A republica dos Machos (34)

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 2077 palavras
Data: 28/08/2024 23:01:12
Última revisão: 31/08/2024 18:12:35

XXXIV

Betão chegou eufórico, atravessou a casa em passadas largas em minha direção. Eu estava em pé na cozinha, com a boca cheia de pão com linguiça e quase engasguei de raiva ao vê-lo:

- Vamos denunciar o cara do atropelamento? Tenho as fotos, eu e os outros podemos servir de testemunhas.

Eu olhei para suas bochechas salientes e as marcas de espinhas desaparecidas na sombra densa de uma barba recorrente. Mas sacodi a cabeça afastando os pensamentos safados. "Foco seu puto!", me adverti.

- Que porra você disse para todo mundo aqui em casa hein, sobre nós dois hein?

Betão abriu um sorriso descarado de canto a canto da boca e inclinou a cabeça para o lado direito:

- Tá de brincadeira? - disse em tom de galhofa. - Caralho é sério essa caceta?!

- Eu que pergunto Betão, - falei sério - nós nunca tivemos nada e você inventou por aí que...

- Eu estou falando de coisa séria aqui Yuri, - ele disse ignorando o que eu havia falado antes - e você me vem com isso. Foda-se o que pensam sobre que caralho seja. Vamos atrás daquele cara.

- Isso não é assunto seu, - reclamei - aliás minha vida não é assunto seu.

Os seus centímetros a mais de altura me obrigavam a olhá-lo de baixo para cima erguendo o queixo e com o dedo indicador contra seu peito. Como um pinscher diante de um pastor alemão.

A constatação me fez sair pelo lado em direção ao corredor.

- Ei espera aí! - Betão disse.

Ele segurou meu antebraço mas eu retirei com força puxando para o lado e Betão afrouxou soltando enfim, colocou as mãos na cintura e suspirou relaxando os ombros "filho da puta gostoso", pensei e virei com contorcendo os lábios.

- Vê se me esquece! - gritei.

Mas sentia os olhos dele em cima de mim, "ou será coisa da minha cabeça?". Andei de um lado para o outro dentro do quarto pensando no que deveria fazer.

Apenas uma pessoa me veio a mente "Duval".

Mandei uma mensagem para ele pedindo que coletasse meu sangue e levasse para analise para os exames clínicos gerais de Ists inclusive. Mas o idiota ficava me evitando.

- Pega a desgraça de um uber e vem aqui - ele disse em áudio.

Na mesma hora iniciei uma chamada:

- Você sabe que não estou querendo sair de casa por esses dias... qual é Duval quebra essa pra mim.

- Eu não sei de nada - ele suspirou - você não contou porra nenhuma então não vem com essa voz de cadela que não me engana.

Ele desligou na minha cara. O cretino! Mas logo cedo na manhã seguinte estava com os materiais para coleta de sangue e quis de urina também para levar em uma maletinha especial.

- Você tem mão boa, - eu disse enquanto deixava ele perfurar a veia na dobra do meu braço. - Ui que picão...

Eu brinquei vendo os lábios dele se curvando nos cantos. Mas logo as sobrancelhas ficaram retas e o semblante escureceu.

- Vai falar o que aconteceu? Por que está se confinando dentro de casa? Tá devendo a alguém? É o sujeito do atropelamento não é?

- Não é nada. Sério. Confia em mim, pode ser?

Ele cobriu o buraquinho que fez na minha veia com um algodão e saiu do quarto carregando as amostras consigo.

Eu ficava em casa tentando fazer as atividades da faculdade pela internet. Duval a contragosto me dava uns atestados médicos.

Mas o que mais me preocupava era o silêncio de Maicon que não respondia as minhas mensagens.

Eu passava horas tentando contato e nada.

Num desses dias, Juarez estava em casa, mexendo no celular, no sofá, eu de bobeira e com fogo no rabo, caminhei até ele:

- Há quanto tempo, - falei.

Ele puxou a almofada para o centro das pernas.

- Agora sou um homem fiel - ele disse.

- Oxente, e porque tá me dizendo isso?

- Tá com uma cara pidona por rola - ele disse e riu.

Eu relaxei os ombros.

- Vocês não querem mais nada comigo, usaram e jogaram fora.

- Porra Yuri, sem drama, não combina com você.

Havia uma mensagem no meu celular avisando para os resultados dos meus exames clínicos. Saltei de alegria.

- Isso! - falei.

- Mensagem de macho né sua puta - Juarez provocou.

Nem registrei o que ele havia dito e corri para o quarto do Fabrício onde havia a melhor impressora da casa. Coloquei para imprimir e voltei com eles debaixo do braço.

Eu abri os resultados dos meus exames testando negativo para todas as ists conhecidas e colei na porta do quarto. "Agora esses cretinos vão ver só", há dias eles vinham me ignorando como se eu estivesse infectado.

Com o retorno das meninas pela casa, o sexo para eles voltou ao lugar de origem e eu comecei a subir pelas paredes, no escanteio em que me jogaram. E sem um ouvido para conversar.

"Não posso hoje amigo" dizia uma mensagem do Maicon "a gente vai se falando", é, íamos nos falando sim mas sempre por celular. Ele estava arredio desde o surto do Adriano.

"Oi tudo bem", eu mandava.

"Oi Yuri, tudo sim"

Era a conversa!

Mas fechei a tela do celular vendo o Fabrício passando só de cueca pela casa com o notebook na altura do peito. Eu corri atrás dele atraído pelo seu corpo magro e estranhamente forte.

- Que foi? - ele perguntou.

Eu olhei em direção a seu pênis e o volume saboroso que se escondia por trás do tecido fino da cueca sorrindo para mim no formato de uma banana deitada, mordi o lábio inferior e choraminguei:

- Qual é Fabrício? - falei manhoso. - Eu não tenho nada caralho.

- Estou ocupado agora Yurizinho, - ele disse - talvez mais tarde, beleza?

Aquela forma de falar com tom de desprezo era uma pedrada na minha cara. Eu voltei para meu quarto com a derrota estampada no rosto.

Betão sorria de canto fingindo ler a revista de mulher pelada.

- Está subindo pelas paredes né? - ele provocou.

Resolvi entrar na brincadeira também apesar de culpá-lo por tudo que estava rolando com os outros meninos.

- Por que? Vai resolver meu problema? - falei maldoso. - Ou ainda tá brocha?

Uma lamina acendeu em seu olhar cruzando com o meu. Ele saltou da cama e o volume do seu corpo prensando contra o meu, intimidou um pouco.

- Repete?

Havia um volume grosso embaixo do short laranja que ele vestia. Eu olhei para aquela rola, e desejei cair de boca mas achava que Betão merecia uma lição.

- Seu bro-cha - falei soletrando. Enchendo a boca para falar. - BRO-CHA!

Com a língua estalando entre meus dentes e lábios. Senti a pressão da mão dele fechando-se contra minha garganta e me derrubando em minha própria cama, deslizei minha mão por cima do volume entre suas pernas.

- Você tá doido pra eu te foder não?

- Acho que você que está doidinho para me comer... - respondi.

- E quem me impede? - ele provocou. - Eu posso te rasgar ao meio agora seu frango.

Eu abri um sorriso observando como as bochechas dele ficavam vermelhinhas "ele tá nervoso".

- Socorro! - gritei. - Socorro! Sai de cima Betão! Socorro! Eu já disse que não quero nada!

Ele apertou mais a mão contra a minha garganta. Não sei de onde Duval saiu e puxou Betão pela cintura.

- Seu veadinho safado! - Betão disse.

Apesar do meu pequeno escândalo fingido, Betão não parecia nem um pouco irritado com a situação, ele apontou o indicador para mim e prometeu:

- Espera só...

Duval respirou fundo olhou para mim e depois para Betão:

- O que está rolando aqui?

Betão sentou arreganhado na própria cama e sacodiu os ombros:

- Pergunte ao frango aí?

- Esse cretino espalhou por aí que estava me comendo, agora todo mundo acha que tenho alguma doença.

- Ainda isso? - Duval franziu as sobrancelhas. - Perda de tempo do caralho.

Ele disse e saiu do quarto e eu com medo de ficar sozinho com o Betão no mesmo espaço corri atrás do Duval.

Ele distraído foi puxando a camisa pela cabeça. O peitoral um pouco suado. O cheiro do seu corpo quente veio bater em mim. Junto com a porta que Duval chutou na minha cara.

"O jeito", pensei acintoso "vai ser recorrer ao bom e velho Duval", subindo pelas paredes é que não vou ficar mesmo!

Era uma cretinice da minha parte pensar dessa forma, eu conhecia bem o Duval e sabia que ele não resistiria a uma mamada, ou mesmo fodida, e por outro lado isso abriria um caminho tortuoso em nossas relações caso viesse a acontecer.

"Mas porra, somos adultos, já superamos aquilo tudo! Porra! Ficou no passado!", eu pensava.

No dia da minha entrevista ao cargo de estagiário em uma empresa de televisão local.

O meu primeiro dia inteiramente livre de casa porque precisava comparecer ao local da entrevista. Voltei confiante de que a vaga estava no papo. Eu finalmente iniciaria na profissão.

Cheguei em casa, feliz e radiante, decidido a dar mais uma vez ao Duval e o destino estava ao meu favor.

Duval dormia plácido em sua cama de barriga para baixo e com metade do corpo para fora da cama. Eu entrei e encostei a porta. Eu retirei minha camisa, e o short junto com a cueca.

"É hoje", meu coração batia disparado, "será que devo reabrir isso?", há muito tempo não tínhamos um envolvimento de fato.

Eram recaídas mas pontuais, um boquete aqui, um beijo de língua e uns amassos ali, nada além.

Dessa vez seria diferente.

Eu passeei com a palma da minha mão por suas costas. Ele soergueu o corpo e virou em minha direção se apoiando no joelho e na mão. Não deixei que raciocinasse e avancei para sua boca.

Duval entreabriu os lábios ainda com os olhos abertos mas eu fechei os meus e agarrei sua cabeça, empurrando minha língua para dentro da sua boca.

Os pelos incomodavam um pouco mas ele cedeu logo e me abraçou de volta puxando para a cama e rolando para ficar de barriga para cima.

- Que porra está acontecendo aqui? - ele perguntou desgrudando nossos lábios.

Eu não respondi e avancei para mais um beijo passando a mão em seu peitoral e rebolando em seu volume entre as pernas, duro como pedra. "Eu sabia!". Duval segurou minha nuca, respirando com dificuldade, e engolindo minha boca.

O gosto do seu beijo com os anos todos que pesavam sobre nossos ombros tinha um quezão de reprise, rivavel.

Ao mesmo tempo parecia impossível de largar. Ele retirava minhas mãos de seu corpo, queria me afastar e ao mesmo tempo não resistia. Imprimia força para junto de si.

Eu puxei seu short para baixo e esfreguei minha bunda em sua rola. Abaixei beijando seu corpo, sentindo seus pelos arranhando o meu, pinicando por onde esfregava. Duval derreou a perna para o chão.

- A gente não pode Yuri, - ele disse - isso não tá certo...

Mas logo caiu de costas na cama e deixou que meus lábios envolvessem seu caralho dotado e engolisse até onde eu conseguia engolir. Ele colocou a mão na minha cabeça me empurrando com força.

Eu continuei engatado no seu pau e intensifiquei as mamadas. Ele se entregou arfante como um cavalo.

Montei em seu pau e custou a entrar! Duval forçou com raiva e eu deslizei para baixo descendo como em brasa, queimando. Eu sentia que tinha fraturado alguma coisa mas a sensação de estar preenchido por um caralho era boa demais.

Os dedos dele cravados na minha bunda me segurando e apertando, como dentes.

Eu rebolei em cima dele comendo a dor. Duval tomou conta da situação e me derrubou de costas na cama, subiu em mim fodendo com força.

As batidas da cama na parede eram ensurdecedoras. Eu gozei logo nas primeiras fodidas sem conseguir segurar. A rola dele além de grande era grossa e veiúda diferente das de todos os outros.

Mas quando Duval se curvou sobre meu corpo me abraçando e com a cabeça em cima do meu ombro arfou pesado fodendo duas vezes seguidas e gozando, senti que havíamos rompido algo entre nós.

Ele beijou meu rosto, estava meigo, olhou-me docemente, quase me senti constrangido, olhou para mim com os olhos cândidos e marejados. Ele puxou o próprio corpo para fora de mim.

- Não devíamos ter feito isso - disse se sentando na beira da cama - não podíamos.

Duval segurava a testa e suspirava.

Eu estiquei a mão para tocar em seu braço. Ele soltou um resfolegar pesado e levantou-se saindo do quarto. Eu arfava sem ar com as pregas em frangalhos e sem saber o que pensar nem como concatenar as coisas que passavam por minha cabeça.

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Comentários

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Acho que só assim pro Yuri de tocar e decidir focar no que vale a pena...

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Curioso agora. Pq Duval falou que não deveriam ter feito isso?

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Eles tiveram uma tretinha anos antes quando Yuri ainda era só adolescente. A coisa ficou meio mal resolvida. Valeu pela leitura!

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Yuri falou com o Fabrício que os caras o tinham usado e jogado fora. Agora, quem é mesmo que usou alguém aí nessa foda? Esse Yuri está merecendo é ficar sozinho catando macho na rua.

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