O vale dos desejos eternos (02)

Um conto erótico de O Bem Amado
Categoria: Gay
Contém 3744 palavras
Data: 29/08/2024 18:24:51

Os dias seguintes foram muito atribulados por conta não apenas das tarefas escolares como também da falta de oportunidades para que eu e Oliver pudéssemos ficar sozinhos tempo suficiente para concretizar nosso ansiado desejo. Havia noites que não conseguia dormir tamanha era a minha excitação para concretizar aquela peleja com Oliver idealizando todas as cenas e procurando gravá-las na memória. Algum tempo depois Oliver se mostrou açodado com a excitação aflorando em sua pele e propôs que nos encontrássemos na noite de sexta-feira sugerindo que eu fosse dormir em sua casa com anuência de meus pais; no início fiquei hesitante, mas como também em mim o desejo clamava por sua satisfação, acabei aceitando a ideia. E com a mentira pregada fui para a casa de Oliver que já me esperava do lado de fora cheio de ansiedade.

Seus pais já haviam se recolhido e nós fomos para o seu quarto que na verdade era uma edícula construída nos fundos do imóvel com sobras de outras construções antigas, porém o local tinha um certo conforto e aconchego. Ao entrarmos, Oliver acendeu um pequeno abajur próximo da cama e me pediu que fizéssemos silêncio porque seus pais tinham o sono leve e inconstante; assim que concordei começamos a nos despir e logo que estava de joelhos saboreando o membro rijo de meu parceiro que acariciava meus cabelos gemendo baixinho. A certa altura eu me mostrei impaciente e pedi a ele que fizesse comigo o que o professor Hans fizera com ele; Oliver me fitou com uma expressão carinhosa pedindo que eu ficasse de quatro sobre a cama e ao me posicionar como solicitado senti suas mãos quentes acariciando minhas nádegas dando pequenas e rápidas mordidas que me deixaram enlouquecido; ele então as separou e permitiu que eu experimentasse a sensação de sua língua passeando pelo meu rego subindo e descendo carinhosamente fazendo meu corpo estremecer e minha pele ficar arrepiada.

De um forma sutil pude sentir quando sua língua deu lugar ao membro cuja glande pincelava a região enquanto Oliver salivava sobre ela como se quisesse lubrificá-la para o que estava por vir; então repentinamente veio a primeira estocada, seguida da segunda e já na terceira a glande do bruto rompeu a resistência do meu selo irrompendo dentro de mim provocando uma dor tão lancinante que me fez soltar um grito desavisado; Oliver cessou seu avanço perguntando se eu queria desistir ao que respondi em negativa resoluta implorando para que ele continuasse. Oliver prosseguiu com seu avanço laceando o orifício a medida em que me empalava com lentidão medida; após alguns escruciantes minutos pude constatar que ele havia arremetido sua lança dentro de mim com seu ventre roçando minhas nádegas.

Ele se manteve imóvel por uns poucos segundos e a seguir deu início a uma sequência de socadas lentas e longas ampliando a sensação dolorosa e me obrigando a resistir o quanto fosse possível; cheguei a pensar que não suportaria aquela curra por mais tempo ponderando desistir, porém decorrido algum tempo notei uma dilatação de meu orifício que parecia naquele momento se adaptar ao membro de Oliver fazendo a dor ser suprimida aos poucos dando lugar a uma experiência sensorial deliciosamente avassaladora, que passou a perdurar seus efeitos em meu corpo e também em meu espírito como se o membro de Oliver agora fizesse parte de mim e meu corpo pertencesse a ele para sempre.

Com o avanço do tempo os movimentos de Oliver se tornaram mais rápidos e mais profundos propiciando novas sensações que vibravam por todo o meu corpo provocando como consequência uma ereção inesperada e muito vigorosa que elevou a experiência para um nível sensorial que tomava minha mente de assalto desejando que nossa cópula jamais tivesse fim; gotas de suor irrompiam por todos os meus poros e minha respiração tornava-se arfante quase em uníssono com a de Oliver que em dado momento retesou os músculos golpeando com mais veemência até uma contração final seguida de seu gozo quente e abundante irrigando minhas entranhas me concedendo em retribuição uma ejaculação involuntária que elevou nosso prazer ao ápice da perfeição. Oliver esperou sua ferramenta murchar e escorrer para fora de mim causando uma deliciosa sensação de um derradeiro gozo com seu sêmen escorrendo pelo meu rego provocando seguidos arrepios.

Acabamos por dormir nus a abraçados como se fossemos um casal e sentir o corpo quente dele colado ao meu despertava um senso de cumplicidade que me fazia sonhar com a eternidade. Pela manhã acordei sozinho e alguns minutos depois ele veio até mim já vestido carregando um sorriso amável no rosto me convidando para tomarmos café e depois rumarmos para a escola. A partir daquela noite tudo para mim parecia perfeito e eterno me bastando apenas a companhia de Oliver e a vida bucólica naquele vale onde o tempo escorria com lentidão e paciência. Todavia, foi nesse clima que descobri a crueza das pessoas quando um campônio grosseiro de nome Olaf que residia nas imediações do vale flagrou Oliver e eu despidos trocando beijos e carícias nas marges do lago que costumávamos frequentar; ele se aproximou em silêncio e esperou até que notássemos sua presença assustadora.

Olaf era um sujeito rude sempre vendo obscenidade em tudo que olhava; com seus gestos grosseiros ele vivia a perseguir as jovens do vale que corriam para longe ao vê-lo nas redondezas e seu corpanzil somado aos gestos desengonçados causavam mais repulsa que medo; naquele momento em que ele nos flagrara eu pensei em um possível enfrentamento já que Oliver sempre o detestou e não teria receio em partir para o embate corporal e cuidei de segurar a impetuosidade do meu amigo perguntando a Olaf o que ele queria de nós em troca de seu silêncio. Sem dizer uma palavra sequer o sujeito com uma das mãos expôs seu membro enrijecido cujas dimensões eram um tanto inquietantes em especial quanto ao calibre da ferramenta gesticulando em nossa direção para que um de nós saciasse sua excitação.

Notando que Oliver se tornava cada vez mais irritadiço eu me levantei e fui até Olaf me pondo de joelhos e tomando seu membro em minha mão aplicando uma masturbação vigorosa antes de tomá-lo em minha boca dando rápidas sugadas ansioso para que ele ejaculasse o mais breve possível, o que infelizmente não aconteceu me obrigando a prolongar a humilhação pelo tempo que fosse necessário; houve um momento em que senti minha mandíbula doer e minha garganta ficar irritada tal era a veemência com que Olaf tomou as rédeas da situação socando o membro dentro de minha boca com movimentos furiosos. Por fim, ele grunhiu como um animal selvagem arremetendo uma última vez com tal vigor enquanto se contorcia ejaculando com profusão quase me fazendo engasgar com tanto sêmen encharcando a minha boca impondo que eu recuasse com parte da carga enlameando meu corpo.

Assim que recuei um pouco tonto pelo esforço Oliver veio em meu auxílio encarando o camponês que parecia tomado por um transe revirando os olhos e ainda grunhindo de forma bestial tremelicando com as pernas bambas; pouco depois ele se recuperou e sem dizer uma palavra foi embora e eu tive que encarar Oliver me sentindo imundo pelo que acabara de fazer baixando a cabeça envergonhado e sentindo os olhos marejarem com um nó a se formar na garganta; ele então segurou meu queixo erguendo meu rosto para que eu pudesse encará-lo e depois de me fitar por um instante sorriu pedindo por um beijo. Nos beijamos longamente e depois nos vestimos voltando para nossos lares. Dotado na época de uma inocência quase pueril achei que havia resolvido o problema com o camponês de uma vez por todas e que ele jamais tornaria a nos importunar o mesmo de representar uma ameaça.

Todavia o que eu sequer suspeitava era que a ameaça era algo mais que um rumor no horizonte representado pela figura patética de Olaf e que ela podia adotar múltiplas formas; e tudo teve início quando um destacamento do exército que estava de passagem pela região decidiu estacionar no vale por alguns dias, sendo que seu comandante, um jovem capitão cheio de empáfia era amigo de infância de nosso professor Hans e que ambos tinham planos para mim e também para Oliver. Uma tarde de outono, Conrad, o capitão convidou Oliver para conhecer seu acampamento, o que ele aceito de pronto, pois era de conhecimento geral a admiração do meu amigo pelas forças militares; ao mesmo tempo e sem que eu desconfiasse de alguma coisa, Hans me convidou para tomar café em seu modesto habitáculo que ficava nos fundos da casa paroquial ao lado da nossa biblioteca improvisada e eu aceitei com certo entusiasmo já que Hans era uma pessoa inspiradora para um jovem sonhador como eu.

Enquanto saboreávamos a bebida que fora por ele preparada, conversamos sobre literatura, ciência e também filosofia; e foi falando sobre conceitos de beleza a partir da filosofia que Hans comentou se eu sabia das preferências estéticas do meu amigo e de como ele almejava comungar com alguém que tivesse as formas quase apolíneas como ele, pois era essa a sua imagem de beleza masculina para além do desejo sexual; a medida em que Hans verbalizava eu me sentia diminuído, já que nunca me preocupei muito com minha estética pessoal, praticando esportes apenas para cumprir uma obrigação e comendo sempre que tinha vontade alheio ao meu desenvolvimento corporal mais avantajado e sem muitos atrativos. Foi então que eu fiquei ressabiado com os comentários do professor que indicavam um caminho oblíquo para ceifar a minha relação com Oliver denunciando suas reais intenções.

Por um bom tempo permaneci em silêncio apenas ouvindo os comentários cada vez mais críticos de Hans que em certos momentos beiravam uma humilhação velada, até ele mudar o curso de sua conversa revelando que sempre sentira uma atração por mim que de certa forma era reprimida por conta de como eu e Oliver desfrutávamos de nossa intimidade quase apaixonada que somente não era percebida por quem não prestasse um pouco de atenção; comentou ainda que mais cedo ou mais tarde nosso envolvimento viria a tona e certamente Oliver me rechaçaria com receio de ver-se envolvido em um escândalo que prejudicaria não apenas a ele próprio como também sua família.

“E quer saber? Tenho certeza que a essa hora ele e meu amigo Conrad devem ter se conhecido melhor descobrindo coisas em comum!”, arrematou ele com tom irônico que naquele momento não me abalou, pois de alguma forma eu sempre confiara em Oliver e não seria agora que mudaria de opinião. Para minha surpresa ao ver Oliver retornar acompanhado do capitão usufruindo de uma certa intimidade repentina senti uma palpitação que pareceu sugar o oxigênio à minha volta e que ficou ainda mais expressiva quando meu amigo avisou que passaria o fim de semana no acampamento a convite do capitão sem ocultar seu regozijo pelo convite; incapaz de argumentar apenas aquiesci em silêncio.

Foi um fim de semana cinza e tristonho para mim que acabei me resignando com a possível sina de perder Oliver para sempre já que a semente do mal plantada por Hans dentro de mim começara a germinar e logo daria seus frutos amaldiçoados motivo pelo qual eu precisava extirpá-la para sempre; com essa ideia na cabeça criei cenas mentais que acompanhariam o breve discurso que faria para Oliver assim que ele retornasse tornando tudo mais fácil para ambos; com um sol surpreendente para o outono domingo amanheceu belíssimo e Hans me visitou trazendo um convite para após o almoço irmos ao lago e fazermos uma leitura crítica da obra de Schopenhauer o que aceitei de bom grado tencionando esvaziar minha alma das preocupações com o que estava por vir. E no horário combinado nos encontramos e caminhamos em direção ao lago conversando animadamente sobre o pensador alemão.

Eu me sentia mais leve e tranquilo abandonando todas as preocupações sobre meu destino com ou sem Oliver até chegarmos ao lago onde uma cena me arrebatou desse remanso mental me atirando na mais cruel realidade. Com seus corpos nus parcialmente mergulhados nas águas do lago Conrad e Oliver pareciam desfrutar de um enlace sensual salpicado por risos quase eufóricos e olhares intrigantes. Hans me segurou pelo braço nos afastando para um local mais seguro onde pudéssemos observar melhor o que acontecia entre eles. Depois de muitas risadas e brincadeiras os dois saíram do lago exibindo seus corpos nus e correram até uma toalha estendida sobre a relva onde se deitaram já envolvidos em beijos, abraços e muitas carícias. Aquela cena me deixou tão aturdido que senti minhas pernas bambearem e meu coração acelerar experimentando uma profunda tristeza; em seguida veio a raiva, o ódio amaldiçoando o primeiro dia em que eu e Oliver nos vimos e foi nesse clima que Hans me tomou em seus braços colando seus lábios aos meus selando um longo e profundo beijo que me deixou atônito e ao mesmo tempo incapaz de reagir experimentando a saciedade de uma carência repentina; por tudo isso acabei me entregando para Hans e quando nos desvencilhamos ele me fitou com uma expressão enigmática.

Voltamos às pressas para o seu habitáculo e lá nos despimos um tanto açodados e logo eu estava deitado sobre a cama de estrado alto com colchão de molas tendo o professor entre as minhas pernas sugando avidamente o meu membro enrijecido provocando uma deliciosa sensação de prazer que turvava a minha mente o suficiente para que eu afastasse dela a memória de Oliver; a certa altura Hans girou seu corpo sobre o meu possibilitando que eu pudesse saborear sua ferramenta rija que encheu minha boca oferecendo o mesmo que dele recebia. Era uma sensação nova a muito prazerosa que nos envolveu de tal maneira que o resto não tinha importância alguma; e foi nesse clima luxurioso que nos quedamos por um longo tempo até que, finalmente, atingimos um clímax mútuo tão veemente e caudaloso que encharcou nossas bocas escorrendo por nossos corpos.

Hans saltou para o lado e girou novamente o seu corpo para que pudesse me abraçar roubando mais beijos acompanhados por dóceis carícias sem fim; ele sussurrou em meu ouvido que me desejara desde o primeiro dia em que nos vimos e não negou que sempre sentira cíumes da minha relação com Oliver afirmando que ele não me merecia; ouvindo as palavras de Hans em meu ouvido eu senti que elas continham um grau acentuado de verdade, porém dentro de mim havia um sentimento arraigado e atávico em relação a Oliver que deixara sua marca profunda não havendo como eliminá-la tanto de meu âmago como também de meu corpo. Mais tarde enquanto me vestia Hans me tomou nos braços e perguntou se eu aceitaria manter um envolvimento sigiloso com ele me prometendo fazer de tudo para que eu esquecesse de Oliver e com o tempo aceitá-lo em seu lugar; com os sentimentos dividos e a mente indecisa preferi não responder apenas acenando com a cabeça sem muita convicção.

Nos dias que se seguiram eu evitava de todas as maneiras ficar sozinho com Oliver que não pareceu suspeitar do meu comportamento mantendo um discreto e respeitoso distanciamento como se soubesse de algo que eu não tinha conhecimento e foi nesse clima de incerteza que eu mais uma vez fui enredado pela minha própria crença inocente e pueril na alma humana que se concretizou numa tarde em que Hans me convidou para uma sessão de leituras em sua morada e quando lá cheguei dei com a presença de Conrad que ao lado do professor parecia me aguardar; e antes que eu pudesse esboçar uma reação eles me cercaram apalpando meu corpo com gestos grosseiros me tratando como se fosse um objeto à disposição deles; quando tentei reagir Conrad me segurou com firmeza e Hans exigiu que eu servisse a ambos sob a ameaça de tornar público minha condição sexual e também meu envolvimento carnal com Oliver.

Aquelas palavras proferidas com a dureza do aço fizeram com que eu caísse na realidade alarmante de que me tornara refém do professor e também de seu amigo militar não havendo possibilidade de escolha ou fuga; pensei em Oliver e no infortúnio que representaria em sua vida a revelação de tudo que havíamos desfrutado às escondidas resignando no meu sacrifício e tendo nele uma forma de redenção para ambos; deste modo eu aquiesci e deixei que eles me despissem explorando minhas formas e se preparando para me usar como bem quisessem; Hans e Conrad ficaram nus e me puseram de joelhos diante deles exigindo que eu alternasse seus membros rijos em minha boca; observei que as dimensões da ferramenta de Conrad eram quase que idênticas às de Hans e após tê-los nas mãos uma preliminar manipuladora me preparei abocanhando cada um deles de forma alternada chupando e lambendo com dedicação, porém sem a merecida volúpia que eu guardaria dentro de mim e que há muito tempo pertencia a Oliver.

Conrad e Hans não demoraram muito em abandonar suas máscaras sociais revelando um lado rude e dominador me usando como mero objeto disponível para mitigar sua concupiscência quase animalesca e desmedida, chegando ao ponto de segurar minha cabeça transformando minha boca em uma espécie de cloaca com a qual eles pudessem exaurir seus ímpetos vulgares pouco se importando com tudo mais; as socadas chegaram a tal ponto de violência que minha glote ficou sensível e um pouco dolorida, mas mal sabia eu que aquilo era apenas o início da tortura sexual que eles haviam reservado para mim e que prosseguiu quando eles me colocaram em decúbito ventral sobre uma mesa de madeira amarrrando minhas mãos por baixo dela e meus calcanhares em seus pés.

Os nós foram bem apertados para que causassem muito mais dor caso eu tentasse me desvencilhar ou realizar movimentos bruscos possibilitando as ações seguintes que tiveram início com o estapeamento de minhas nádegas com uma palmatória de madeira até deixá-las quentes e doloridas seguidas do preparo dos machos para a minha curra impiedosa; Hans foi o primeiro me segurando pela cintura e com estocadas quase furiosas usava seu membro violentar meu selo o que se deu de uma maneira rude, humilhante e muito dolorosa; a medida em que golpeava ele aproveitava para me xingar de nomes que eu sequer conhecia o significado. Após um longo tempo me sacrificando ele acabou por atingir o clímax ejaculando com profusão dentro de mim e se afastando para dar lugar a Conrad que não perdeu a oportunidade de me reduzir a um ser desprezível pouco antes de afundar seu membro dentro de mim ampliando ainda mais a dor que dilacerava meu corpo e minha alma.

Cada estocada vinha acompanhada de gargalhadas e ironias fazendo com que eu me sentisse ainda pior do que já estava, mas a tudo eu me resignava pensando apenas no bem-estar de Oliver e também na sua segurança; e quando eu já não tinha mais forças nem para lamuriar e muito menos para choramingar eles soltaram minhas mãos e calcanhares ordenando que eu me levantasse; assim que obedeci senti minhas pernas tremerem e bambearem fazendo com que eu acabasse caindo de joelhos sobre o chão com meus algozes exigindo que eu ficasse de pé e me vestisse, mas por mais que eu tentasse não tinha forças e no momento em que fiz um último esforço ouvi um grito feroz que ecoou pelo ambiente; olhei para a porta e vi Oliver.

Ele veio até mim e se ajoelhou segurando meu queixo com sua mão e erguendo meu rosto para que eu pudesse fitá-lo; Oliver tinha os olhos marejados e uma expressão entristecida e ao mesmo tempo piedosa; ele me pediu perdão e disse que jamais imaginou que nós seríamos usados por Hans e seu amigo e suplicou para que eu o perdoasse; eu não tinha forças para falar e me limitei a sorrir; Oliver então pegou minhas roupas e me ajudou a ficar de pé para que eu pudesse me vestir sempre apoiado por ele. Enquanto caminhávamos para a porta Hans começou a proferir ameaças e Conrad a esbravejar avançando em nossa direção. Oliver se voltou e os encarou alertando que eles se afastassem pois o risco que corríamos eles também estavam sujeitos palavras que o fizeram emudecer.

Oliver me levou para sua casa inventando uma história para seus pais e cuidando de mim com todo carinho; por alguns dias ele não arredou pé do lado da cama em que eu jazia procurando me recuperar não apenas fisicamente mas também emocionalmente; ele cuidou de tudo: das desculpas para sua família sobre eu dormir em seu leito e com meus pais contando que eu sofrera uma queda por culpa dele e me machucara, motivo pelo qual ele quis cuidar de mim. Certa noite ele que havia dormido na sala de sua casa veio até o quarto pedindo para se deitar ao meu lado; eu abri meus braços e o recebi com beijos, carícias e afagos. Oliver jurou que nunca mais faria algo para me magoar e que se arrependia de ter sido usado por Conrad.

Alheios ao perigo que corríamos tiramos nossas roupas e nos entregamos um ao outro e eu mostrei a ele como poderíamos nos saborear mutuamente, o que fizemos até obtermos o êxtase em nossas bocas sempre ávidas um pelo outro. A partir daquele dia eu e Oliver ficamos ainda mais próximos e afetuosos um pelo outro sonhando que nada mais poderia acontecer para nos separar ..., infelizmente a vida é repleta de ironias, pois uma noite algum tempo depois na taverna dos mineiros dos arredores do vilarejo um embebedado Olaf deu com a língua nos dentes e o mundo desabou sobre nossas cabeças. A repercussão foi de tal magnitude que Oliver não teve outra escolha senão se alistar no exército e sair da cidade não sem antes ir até a minha casa para se despedir; e na frente dos meus pais ele me beijou apaixonadamente e depois partiu. Tomados pela vergonha seus pais também se foram e eu permaneci, pois meu pai mesmo com seu jeito rústico me disse que eu seria seu filho para sempre. Eu resisti por algum tempo, porém um convite do pároco para que eu frequentasse o seminário na capital bastou para que fizesse uma escolha; tinha em meu coração que jamais tornaria a ver Oliver novamente e que jamais teria outro alguém ao meu lado que me completasse como ele. A vida seguiu seu curso e eu mal fazia ideia de que surpresas ainda estariam por vir.

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