Exemplar

Um conto erótico de Marcelo Foppe
Categoria: Homossexual
Contém 1266 palavras
Data: 02/08/2024 21:16:02
Última revisão: 25/10/2024 09:39:52

- Boa tarde, livros sobre gestalt, aonde ficam?

- Os exemplares estão catalogados por autores, sr… Qual é o nome?

- Wolfganga Koherl;

- Estante 32, letra W, responde a bibliotecária.

- E como faço para chegar?

- Depois das baias dos computadores, à esquerda; entre, passe cinco estantes e caminhe até o final.

- Ok, Obrigado!

- Por nada!

Atento às orientações, segui à risca. Os corredores são apertados; cheiro das páginas antigas e o odor emborrachado do piso de moedas, propagavam no ambiente. A biblioteca é enorme, continha mais de 40 mil exemplares, um universo para os amantes de literatura, história e conhecimentos gerais, especialmente, aqueles que não possuem acesso à internet - como eu - que aguarda até meia noite para contabilizar um pulso além da franquia.

- Estante 27, 29… 32… Finalmente (verbalizo).

Em frente ao local, início a busca pelos exemplares contudo, de cara, não encontro o exemplar nas prateleiras superiores, por isso, declino o olhar nas fileiras mais baixas, até que… o encontro.

Com cuidado e sem alarde, puxo e apanho um dos mochos que estão acomodados no corredor, em frente às prateleiras.

Pego a caneta, o caderno e inicio as anotações. Repentinamente o silêncio é rompido por uma sinaleta metálica; na região da minha busca - local onde retirei o exemplar - observo que entre os espaços uma roupa, contudo, não é possível identificar o sexo de quem as veste (uma malha listrada, azul e verde de um tecido grosso).

Aguçado, lentamente, busco outros ângulos; levanto, posiciono-me diante prateleira; devagar, com a ponta dos dedos, defino uma área entre os volumes, com o fito de buscar maior definição; silenciosamente, movo os objetos à frente e… É um rapaz.

Por mais que a descrição seja essencial, a curiosidade é maior. Afasto para obter uma visão global da estante; observo que, ao centro, falta uma resma de obras. Aos poucos, sem alarde, me posiciono. Ele é branco, cabelos pretos e olhos castanhos; a sua atenção estava concentrada no chão, enquanto o tecido abanava no sentido do braço direito.

Intrigado e curioso acerto um ângulo; entre as fileiras do meio, há uma fresta maior; desço a mochila ao chão e, com cuidado, apoiado na base de uma das prateleiras, inclino o corpo, a visão se revela; Ele estava com a barriga amostra, e o barulho característica de pele espumando fluidez ressoava diante do ímpeto de um gozo; esporadicamente, um rubor rosado, despontava naquele horizonte. Um sussurro - baixo - retumbava.

Em reflexo a cena, o meu escroto contrária saco ao passo que o inflar embebido da cabeça escurecia a cor do meu jeans, próximo ao bolso esquerdo, pulsando firmemente. Atento ao redor, certifico que estava só e audível a qualquer passo, portanto, sem muitas reflexões libero o termômetro do meu prazer.

O tintilar da fivela do cinto não incomoda e interrompe a punheta do consorte, ao contrário, conecta-o aos sentimentos mais vorazes ao suspeitar que, outro, estava a aliviar-se com a sua performance. Ele, agora, afasta-se dos livros, permitindo assim, uma visão global de toda a sua cintura. Eu, antes curvado, ajoelho para alcançar uma posição confortável; extraio um pouco de saliva e umedeço o corpo esponjoso, facilitando assim, a projeção dos dedos.

O petiz intensifica; os metais próximos aos seu corpo ancoram um hino diante de tamanha avidez dos movimentos. Eu replico as moções . O desejo em mostrar-me toma conta, mas o receio da descoberta ainda inibe, no entanto o bril e virilidade dos instintos sobrepõem a qualquer pudor. Sob o ímpeto, investigo uma brecha; localizo um ponto exato à frente da minha pélvis, a qual mantém perpendicular a minha visão do infante. Reticente, à medida que retiro os livros e abro uma fenda para contato, derramo-me sob o chão de moedas o suco do meu estandarte. Sem pudor, lanço-me entre os livros, revelando a minha chave que estima conectar-se ao dele.

De pronto, percebo que ele se assusta empurrando o corpo para trás, a visão dos meus olhos entre os livros ilumina-se, de igual sorte, ele também abre espaço entre o muro que nos separa. Agora, tenho a visão dos seus olhos, profundos, cansados e investigativos. Ele retira oito livros grossos desanuviando a visão dos nossos rostos. Toda aquela proibida investida intensifica - muito - a lassividade dos impolutos desejos, conectando-nos a ponto de silenciar tudo que estava ao redor, as quais só eram rompidas pela vibração das nossas vestes e o ranger das solas dos tênis sob o piso de moedas pretas.

- Fica nu, sussurra, ele, ao aproximar dos vazios dos livros.

Sem questionar, tiro o tênis, o sinto, tiro a camisa e baixo as minhas calças, expostas mais de 80% do meu corpo. Ele para minha surpresa - abaixa as dele, levanta a camisa, prendendo-a junto aos cotovelos e vira de costas projetando os seus fundos pálidos, suado e peludo entre o meridiano das prateleiras. Foi instintivo, abaixo e aprofundo-me do seu escape.

O cheiro característico, arrebata-me; o meu rosto carimba-se a ponto da minha barba rala conter todos os resquícios do que o escapou.

Estimulado, projeto a minha língua em seu buraco - apoiado ao chão, de joelhos - apoio-o pela cintura a ponto de facilitar a minha imersão. O salgado do seu suor toma conta da ponta da minha lingua, que dimensiona toda a sua circunferência que contrai-se à medida que submeto dentre o dele. Entre línguadas e espasmos o seu outro lábio encontra-se ao meu. O que antes estava rígido agora ascende-se rubro, escarlate e macio, em decorrência de tanto solvar como um fruto suculento.

O consorte com um dos braços estendido e apoiado na estante tenta equilibrar-se, com a outra, morde as mãos para não verbalizar.

Afasto-me para ver a cena; observo que um lado ja esta formado ao chao, o qual é alimentado através de uma fina cachoeira. O suor toma conta do seu corpo.

Diante daquilo, retorno e alimento-me das suas nádegas. Em mastro, a sede de cópula aumenta. Levanto e revelo a vestes de Vênus, outrora guardada na mochila.

- Me fode, vai! Tenho capa, gel. O desconhecido sussurra.

Tenho capa tb. Ressoa a resposta em murmuro.

Inebriado, libero o preservativo; em paralelo o meu membro encontra-se com a sua fenda áspera e umedecida. O puto, mesmo com limitações, movimenta-se convidativamente com o ímpeto de acoplar-se a mim.

O impulso é grande, mas a sensatez se sobrepõe a qualquer estímulo alheio. Com cuidado, rompo o pacote que armará o meu copo; desenrosco a tampa do lubrificante; espremo-o e espalho por todo o indumento de látex. Agora, não mais sinto os seus pelos que antes continham o acesso ao seu universo íntimo; O visco que banha o traje tomba os obstáculos e dilata a porta do seu acesso.

Assim como um pincel, acendo e descendo o estandarte, o qual, aos poucos é engolido pelos rubros lábios dos seus fundos; os seus glúteos - desabrochados - está com completamente projetados a mim em uma cumplicidade sobre-humana da nossa luxúria.

Ao pouco, o vazio toma conta e deslizo, mesmo com a aspereza dos seus pelos, o óculo abre-se, em resposta ao esforço do meu corpo, como uma boca, o físico mastiga o meu membro. A posição em que pese anatômica é acrobática diante das limitações dos espaços, o único ponto de apoio limita-se a aparar-se nas prateleiras, enquanto o consorte equilibra-se com as mãos aos joelhos em projeção dos quadris.

Um urro contíguo corta o ambiente. As cãibras surgem em decorrência da posição, fazendo assim com que eu desacople de si. Ele levanta-se como se buscasse restabelecer as forças outrora consumidas; vira-se e fita ä mim, com um olhar de raiva e cansaço.

Sério e ofegante, encaro-o, acendendo a minha rigidez.

Um verbete ressoa ao ambiente: - Puto…

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Foto de perfil de Marcelo FoppeMarcelo FoppeContos: 12Seguidores: 15Seguindo: 5Mensagem Entusiasta de situações cotidianas. E-mail: marcelofoppe2801@gmail.com Instagram: marcelo_foppe X: MarceloFoppe

Comentários

Foto de perfil genérica

Um clássico teu texto com essa narrativa sui generis. Bravo...

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Foto de perfil de Tito JC

Texto interessantíssimo!!! Cada palavra escolhida com cuidado e esmero torna o texto uma pérola, para quem dá valor a uma boa leitura... Parabéns!!!⭐⭐⭐

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Foto de perfil de Jota_

Que bom que voltou a postar, cara!!

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