XXI
Eu estava de barriga para baixo na cama agitando meus pés e com os ouvidos entupidos pelos fones, tinha um monte de texto da faculdade para ler e fichar. Betão puxou o meu fone esquerdo, e disse:
- Vem aqui na sala um pouco por favor.
O chão da casa esquentara com o calor que desde cedo abafava a cidade toda, então eu estava só com um short e me senti pelado quando alcancei a sala "porra! preciso de uma academia, pareço um graveto!".
- É uma reunião? - perguntei olhando para Fabrício.
Ele sacodiu os ombros, só faltava o Pedro...
A reunião de todos os moradores da casa em um mesmo dia e horário, era incomum. Em geral, as rotinas diárias de todos, começavam e terminavam em períodos distintos.
Exceto por Fabrício o mais certinho... nisso, pelo menos.
- A republica dos machos - Duval comentou - que visão dos infernos.
"Uma visão do paraíso isso sim", pensei cá comigo, me abanando com a mão aberta porque realmente o dia estava pedindo uma praia, "mas e o cacete dos textos?".
- Me diz Duval, - Juarez começou - porque você não faz um favor higiênico e arranca esses pelos, parece um macaco.
Duval ergueu a axila direita de onde pendia um tufo enorme de pelos pretos.
- Cheira meu sovaco! - disse e riu.
- Vai se foder! - Juarez respondeu.
Fabrício estava batendo os dedos em cima de um livro de capa dura e por duas vezes tentou chamar para si a atenção de todos falhando miseravelmente.
- Afinal, Betão, porque desse rolo todo? - Juarez perguntou. - Adianta meu chapa que pretendo pegar uma praia hoje ainda. Uma filha da puta me deu um bolo de ontem pra hoje. Aliás a segunda só essa semana.
- Tá perdendo a mão hein? - Duval provocou.
- Vai tomar no cú - Juarez devolveu.
Betão que estava quieto até aquele momento encheu o peito de ar e erguendo um pouco as mãos disse:
- Eu vou explicar, - e suspirou - mas é importante que todo mundo esteja aqui.
Pedro chegou segurando uma xícara com café bafejando pela borda.
- Num calor desse macho? - Juarez disse arreganhando as pernas. - Tá osso. Desembucha cabrito!
Eu olhava de um para o outro com a mente mais quente que o sol lá fora ou o café dentro da xícara. Mas o semblante contraído de Betão, conquistou o meu respeito, e permaneci calado, esperando.
- Então, - Pedro disse. - O que tá pegando?
- Eu chamei vocês aqui cambada - Betão começou ficando em pé. - Porque como sabem descobri umas paradas.
- Umas doenças sexuais você quer dizer? - Pedro disse bebericando do café. - Isso a cidade toda tá sabendo.
- Deixa o cara falar Pedro, - Duval pediu. - O assunto é sério.
Juarez meteu as unhas contra os dentes olhando para o Betão que estava de perfil para mim e para o Fabrício ao meu lado.
- Eu tive que entrar em contato com todas as mulheres com que tive relação sexual nos últimos tempos, - ele gaguejou nessa hora - porque contaminei algumas delas e precisava que...
Juarez arregalou os olhos e voo para cima do Betão, foi tudo numa fração de segundos, Pedro ergueu a xícara para cima, e Fabrício afastou o livro, apenas Duval teve a ombridade de afastar o Juarez segurando-o por trás.
- Me larga! - Juarez bradou. - Vou dar uma surra nesse filho da mãe! Me larga porra, tá fedendo a suor! Parece um escovão com esse monte de cabelo, seu nojento!
Duval empurrou o Juarez para o meu lado. Ele veio parar bem perto de mim a um palmo de distância. Duval se interpôs entre o Betão e o Juarez.
- Ah, - Pedro foi o primeiro a rir. - Por isso nem as putas tão querendo colar aqui...
- O quê? - Betão disse confuso parecendo acordar de um torpor. - O que você quer dizer com isso? Eu não peguei o mundo todo, foram só umas....
Ele parou para pensar no número de mulheres que havia trazido para casa durante aquelas semanas e suspirou desistindo, eu não tinha percebido ainda mas estava em pé em cima do sofá.
- Seu mané, - Juarez começou. - Uma passa para a outra! Tá achando que é só nós que divide o rango? Essas putinhas se conhecem e uma informa a outra, devem tá achando que somos todos infectados.
- Calma pessoal, - tentei dizer.
- Agora entendi por que... - Fabrício murmurou. - Sacanagem isso Betão, tinha que pedir discrição as meninas pô! Agora vai ficar todo mundo na seca por um tempão.
Juarez bateu firme contra o próprio peito como se tivesse recebido uma agressão ou desafio pessoal:
- Uma porra que vou, - disse Juarez amuado e deu uma olhadinha em minha direção. - O inferno é que tô brigado com Larissa, porra!
- Vocês estão fazendo tempestade em copo d'agua, - Duval disse contemporizador - afinal tem mulher de sobra por aí...
- Vai se foder! - Juarez disse sério. - Esse puto não tinha a porra do direito!
- O que queria que eu fizesse? - Betão disse indignado. - Eu estou com as bolas cheias de porra! A mente podre de putarias que as vezes chegam a me dar náusea e tô mijando sangue.
- Porra! - agora foi Pedro que avançou para Betão e não teve Duval que segurasse. - Tu tá com HIV porra? Você tem AIDS e só tá dizendo isso para a gente agora caralho? Tá fodendo com nossa cara porra?
Betão afastou os antebraços de Pedro e o fez se afastar empurrando com o próprio corpo. Mas eram dois homens adultos mais ou menos do mesmo tamanho embora Betão tivesse bem mais massa muscular.
- Sem violência galera! - gritei sem saber por que.
Eles olharam para mim por alguns segundos e o clima voltou a ficar um pouco menos quente.
- Porra perdi meu café, - Pedro suspirou. - Responde logo, tá ou não infectado?
- Eu já disse, - Betão suspirou - estou, infelizmente com três misérias dessas no corpo, não posso nem foder! Mas não é Aids! Eu não tenho HIV.
Todos, eu inclusive, soltamos um longo suspiro, de repente, percebi o quanto éramos todos uns grandes porcos preconceituosos, prontos para crucificar o Betão caso a resposta fosse o contrário de um rotundo não àquela pergunta.
Os meninos saíram em fila um após o outro enquanto Duval fazia um discurso sobre o uso dos preservativos.
Betão desapareceu depois de jogar a bomba.
Voltei para o quarto e para os textos que falavam sobre um tal de Hypolito não sei das quantas... eu dormia bocejando em cima do papel e me abanando com ele... Eu entrevi um vulto passando em frente a porta entreaberta do meu quarto:
- Quem é? - perguntei porque passou a segunda e a terceira vez. - Pedro?
Porque pensei que ele fosse o único além de mim a estar na casa. Mas ninguém respondeu.
As consequências práticas das atitudes de Betão embora tivessem me atingido antes... se intensificaram a partir de então.
- Sou eu... - Fabrício disse baixo depois de ronronar. - Eu precisava de ajuda em...
Ele usava um short tactel azul na altura das coxas cheias de pelos curtos assim como seu peitoral magro. Eu coloquei o texto de lado e percebendo o rumo daquela história, disse:
- Fecha a porta...
Ele ficou vermelho. Mas obedeceu e não disse mais nada, para minha surpresa, enfiou os polegares na altura da cintura e abaixou o short pelos elásticos, nem de cueca o safado estava.
O pirocão olhava para mim convidativo como só a boca de uma estupidamente gelada consegue ser mas aquilo era muito melhor que qualquer cerveja. Ele ainda estava tímido e olhava o tempo todo para a porta.
- Só com a boca... - ele pediu baixo quando eu fui até ele ficando de cócoras nas pontas dos pés.
Eu alcancei a cabeça babada do pau dele que estremeceu sob meus lábios e o engoli olhando diretamente nos olhos de Fabrício que com os lábios entreabertos gozava da minha boca em sua pica. O peso da rola dele forçava um pouco meu queixo.
Eu mamava devagar mas ele pareceu impacientar-se porque fechou a mão sobre minha nuca e forçou a pélvis contra meu rosto.
- Estou podre de tesão - soltou arfando - ah caralho...
A rola de Fabrício entrava e saía da minha boca só me causando um desconforto quando entrava por minha garganta. Eu tentei evitar as duas gargantas profundas porque o pau dele era um babão! O pre gozo escorria por meu queixo e pescoço.
- Calma...
Tentei dizer mas o homem estava com as bolas pesadonas de porra e me inclinando contra a cama colocou a perna em cima da quina acima do meu ombro, eu estava com a cabeça deitada no colchão e sentado no chão.
As bolas pretas pesavam no meu queixo quando ele forçava mais enchendo meus olhos de lagrimas de tão forma que nublava tudo, e começou a gozar eu engasguei e precisei empurrá-lo.
Eu ainda não tinha gozado e ele ficou preocupado quando me viu colocar porra pelo nariz.
- Tá... tranquilo... - menti queira levar na bunda - me come...
Ele coçou a nuca e sorriu.
- Cê ainda guenta? Na boa?
Eu achei fofo e fiz que sim com a cabeça. Eu subi na cama ficando de quatro. Mas ele por pouco não mata o meu tesão quando pediu:
- Cê pode, na moral, segurar teu pau para a frente - ele engoliu em seco - não quero ter que tocar nele, saca?
Eu estava louco para gozar e a visão daquele macho nu, suado, e com a pica já dura novamente olhando para o meu rabo, fez meu orgulho encolher e eu assenti, puxando meus genitais para a frente e arreganhando mais.
Fabrício não era um iniciante percebi logo quando posicionou o polegar em cima do meu buraco e pressionou para dentro, depois veio até mim e começou a tentar foder meu cu com a língua, e depois com dois dedos.
Eu curtia o momento sentindo os dedos dele me atravessando quando senti o peso na cama, e senti a pica dele deslizar para dentro num solavanco só!
O miserável gostoso estava me montando como uma égua!
Ele inclinou sobre mim e se apoiava nas minhas costas mas fodia sem parar doeu um pouco mas logo relaxei legal e comecei a gozar contraindo o reto! Ele continuou me fodendo, de cima para baixo.
O suor dos nossos corpos caía sobre o lençol e eu arfava igual mulher prenha sentindo contrações.
Mas o prazer vinha logo que ele preenchia o vazio do meu reto com o pau dele alguma coisa nesse movimento disparava dentro de mim um prazer que enchia minha boca de água.
- Vou gozar porra! - ele esbravejou e cravou na rola até o fim em mim. Eu adorava aquela sensação das bolas pesadonas em cima de mim e a rola quente, dura, afofando para dentro "flup-flup-flup".
Entrava macio!
Mas eu terminei com uma dor na coluna terrível, ele desceu de mim e ficou estirado respirando fundo no chão.
- Porra a gente não usou camisinha - eu disse.
Ele moveu os ombros para a frente:
- Você precisa lembrar, - ele disse.
- Ah, eu preciso lembrar?
- Em geral as meninas que lembram dessas coisas.
- Porra Fabrício, eu tenho cara de menina?
Ele franziu as sobrancelhas e se apoiou nos cotovelos.
- Pra falar a verdade tem cara e um cuzão de menina da porra - disse sério - mas foi mal, da próxima vez a gente usa...
- Próxima vez?
- Por que, não gostou? - ele perguntou.
A questão para mim não era se eu tinha gostado ou não mas como seria sustentar uma coisa como àquela. Eu entendia que o tesão falasse mais alto em alguns momentos.
Sobretudo no meu caso, por exemplo que a toque de álcool eu poderia dar o rabo a um urso polar, se esse tivesse um pinto de pelo menos quinze centímetros mas porra "você não é hetero". A resposta parecia ensaiada.
Ele disse já de costas para mim.
- Desencana.