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Tivemos um almoço muito agradável. Heitor era realmente um cara legal e muito falante. Ele e minha mãe pelo jeito se deram muito bem. Bárbara era mais calada mas sempre tinha um sorriso no rosto. Felipe era falante e fazia algumas piadinhas. Ele parecia querer chamar minha atenção. Até aí tudo bem, mas alguns olhares dele pro meu lado meio que me incomodaram. Mas nada que atrapalhasse o nosso almoço.
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Depois do almoço a gente foi para sala e ficamos conversando por um tempo. Depois chamei Bárbara e mostrei para ela o quarto que ela e meu irmão iriam ficar. Depois mostrei o do Felipe. Voltamos para sala e nos juntamos ao resto do pessoal. No início da tarde a gente foi na cidade, eu, meu irmão, Felipe e Bárbara. Mostrei a eles a cidade que era bem pequena. Depois a gente foi em um restaurante que tinha ao lado da praça central. Bárbara adorou o lugar, ela disse que nunca tinha visto uma cidade pequena e tranquila. Que nasceu e foi criada em BH e no mais só tinha viajado para cidades grandes. Ela estava encantada com a tranquilidade do lugar.
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Voltamos para a fazenda e resolvemos cada um ir pro seu quarto descansar. No outro dia eu queria mostrar a fazenda a eles e isso seria bem demorado. A fazenda era muito grande e praticamente toda formada em café. Queria mostrar também algumas cachoeiras e locais bonitos da fazenda. Eu tive uma boa noite de sono naquela noite. Parece que as conversas com meu irmão e Bárbara tinham me deixado mais leve e tranquila.
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No outro dia acordamos cedo e logo após o café a gente foi conhecer a fazenda. A gente foi na minha caminhonete já que tinha alguns lugares de difícil acesso. Os três pelo jeito gostaram de conhecer as plantações de café. Como era sábado não vimos quase ninguém na fazenda. Mas consegui localizar uma das máquinas que estava fazendo a colheita para eles verem como funcionava. Depois levei eles a um dos lugares que mais gostava. Era um córrego de águas cristalinas que tinha a nascente no sítio da D° Luiza e passava no fundo da minha fazenda.
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Tinha um local de acesso no fundo da fazenda. Bem na divisa com o sítio. Era meio difícil descer pelos barrancos até chegar no fundo da grota onde passava o córrego, mas descemos sem nenhum acidente. O local era todo cercado de barrancos e árvores. O córrego passava bem no meio da grota e ao redor tinha várias pedras pequenas fazendo um praia. E mais distante algumas pedras maiores que dava para se sentar e até deitar. Bárbara não parava de tirar fotos e de elogiar o local.
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Cada um ia em algum lugar para explorar ou ver algo. Eu fiquei ali olhando as árvores e lembrando de como eu e Gabi nos divertimos ali quando éramos crianças. Até mesmo depois de mais velhas a gente sempre ia ali. Marcelo muitas vezes ia com a gente. Agora tudo acabou. Gabi me abandonou e Marcelo raramente tem tempo para me ver. Uma tristeza bateu no meu peito na hora. Resolvi ir até onde estava meu irmão para conversar com ele e tirar aqueles pensamentos da cabeça.
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Voltamos para casa para almoçar e depois a gente foi para a piscina aproveitar o resto do dia. Tudo correu muito bem. Porém os olhares e as brincadeiras do Felipe pro meu lado começaram a me incomodar. Ele era legal, tinha um bom papo. Era muito bonito também, mas quando ele me olhava meio estranho e fazia alguma brincadeira me incomodava. Mas não levei aquilo muito a sério. Não iria estragar a visita do meu irmão por causa disso.
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A noite depois do jantar meu irmão me chamou para conversar. Me agradeceu por ter recebido ele em minha casa. Disse que tanto ele como a Bárbara tinham adorado o lugar e as pessoas. Eu disse que foi um prazer e que eles seriam muito bem vindos à minha casa sempre que quisessem me visitar. E que eu tinha gostado muito deles também.
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Heitor: E o que você achou do Felipe?
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Fabi: Ele é legal.
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Heitor: Só legal?
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Fabi: Bom, o que posso dizer. Ele é legal, divertido e acho que vai ser um bom amigo. Mas para ser sincera tem hora que as brincadeiras dele me incomodam um pouco, mas nada que atrapalhe muito.
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Heitor: kkkkk eu notei que você não estava gostando muito. Mas olha ele é um cara legal. Mas ele achou você muito bonita e só estava tentando chamar sua atenção. Acho que ele quer algo a mais com você do que amizade.
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Fabi: Fico agradecida, mas é perda de tempo dele tentar chamar minha atenção por esse motivo. Como disse ele é legal e podemos ser bons amigos. Nada mais além disso. Se quiser pode falar isso para ele, é até melhor para ele não perder tempo.
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Heitor: Entendi Fabi. Vou avisar sim, mas ele não desiste fácil não, com certeza vai tentar te conquistar, mas pode ficar tranquila que ele não vai incomodar você não. Como eu disse, ele é sim um cara legal.
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Eu só ri e disse que tudo bem, não quis render assunto. Eu realmente não gosto disso. Toda vez que vem algum garoto com esse tipo de assunto ou que pede para algum amigo ou amiga vir falar comigo, me incomoda muito. Não sei porque, talvez eu tenha algum problema, vai saber. Voltamos para sala e ficamos de papo.
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No domingo ficamos em casa o dia todo, acho que tanto eu como Heitor queria conhecer o máximo que desse dos novos amigos e familiares. Felipe estava com uma cara meio fechada. Acho que Heitor falou com ele. Mas não durou muito, logo ele estava rindo e brincando como antes. Porém os olhares e as brincadeiras direcionadas para mim pararam. Gostei disso. Eu realmente achei ele legal tirando esses dois detalhes.
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O dia passou voando e a noite também. De manhã nos despedimos e meu irmão se foi. Ele prometeu que voltaria em janeiro para ficar pelo menos uma semana com a gente. Eu pedi para ele trazer sua mãe e o padrasto. Ele prometeu que tentaria fazer isso. Depois da partida deles parece que ficou um vazio. Eu iria voltar a minha rotina normal que não era muito animadora.
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Os meses seguintes foram um marasmo total. Marcelo mal teve tempo de me dar atenção. Eu fiquei mais no trabalho durante esse tempo. Queria modernizar um pouco a fazenda, mas os lucros da safra não foi como eu esperava. Eu conversava com Heitor e Bárbara quase todos os dias pelo whats. Às vezes por ligação e até com Felipe falei algumas vezes. Ele tentou algumas vezes sutilmente mudar o rumo dos nossos assuntos para algo mais íntimo mas eu já cortava suas tentativas. Ele não foi evasivo nem faltou com respeito comigo então seguimos sendo amigos. Heitor disse que ele não desistiu de me conquistar. Eu só ri, isso não iria acontecer.
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Minha mãe estava com a saúde melhor. No final de ano fizemos um jantar no Natal para os amigos mais próximos. Marcelo apareceu e trouxe a namorada. Gostei dela e quando ele me apresentou descobri que ela era uma das meninas que estava no banheiro falando de mim e da Gabi. Porém ela não falou mal, na verdade ela disse que se a gente estivesse juntas não era da conta dela. Lembro dela falar que era afim do Marcelo desde aquele dia. Bom ela acabou conseguindo o que queria.
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O jantar foi muito bom. Senti falta de D° Luiza e de Gabi. Provavelmente estavam juntas nesse momento na casa do pai da Gabi. Lembrar dela ainda doía, mas sinceramente não era só dor. Eu fiquei um pouco com raiva dela ter me abandonado sem falar nada. Mas o pior foi ela simplesmente ter me excluído da sua vida. Eu acho que não merecia aquilo. Bom mas achei melhor parar de pensar naquilo e curtir o tempo que eu tinha perto do Marcelo.
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Sua namorada Carla me pareceu ser bem legal. Não comentei com ela sobre o lance do banheiro. Não falei com Marcelo também que era ela naquele dia. Achei que era algo que não era necessário. Ficou no passado. O jantar terminou cedo. Todos se foram e ficou só eu e minha mãe em casa. Aproveitei para ficar no colo dela um pouco. Acabamos dormindo juntas naquele dia. Era muito bom ficar colada com a D° Sandra.
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Passei os dias seguintes mais em casa junto com minha mãe. D° Luiza voltou e nos fez companhia. Perguntei a ela como foi a viagem, mas não perguntei sobre Gabi e ela também não falou. Eu sinceramente não iria mais perguntar nada sobre Gabi. Ultimamente esse assunto estava me dando mais raiva do que antes. Melhor deixar ela viver a vida dela em paz bem longe de mim, assim como ela escolheu.
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Na primeira semana de Janeiro meu irmão disse que iria vir no próximo final de semana para ficar uns 10 dias aqui na fazenda. Disse que iria levar a mãe dele, mas o padrasto infelizmente não podia ir. Disse também que Bárbara e Felipe viriam e que Felipe convidou uma amiga deles para ir com ele. Se eu não importasse, claro. Eu disse que não, que podia vir quem ele quisesse trazer sem problemas.
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Achei estranho Felipe querer trazer uma amiga, mas era até melhor assim. Talvez ele esteja interessado nessa tal amiga e eu não precise passar pelo que passei da última vez. Não que foi algo péssimo, mas foi meio chato. Heitor perguntou se eu tinha certeza que não seria um problema para minha mãe a presença da mãe dele na fazenda. Eu disse que ele podia ficar tranquilo que eu já tinha falado com minha mãe e não seria problema algum. Que não teria nenhum risco da mãe dele ter qualquer tipo de problema por causa da minha mãe.
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Os dias passavam lentamente até o final de semana, mas enfim ele chegou. Heitor chegaria no fim da tarde. Estavam vindo em dois carros. Heitor iria vir em um com a família e Felipe em outro com a tal amiga. Eu fiquei na varanda da casa esperando eles mais ou menos no horário que eles iriam chegar. Heitor me avisou assim que chegou na cidade. Então não iriam demorar.
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Logo vi os carros se aproximando pela estrada. Heitor veio na frente e logo desceu do carro. Assim que Bárbara e sua mãe desceram eles vieram em direção a casa. Eu fui ao encontro deles e trocamos longos abraços. Fui apresentado à sua mãe, apesar de já ter visto Lúcia por fotos e vídeo chamada, foi muito bom ver ela ali na minha frente. Ela me deu um forte abraço. Quando virei Felipe e sua amiga já estavam do meu lado. Quando olhei neles parece que por uns segundos o mundo ficou em câmera lenta.
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A amiga de Felipe era muito linda. Morena com o cabelo curto repicado. Tinha o rosto perfeito e uma boca que parecia ser desenhada a mão. Ela era da minha altura mais ou menos e tinha um corpo lindo. Depois de ficar ali paralisada por alguns segundos eu fui até Felipe. Nos cumprimentamos e ela me apresentou sua amiga. Nathiele me pediu para chamar ela de Nat. Eu chamaria ela de meu amor se ela quisesse, imagina de Nat.
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Eu mesma me assustei com aquele meu pensamento, mas disfarcei e chamei todos para entrar. Já dentro de casa eu disse para Bárbara que eles poderiam se acomodar nos quartos de sempre e eu iria mostrar a Nat e Lúcia onde iriam ficar. Voltamos para sala e ali o papo rendeu até a hora do jantar. Mas uma vez senti os olhares do Felipe pro meu lado, mas não eram só os dele. Nat também não tirava os olhos de mim e não sei o porquê, mas os olhares dela não me incomodaram.
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A gente foi jantar e minha mãe e a mãe do Heitor pareciam ter se dado muito bem. Fiquei feliz com aquilo. O jantar foi ótimo. Os olhares de Nat pareciam estar mais constantes e eu sei querer dava pequenos sorrisos que eram retribuídos por ela. Também conversamos bastante e depois de uma sobremesa deliciosa voltamos para sala, mas não ficamos muito. Os que chegaram de viagem estavam cansados e logo cada um foi pro seu banho para ir descansar.
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Já eram quase 22 horas e cada um já estava no seu quarto para dormir. Eu estava tentando entender o porque ter gostado tanto dos olhares de Nat. E como eles mexiam comigo. Não só os olhares. Ela mexia comigo. Que mulher linda, eu nunca tinha visto uma igual. Seila, eu devo estar ficando doida, só pode.
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Fui tirada dos meus pensamentos com alguém batendo na minha porta. Fui atender e quando abri era Nat usando só uma camisola branca linda. Acho que fiquei paralisada ali olhando para ela. Nem consegui dizer nada. Ela abriu um sorriso e veio em minha direção. Eu não sabia o que fazer e não fiz nada. Ela se aproximou. Passou a mão atrás da minha nuca e me beijou. Foi rápido e eu não conseguia pensa agir mas retribui seu beijo, que por sinal foi muito bom. Eu nunca tinha sentido algo tão bom.
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Ficamos um bom tempo naquele beijo. Mas ela parou e olhou nos meus olhos e disse;
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Nat: Desculpe, mas eu precisava fazer isso antes de dormir ou eu não iria conseguir. Boa noite linda.
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Eu fiquei ali de boca aberta e ela se foi. Eu não conseguia raciocinar direito. Meus pensamentos estavam confusos. Meu coração disparado. Voltei para minha cama assim que fechei a porta. Me deitei e tentei respirar fundo para me acalmar. Eu tentei pôr as ideias no lugar, mas estava difícil. Com certeza seria difícil dormir naquela noite.
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Continua..
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Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper