Desde que eu comecei a compartilhar a vida com Júlia, soube que queria me casar com ela, não casar no sentido de fazer uma cerimônia ou assinar alguns papéis, mas casar em razão de viver uma vida inteira juntas, visto que é o magnânimo da coisa.
Na casa dos meus sogros, tem uma plaquinha escrito assim: "O amor humano, o amor aqui em baixo na terra, quando é verdadeiro, ajuda-nos a saborear o amor divino." e quando eu li a primeira vez, minha cabeça quase explodiu, porque era exatamente assim que eu me sentia, experimentado algo grande, novo, surreal e perfeito.
Em Juh eu consigo enxergar uma menina meiga, que ama e fica fascinada assistindo o desenho mais bobo que possa existir, que morre de medo de bichinhos e agulhas, ri de tudo e faz todos ao ser redor rirem sem fazer esforço e se apaixonarem pelo seu jeito de ser e em contraste, também via uma mulher corajosa, que enfrentou os pais em nome do amor, superou traumas e se esforça para crescer profissionalmente. Ela é um ser humano surpreendente, cuidadosa, atenciosa, carinhosa, dá cor a minha vida, me inspira, tem o abraço quentinho e o beijo mais gostoso do mundo. Eu não via motivos para não querer viver com essa mulher para sempre.
No momento em que fui pedir, não fiquei nervosa ou com medo, eu sabia que a resposta seria sim e desde então fomos nos preparando para o grande dia!
Logo que eu postei nas redes sociais, muita gente obviamente ficou sabendo mas aos nossos pais, nós que contamos. Ligamos primeiro para os meus que vibraram por nós, minha mãe já queria até saber as cores para procurar um vestido no outro dia mesmo. Meu pai, do jeito dele mais tímido, nos desejou uma boa e longa vida juntas.
Antes de ligar para meus sogros, nós conversamos um pouquinho, Juh falou: - Você sabe que não vai ser assim, né, amor? Meu pai vai ficar feliz, mas minha mãe... bom, não vai ser uma notícia que ela gostaria de receber...
- Tá tudo bem, gatinha, talvez ela perceba que o que a gente tem é sério agora - e dei um beijinho nela
Quando anunciamos, meu sogro disse: - Finalmente, já ia cobrar mesmo, estava passando da hora!
Ele foi a única pessoa que reagiu assim, a maioria dizia que fomos bem rápidas, rs!
Minha sogra até então não tinha dito nada, quando o celular foi virado para ela, a ouvimos falar: - Que a vontade de Deus seja feita... - em um tom desanimado
Juh ficou quietinha mas eu respondi um "amém" bem firme.
Logo no início do nosso namoro, minha gatinha relatou que tinha problemas com hormônio manipulado, não se sentia bem com anticoncepcional e talz, ela havia feito uns exames e o médico constatou que tinha uma deficiência hormonal e precisaria de alguns medicamentos para controlar e assim foi feito durante algumas semanas.
Os dias foram passando, a correria aumentando, muitas coisas a serem feitas inclusive a prova dos vestidos, eu fui com Loren e Juh com minha mãe. Júlia pediu que a gente só visse o vestido uma da outra no dia do casamento, e eu concordei.
Assim que entrei, bati o olho em um e disse: - Vai ser aquele!
Era do jeito que eu havia idealizado; simples, minimalista, com um decote de leve na frente e costas nua. Era só acender o bronze que ficaria perfeito em contraste com a minha pele.
- Você tem razão, tem que ser esse, tá muito lindo! - falou minha irmã
- Eu duvido que Juh já tenha escolhido o dela - falei rindo
- Ela é indecisa e nossa mãe vai fazer ela experimentar cada vestido da loja - concluiu Loren rindo também
Cheguei em casa, tomei banho, Loren foi para casa e umas 2h depois Juh chegou com minha mãe.
- Amor, eu encontrei o vestido mais lindo do mundo - disse sentando no meu colo, me abraçando e chorando um pouco
- Juju ficou linda! - disse minha mãe também emocionada - Vão ser feitos alguns ajustes para o corpo dela mas com certeza ficará perfeito!
- Eu tenho a noiva mais linda do mundo no vestido mais lindo do mundo, é isso mesmo? - Perguntei dando uns beijinhos no seu rosto
As duas seguiam chorando e eu fui brincar dizendo: - Mãe, a senhora nem está sob efeito de hormônio... - e ri
Minha mãe também ria mas Juh não
- Amooor, eu não estou assim por conta de medicação, é um momento importante!
- Você tem razão, gatinha, desculpa, tá? - falei
Mas ela ficou chateada, ela não ia sair do meu colo ou procurar uma briga, Juh odeia escândalo desse tipo e principalmente na frente da minha mãe, então ela permanecia quieta enquanto conversávamos.
Eu olhava para o rostinho dela e sabia que ainda não estava tudo bem, ao mesmo tempo que eu queria ficar bem, eu estava achando super cômico ela bravinha comigo por um motivo bobo, grudada e sem poder sair para não causar um clima.
Quando minha mãe foi tomar o seu banho, saindo assim da sala, Juh tentou levantar e eu a puxei contra meu corpo e falei: - Desculpa eu, amorzinho? Por favor... - e enfiei meu rosto no seu pescoço para encher de beijinhos
- Já desculpei - falou em um tom nada convincente
- Já? Então me beija - falei
- Não! Vou tomar banho, me solta - tentou sair novamente
- Tem certeza que não quer? - e dei um selinho
- Tenho! - me respondeu mas eu dei outro selinho
- Não acredito em você - falei rindo e me aproximando do seu rosto - Tente ser mais convincente da próxima vez... - e a beijei sem resistência alguma
- Não foi aquilo que você pensou, eu só... foi emocionante encontrar um vestido e sentir que é com ele que nós iremos dizer o sim mais precioso das nossas vidas
- Eu sei, amor, desculpa, não era momento para brincadeira... Tudo bem?
- Tudo bem - disse olhando nos meus olhos - Mas agora vou tomar banho - e me deu um selinho
Deitei um pouco e quando ela voltou, me perguntou: - O que achou do seu vestido?
- Achei lindo também, assim que entrei na loja avistei ele e ficou perfeito no meu corpo, os ajustes serão poucos.
Juh sentou sobre mim e perguntou animada: - Você tirou foto?
Confirmei sorrindo e passando a mão no seu rosto fazendo um carinho, Juh se aproximou também sorrindo e me beijou
- Me mostra? - Pediu
Eu tinha certeza que isso aconteceria e já comecei a rir
- Amor, você mesmo que deu a ideia, não vou mostrar, não... - falei
- Aaaah, Lore, por favor... Como a gente vai saber se é igual ou se combinam?
- É só eu mostrar para minha mãe a foto e ela diz - respondi ainda rindo
- Amor, eu quero muito ver... - falou em um tom melancólico se jogando para o outro lado da cama
- Mas você vai ver, gatinha, no altar, no nosso grande dia, até lá segura essa curiosidade - e fui até ela para um beijinho
- Queria ver agora - falou nada feliz ainda
- Sabia que dá azar? - falei rindo
- Mas você nem acredita nisso - disse convicta
- É que hoje eu acordei cheia de superstição - continuei brincando e fazendo carinho no seu rosto bravinho
- Você não quer me mostrar! - falou com os olhos voltando a encher de lágrimas
Me agarrei a ela deitada e falei repetidamente: Não chora, não chora, não chora... Se você quiser mesmo, eu mostro - e peguei o celular
Juh deu um pulo da cama correndo para o banheiro, sem entender nada, eu a segui quase na mesma velocidade. Ela começou a vomitar... Segurei o seu cabelo para ajudar e quando terminou ela disse: - Eu odeio todos esses remédios!
- Serão só algumas semanas, amor... - falei abraçando para tranquiliza-la
A noite o meu pai chegou para buscar minha mãe, eles iriam dormir conosco e partiriam pela manhã. Ficamos conversando sobre diversos assuntos, inclusive o casamento deles dois onde "tudo deu errado" para dar certo. Meu pai esqueceu as alianças, um dos padrinhos estava bêbado, teve briga pelo buquê e uma tia saiu toda unhada... O puro suco do caos, mas eles contam dando muita risada de todo o ocorrido, porque no final, deu certo!
Nossa madrugada foi movimentada, e infelizmente, não no melhor sentido. Júlia não conseguia manter nada no estômago, extremamente enjoada e vomitando muito.
Em uma das vezes enquanto ainda estávamos no banheiro e ela terminava de escovar os dentes, fiquei observando pelo espelho, eu estava por trás dela. Comecei a imaginar como seria a gravidez de Juh, porque sempre que conversávamos sobre filhos, nós falávamos sobre adoção e sobre gestação, já era certeza após o casamento e lua de mel, procurar a vara da infância com nossos documentos mas eu sabia que ela desejava gestar. Tanto a Inseminação Artificial (suspeitava que precisaria induzir a ovulação) quanto o FIV exigiria uma ingestão maior de hormônios, será que isso faria bem?
- Tá pensando em que aí? - Juh me perguntou fazendo eu abandonar meus pensamentos
- Em como você vai ficar lindinha grávida - falei pondo a mão na sua barriga
Ela sorriu, me abraçou e disse: - Eu vou ficar é insuportável!
Eu ri e falei: - Será que você vai ficar bem? Porque a quantidade de hormônio é maior...
- Você quer desistir? - disse já sem seu lindo sorriso no rosto e seus olhos já enchiam de lágrimas
Tinha sido uma ideia ruim tocar nesse assunto...
- Não, não, não, meu amor, nós vamos ter nossos filhos, foi só uma preocupação com você, não gosto de te ver assim sabe? - e dei um beijinho
- Vai ficar tudo bem, amor, depois a gente pensa nisso - disse Juh e eu concordei mais do que depressa.
Enquanto nos ajeitávamos na cama, ela disse: - Não me mostra o vestido, nem se eu te ameaçar com uma faca, tá?
- Dá vontade de gravar você falando isso - falei apertado e balançando o rosto dela com uma mão
No outro dia, despertei como na maioria das vezes antes dela mas ainda dava para ela descansar alguns minutos então não a acordei, fui me higienizar e quando retornei Júlia já estava de pé.
- Nem me chamou hoje - disse me abraçando
- Deixei você dormir mais um pouquinho, seu sono foi todo picotado essa noite - e dei um beijinho
Quando saiu do banho, enrolada em uma toalha, me abraçou e perguntou: - Será que dá tempo? - E soltou a toalha
- Sempre dá! - respondi sorrindo
Passei a mão por seu corpo, nos aproximando e fui a empurrando para a cama, me ajoelhei e meti língua a dentro, segurava suas coxas e puxava com força conta a minha boca, nos encaixando cada vez mais.
Os seus gemidos eram como gasolina para o meu motor, eu chupava e sugava sua pepeca como se não houvesse amanhã, ou melhor, como se não houvesse compromisso naquele dia, e logo senti o seu melzinho invadir minha boca. Fui beijar seus lábios e suas mãos entraram na minha calça, posicionei as minhas também na sua entrada e entre beijos e gemidos gozamos uma nos dedos da outra.
Soltei o meu corpo na cama e minha gatinha veio para cima de mim, nossas respirações eram confusas, o quarto estava com aquele cheiro gostoso e eu senti sua boca no meu pescoço, quando percebi já havia um chupão em um lugar bem visível.
Olhei para o relógio, me surpreendi com o horário e falei rindo: - Ainda dá tempo fazer algumas coisas...
- Não dá não, vamos é atrasar assim... - e me beijou
Tomamos outro rápido banho, ou talvez nem tão rápido assim porque eu não parava de provocar, tocando seu corpo e batendo na sua bunda, nos arrumamos e saímos para eu deixá-la no trabalho.
- Quero saber que paciente vai me respeitar com um chupão no pescoço, D. Júlia - falei
- É bom que vão saber que você tem dona - respondeu rindo
E eu ri também
Assim que parei o carro o pai de Milena chegou com ela, e eu aproveitei para dar um cheiro em minha filhinha que entrou junto com Juh.
Quando cheguei ao hospital, fui ao banheiro e passei uma base para aliviar a roxidão, mas no final do dia não tinha como esconder, o que rendeu piadinhas do tipo: "a noite foi boa, em" entre os meus colegas mais próximos, e não tinha o que fazer a não ser rir e lembrar que comecei o dia da melhor maneira.
Obs: Ao chegar em casa Juh chorou por amar muito Milena e eu e Mih não entendeu absolutamente nada, ela me olhava assim: "?????????????????????" e eu tentava acalentar minha muié mas eu não conseguia parar de rir da situação, rs!
