Ninguém Está Aqui Para Dormir - FINAL

Um conto erótico de Novatinho
Categoria: Gay
Contém 6220 palavras
Data: 16/08/2024 02:30:41

NOTA DE CONTEÚDO: Este conto inclui cenas que podem ser perturbadoras para alguns leitores, como violência física e psicológica. Por favor esteja ciente antes de prosseguir.

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Lembrei de uma frase que me fez chegar a uma conclusão.

"Não existe desespero tão absoluto quanto aquele que surge nos primeiros momentos de nosso primeiro grande sofrimento, quando não conhecemos ainda o que é ter sofrido e ser curado, ter se desesperado e recuperado a esperança". George Eliot estava certo quando a escreveu.

Sabe aquela sensação que temos quando estamos tão cansados que queremos apenas dormir? Que se forma uma espécie de egoísmo na gente que até quem você mais quer ter por perto não faz tanta diferença? Pois é! Estava naquela situação. Eu já não conseguia mais digerir tanta informação e em pensamento vinha só a vontade de me deitar e dormir, mas sabia que se adormecesse tudo aquilo acabaria de forma errada e sumiria também toda a sequencia de acontecimentos daquele dia que foi tão importante pra mim. Então o que me restava era só pensava no que fazer.

Os olhos de Léo estavam transparentes de verdades, só que eu não conhecia a verdade que ele enxergava. Não tinha como argumentar. Era evidente que o máximo que poderia fazer era tentar minimizar possíveis danos colaterais. Naquele estado ele não conseguiria me ouvir. Francamente minha raiva era grande tanto quanto a dele, pelo menos era o que imaginava. Havia tanta coisa a se fazer e tão pouco tempo. Era preciso agir!

- Você pode vir pra cá, Léo? Vamos conversar, meu mano.

Léo me olhou com o olhar frio, mas não rejeitou meu pedido. Achei que iria passar por mim e seguir ao quarto, mas nem seu ódio o fez esquecer que aquele era nossos últimos momentos juntos. Me puxou pelo braço e me conduziu ao quarto de mão dada. Quando entramos nos secamos novamente, com as luzes apagadas, exceto a do banheiro que saia pela fresta da porta quase fechada. Sentamos a beira da cama e ficamos olhando pra parede a nossa frente, cada um com a mão na perna do outro. Parecíamos dois espantalhos sem atitude. Eu pensava no que fazer e ele em Deus sabe o quê. O nosso silencio quebrou com uma chamada de voz de pai dizendo que estava voltando pra casa com Caio e que o Luiz o seguia no seu carro, talvez demorassem um pouco pela velocidade que conduzia o carro. Falou que o tio havia chegado já há algum tempo no hospital. Expliquei que estávamos no quarto da piscina. Ele disse que quando chegasse abriria a porta dos fundos. Segundos depois ele me envia uma mensagem que coloco no viva voz:

“Meu filho, o rapaz tá um pouco grogue, por isso disse ao Luiz que me sentiria mas a vontade se ele dormisse conosco no térreo. Caso haja alguma intercorrência eu teria um acesso melhor pra assisti-lo. Ele pode dormir em algum dos quartos de hospedes. Veja com o irmão do rapaz pra dormir com ele. Estou bastante cansado, mas é preferível que ele fique mais próximo da gente antes de viajar amanhã. Vão viajar logo após o almoço”.

Olhei pra Léo e ele sorriu.

-Diz que eu vou dormir com meu Irmãozinho. Ele vai precisar de cuidado hoje - ironizou.

Eu olhava pra o celular e pra ele enquanto digitava. Minha cabeça parecia um “Joao bobo” de tanto virar pra baixo e pra o lado diversas vezes. No fundo minha maior preocupação era de que tudo isso acabasse por meu pai descobrir sobre mim. Minha mente girava a mil. O que eu dissesse a Léo poderia apaziguar a situação ou piorá-la a ponto de alguma bobagem acontecer. Não havia maturidade mental em mim pra dissuadi-lo de algo. Eu só ficava calado com medo. Mas o que via nele era enigmático. Eu então o abracei tão forte quanto pude. Queria que ele entendesse que aquela era minha forma de pedir pra ele não fazer nenhuma besteira. Ele entendeu e respondeu com um beijo na testa.

- Não se preocupe, Pedro. Vou fazer nenhuma besteira não... Não aqui.

-Promete?

Ele ficou calado. Pegou meu celular e digitou o número dele e salvou.

-Amanhã a gente pode não se ver. Então fica com meu número. Fala comigo pra eu salvar o seu. – e me entregou o celular com um sorriso.

Fui tomado pelo desejo e entre nós já não havia de ter mais cerimonias, então o puxei lentamente a deitar na cama e o beijei. Tanto eu como ele sabíamos que não haveria clima pra uma segunda partida no sexo, então ficamos deitados. Ele ficou de lado abraçado comigo com o rosto em meu peito enquanto eu fitava os flashes no teto em meio àquela escuridão. Sentia sua respiração se acalmar aos poucos. Os meus olhos caiam bruscamente o que me causava espasmos pela vigília de esperar meu pai. Sabia que tínhamos alguns minutos antes dele chegar então não poderia me render ao sono. Comecei a ouvir um leve ressonar de Léo. Então apaguei.

*************

Acordei bem atordoado, com Léo sentado. Parecia que tinha dormido por horas.

- Não queria te acordar. Tinha te dado um beijo na testa. Já tava indo.

- Eu dormi faz muito tempo?

- Acho que só uns 30 minutos. Quase o mesmo que eu - respondeu confirmando o horário pelo meu celular.

Eu olhava de um lado pra o outro assustado. Notei a porta aberta.

- Por que a porta tá aberta?

- Seu pai acabou de sair...

Levantei em impulso. Parecia que havia cheirado cocaína de tão alerta que fiquei.

- Ele viu a gente? - interroguei com olhos quase saltando pra fora.

- É né?

- Como assim Léo? - subi um pouco o tom. - Cara, me explica melhor.

-Não sabia que você ia ficar assim...

- Como não vou ficar? A gente tava agarrado que nem um casal, parceiro.

-Achei que a gente era - brincou.

- Deixa de zoeira, Léo!

- Relaxa, mano. Seu pai é diferente do que eu pensei mesmo - e se levantou. - Você tava certo o tempo todo. Desculpa por não ter te escutado.

- Léo o que ele falou de ver a gente assim?

- Nada! Ele me acordou pedindo desculpas e ainda perguntou se tinha como eu dormir com Caio porque ele tava preocupado dele ficar só. Achei até que ele quisesse que eu ficasse aqui com você pela forma dele falar...

- E ai?

- Nada, Pedro! Ele disse que podia te deixar dormindo aqui mesmo. Por que amanhã você ia ter aula. Ai falei que tava indo. Ele saiu e quando te beijei você acordou.

Eu fiquei com um "mix" de sentimento de vergonha, medo e angustia. Tudo a minha volta era confuso. Léo foi tentar me abraçar, mas ele sentiu a minha indiferença e hesitou. Estava com medo de abraça-lo, medo de continuar a falar com ele, medo de sair daquele quarto, de olhar no rosto do meu pai.

- Pedro! (...) Pedro!

- hãm? – respondi de boca entreaberta com os pensamentos perdidos em imagens de vergonha.

- Você hoje me disse que eu não conhecia seu coroa. Eu o conheci . Você conhece? Tem certeza que conhece ele?

Léo me deu um beijo na testa e saiu dizendo que precisava se apressar.

- Não quero deixar seu pai esperando... Meu sogro. - riu com a mão na cabeça.

Dei um sorriso forçado, mas ele não se importou muito com minha mudança de humor e saiu. Quando fechou a porta eu me encolhi na cama e comecei a chorar. Chorei tanto a ponto de adormecer novamente.

*************

Quando abri os olhos, vi no celular o horário. Já era mais de uma da manhã. Me levantei e decidi ir pra meu quarto. A essa hora apenas uma leve neblina tomava de conta da cidade, mesmo assim caminhei descalço pelo alpendre lateral. a porta dos fundos dava direto na cozinha. Por ela havia três ramificações: dois corredores e uma escada em espiral. No corredor principal havia o acesso pra sala e pra os quartos ( inclusive o meu). Um outro corredor dava pra os quartos de hospedes (que na verdade quase nunca eram usados). O quarto do meu pai era numa suíte de acesso único pela escada que dava pra um mezanino ocupado pelo seu quarto e escritório-biblioteca, bem privativa do coroa.

Enchi um copo de suco e fui em direção ao meu quarto, queria sair no outro dia sem riscos de encontrar com pai. Quando dei poucos passos, lembrei de Léo e dei meia volta. Adentrei o corredor secundário, percebi logo qual era o quarto que eles estavam. Notei pela fresta de luz que saia pelo piso. Fui diminuindo o passo pra conseguir ouvir alguma coisa, mas nada.

Entrei no quarto com o coração acelerado. Caio, deitado na rede, parecia frágil e doente. Léo estava sentado na cama, com uma expressão indecifrável no rosto. Ao seu lado, uma faca brilhava, e do outro lado, um saquinho bem preenchido de cocaína. Ambos levantaram os olhos e me encararam simultaneamente. O choque em seus rostos era evidente. Dois pares de olhos penetrantes que assustavam cada um ao seu modo. Quando consegui interpretar a cena à minha frente, temi o pior. Eu não podia permitir que ele cometesse uma loucura. Em um movimento brusco, deixei o copo cair. O som do vidro se estilhaçando ecoou pelo quarto, e um dos fragmentos cortou meu pé. A dor foi intensa, mas o desespero que senti ao ver a cena diante de mim era ainda maior. O sangue escorria em um filete quase imperceptível. A tensão no quarto era sufocante.

-Não era pra você tá aqui, Pedro!

Fechei a porta imediatamente.

- O que você tá fazendo?

Ele baixou a cabeça com o rosto preenchido de vergonha. Caio por outro lado ria descaradamente. E se fez ouvir:

-Ele tá decidindo como vai me matar. Ainda não decidiu se por overdose ou a punhaladas. Talvez agora você ajude - e mirou o olhar pra os cacos de vidro ao meu redor. Tentei juntas os fragmentos com os pés descalços, por impulso, mas acabei me ferindo mais. Dessa vez o corte foi visível. A dor física era nada comparada ao desespero que senti em estar presenciando aquilo.

-Cala a boca seu imbecil - Léo gritou ao se levantar pra me ajudar, mas o corte já havia sido feito. Ele pegou a fronha de um travesseiro e tentou estancar a ferida, mas não desviava o olhar de Caio.

- Olha que lindo os dois... Sabia que vocês iam conseguir se declarar. - Caio alternava entre a fala e o sorriso diabólico.

Leo só manejava a cabeça enquanto Caio na rede mexia os cabelos e usava sua boca pra cuspir ódio em suas piadas. Olhei pra ele e perguntei por que tudo aquilo. Por que fazer isso com Léo.

- Oxe!? E sou eu que tá armado e com 5 gramas de pó? Meu fi olhe aí pra meu "irmãozinho" o que ele quer fazer comigo. Você ainda não entendeu?

Olhei pra Léo de cima mas ele não conseguia falar. Caio por outro lado olhava pra gente com desdém e continuava as provocações.

- Cuidado aí! Seu namoradinho tá tekado pode machucar você também...

Foi aí que percebi que Léo havia usado. Notava pela temperatura fria de suas mãos quando encostava minha pele. Fui tentando subir ele pra poder conduzi-lo pra fora do quarto, ou mesmo usar nosso abraço como barganha, mas fui impedido quando ele se levantou e voltou pra cama e colocou seus pés firmemente no chão, assumindo a postura anterior friamente, mas justificou a atitude:

- Não, Pedro. Aqui não! Só vai dar munição pra ele.

-Que coisa linda! Acho tão bonito: O virgem e o nóia! O casal PER-FEI-TO! Oh Léo será que posso mamar seu marido antes de você tentar me matar? Ia adorar beber da fonte que você bebe. A gente é irmão! Esqueceu? Podemos dividir!- e riu alto enquanto tirava seu cabelo da frente do rosto.

Nesse momento Léo pegou a faca e avançou pra cima de Caio. Gritei no ato. Mas Léo só parou quando viu Caio cobrir o rosto e se encolher na rede pedindo pra não machucar ele. Mesmo com a renuncia de léo em ataca-lo, Caio continuou pedindo.

- Por favor, não faz isso, Léo! - e quando descobriu sua face novamente, revelou sua psicopatia. - Ainda quero dar um tiro e uma mamada na pomba gostosa de Pedro. Por favor, por favor!

- Para! - gritei pra Caio e me virei pra Léo. - Me escuta, por favor: o que você vai ganhar com isso, Léo?

Consegui me aproximar dele.

- Chega por hoje né? Vamos seguir o plano? Cadê o celular dele? A gente apaga o vídeo e acaba com isso certo? Sem violência né? Pensa no que você quer da vida. Vamos! Me dá essa faca.

- Ele já apagou o vídeo boyzinho... O idiota é tão burro que nunca pediu a Luiz pra ver isso. O vídeo que salvei não tinha nem resolução e nem áudio pra alguém saber que era nós dois. - Caio virou seu olhar pra Léo. - "BU-RRO"!

Eu prendia Léo em meus braços, que já não escutava Caio, e ele amolecia a mão. Quando por fim eu consegui deixa-la abrir e soltar a arma, minha ânsia pra conforta-lo se fez em um abraço onde a respiração dele contra meu pescoço era um cântico suave. Meu abraço se tornara seu refugio.

Foi então que uma voz fria e doentia se propagou em meu ouvido sutilmente: "Pedro..." . Fui arrancado subitamente do abraço por dedos cravados em meu abdômen sendo arrastado pra longe o suficiente pra ainda sentir o olhar de Léo me perfurando de medo. Fechei os olhos por poucos segundos e antes de abri-los a lamina da faca já encostava em meu pescoço. Leo estava tão fraco por sua rendição que nem conseguiu reflexo pra impedir o arraste, mas gritou:

- Seu covarde!

- Covarde eu? Você se aproveitou que eu tava fraco do hospital e me tirou da cama que o próprio doutor me colocou e me cobriu - Caio diminuiu o ritmo da fala enquanto descia a lamina pelo meu tronco subindo e descendo.- Sabia, bebezinho? ele me jogou no chão como um vira-lata. Me deu vários chutes pra eu ir pra rede e... - inclinou o rosto na minha lateral - sabe o que mais, Pedrinho? - Tentou me matar com o travesseiro. Esse é seu amor.

- Caio, Para. Por favor! Para! Essa treta é de nós, irmão. Deixa o Pedro fora disso.

Eu me encontrava encurralado. Minha aflição era tamanha que minhas carnes se tremiam com a sensação daquela lamina subindo e descendo pelo meu corpo. Léo chorava ao me ver em Pânico com aquilo tudo.

-Boa! Voltamos a ser irmãos. Agora seu irmão vai precisar de um canudo e um prato. Vá lá atrás... Ah! trás um copo de água também. Tô com uma sede. Queria um leite bem quentinho, mas ia demorar um pouco - e deslizou a faca na minha virilha, mas logo a subiu e encostou novamente em meu pescoço e ordenou em um grito pra Léo se apressar.

Léo saiu em desespero pelo corredor escuro. Não conhecia a metragem da casa tão bem como eu. Só ouvia o bater dele nos móveis. Enquanto Caio aterrorizava meu psicológico.

- Calma, play boy. Ninguém morre hoje não! Só quero tocar um terrorzinho pra ele saber com quem tá mexendo.

Caio baixou a faca pra meu peito e desceu a outra mão mexendo por dentro da frontal de minha sunga. Eu tremia com seu toque. Era um tremor de nojo.

- Parece que vocês trabalharam bem hoje. Será que você não ia gostar mais de mim? Prometo que depois de umas tekadas eu coloco meu "irmãozinho" no chinelo. - Aproximou os lábios de meu ouvido e continuou. - É só dizer que a gente fecha a porta. O corno é louco por você. Ele aguenta até assistir... gosta da ideia?

- Você é muito escroto mano! - falei depois que cuspi no chão.

- Sou não! Você ainda vai ver o que é escrotidão. Se eu fosse você eu nunca mais queria papo com ele.

Nesse momento Léo voltou com um prato, um copo com água e uma nota de cinco reais que talvez ele tenha pego da carteira do meu pai que eu havia visto na cozinha. Caio quando percebeu que Léo equilibrou seus olhos em nós, tirou a mão de minha sunga e levou os dedos ao nariz. Deu uma fungada tão grande que minha visão periférica viu ele fechar os olhos. Movi a cabeça pra o outro lado com repúdio da sua devassidão.

- Olha aqui, seu viciado! Com uma pomba gostosa dessa você deveria ter passado a noite com ele e não tentando formas de ir preso. - deu uma pequena pausa voltando a mão pra baixo e apertando forte meu volume que não manifestou nenhum sinal, o que o fez abortar da tentativa de me excitar - Você é um moleque! Não tem coragem nem de me odiar o suficiente, imagina de gostar do boy aqui.

- Ca... Ca... Caio... Cara, tá aqui oh! Eu trouxe o que você pediu. Por favor solta ele, Cara - Léo implorou e em seguida se ajoelhou bem à nossa frente.

- Coisa linda hein? Você chegar a esse ponto? Bem que eu sabia.... Quando a gente chegou aqui que ouvi você dizer que tinha achado o filho do doutor o maior presença. Sabia que ia se rebaixar assim logo, logo.

Léo não parava de implorar e chorar de joelhos. Eu fechei os olhos pra não ver aquilo, mas só de ouvir meu coração apertava. Caio deu um chute forte em Léo que o fez cair em cima de alguns cacos de vidro, e soltar um breve grito de dor fina. Tentei avançar pra pegar ele, mas Caio não abortava o fecho em mim.

- Sabia moleque? Ele lhe contou? - gritava no meu ouvido sem deixar de olhar pra Léo. - Desde que chegou aqui, ele não saía do quarto pra ver você chegando do colégio... Ver você saindo de tarde... ver você voltando de noite. Era um lunático. O dia quase todo na janela se drogando e esperando você aparecer. Sabia? Até seu pai percebeu um dia - e beijou meu pescoço enquanto repetia os movimentos da lamina pelo meu corpo.

Aquilo que Caio estava falando me torturava. Sabendo que Léo já era interessado por mim. Desde que chegou. E vendo ele se contorcer de dor com as feridas nas costas já sangrando, fazia ser demais pra eu suportar. Tentei novamente me soltar.

- Se comporta, garoto. Ainda temos tempo - Falava enquanto roçava seu volume em mim, e eu fechava os olhos pra diluir todo nojo que sentia dele em meu corpo.

Fez todo sentido pra mim saber do platonismo de Léo por mim. Lembrei quando ele me pediu pra não fazer nada com Caio, e fui otário suficiente pra não ouvi-lo. Caio estava apenas tentando machuca-lo. Nunca devia ter cedido na madrugada anterior. Aquilo deve ter contribuído de alguma forma pra tudo o que estava acontecendo. Mas eu via que quem mais sofria era Léo. Sua angústia me sufocava mais do que mil facas encostadas em meu corpo. A situação estava só piorando quando Léo começou a ficar ofegante de chorar e implorar.

-Olha me dá a faca eu me corto aqui. Faço o que você quiser. Deixa Pedro sair, Caio.

- Seu animal, Você acha que vou deixar seu namoradinho sair pra ele chamar o pai ou pior o Luiz aqui? A gente ainda nem começou a se divertir.

- Então eu... Eu posso ficar com você, vai. Num é isso que você quer? Eu fico com tu, mano. Deixa ele ir.

- Sério, otário? Ia fazer isso na frente dele? Tem noção não? Pelo jeito o rapaz aqui tá na sua também - Caio renovava as provocações. - Pra falar a verdade prefiro ser fodido gostoso por ele. A gente podia até se divertir nós três. Vamos?

- Caio, me deixa sair daqui com Léo. - resolvi tentar. - A gente arruma a bagunça e vamos dormir lá fora. Amanhã ninguem vai saber de nada. Eu juro!

- Vocês não sabem se divertir né? Esse imbecil, aí na nossa frente, achou que eu tava realmente inválido na cama e fez o que fez comigo... - Caio falava com um tom mais baixo. Sentia um calafrio intenso com sua voz. Era o presságio que aquilo ia acabar da pior maneira. - Eu só deixei porque sei que ele não é macho pra fazer nada. Um covarde.... Ele é tão covarde que vai fugir de você. Tô dando a dica.

Léo nessa hora já não tinha reação e só olhava pra mim chorando e pedindo desculpas. Caio pediu pra ele fazer o prato com várias carreiras de pó. E disse que se ele quisesse podia cheirar antes de entregar o prato. A sensação de impotência de Léo o fez enrolar a nota e usar novamente. Talvez por que interpretou aquilo como outra ordem. Não importava a motivação, mas aquilo ali na minha frente já não me atraía. Era como se visse a derrota maior que Léo poderia alcançar naquele estado.

-Olha, olha, olha! muito bem! Finalmente o que eu queria ver! Se segurou tanto pra não usar na frente dele hoje a tarde que agora se entregou né?

Eu definitivamente sentia um grande pesar por não poder fazer nada ali. Era uma situação tão humilhante que reproduzir tudo aqui seria quase impossível.

- Pronto! Me dá esse copo com água!

Leo descansou o prato na mesinha ao canto da parede enquanto Caio com uma das mãos removia um lado da rede de seu armador. Era imprevisível o porque dele deixar a rede no chão. Léo entregou o copo d'agua pra Caio. A partir daquele momento as coisas aconteceram muito rápido.

- Olha aqui! - Caio chamou a atenção de Léo enquanto tomava um breve gole no copo - Seu viciado! Vou te mostrar por que você não serve pra o filho do doutor. - Caio subitamente derramou o copo de água todo em cima do prato deixando toda a droga inutilizável e continuou:

- Você não tem autocontrole nem por um dia! Eu não precisei usar nada. Só uso quando quero. Não quando preciso... Viciado de bosta! Você pensava que eu ia fazer mesmo alguma coisa com o filho do doutor?

Eu estava paralisado, sentindo a lâmina fria da faca pressionando contra minha pele. O medo me dominava, mas o que mais me aterrorizava era o olhar de Léo, aflito e impotente, parado à nossa frente. Ele sabia que qualquer movimento precipitado poderia ser fatal para mim.

O tempo parecia se arrastar. Então, de repente, Caio lançou o copo vazio contra a parede atrás de Léo, largou a faca pra distante de todos nós e me empurrou com força para o chão. Senti a dor irradiar pelo meu corpo ao colidir com o piso duro. Antes que eu pudesse me recompor, vi Caio abrir os braços, desafiando Léo com um sorriso cruel.

- Não! - Gritei.

Léo hesitou por um momento, mas seu ódio era inconfundível. Ele avançou com uma fúria que eu nunca tinha visto antes. Seus golpes eram rápidos e precisos, cada um carregado com a força de sua raiva e desespero. Caio tentou se defender, mas Léo estava implacável, cada soco e chute conduzindo-o mais perto do fim.

Eu assistia, impotente, enquanto Léo descarregava toda a sua energia. O som dos golpes ecoava pelo quarto, misturado com os gritos de dor de Caio. Finalmente, ele desabou no chão, inconsciente. Léo, exausto e ofegante, caiu de joelhos ao lado dele, antes de também desmaiar, consumido pelo esforço.

O quarto ficou em silêncio, exceto pelo som da minha respiração pesada.

*******

A dor no meu corpo era intensa, mas a preocupação com Léo me dava forças. Eu precisava garantir que ele estivesse seguro antes de qualquer outra coisa. Com esforço, me levantei e fui até Caio, verificando seu pulso. Ele ainda estava vivo, mas inconsciente. O rosto dele estava desfigurado pelos golpes de Léo, com hematomas se formando rapidamente e sangue escorrendo de um corte na sobrancelha.

Com um último olhar para Caio, me virei e fui até Léo. Ele estava desmaiado, mas respirando. Com cuidado, o levantei e, com dificuldade, o carreguei até o quarto da piscina. Cada passo parecia uma eternidade, mas eu não podia parar. O ambiente ao nosso redor parecia mais sombrio, como se a própria casa estivesse absorvendo a tensão da situação. Lá fora a chuva já havia cessado.

Ao chegar ao quarto da piscina, deitei Léo gentilmente na cama. Minhas mãos tremiam enquanto examinava seus ferimentos. Os punhos estavam machucados e inchados, resultado dos golpes que ele desferiu em Caio. Peguei o kit de primeiros socorros que estava no quarto e comecei a limpar e enfaixar suas mãos com o máximo de cuidado possível. Cada movimento era feito com uma mistura de urgência e delicadeza, meu coração apertado de preocupação.

Apesar do desmaio o coração de Léo estava muito acelerado. Corri ao armário na cozinha e peguei um comprimido que uma vez vi meu pai administrar em um tio meu que estava com a pressão muito alta. O efeito dele era quase instantâneo. Voltei e coloquei embaixo da língua de Léo. Olhei os ferimentos em suas costas mas eram bem superficiais. Dei um beijo em sua testa e disse que voltaria logo, na esperança de que ele me ouvisse. Então precisei continuar.

Respirei fundo e voltei para o quarto onde Caio estava. A visão dele me fez estremecer. Seu rosto estava inchado e coberto de hematomas, os olhos quase fechados pelas contusões. O sangue seco manchava sua pele, e ele gemia baixinho, ainda inconsciente. Lembrei-me dos ensinamentos do meu pai e comecei a prestar os primeiros socorros a Caio, limpando os cortes e verificando se havia fraturas.

O ambiente ao meu redor parecia mais escuro e opressivo, a tensão quase palpável. Eu estava exausto, mas não podia parar. A preocupação com Léo e a necessidade de ajudar Caio me mantinham em movimento. Sabia que, independentemente do que acontecesse a seguir, aquela noite mudaria nossas vidas para sempre.

Quando vi que Caio já estava relativamente estável, tentei correr através da casa até chegar no acesso ao andar dos hospedes. Subi o mais rápido que pude e fui em direção a suíte pedir ajuda a Luiz. Dei sete fortes batidas que o fez abrir a porta antes que eu conseguisse pôr minha mão na maçaneta.

- O que houve rapaz? – falava tentando despertar por completo. - Garoto aconteceu alguma coisa com os meninos? Cadê seu pai?

- O senhor pode vir comigo?

Ele começou a procurar uma camiseta enquanto falava pra ele mesmo: "O que terá sido que esses malucos fizeram dessa vez?" Era baixo, mas conseguia escutar. Então ele me seguiu me perguntando se eu estava bem, mas não antes de pedir pra não o chamar de senhor, pois não era tão velho como eu pensava.

- Vou ficar se você conseguir me ajudar.

-Fomos descendo as escadas enquanto ele perguntava inúmeras vezes por que eu estava mancando e com o pé ferido e o por quê de meu pai não estar comigo. Eu mantinha o silencio só queria falar quando fosse o momento certo, mas notei o semblante de preocupação dele. Atravessamos a casa e chegamos ao corredor. Ele logo correu pra o quarto. Ouvi um sermão jogado às paredes pois Caio não havia recobrado os sentidos. Antes que conseguisse chegar a porta ele já voltava.

- O que houve com ele? Cadê Leonardo? Meu Deus! Coisa de irmão sabe... eu já até tentei explicar a seu pai...

- Você não precisa mentir pra mim - respondi seco.

-Ele franziu a testa e me acompanhou enquanto eu sentava na cama.

-Seu pai faz ideia de alguma coisa?

-Ele não sabe de nada, Mas desconfia. A única coisa que ele tem certeza é que sou próximo de Léo...

- AH! entendi - falou como um olhar de quem realmente entendeu.

- É melhor assim né?

- Com certeza, jovem. Vou precisar levar eles então... cadê o outro safado? fugiu?

- O outro “SA-FA-DO" vai ficar! Ainda preciso cuidar dele. Dei urgência ao Caio por que... - apontei redundantemente pra reforçar a gravidade – mas Léo não tá bem.

- Ainda roubaram meu pó - falou apontando pra o chão. Vai ser difícil!

-Se precisar disso pra viajar, no quarto do Marcelo deve ter uma quantidade. Posso pegar emprestado, quando ele voltar eu acerto...

- Eu me referia a explicar tudo isso ao seu pai - me interrompeu.- Não sabia que você era usuário, garoto.

Eu o encarei com tanto ódio que ele desviou o olhar.

-E essa bagunça toda? como que você vai...

- Toda pergunta que o senhor for fazer só vai levar a outra pergunta. Era melhor que se apressasse. Quando voltar invente alguma história pra meu pai.

-O que você sugere? – debochou.

-Achei que o senhor fosse bom em manipular esse tipo de situação. Acho que sabe lidar com mentira melhor que eu.

Luiz respondeu com uma cara carrancuda.

- Vou dizer a Douglas que precisei levar Caio por que a mãe se preocupou. Volto mais tarde pra buscar Léo. Ah garoto, não sei como fez, mas obrigado por ajudar Caio. Acredito que ele estava bem pior pelo estado desse quarto.

-Não agradeça. Não fiz nada por ele. Tudo foi exclusivamente por Léo.

Ele jogou a cabeça pra o lado, desprezando o que falei.

Luiz logo tratou de levar Caio pra o carro e partiu. Voltei pra o quarto pra dar uma arrumada na quebradeira. Limpei o chão, escondi tudo num saco e coloquei embaixo da minha cama em meu quarto pra dar um destino quando fosse apropriado.

Voltei ao quarto da piscina e logo verifiquei os batimentos de Léo. Me senti aliviado quando senti que já estavam normalizados. Fiquei feliz por instantes e logo depois me consumi quando o vi dormir. Parecia que eu morria toda vez que lembrava das humilhações que ele passou no outro quarto.

*******

Estava muito próximo das 3 da manha. Resolvi tomar um banho e quando voltei Léo estava de olhos abertos me observando. Tentou se mover, mas logo fui pra cama e dei um abraço tão forte nele que todo tempo do mundo ainda seria pouco pra mim.

- Me perdoa, Pedro! por favor.

- Relaxa, mano. Tá de boa eu já cuidei de tudo.

- Eu sei!

- Como sabe? – perguntei enquanto me inclinava pra sentar com uma das pernas dobradas na cama.

-Por que eu ainda tô aqui com você.

-Mais tarde Luiz volta pra te pegar.

Ele ficou pensativo.

- Eu vou com ele, mas vou sair do esquema... Graças a você.- respondeu com um sorriso similar aos poucos outros que vi.

- Graças a mim você quase acaba com sua vida, isso sim.

- Pedro, cedo ou tarde eu ia descobrir. Se não fosse você eu não teria o que perder. Você acha que se eu não tivesse te conhecido eu não ia finalizar o que não tive coragem de fazer?

-Vendo esse lado aí...

- Ei, você precisa dormir. Mais tarde tem aula né?

-É – respondi com a voz pesada de tristeza.

-Cara, não fica assim... aproveita a música!

-Que música, bobão?

-Não sei. Imagina alguma aí.

-Não consigo imaginar nenhuma – respondi rindo.

-Então vamos ver o que a gente pode fazer. Coloca em alguma rádio local. Existe isso aqui ainda?

-Não sei se existe... mas tenho spotify aqui.

-Então vamos fazer o seguinte: veja se o aplicativo consegue tocar alguma musica aleatória sem a gente escolher. Qualquer uma. A música que tocar vai ser o que a gente vai escutar pra lembrar das coisas boas entre nós. Uma música nossa... Tá fechado, meu parceiro? - ele deu um sorriso tão peculiar que não consegui definir se era de prazer ou dor.

-Tá certo! mas olha só se sair funk ou pagode eu não me responsabilizo. – Brinquei e ele riu.

-Tá fechado, mano! Mas como você vai fazer isso?

-Deixa comigo!

Abri uma playlist desconhecida qualquer no menu principal. Coloquei em modo aleatório.

- Pronto? - perguntei com tom pueril.

-Manda!

Iniciei o play e veio uma melodia suave, porém tensa. Ela me trazia conforto. Olhei pra o nome da música: "No One Is Here To Sleep - Naughty Boy".

Quando o cantor iniciou. Eu vi no rosto de Léo uma sensação de recompensa.

- Você entende a letra? – perguntei. ele sorriu.

- Você não? - devolveu

- Nunca fui bom em inglês.

-Escuta. - me encarou e vi um lágrima muito sutil escorrer mesmo na penumbra do quarto. Foi quando eu percebi que ele entendia a letra da música.

-Você entende né? – insisti.

Ele fez que sim com a cabeça. Fui me deitando enquanto ouvia a música se desenvolver.

Foi naquele segundo que fomos nos moldando à cama com os lençóis a nos cobrir. Na cama, nossos corpos se acomodavam como peças de um quebra-cabeça.

Seu olhar fixo em mim. Seu rosto, iluminado pela luz da lua que esgueirava pelas cortinas, revelava admiração e ternura. Sua mão repousava sob a cabeça, os dedos entrelaçados, como se segurasse um segredo.

Minha mão também sob a cabeça, roçava os dedos em minha orelha. Sombras nos cobriam em meio ao balancear das cortinas se projetando pelo vento frio. A música continuava tocando enquanto nossas gargantas prendiam palavras. Nossos sentidos se apuravam cada vez mais a ponto de ouvirmos o farfalhar ocasional dos lençóis quando um de nós se movia ligeiramente.

A mão de Léo, que antes roçava sua própria orelha agora descansava no curto espaço entre nós. A minha a fez companhia em seguida.

Nossos olhos se encontraram, e o silêncio entre nós era mais eloquente do que qualquer palavra. A música se encerrava. Naquele momento, a cama se transformou em um refúgio, um lugar onde o tempo parou e só existiam ele e eu.

FIM.

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EPÍLOGO

A música 'No One Is Here To Sleep', de Naughty Boy com a participação de Bastille, explora temas de segredos, ansiedade e a sensação de estar constantemente perseguido. A letra começa descrevendo um ambiente claustrofóbico, onde cada carpete e cada chão parecem esconder algo. A metáfora de 'subir pelas paredes' sugere uma sensação de desespero e inquietação, como se o narrador estivesse preso em um espaço onde segredos são mantidos atrás de portas fechadas.

A repetição da frase 'You were always faster than me' indica uma comparação constante e uma sensação de inadequação. O narrador sente que nunca conseguirá alcançar a outra pessoa, o que pode simbolizar uma luta interna contra suas próprias inseguranças e medos. A presença de uma ameaça iminente é reforçada pela linha 'I can feel them coming for me', sugerindo uma perseguição ou uma pressão externa que está sempre presente.

A música também aborda a ideia de orgulho antes da queda, com a linha 'Here's the pride before the fall'. Isso pode ser interpretado como um aviso sobre os perigos de se manter segredos e de não enfrentar os próprios medos. A repetição do refrão e a melodia crescente criam uma atmosfera de tensão e urgência, refletindo a luta interna do narrador. No final, a música deixa uma sensação de que, apesar de todos os esforços, a perseguição e a ansiedade são inevitáveis, mas há uma aceitação resignada dessa realidade.

extraído do endereço: https://www.letras.mus.br/naughty-boy/no-one-is-here-to-sleep/significado.html

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NOTA DO AUTOR

Pessoal, acreditem ou não essa foi minha realidade. Não vou quebrar a trajetória

do enredo tentando justificar as alterações de tempo entre os acontecimentos e diversas adaptações que precisei fazer. Os nomes fictícios não foram escolhidos aleatoriamente. Cada nome remete a alguma pessoa publica cujo personagem detém algum traço físico; seja o cabelo, rosto, corpo ou ate mesmo traços de personalidade. Posso garantir que a essência dos fatos foram mantidas com sucesso. Todos os momentos importantes foram preservados e narrados com respeito aos leitores e a nossa história.

Gostaria muito de dizer que essa é uma historia de amor, mas não é. Eu e Léo hoje moramos juntos, mas não é um conto de fadas não! Está bem longe disso. Passamos por problemas quase todos os dias. Entre o fim desse "conto" e o hoje aconteceu tanta coisa com nós dois que renderia um livro.

Iniciei essa serie de contos como terapia pra lutarmos por grandes problemas que enfrentamos hoje em dia.

Meu próximo passo é corrigir todos os capítulos, pois na ânsia por passar nossa vivencia naquela época deixei muitos erros de ortografia, vícios de linguagem e pequenos detalhes de continuidade que acredito que os mais atentos devem ter percebido. Pretendo corrigir e quem sabe acrescentar detalhes que passamos batido nesse primeiro encontro com vocês.

Sei que muitos acompanham. Sei também que nosso estilo narrativo não é padrão da plataforma, mas sei que existe um nicho literário que nos acompanhou ate aqui.

Por fim agradeço a todos que comentaram e votaram. Foram poucos os que retornaram sua impressões sobre a historia mas foram importantes pra sabermos que não estávamos sozinhos aqui. Acredito que feedback do texto forma um elo entre o autor e o leitor a ponto dos consumidores contribuírem na narrativa de alguma forma. Agradeço em especial ao JOTA, que nos presenteou com seus comentários fielmente em todos os capítulos. Obrigado Jota! Achamos que você deve ser um cara muito TOP.

Aos que não comentam mas acompanharam o desenvolver dos longos 10 capítulos, estendemos nosso forte agradecimento.

Por ora é isso, mas a depender do feedback desse conto nas próximas semanas, decidiremos se vamos pra uma segunda temporada (se é que posso chamar assim) que muito possivelmente será escrita em quase sua totalidade por Léo.

Obrigado a plataforma e a todos vocês que estiveram do começo ao fim, seja em silencio ou não. Agora é temporada de descanso. Forte abraço!

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Comentários

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Que macacada é essa, chapa? Tu é mané, bocó ou Zé ruela? Pegue a visão Chapa se tu conhece a gente venha e fale. Freske?

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Maravilhoso!

Bom saber que ainda estão juntos…

Acompanhei dia a dia das publicações, mas realmente jamais deixei comentários! Você é um bom escritor também!

Abraços

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Opa! Estamos sim, tem dias bons e dias ruins , mas continuamos na luta. Obrigado pelo comentário. Fico feliz por ter gostado. Abraços!

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Estava ansioso por esse capítulo! E obrigado pela menção no final hahaha. Sua história foi me cativando e era impossível não comentar em cada capítulo! Realmente espero que escrever tenha ajudado a digerir algumas coisas, pelo menos pra mim foi importante para encontrar um equilíbrio. Fiquem bem!!

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