saltar da roupa. O mamilo quase apareceu, deu para ver parte de sua aréola bem escurinha. Me recompus e fiquei de costas. Disse tchau para Madá para indo embora embora com dona Maria e sua neta.

No carro vários pensamentos iam e vinham à minha mente. Lara conversava muito. Queria saber o que eu tava fazendo ali. O que o prefeito queria comigo. Eu não dei muitos detalhes nem falei do namorado de Madá. Eu havia acabado de estabelecer uma relação de confiança com Madá, não revelaria seu segredo para ninguém.

Chegamos na pousada e disse para dona Maria e Lara que iria tomar um banho e descansar. Ainda eram 20h, mas além de não ter dormido nada na noite anterior, estava cansado da bebida, do álcool e também do sol que não deu trégua a tarde inteira. Lara fez uma cara de “poxa, queria falar com alguém jovem”, mas disse que tudo bem. Agradeci a companhia de Dona Maria e subi para o quarto.

Tomei meu banho e deitei na cama para pensar naquilo tudo. Precisava organizar meus pensamentos. De repente alguém bate na porta. Me irritei porque não queria sair da cama por nada. Nem levantei, perguntei com a voz um pouco estressada:

- Quem é?

- É Lara, Edu. Tu pode vir aqui um minuto?

Quando abri a porta Lara tava com um vinho na mão e um baseado. Perguntou se eu queria tomar um vinho e fumar maconha com ela. Eu disse que tava cansado e que a avó ela iria reclamar se visse ela ali.

- Que nada, Edu. Vovó tá descansando e nem vai ouvir a gente. Sem contar que não quero fazer nada não, só companhia. Tenho namorada, lembra?

- Tá bom... entra aí. Deixa eu buscar uma cadeira pra tu e colocar uma música aqui baixinho.

Eu realmente não sabia o que esperar de Lara. Aquilo era um jogo? Com o tesão que passei o dia todo por Madá, não negaria nada se ela tentasse algo.

Continua...

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Comentários

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História muito interessante. Cheia de possibilidades.

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Estou começando a achar que Edu vai passar o rodo geral, e que o corno, ops... coronel não é tão bravo assim...

Parabéns mais uma vez pela história caro autor e obrigado!

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Bom conto. Gostei dos detalhes da historia, mesmo que nao tenha sexo. Mto dificil de ver boas historias de sedução aqui

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