Escola de Dança I - CapítuloVirando mulher para Beto.
– Bom se quiser sair amanhã ou depois, tem meu contato, te achei uma pessoa bem interessante, não pude deixar de ouvir a conversa com sua mãe, é sua mãe né?
– Sim, é , mas eu infelizmente Sabrina, vim para um Concurso e Prova de Dança, será segunda feira e terça e não poderei perder o foco, depois já viajaremos de volta pro interior, mas manterei contato, obrigada. Tenho que voltar pro Cursinho, tchau.
Ela saiu, minha mãe demorou ainda uns 3 minutos e voltou, já chegou perguntando, quem era a moça, vi da fila vocês conversando, é alguma conhecida de dança?
– Não mãe, acredita, uma menina trans, ficou interessada em mim
– Nossa que mundo hein, pequeno e surpreendente.
– Pois é, mas isso me lembrou algo que nós duas estamos esquecendo.
– O que foi filha.
– Exatamente, FILHA, mãe no concurso é o Juliano o inscrito, temos que retirar tudo isso para só me maquiar pra quarta parte da prova teórica, não posso aparecer menina, estragaria a surpresa que a professora preparou na última coreografia.
– Verdade, bom, vamos fazer o seguinte, vi que aqui tem 2 ou 3 salões, vamos ver se abrem amanhã para te demaquilar bem cedo, assim ficamos ainda o sábado nos divertindo e domingo, de manhã ou de tarde mudamos para Juliano, o que acha Jú.
– Bom então vamos logo né, porque se não der aqui teremos que improvisar, ou a senhora trouxe tudo.
– Eu trouxe, mas queria um salão para fazer com calma e tratamento de pele e tudo, e aproveitamos e damos um jeitinho nesse seu cabelo né com essas pontas duplas e não retilíneas.
– Tá, vamos então.
– E a menina, o que você achou.
– Ai mãe nem tenho cabeça, na volta converso com ela por whats.
No primeiro salão, não fomos bem atendidas e mamãe apenas desconversou, fomos no segundo e foi totalmente diferente, quando falamos que era para demaquilar, tratar pele pois era um menino, a moça foi muito atenta, já viu na agenda uma sala/box reservado e viu que tinha para domingo às 17hs. Mamãe prontamente marcou, mas disse que também precisaria de um corte de cabelo nas duas e tal. Explicou que o dela bem feminino e o meu poderia ser algo andrógino.
Feito isso, mais aliviadas fomos passear. O Passeio Público não era tão espetacular, mas foi mais um ponto turístico, dali recebemos a dica do Teatro Guaíra, de outros pontos próximos e acabamos ficando até as 18hs andando e pequenos trajetos de Uber.
No hotel estava exausta, mamãe foi primeiro ao banho, depois eu.
Eram umas 21hs , recebi uma ligação da professora, em vídeo.
– Oi, Ju e ai como está, me conta quer marcar comigo uma aulinha, pra repassar ou está tranquila.
– Estou tranquila, quer dizer, com as séries e os pontos a serem cobrados, sorteados, mas queria tanto você aqui professora.
– Ai que notícia boa, estava preocupada, então estou ligando a vocês que depois da aula, eu fui olhar a banca examinadora e descobri que foi uma amiga da faculdade que se formou em Belas Artes comigo, ai mandei um oi para ela disse que tinha uma aluna, e tal, você não vai acreditar, ela pediu para eu vir de ônibus ou avião até Curitiba, ela me reembolsar assim que chegasse em Curitiba, coincidiu que a Empresa patrocinadora do teste, mandou uma consultora para acompanhar, como auditora do concurso e ela pegou COVID, e ela estava maluca atrás de alguém que ainda atuasse em dança, assim eu serei auditora, não terá influência em nada, mas poderei ficar ai juntinho, discretamente vendo sua dança e tudo mais, não é ótimo.
– Nossa que legal, mas você chega amanhã que horas.
– Menina, já estou em Curitiba, ela agilizou e a empresa comprou as passagens de avião, fui de Uber até Londrina e de lá voei pra cá, inclusive, estamos no mesmo hotel eu estou no 19 andar, quarto 1903.
– Vem aqui, estamos no 1405.
Contei para mamãe e ficamos entusiasmadas, ia me trocar e mamãe falou, pra ficarmos assim mesmo de baby-doll, afinal íamos dormir em breve era apenas pra dar um oi pra Profi.
Bom ela chegou em uns 15 minutos, tempo de trocar de roupa, pois ela também estava de baby-doll, com isso assim que bateu na porta atendemos e ficamos 1 hora falando conversando, mas preferimos não fazer nenhum exercício, mesmo porque eu estava exausta.
Combinamos o café da manhã bem cedo, falamos do salão, ela ligou e encaixou um horário para ela, assim iríamos fazer tudo juntas.
Dormi muito mais tranquila, no café da manhã, ela e mamãe querem ir numa feirinha e tudo mais , eu pedi para ficar, não ia estudar, mas queria descansar mesmo.
Elas foram e eu relaxei mais um pouco na cama, no almoço desci no saguão e almocei, pois mamãe avisou que iriam chegar umas 14hs, iriam comer algo num tal Bar do Alemão que acharam pitoresco.
Chegaram, foram pros quartos, assim que mamãe abriu a porta cheia de coisas, fomos ver e tudo mais, ela pediu licença foi pro banho, a prof. me chamou no apto dela pois tinha comprado uma lembrancinha para mim.
Fui, ela abriu a porta, só de toalha enrolada, achei que tinha saído do banho, retirou e disse que iria pro banho e era para eu esperar um pouco,
No banho ela me chamou pra conversa mais perto, e assim eu sentada no vaso e ela no banho fomos falando, mas senti ali que ela estava me provocando. Ela era linda, deliciosa, não tinha como não desejar, mas me contive.
Saiu e eu fui pra cama sentar e aguardar, ela saiu nua, pediu para eu abrir sua mala e escolher uma roupa íntima, eu escolhi uma tigresa, minúscula ela colocou e veio sentar ao meu lado, abriu uma sacola e tirou um colar desses de fio transparente, com três pedras e um brinco igual.
Olha que lindo, queria lhe dar, se achar legal use na apresentação.
Agradeci lhe dando um abraço, senti seu corpo quente, excitado e me afastei um pouco e falei.
– Nossa, em uma situação diferente, esse abraço seria muito mais que um abraço.
– Não por isso, ela retirou o sutiã, pegou minha mão e colocou ali e completou. Bom, é seu, se quiser beijar, eu adoraria, como também transar com você.
– Não sei, acho estranho, eu, toda feminina.
– Mas foi assim que até agora nos beijamos não foi, eu ainda não tive intimidade com Juliano, só com a Jú.
– Verdade. Falei e me curvei e beijei seu seio.
Ela fez menção de tirar minha roupa mas falei, não, agora não, não temos tempo, mamãe me espera, ela também está no banho, falei que iria subir aqui rapidinho.
– Mas, não quer beijar ou algo mais. Falou isso ficando de pé e tirando a calcinha e sentando ao meu lado.
Eu segui para seu outro seio, beijei, mordisquei, desci e beijei sua vagina, completamente molhada, ela se arrepiou, fui beijando conforme ela ia falando, ia pedindo até que com a mão segurou minha cabeça e entre gemidos e espasmos gozou. Fiquei ainda beijando e ela ainda tendo soluções de gozo, pediu para eu parar que ela não ia aguentar sem tirar minha roupa.
Voltei, dei um beijo nela e falei.
– Você sabe que tudo isso é temporário né, eu mesma não sei o que farei se passar, ficarei fora lembra.
– Não me importo, quero você como você puder e quiser.
– Tá mas vou sair, tenho que voltar.
– Ok, mas antes, lave seu rosto, ele está com um cheiro delicioso de vagina e gozo.
Fui no WC me lavei, vi um creme igual ao meu, pra pele e repassei, com isso fiquei com o rosto novamente perfumado, lhe dei um selinho e sai enquanto ela me olhando, passava uma mão na vagina e trazia a boca.
Desci pro meu quarto, cheguei e mostrei o presentinho, mamãe disse que ajudou a escolher, olhei no relógio e era próximo da hora de sairmos, tratei de interfonar pra Vanessa que disse que em 5 minutos já descia, ia jogar uma ducha no corpo e sair. Eu sorri, afinal sabia exatamente o que ela iria lavar e por que, mamãe achou engraçado meu sorriso, ia perguntar algo mas desistiu. Logo já estávamos a caminho do salão.
No salão eu fui para o reservado, com uma bolsa com minhas roupas de menino e mamãe e Vanessa ficaram no outro lado fazendo seus cabelos, subiu uma menina para cortar e ajustar enquanto a outra fazia toda a maquilhagem, retirada de cílios, sombras, esmaltes dos pés e mãos, fez umas massagens com um creme nos pés, pernas ombros, braços e nos seios. Só então eu me percebi com um peitoral mais definido, nem feminino nem masculino, mas que tinha os bicos totalmente túrgidos e aréola mais pronunciada. Tive uma ideia de pintar pelo menos as unhas dos pés, para na troca da sapatilha pelo sapato alto, demonstrar mais feminilidade, ia tentar pedir para mamãe fazer minha unha depois da prova de segunda feira.
Me ver menino, me deu um misto de alívio, mas de tensão, afinal era sinônimo de prova chegando, acho que era isso que me fez me travestir desde quarta, meu subconsciente sabia que enquanto estivesse de menina, a prova não estaria tão próxima.
Terminado, ela mostrou as possibilidades que o corte que ela fez em deixar meu cabelo mais feminino, mas eu escolhi um rabo de cavalo mesmo, afinal era assim que faria a prova na segunda, na terça ainda veríamos.
Chegamos e eu pedi para ir direto pra cama, elas se entreolharam, Vanessa fez cara que não entendeu, mamãe uma que entendeu, se olharam e acabaram subindo pro quarto de Vanessa e eu fiquei no meu dormir, e só vi mamãe chegando, trocando de roupa e dormindo, nem vi as horas..
Acordei eram umas 06 horas, a ansiedade me matava. Foi estranho ir para o banho, sair e vestir as roupas de Juliano, olhar no espelho e ver Juliano, na verdade até estava com saudades, mas como disse anteriormente, estar vestido de Juliano, só significava que o dia havia chegado, às 06h40 já pronto acordei mamãe que estava num sono tranquilo, ela iria me acompanhar até o local, depois iria sair passear, haviam combinado algumas coisas para depois da prova pois eu e Vanessa tínhamos nossos compromisso, ela como fora convidada para ser auditora, preferiu não chegar junto comigo, inclusive ela já estava no local cerca de 2 horas antes, eles iriam auditar desde o local como as provas, lacres, equipe técnica e tudo mais.
Às 07h30, já estava no local de prova, agora era concentrar, mamãe me deu um abraço, desejou boa sorte, recebi uma mensagem da professora, ela teria que também desligar celular, apenas desejou sucesso, confiança e estaria torcendo por mim.
Na sala que eu estava havia 50 carteiras e cerca de 33 candidatos/candidatas, primeiro foi explicado novamente parte do que havia no edital, mas logo na sequência uma feliz surpresa, pelo menos para mim, eu não tinha feito as contas nem nada, o último edital falava de 238 candidatas, neste local haviam 6 salas conjugadas, cinco delas com candidatos, como se fossem salas de reuniões, fazendo uma proporção acho que ao todo deveriam ter umas 150 pessoas, já havia uns bem mais de 50 desistentes pelo que deu para perceber.
Não vi Vanessa, e logo começamos a prova, era muito mais difícil do que imaginava, as perguntas da área específica, não era apenas decoreba era uma interpretação tanto de casos, historia da dança, origens dos passos, duas delas mostrava fotos do posicionamento dos pés e tinha-se que escrever em 15 linhas qual era o passo, sua dança, sequência e outras muito mais difíceis.
Agora entendia-se por que adiaram para o outro dia a prova prática, eu utilizei quase todo o horário, 1 questão marquei sem chance de saber o assunto e outras 2 um chute calculado, das 120 questões, 30 eram dissertativas, 25 delas específicas e 1 para cada uma das disciplinas envolvidas, Português/Matemática/Inglês/Biologia/Química, estas duas últimas com assuntos voltado ao corpo humano e Saúde.
Na saída, de relance vi Vanessa na sala da organização, mas ela nem chegou a olhar para fora onde passava, também não quis dar bandeira. É necessário explicar agora a dinâmica do dia seguinte, até para entender como tantas pessoas farão a mesma prova prática em pouco espaço de tempo e lugar.
Liguei o celular e mandei mensagem para minha mãe e seguindo as instruções fui pro hotel, estava exausto e com fome. Lembrei da menina do shopping, incluindo ela na agenda e dei um oi, dizendo que tinha terminado a prova mas estava exausta mentalmente que iria pro hotel descansar, no caminho falei um pouco de mim, nome e tal. Mamãe chegou eram uns 10 minutos depois, fomos almoçar, pois Vanessa nos avisou que almoçaria com a comissão e a tarde teriam 2 reuniões sobre alguns assuntos pertinentes ao concurso da manhã e outra sobre as regras de terça, no fim da tarde ela apareceu, exausta e chateada, com uma confusão de locais, parece que não tinham calculado corretamente o tempo e o nr de candidatos, iriam ter que improvisar apresentações em uma sala extra, mas alguém teve a brilhante ideia de recontar presentes e tudo por sorte deu no cronograma, a sala extra que no dia anterior fora da administração da banca, ficou como sala de espera, e as apresentações nas salas onde tivemos prova, ou seja um grupo iria ficar no teatro, e as outras ocupando as demais salas como espera e pré conferência que depois seriam enviadas para as salas de apresentações, as provas práticas, mas todos os candidatos já tinham ciência disso no Edital, passado por situações parecidas em concursos e etc então para nós não era tão desafiador. Às 17 horas recebemos as agendas de apresentações.
Eu fui recebi uma mensagem no celular da comissão, deveria comparecer ao teatro às 14hs, meu horário era às 15hs, nos enviaram um documento que mostrava as divisões dos grupos, horários e tudo mais, eram equipes de 3 pessoas se apresentando, teríamos os 3 minutos de cada passo sorteado, candidato sinalizaria se fez correto, poderia tentar repetir dentro de seus 3 minutos, mas apenas uma segunda tentativa, um intervalo de um minuto entre cada e 2 minuto para se ajustar para o livre com 6 minutos para se apresentar, com um mínimo de 4 minutos de dança, ou seja cada candidato teria 19 minutos no total, num grupo de 3 pessoas ficaria menos de 1 hora na sala estes 3 minutos que sobraram pra dar 60 minutos eram utilizados para esvaziar sala e já trazer próximo trio, tinham criado uma grade de 14 horários, seguidos, iniciando as 08 horas e encerrando às 22 isto tudo em em 5 salas + o teatro. Por hora teriam 18 candidatos(as) e em 14 horários dariam 252, como 238 haviam sido escolhidos e informaram que apenas 179 compareceram, havia uma boa margem de tempo, caso precisassem ajustar, mas cada candidato sabia que 10 segundos de atraso, significava 3 pontos a menos de penalidade na nota prática, ninguém estaria disposto a isso. Para quem desconhece de dança parece pouco tempo e confuso, mas na dança tudo é sincronizado, não seria diferente esta dinâmica e sabíamos que os profissionais tinham o exato controle do tempo, 1 minuto total de atraso era suficiente para desclassificar, o candidato poderia até não usar seus minutos de preparo, mas ultrapassar penalizar, o passo durava cerca de 20 segundos.
Havíamos testado muito isso, recebe os 3 nomes dos passos, concentra em 10 segundos, executa, deu errado, concentra em 5 e refaz, terminando 5 segundos antes, respirávamos fazíamos a segunda e a terceira sequência, arruma-se e faz passo livre.
Desde que escolhemos o tema livre eu fiz um número notoriamente feminino, a transição dos 3 passos para o livre sempre foi um cuidado. Eu já iniciaria os três primeiros com o cabelo preso num coque e lápis no olho, que era até comum entre os meninos dançarinos. Mudava que eu colocava uma saia, um salto, um batom e meu cabelo longo solto sem o coque, colocaria uma linda tiara, os brincos, marcando nitidamente um personagem feminino, inclusive no collant superior iriam 2 moldes de seios para ajudar na silhueta.
Na sala havia dois relógios, que estavam zerados no início da apresentação, 1 deles marcava o tempo de 3 minutos e ou outro o somatório do tempo corrido, os três candidatos chegavam, havia uma pequena mesa com 15 envelopes logo ao lado do ponto de apresentação, neste envelope a sequência exata de cada passo, o primeiro candidato ficava em posição, os outros 2 sentados e já se dava o sinal sonoro, abria o envelope, lia um nr que era o número da sequência, banca anotava e o candidato fazia um sinal e iniciava, ao término já sentava em uma das 3 carteiras ali, isso sucessivamente. Dado o tempo de 19 minutos, era obrigado a sair, tudo era filmado, relógios, tempo, performance.
Os descontos e penalidades seriam apresentados posteriormente, ninguém ali saberia se cometeu ou não, não eram permitidos outras pessoas na sala a não ser os 3 candidatos e três fiscais, que lidavam com os relógios e filmagem.
Bom eram 13:30, revi a mochila, tinha ali o vestido, o salto, o estojo de maquiagem, os enchimentos do seio, o sutiã diferenciado, um estojo com brinco e tiara, já ficaria com a meia e calcinha, sendo coberto pelo shorts de dança, e pelo collant masculino e sapatilha que escondia minhas unhas pintadas, sorte que mamãe e Vanessa compraram a ideia, fui no banheiro minutos antes e troquei o tênis pela sapatilha.
Chegou o horário do teste prático, dali pra frente tudo iria mudar, era a segunda do trio, a primeira menina fez os 3 passos certinhos sem erro, o livre dela acabou coincidindo com um dos passos sorteados, não sei se foi bom ou se foi ruim.
Fiz os meus 3 primeiros, no segundo quase errei, fiz no tempo, com sobra, terminei o terceiro com 10s antes, dei dois passos para trás onde estava meu material, rapidamente tirei o shorts, coloquei vestido, na cadeira tirei sapatilha e vesti o sapato, tirei o blusão, coloquei o sutiã, enchimento e a parte de cima, já peguei o batom e passei, coloquei rapidamente os brincos, fiz um check, tudo ok, ufa havia esquecido de soltar o cabelo, mas deu tempo, com 1 minuto e 50 segundos me posicionei, fiz o sinal e esperei o relógio marcar o início.
Fiz toda a sequência, com quase 5 minutos, finalizei e fiz a reverência, com 40 segundos de sobra. A primeira menina me aplaudiu, ficou emocionada, as 3 fiscais não esboçaram nenhum gesto, creio que era a função mesmo, eles estavam ali para conduzir o teste, garantir o tempo e a sequência de todas as apresentações, não para julgar.
A terceira menina, acabou errando o segundo passo, nós que somos da dança percebemos, mas como disse os 3 fiscais não estavam para julgar, apenas executar o rito, ao final tive apenas estas análises, o interessante que todas as apresentações ficariam disponíveis aos candidatos, eu não iria baixar nenhuma, nem talvez a minha, apenas é lógico se tivesse que recorrer ou que não tivesse logrado êxito na prova, coisa que só saberia após anunciarem as notas práticas.
Quando fui sair, vi uma menina que reconheci como a menina do shopping, como estava montada ela me reconheceu e veio me cumprimentar, ela achou que era aberta ao público, mas como era um concurso, não conseguiu, viu meu nome que havia falado para ela pelo whats, olhou edital e veio me dar uma força, sai com ela dali para uma cafeteria neste pequeno shopping, mandei mensagem a mamãe que iria demorar para retornar , mas que tudo tinha dado certo.
Ela estranhou eu estar vestido de menina, pois havia falado que era Juliano que faria as provas, aí expliquei a dinâmica da prova prática e ela achou o máximo, me elogiou e tudo mais, mas tive que contar que a ideia era da minha professora Vanessa.
Ficamos um tempo ali na cafeteria, mas já era tarde, ela era uma menina muito interessante, sem dúvida alguém para se gostar, eu mesma ou mesmo, pois não sabia se me sentia atraído por ela, por ser homem ou por estar de mulher, acho que ela ser trans, e ela me ver vestida de mulher, fazia uma conexão que eu não entendia ainda por completo, a verdade é que ela também demonstrava um afeto por minha androginia momentânea, sabia que viajaria no dia seguinte, então nos despedimos, num abraço afetuoso, creio que ninguém queria dar o primeiro passo sobre beijar, estávamos andando uma do lado da outra indo em direção ao local indicado no Uber que ela havia chamado, mas estava já uns minutos esperando quando ela se volta para mim e diz:
– Bom, acho que não nos veremos mais.
– Pois é, viajo amanhã cedo.
– Posso te pedir algo?
– Se estiver ao meu alcance.
Nisso ela nem pediu, me deu um delicioso beijo, eu me soltei e só ouvi uns aplausos vindo do fundo, eram algumas das meninas que ou estavam saindo da prova ou indo fazer, pois estavam de bolsa como eu, algumas de sapatilhas e minhas sapatilhas estavam presas para fora da bolsa.
Eu e ela rimos, o Uber chegou e eu voltei pro Hotel, que era ali perto.
Aguardamos até a noite e Vanessa chegou mais exausta ainda, brava, irritada, tentamos marcar algo pra descontrair mas ela não quis, mamãe também parecia cansada ou avoada.
Eu perguntei se alguém queria sair, ninguém disse nada, convidei pra um cinema ou ida em um barzinho, ninguém falou nada.
Peguei o celular e perguntei pra Sabrina, se ela estava por perto, ela disse que estava em uma danceteria perto do largo da ordem, perguntei se era seguro ir, ela disse que sim, pedi o endereço, avisei mamãe que iria lá, troquei de roupa, mas não me vesti de mulher, fui de Juliano, afinal iria para um lugar desconhecido e não tinha intenção de apanhar ou sofrer algo.
Chamei Uber, e fui, mandei uma mensagem para ela que estava a caminho ela falou que iria lá fora esperar.
Cheguei e ela estava com uma amiga, não percebeu que era eu, aí cheguei ao lado e mandei uma mensagem, pra provocar.
– Já me trocou por essa menina?
– Cadê você?
Mas não deu certo, na hora ela viu eu teclando e veio ao meu encontro me zoando, nossa como que iria dar bola pra um ogro, e eu fiquei meio chateado, mas ela falou brincando, disse que eu sem make, vestido e tal até que era um Menino legal, fui pra comprar a entrada e ela me colocou free na festa, pegou uma comanda carimbada, pulseirinha e entramos.
O lugar era bem diversificado, depois fui ver o nome V.U, era uma boate mais interessante, curti e ficamos, logo foi chegando outras pessoas e o grupinho já contava com umas 8 pessoas, certo momento Sabrina chegou mais perto e perguntou se estava chateada, que depois do beijo eu já fui embora.
Falei em ir embora, quem estava de Uber era ela, ela riu, falou que era um modo de puxar o assunto, nisso perguntou o que achei do beijo, disse que adorei, ela era uma mulher incrível, conversamos sobre todo o processo até eu estar ali naquela tarde vestida de menina numa Escola de Dança I.
Fomos dançar, e ela começou a se insinuar ainda mais, eu entrei em seu flerte e nos beijamos, longamente, puxou eu para um canto perto de uma escada e ali ficamos por uns 45 minutos só nos beijando, até então eu não havia tocado em seios, bunda nem nada dela ai ela me fez uma observação.