Acordei toda animada depois de uma bela noite de sono. Hoje seria um dia muito especial para mim. Último dia de aula, eu nem iria porque já tinha pegado minhas notas e eu tinha conseguido terminar o ensino médio. Eu não pensava em fazer faculdade porque na minha cidade não tinha o curso que eu queria e eu não iria morar longe da minha mãe. Além disso tinha a Fabi, minha melhor amiga que também não iria deixar a fazenda para ir estudar fora. Até porque sua mãe não estava muito bem de saúde.
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Saí do meu quarto e segui direto pro banheiro para fazer minha higiene, depois segui para a cozinha para tomar meu café. Minha mãe sempre deixava arrumado antes de ir trabalhar.
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Ah, eu esqueci de me apresentar. Meu nome é Gabriela, tenho 18 anos e moro em um sítio no município de Alpinópolis no Sul de Minas. Sou morena. Cabelos pretos, longos e lisos. Tenho olhos castanhos. 1.77 de altura. Seios médios. Bumbum redondinho e belas pernas. Tenho um corpo bem bonito na minha opinião. Sou uma pessoa simples e normalmente me visto assim. Nunca fui muito fã de maquiagem pesada ou roupas com muita frescura.
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Nasci em São Paulo mas fui criada aqui e me considero mineira de coração. Meu pai é Paulista e minha mãe mineira. Infelizmente hoje estão separados há 8 anos e ele voltou para São Paulo. Eu moro com minha mãe já que sou filha única e ela nunca mais arrumou ninguém depois da separação. Então era só nós duas aqui no sítio.
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Fabi, minha melhor amiga, é herdeira da maior fazenda de café da região. Seu pai faleceu há alguns anos e agora é só ela e a mãe. A gente tem a mesma idade e crescemos juntas já que sua fazenda é ao lado do sítio que moro. Meus pais trabalharam para os pais dela muitos anos. Na verdade, minha mãe trabalha até hoje. A gente sempre se deu muito bem desde de criança e nossa amizade só foi crescendo com o tempo. Somos inseparáveis desde de muito pequenas.
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Fabi sempre foi uma garota alegre. Era difícil ver ela triste ou de cara feia. Além disso, era linda. Uma das garotas mais cobiçadas da região. Além de muito bonita ela era rica e sua família uma das mais importantes da cidade. Mesmo assim ela nunca namorou ou ficou com nenhum garoto, ela nem dava papo para nenhum deles. O único que ela conversava de boa era Marcelo. Ele era nosso amigo de infância, sua família morou na fazenda da família da Fabi. Marcelo era um garoto bonito e muito gente boa. Apesar de ser um ano mais velho que nós duas, ele estudou com a gente no mesmo colégio e na mesma turma desde o primário.
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Hoje iríamos nos encontrar os três a noite, nossa sala organizou uma festa de despedida. Eu e Fabi iríamos encontrar Marcelo na sua casa na cidade e depois seguiríamos para festa juntos. A gente sempre saía os três juntos para festas e qualquer outro tipo de evento que tivesse na cidade.
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No dia seguinte eu iria viajar para São Paulo para passar um mês com meu pai. Eu sempre ia todo final de ano passar um tempo com ele e minha madrasta. Eu não gostava muito de ficar em cidade grande, mas eu gostava muito do meu pai e minha madrasta também era uma pessoa muito gente boa que me tratava da melhor maneira possível.
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Tudo estava planejado na minha cabeça. Eu iria ficar de manhã em casa. Depois almoçar com Fabi e nossas mães e ficar de bobeira com ela até a tarde. Depois eu voltaria para casa e iria arrumar minhas malas para viagem. Depois iria me preparar para festa e lá eu iria beber uns copos de cerveja. Eu iria precisar de um pouco de álcool no sangue para tomar a maior decisão da minha vida. Declarar meu amor à pessoa que eu amo há alguns anos. Isso com certeza iria mudar minha vida. Provavelmente para pior, já que eu tinha quase certeza de não ser correspondida. Mas eu não aguentava mais esconder isso.
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Percebi que meu sentimento por Fabi era muito mais que amizade a alguns anos atrás. Foi muito complicado para mim, já que além de ser uma garota, ela era minha melhor amiga. Eu sofria sozinha por isso há muito tempo. Eu não tinha com quem conversar. Aquele sentimento me fez ficar durante muito tempo confusa, eu não sabia o que fazer. Tentei me livrar dele, mas era difícil já que minha convivência com Fabi era diária. No fim aquele sentimento foi só crescendo. Hoje tenho certeza que a amo como mulher e não só como amiga.
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Eu tinha tentado me abrir com ela nos últimos dias, mas sempre me faltava coragem. Eu não tinha medo de ser rejeitada. Na verdade eu meio que já esperava por isso, mas o medo de perder sua amizade era enorme. Esse foi um dos motivos que guardei isso para mim durante esses anos.
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Depois que terminei o café fui para meu quarto e ali fiquei até a hora do almoço pensando na melhor maneira de falar com Fabi. Na verdade não tinha um jeito fácil, mas eu estava determinada a falar e com algumas gotas de álcool no sangue eu iria conseguir.
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Fui almoçar com ela e como sempre foi muito bom. Conversamos e rimos muito. Sua mãe parecia estar melhor de saúde. Seu semblante parecia melhor. Ela estava mais falante e riu bastante com a gente. Depois do almoço ficamos de papo no quarto só eu e Fabi. Vimos alguns vídeos no YouTube, demos uma biscoitada nas nossas redes sociais e falamos bastante sobre a festa. Fabi parecia bastante animada.
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À tarde fui para casa e arrumei minhas malas. Depois tomei um banho e me arrumei para a festa. A gente ia de carro, um dos motorista da fazenda ia nos levar e depois Marcelo nos traria de volta no carro do seu pai.
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Quando cheguei na casa da Fabi ela já me esperava na varanda. Como ela estava linda! Fabi e morena clara. Cabelo castanho lisos e compridos como os meus. Tem 1.78 de altura e um corpo perfeito. Mas o mais lindo nela são os olhos verdes que completam a beleza do seu rosto. Ela realmente estava linda em um vestido bem bonito que deve ter custado os olhos da cara.
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Seguimos para a cidade direto para casa do Marcelo. Fabi estava bem falante. Eu tentei o máximo esconder meu nervosismo e acho que deu certo. Assim que Marcelo apareceu seguimos para festa andando mesmo já que era perto. O local já estava movimentado. Tinha bastante gente, a maioria do nosso colégio. O DJ estava animando o pessoal com algumas músicas eletrônicas. Ficamos ali dançando, conversando e eu já tinha bebido 3 long neck. Eu era fraca para bebida, então já estava um pouco alterada, mas nada fora do comum. Resolvi tomar mais uma e chamar Fabi para conversar. Eu saí para buscar minha cerveja e Marcelo veio comigo. Fabi resolveu ir ao banheiro. Demorei um pouco porque tinha bastante gente na fila. Assim que peguei minha cerveja já abri e bebi quase toda em um gole só. Marcelo me olhou com uma cara de espanto e depois começou a rir de mim com sua coca na mão. Seguimos para onde estávamos antes e ficamos esperando Fabi voltar.
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O DJ resolveu colocar algumas músicas românticas e eu achei que seria a hora perfeita para eu abrir meu coração para Fabi. Virei o resto da minha cerveja e logo vi Fabi se aproximar. Assim que ela chegou fui até ela e peguei sua mão e disse
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Gabi: Fabi, podemos conversar ali do lado de fora?
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Ela tirou sua mão da minha rápido.
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Fabi: Nossa, desgruda um pouco Gabriela.
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Eu até me assustei com o jeito que ela falou. Ela também tinha um olhar diferente, não deu para entender bem se ela estava triste ou com raiva. Ela falou aquilo e já virou as costas para mim e foi até o Marcelo. Disse algo a ele que não deu para ouvir, mas logo entendi o que era. Ela o chamou para dançar. Os dois saíram de mãos dadas e foram dançar. Eu fiquei ali olhando os dois dançando coladinhos sem entender nada.
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Naquele momento eu perdi minha coragem de falar o que sentia para Fabi. Com certeza algo aconteceu porque ela nunca me tratou daquele jeito. Resolvi ir buscar outra cerveja. Já que meus planos não tinham dado certo eu iria encher a cara.
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Assim que voltei, não vi os dois na pista de dança. Fui andando em direção a saída dos fundos onde tinha uma porta enorme que dava para uma sacada. Quando fui me aproximando ouvi uma garota falar algo que me chamou a atenção.
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Garota: Olha lá amiga, eu achei que aqueles dois eram só amigos!
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Quando olhei em direção de onde a garota olhava, vi através de uma das janelas de vidro Fabi e Marcelo se beijando do lado de fora do salão. Naquele momento meu mundo simplesmente desmoronou. Eu senti uma dor tão forte no meu peito que faltou ar. Meus olhos se encheram de lágrimas e a única coisa que pensei foi que eu tinha que sair dali.
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Não sei como consegui sair porque eu estava chorando. Algumas pessoas notaram e vieram perguntar o que tinha acontecido. Eu nem sei direito quem era mas só dizia que não era nada e fui seguindo até a porta de saída.
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Sai caminhando meio sem rumo. As lágrimas e a dor no meu peito não diminuíam . Quando me dei conta estava na praça central da cidade. Limpei o rosto e olhei a hora no meu celular. 00:35 Eu precisava ir para casa. Só não sabia como. Tentei me acalmar um pouco e pensar direito no que fazer.
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Depois de pensar com mais calma resolvi ir até a rodoviária da cidade. Se ainda tivesse algum táxi aquela hora era lá que eu iria encontrar. Segui até meu destino e dei sorte porque tinha dois taxi ali ainda. Depois de limpar o rosto fui até um dos taxistas e pedi para ele me levar em casa. Eu não tinha dinheiro comigo, mas em casa eu tinha.
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Durante o caminho eu fui pensando no que eu iria fazer da minha vida. Eu não iria suportar ver Fabi e Marcelo juntos. Eu precisava fazer algo e assim que entramos no sítio eu tive uma ideia. Não sei se era o certo, mas eu não podia mais ficar ali.
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Assim que desci do táxi fui dentro de casa e peguei o dinheiro. Paguei a corrida e perguntei se o taxista poderia me buscar ali as 7 da manhã. Ele disse que poderia sim. Agradeci ele e segui para dentro novamente. Assim que entrei minha mãe saiu do quarto e claro que notou que eu estava chorando. Ela não falou nada, só veio até mim e me abraçou. Minha mãe é a melhor pessoa do mundo. Nos braços dela eu desabei de vez. Chorei por muito tempo ali naquele abraço.
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Assim que me acalmei um pouco, sentamos no sofá da sala. Minha mãe perguntou o que tinha acontecido. Eu não sei de onde tirei coragem. Provavelmente do álcool e também porque eu precisava por aquilo para fora. Falei tudo para minha mãe, tudo mesmo. Contei também o que eu pretendia fazer. Ela ouvia tudo e fazia carinho no meu rosto. Quando terminei me dei conta do que eu tinha feito. Olhei para ela e pedi desculpas.
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Mãe: Você não tem o porque se desculpar. Você não fez nada de errado. E se você quiser mesmo ir, pode ir, mas promete que vai me ligar sempre e vai se cuidar.
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Gabi: Eu não quero mãe, eu preciso, pelo menos por um tempo. É claro que prometo o que pediu.
Mas a senhora vai ficar bem?
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Mãe: Vou sentir muito sua falta, mas eu te entendo. Talvez seja o melhor mesmo a se fazer. E seu tio pode ficar aqui comigo. É até melhor para ele.
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Eu tinha a melhor mãe do mundo. Iria ser muito complicado ficar longe dela, mas não tinha como eu continuar ali. O amor da minha vida estava com meu melhor amigo. Eu ali só iria atrapalhar e também eu não queria nunca mais ver o que vi naquela festa.
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Minha mãe ficou comigo a noite toda. Não consegui dormir. A dor no meu peito parecia aumentar a cada minuto. Às 7 da manhã eu parti para meu novo destino logo após dar um abraço muito apertado na minha mãe. Durante o caminho até a rodoviária olhei no meu celular. Tinha várias chamadas e mensagens de Fabi e Marcelo. Apaguei todas e bloqueei os dois em todos os lugares possíveis.
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Às 8 da manhã eu estava embarcando para São Paulo. Mandei uma mensagem para meu pai avisando que eu estava indo e provavelmente para ficar um bom tempo. Não sei o que seria da minha vida dali para frente mas com certeza ela iria mudar muito. Eu estava decidida, só voltaria ali quando eu tirasse Fabi do meu coração. Que Deus me ajude a conseguir isso bem rápido.
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Continua…
(Só lembrando mais uma vez que minhas histórias não tem sexo como foco, são pequenos romances com partes eróticas, mas o foco é mais a história e não o sexo a todo momento.
Essa história será a primeira com parceria com minha esposa Ju (Whisper) que fará a revisão do texto.
Espero que gostem )