A Cura - Parte 2

Da série A Cura
Um conto erótico de Fabio N.M
Categoria: Heterossexual
Contém 3446 palavras
Data: 22/08/2024 22:15:25
Última revisão: 22/08/2024 23:04:34

Elias sentiu um frio na espinha enquanto a máquina do tempo ganhava vida ao seu redor. O zumbido constante das bobinas magnéticas crescia, vibrando no chão de metal sob seus pés. Ele olhou para as luzes que pulsavam nas paredes da sala, um espetáculo hipnótico de cores que se intensificava conforme a energia se acumulava. O mundo ao seu redor tremia, como se o próprio tempo estivesse desmoronando. A sensação era avassaladora, uma pressão esmagadora que comprimia cada fibra de seu ser. Ele não sabia se seus olhos estavam abertos ou fechados; tudo ao seu redor era um borrão indistinguível de cores e luzes distorcidas. Ele tentou respirar, mas o ar parecia fugir de seus pulmões. Cada átomo de seu ser parecia prestes a se desintegrar, e então, de repente, o mundo parou.

Ele caiu de joelhos sobre um chão frio e úmido, ofegante. Quando finalmente abriu os olhos, se viu cercado por uma escuridão pontilhada de estrelas. Ele se forçou a levantar, ainda cambaleante, e seus pés afundaram levemente na terra macia. Era noite, e ele estava em um campo aberto, cercado por árvores altas e esparsas que balançavam gentilmente ao vento. Ao longe, ele podia ver uma silhueta de montanhas contra o céu noturno. A única iluminação vinha de uma lua crescente que pairava acima, lançando sombras alongadas e criando uma atmosfera de serenidade que contrastava brutalmente com a violência de sua viagem.

Elias olhou ao redor, tentando se localizar. O local era completamente diferente de onde ele havia partido, um laboratório moderno em meio ao coração industrial de Wuhan. Agora, ele se via em uma propriedade rural, intocada pela urbanização que dominaria a região décadas depois. O silêncio era quase palpável, interrompido apenas pelo sussurro do vento e o ocasional pio de um pássaro noturno.

Seu coração ainda batia rápido, mas não era mais por causa da viagem. Era a antecipação do que estava por vir. Ele sabia que estava em 2015, mas o mundo ao seu redor era tão diferente do futuro que ele mal podia acreditar.

Ele começou a caminhar, ainda desorientado, seus passos guiados pela necessidade de encontrar um ponto de referência, algo que o ancorasse naquela nova realidade. Não havia estradas ou construções à vista, apenas a vastidão do campo sob o céu estrelado. Ele não podia ficar ali por muito tempo; precisava se orientar, encontrar um caminho que o levasse até a civilização.

Enquanto caminhava, a mente de Elias estava a mil. Estava agora no passado, em uma época que apenas lera nos registros históricos. O futuro ainda não estava escrito, e era sua responsabilidade moldá-lo.

Elias chegou à periferia da cidade e parou sob um poste, retirando de sua mochila a pasta volumosa, marcada com o selo do Governo Global. As folhas dentro da pasta eram o único elo que ele tinha com sua missão. Ele as abriu cuidadosamente, permitindo que a luz banhasse as páginas enquanto ele revisava cada detalhe sobre Anya Petrova.

Anya Petrova, 32 anos em 2015, era uma das figuras emergentes na indústria tecnológica russa. Nascida em uma família de classe média em São Petersburgo, ela havia conquistado seu espaço no mundo corporativo com uma combinação de inteligência implacável, beleza avassaladora e uma rede de contatos poderosos. Ela era descrita como fria, calculista e extraordinariamente ambiciosa. Seu nome estava associado a diversas startups promissoras, especialmente aquelas ligadas ao desenvolvimento de inteligência artificial e segurança cibernética.

Elias absorveu cada palavra, cada foto, como se estivesse estudando um quebra-cabeça complexo. As imagens mostravam uma mulher de beleza glacial, sempre impecavelmente vestida, com um olhar que parecia atravessar quem quer que fosse. Seu perfil psicológico indicava que ela era desconfiada por natureza, dificilmente se abrindo para estranhos.

Havia uma lista de eventos recentes onde Anya havia sido vista, incluindo reuniões corporativas de alto nível e festas exclusivas do setor. Mas um evento, em particular, chamou a atenção de Elias: um coquetel de gala em Moscou, organizado por uma das maiores corporações de tecnologia da Rússia. A lista de convidados era restrita, composta por líderes da indústria, políticos influentes e personalidades de destaque. Anya estaria lá, como sempre, mantendo sua presença estratégica nos círculos mais poderosos.

Elias sabia que sua melhor chance de se aproximar dela seria nesse evento. Ele precisaria se infiltrar, o que significava forjar uma identidade convincente e conseguir um convite. Mais do que isso, ele precisaria se destacar no meio de uma multidão de egos inflados, atraindo a atenção de uma mulher que estava acostumada a estar no controle de todas as situações. Traçou planos mentalmente do que diria, como agiria, e qual seria sua abordagem inicial. Elias era um homem inteligente, mas a verdadeira batalha seria contra o tempo e a astúcia de Anya. Se conseguisse conquistar sua confiança, o próximo passo seria manipular as circunstâncias para levá-la a confiar nele de maneira mais íntima.

Guardou a pasta na mochila e fechou os olhos por um instante, pensando nas implicações de sua missão. Elias mal relaxar quando percebeu uma figura se aproximando, os passos silenciosos vindos de um beco próximo. Ele ergueu o olhar e viu uma mulher alta, de cabelos castanhos claros e olhos azuis, frios como uma geleira. Ela não era chinesa, o que imediatamente acendeu um alerta em sua mente. Ele ficou em silêncio, esperando que ela falasse primeiro.

— Não esperava encontrar você tão facilmente, Elias — a mulher disse em português, com um leve sotaque russo. Seus lábios formaram um sorriso enigmático, mas seus olhos não acompanhavam a expressão.

Elias franziu a testa.

— Quem é você?

— Apenas uma amiga enviada para garantir que você cumpra sua missão — ela respondeu, deixando um silêncio significativo pairar no ar — Natalia Ivanova, agente especial do Governo Global. Estou aqui para lembrá-lo de suas obrigações… e para garantir que você nem pense em desistir.

Elias respirou fundo, tentando absorver a informação rapidamente.

— Achei que seriam dois? O outro está com você?

Natalia deu de ombros, olhando ao redor como se esperasse ver Viktor Smirnov surgir das sombras.

— Não faço ideia. Ele deveria estar aqui, mas não apareceu. Houve algum problema na viagem no tempo.

Elias cruzou os braços, estreitando os olhos.

— Existem várias possibilidades. Ele pode não ter sobrevivido à viagem, ou talvez tenha sido enviado para uma época errada... Ou ainda está no futuro.

— De qualquer forma — Natalia continuou, ignorando as várias suposições de Elias — não vamos perder tempo. Estou aqui, e isso é tudo o que importa agora. O plano continua. Lembre-se, estarei sempre por perto… E não tentarei ser sua amiga. Minhas ordens são de eliminá-lo caso não siga com o plano.

Elias assentiu lentamente, ciente de que não poderia confiar nela totalmente, mas também não tinha escolha a não ser continuar. Com isso, ela desapareceu na noite, deixando-o sozinho novamente. Ele ficou ali por alguns momentos, tentando processar tudo, antes de voltar a concentrar-se em sua missão.

******

Elias entrou no avião com passos cuidadosos, a expressão neutra, mas a mente em turbilhão. O passaporte falso e os documentos que carregava pareciam reais o suficiente, mas ele ainda sentia o peso do risco que corria. O voo para Moscou era longo. Ele se acomodou em seu assento na classe executiva, fingindo uma tranquilidade que não sentia. Passou os olhos pelo interior da aeronave, observando os passageiros ao seu redor. Quando avistou Natalia, sentada algumas fileiras atrás, vestida discretamente para os padrões de 2015, ele reprimiu um suspiro. Ela estava lá, como uma sombra silenciosa, sua presença imponente mesmo em segundo plano.

As roupas que ela vestia, jeans escuros e uma blusa simples, a faziam parecer uma mulher comum, mas a forma como ela carregava a si mesma, a postura ereta e a intensidade no olhar, denunciavam que havia algo mais. Natalia era o tipo de mulher que atraía olhares, mas naquele momento, ela parecia fazer parte do cenário, sem chamar atenção além do inevitável.

Elias desviou o olhar, ajustando-se no assento enquanto o avião se preparava para decolar. Ele sabia que Natalia estava ali para garantir que ele cumprisse sua missão, pronta para interferir caso ele desviasse do plano.

O voo decolou, e Elias tentou relaxar. Pegou o livro que tinha comprado para manter as aparências, mas suas mãos estavam inquietas. Ele não podia deixar de pensar no que o aguardava em Moscou. A primeira missão real em uma época que ele só conhecia pelos livros de história, filmes e videogames.

As horas se arrastaram, e Elias, incapaz de se concentrar na leitura, deu uma última olhada para Natalia. Ela parecia estar cochilando, mas ele sabia que era só fachada.

Quando o avião começou a descer sobre Moscou, Elias sentiu a tensão se acumular novamente. Os próximos dias seriam cruciais, tanto para sua missão quanto para sua própria sobrevivência. Enquanto o avião pousava suavemente na pista do Aeroporto Internacional de Sheremetyevo, ele se preparou mentalmente para o que estava por vir. Ao desembarcar, ele se misturou à multidão de viajantes, mas sentia a presença de Natalia como uma sombra constante. Ela estava ali, observando cada movimento.

Elias entrou no evento com passos firmes, sua nova identidade e documentos falsos funcionando perfeitamente. Vestia um terno perfeitamente ajustado que ajudava a compor a figura de um executivo importante. Cada detalhe de sua aparência e comportamento havia sido cuidadosamente planejado para combinar com a elite empresarial que se reunia naquela noite. Seu nome, passaporte e histórico foram meticulosamente fabricados pelo Governo Global, garantindo que ninguém questionasse sua presença ali.

O salão de festas era deslumbrante, decorado com cristais e luzes cintilantes, irradiando opulência e exclusividade, repleto de figuras influentes, uma mistura de magnatas da tecnologia, investidores internacionais e políticos de alto escalão. A atmosfera era sofisticada, com música clássica ao fundo e garçons passando com bandejas de champanhe e canapés. Elias observava tudo com uma calma estudada, embora sentisse a tensão debaixo da superfície. Ele sabia que cada interação, cada palavra dita ou gesto feito, poderia ser crucial.

Finalmente, ele avistou Anya Petrova. Ela estava cercada por um pequeno grupo de homens, todos claramente tentando ganhar sua atenção. Sua presença era magnética, atraindo olhares de admiração e respeito. O cabelo loiro cuidadosamente arrumado caía sobre seus ombros, e o vestido preto elegante que ela usava realçava sua figura esbelta. Mas o que realmente chamava atenção era a maneira como ela dominava a conversa, com uma autoconfiança que deixava claro que ela estava no controle de tudo ao seu redor.

Elias observou por alguns minutos, estudando suas interações. Anya era carismática e perspicaz, respondendo a todos com uma combinação de charme e inteligência afiada.

Quando um dos homens do grupo se afastou para atender uma ligação a conversa diminuiu. Viu Anya se afastar do grupo para pegar uma taça de champagne. Ele se moveu rapidamente, pegando uma taça também, e se posicionou ao lado dela.

— Impressionante, não é? — disse ele em inglês, gesticulando para o salão. — Esses eventos sempre conseguem se superar.

Anya olhou para ele, avaliando-o com um olhar rápido antes de sorrir educadamente.

— De fato. É uma ótima oportunidade para encontrar velhos amigos e fazer novos contatos.

— Concordo — Elias respondeu, mantendo o tom casual — Aliás, meu nome é Elijah Zimmermann — Ele usou o próprio nome em inglês e o sobrenome de um famoso qualquer — Estou no setor de biotecnologia, focado em inovações para a área da saúde.

Os olhos de Anya brilharam levemente ao ouvir isso.

— Anya Petrova. — Ela estendeu a mão, que Elias apertou com firmeza. — Área da saúde? Isso é interessante. Confesso que é uma área na qual não tenho muito conhecimento, mas é admirável.

Elias sorriu, sentindo que tinha capturado a atenção dela.

— Fico feliz em ouvir isso. Acredito que a tecnologia pode realmente mudar o mundo para melhor, especialmente com as pesquisas sobre nanotecnologia aplicada à medicina regenerativa. Tenho certeza de que, nas próximas décadas, veremos avanços que vão transformar completamente como tratamos doenças crônicas.

Anya arqueou uma sobrancelha, intrigada.

— Nanotecnologia aplicada à medicina? Isso é algo que ainda está em seus estágios iniciais, não é?

— Sim, exatamente — respondeu Elias com um leve sorriso — mas o potencial é enorme. Imagine poder reparar tecidos danificados ou até mesmo combater doenças a nível celular com precisão cirúrgica, sem os efeitos colaterais que vemos nos tratamentos atuais. Claro, ainda há muito a ser desenvolvido, mas os sinais são promissores.

Anya sorriu levemente, impressionada.

— Você tem uma visão interessante das coisas. Talvez o senhor possa me contar mais sobre essas ideias.

Elias continuou a conversa com Anya, mantendo o equilíbrio entre revelar o suficiente para intrigá-la e evitar qualquer deslize que pudesse levantar suspeitas. Ele sabia que precisava ganhar a confiança dela rapidamente, mas sem parecer desesperado ou suspeito.

— Senhor Zimmermann, o senhor parece alguém que está à frente do seu tempo — Anya comentou enquanto caminhavam em direção a uma área mais tranquila do evento, longe do barulho da festa. — Estou curiosa para saber de onde você veio. Pessoas com uma visão como a sua não aparecem do nada.

Elias sorriu, mantendo o ar de mistério.

— Digamos que eu tive a sorte de estar nos lugares certos, na hora certa. E talvez um pouco de instinto para identificar as tendências que realmente vão mudar o mundo.

Anya riu suavemente, mas seus olhos não deixavam de observá-lo com atenção.

— Você fala como alguém que já viu o futuro. Como se soubesse exatamente o que vai acontecer.

Elias manteve o sorriso, embora sua mente estivesse calculando cada palavra.

— O futuro é algo que todos tentamos prever, não é? Mas, no final, ele pertence àqueles que têm a coragem de moldá-lo.

Anya o estudou por um momento, como se estivesse tentando decifrá-lo. Finalmente, ela pareceu relaxar um pouco.

— Eu gosto da sua abordagem, senhor Zimmermann. Vamos ver o que mais tem a oferecer.

Antes que Elias pudesse responder, um garçom se aproximou, interrompendo a conversa com um pedido discreto de Anya para atender a uma ligação urgente.

— Parece que o dever chama — disse ela com um leve sorriso. — Não vá a lugar algum. Quero continuar essa conversa.

Elias assentiu, observando-a enquanto ela se afastava. Sentiu uma presença familiar antes mesmo de ver quem se aproximava. Natalia surgiu ao seu lado, como uma sombra silenciosa.

— Ela está interessada em você — disse Natalia em um tom neutro. — Isso é bom, mas lembre-se de que ela não é fácil de enganar. Não subestime Anya Petrova.

Elias olhou para Natalia, seus olhos se encontrando com os dela. Havia algo nos olhos de Natalia, um aviso silencioso, mas também uma preocupação velada.

— Sei o que estou fazendo, Natalia — respondeu ele, tentando manter a confiança na voz. — E você? Alguma novidade sobre Viktor?

Natalia balançou a cabeça, sua expressão se tornando sombria.

— Nada ainda. É como se ele nunca tivesse feito a viagem. Mas isso não muda nada para nós. Temos uma missão — Natalia tomou a taça de champanhe das mãos dele e tomou o último gole — Ela é perigosa, Elias. Não apenas por causa do poder que tem agora, mas pelo que pode se tornar no futuro. Não faça nenhuma merda.

Quando Anya finalmente retornou, Elias estava novamente sozinho, preparado, o sorriso pronto no rosto e a próxima linha de conversa cuidadosamente planejada. Ele sabia que a oportunidade que tinha agora era única, e não poderia desperdiçá-la.

— Desculpe a interrupção — disse ela, retomando seu lugar ao lado dele — mas negócios são negócios.

Elias sorriu, mantendo o tom casual. Ela o observou por um longo momento, como se o analisasse.

— Você é uma pessoa interessante, senhor Zimmermann. Mas estou curiosa... Não acredito que alguém com sua visão esteja aqui apenas para uma festa.

Elias riu suavemente, mantendo o tom leve.

— Digamos que estou explorando novas oportunidades. Moscou é uma cidade cheia de potencial, especialmente para alguém interessado em tecnologia e inovação. E, claro, eventos como esse são o lugar perfeito para conhecer pessoas influentes e, quem sabe, encontrar futuros parceiros de negócios.

Anya pareceu considerar suas palavras por um momento antes de sorrir, um sorriso formal.

— Bem, espero que você encontre o que está procurando. E talvez até mais do que isso.

A resposta dela deixou claro que ela ainda estava avaliando-o, tentando descobrir suas verdadeiras intenções. Mas Elias também percebeu que ele havia conseguido despertar seu interesse. E isso era um bom começo.

Antes que a conversa pudesse se aprofundar mais, uma música mais suave começou a tocar, e os convidados começaram a se mover em direção à pista de dança. Anya olhou para Elias, uma sugestão silenciosa em seus olhos.

— Você dança, senhor Zimmermann?

Ele assentiu com um sorriso.

— Com você, Anya, seria um prazer.

Anya aproximou-se, colocando a mão livre no ombro de Elias, enquanto ele acomodava a mão em sua cintura. O toque foi ao mesmo tempo formal e carregado de tensão. Ambos sentiam o calor que emanava dos corpos, uma eletricidade silenciosa que parecia estar presente em cada movimento.

— Não esperava que o senhor Zimmermann também fosse um dançarino talentoso — Anya comentou, com um tom brincalhão que contrastava com a seriedade anterior.

— Pode me chamar apenas de Elijah — disse dando abertura — Eu diria que me surpreendo ainda mais com a habilidade da senhora Petrova — Elias respondeu, guiando-a com leveza, sem perder o contato visual. Seus olhos se encontravam constantemente, e a distância entre os dois parecia diminuir a cada passo.

A proximidade e o ritmo lento da música criaram um espaço onde a conversa profissional começou a dar lugar a algo mais pessoal, algo que precisava explorar com cuidado. Ele sentia o perfume de Anya, um aroma suave e refinado que parecia se mesclar com a atmosfera luxuosa ao redor.

— Então, senh… Elijah — Anya começou, sua voz mais baixa, quase como um sussurro íntimo — o que realmente o traz a Moscou? Uma cidade tão longe de casa e de suas operações.

— Além dos negócios? — Elias respondeu com um leve sorriso. Ele inclinou-se um pouco mais perto, fazendo com que a distância entre seus rostos se encurtasse — Digamos que sempre fui fascinado por tudo o que esta cidade e suas pessoas têm a oferecer.

Anya sorriu, um sorriso que revelava tanto curiosidade quanto algo mais profundo.

— É uma resposta diplomática. Mas eu esperava algo mais... direto de você.

— Talvez eu esteja apenas esperando o momento certo para ser mais direto — Elias replicou, seu tom sugerindo que a conversa estava prestes a mudar de direção. Ele apertou levemente a mão de Anya, guiando-a em um giro gracioso antes de trazê-la de volta para perto de si, seus corpos agora quase colados.

— E talvez eu esteja esperando por isso — Anya respondeu, seu olhar penetrante fixo no dele. Havia algo nos olhos dela que desafiava Elias, que o atraía para mais perto, e ele sentiu que o jogo entre eles estava apenas começando.

Os movimentos de ambos tornaram-se ainda mais lentos, quase parando enquanto permaneciam no centro da pista, imersos um no outro. A respiração de Anya estava ligeiramente mais pesada, e Elias podia sentir o calor do corpo dela se intensificando com a proximidade.

— Às vezes, negócios e prazer se misturam de forma inevitável — Elias disse, sua voz agora quase um sussurro. Ele estava cruzando uma linha delicada, mas era exatamente isso que a missão exigia dele. A tarefa não era fácil, mas o contato com Anya estava claramente despertando algo em ambos, um desejo que ia além da simples curiosidade.

— Concordo — Anya respondeu, sua voz suave mas carregada de intenção — Mas deve-se ter cuidado para não perder o controle de uma dessas partes.

— Eu nunca perco o controle — Elias afirmou com confiança, seu rosto agora tão perto do dela que podia sentir a respiração quente de Anya contra sua pele — Mas às vezes, estou disposto a deixá-lo escorregar, se a recompensa for grande o suficiente.

Anya riu suavemente, um som que era tanto um desafio quanto uma aceitação.

— Vamos ver o que o futuro nos reserva.

A dança terminou, mas o efeito da proximidade entre Elias e Anya permaneceu no ar, como uma tensão latente que pairava sobre eles. Anya se afastou ligeiramente, mas seus olhos continuavam fixos nos dele, como se tentasse decifrar suas verdadeiras intenções.

— Senhor Zimmermann — Anya disse, sua voz retomando um tom mais profissional, mas ainda com uma suavidade insinuante — acho que devemos discutir esses interesses mútuos em um lugar mais privado. O salão de festas pode ser agradável, mas não é o lugar ideal para conversas sérias, concorda?

Elias sorriu, aceitando o convite implícito.

— Concordo plenamente. Onde você sugere?

Anya deu um meio sorriso, enigmático.

— Eu tenho uma suíte no hotel ao lado. Podemos continuar a conversa lá.

AUTOR: Mais um capítulo terminado. Não esqueçam de deixar suas ⭐ e de comentarem sobre o capítulo. Isso me incentiva a escrever mais e melhor. Já tenho outras séries engatilhadas e estou ansioso para começar a escrevê-las.

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Comentários

Foto de perfil de Himerus

Sua história é muito boa e você escreve maravilhosamente bem. Parabéns.

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Foto de perfil de Beto Liberal

O cara e bom, mas tendo conhecimento prévio da personalidade da outra pessoa facilita um pouco.

Vamos ver as conquistas do Elias

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