Dois meses se passaram desde a morte de Paolo Condello e Caroline, não era mais a estrela do cabaré, onde atraía clientes de todas as partes, nas sombras escuras de Veneza. Ela agora mora em um apartamento de luxo com vista para o canal, patrocinado por Giacomo, um rico e poderoso empresário da região.
Giacomo, com 37 anos, é um membro da máfia local. Um homem alto e atlético, com um rosto que surpreenderia qualquer um que ousasse enfrentá-lo.
O primeiro encontro de Caroline com Giacomo foi decisivo. O italiano a viu dançar numa noite no cabaré. Giacomo não conseguiu tirar os olhos da jovem. E após o show, ele se aproximou e lhe ofereceu uma taça de vinho. Entretanto, o que se seguiu foi uma noite de sexo quente, selvagem e inesquecível para o empresário.
Na cama, Morgana fez uso inteligente do corpo de Caroline. Ela soube exatamente como seduzir Giacomo. A química da dançarina e do empresário foi imediato. Giacomo, um homem acostumado a se relacionar com belas mulheres, se sentiu atraído por Caroline. Cada gemido, cada estocada era uma armadilha preparada por “Morgana”, ela viu uma nova oportunidade surgir.
O resultado do pós-sexo foi esse: Giacomo fez uma proposta irrecusável a Caroline: ele a queria só para ele. Ofereceu-lhe uma vida de luxo em troca de exclusividade. “Non sei fatta per il cabaret, sei fatta per qualcosa di più grande,” (“Você não foi feito para o cabaré, você foi feito para algo maior”), Giacomo lhe disse, enquanto acendia um cigarro e a observava deitada em sua cama, nua, com as curvas que o haviam enfeitiçado à primeira vista.
“Vieni a vivere con me. Non ti manca niente.”
(“Venha morar comigo. Você não perde nada.”) — Completou o bonitão.
Morgana sabia que esta era sua chance de sair da vida de dançarina e prostituta. Os dias que se seguiram foram de puro luxo e sexo. Giacomo cobriu-a de presentes caros — roupas de grife, joias deslumbrantes e jantares extravagantes.
O apartamento em que moravam era moderno, decorado com peças de arte e móveis de couro. Morgana tinha Giacomo exatamente onde queria — apaixonado, cego por desejo e disposto a fazer qualquer coisa para mantê-la ao seu lado. Porém, para Giacomo, exclusividade significa sair do cabaré e dos programas com os clientes. O empresário jamais ia permitir que sua amante – ou melhor, a vadia que ele fodia todas as noites – se envolvesse com outro homem. Morgana viu nisso uma vantagem. — Com Giacomo ao seu lado, ela tinha acesso ao círculo mais restrito e poderoso de Veneza. Empresários, políticos e até membros da máfia local frequentavam as festas exclusivas que Giacomo promovia, e ela sabia que, em algum momento, poderia usar esses aliados a seu favor.
Caroline, por sua vez, sua alma se isolava cada vez mais. Suas tentativas de resistir ao controle de Morgana ficaram cada vez mais fracas. A ex-puta tomou conta de seu corpo e mente com tanta força que a jovem não sabia onde começava e onde terminava. Por dentro, ela era uma prisioneira observando de longe, à medida que; Morgana manipulava tudo e todos ao seu redor.
Uma noite, depois de mais um jantar delicioso, Giacomo e Caroline estavam deitados no sofá de couro do apartamento, com a vista dos canais iluminados pelo luar. Ele passou a mão pelas coxas de Caroline, como sempre fazia, e disse:
— “Sdraiati sul letto e apri le gambe.”
(“Deite na cama e abra as pernas.”)
— “Sì, come vuoi, amore mio.”
(“Sim, como você quiser, meu amor.”). Morgana, no controle de Caroline, respondeu.
A jovem italiana vestia uma camisola de seda vermelha, fina e macia, que fluía pelo corpo como uma segunda pele. A roupa grudava nos peitos, mal cobrindo o suficiente, e caíam em linha suave sobre as coxas, deixando um pouco a desejar. A alça de uma das mangas caía em seu ombro, dando-lhe um ar de provocação não intencional – ou pelo menos era o que Morgana queria que parecesse. A prostituta riu por dentro e fez Caroline levantar-se do sofá, entrar no quarto, tirar a camisola, subir na cama, deitar-se e abrir as pernas.
O quarto que a jovem se entregava ao rico empresário era tentador, lindo e luxuoso. Porém, Morgana queria mais. Entretanto, no fundo, ela sabia que esse tipo de vida era arriscado. Giacomo estava cada vez mais envolvido por Caroline. Ele levantou do sofá, tirou a roupa e foi em direção ao quarto e à cama de pau duro. Morgana observava tudo com astúcia, sabendo que o poder que Caroline tinha entre as pernas poderia colocá-la na condição de esposa do empresário.
Deitada na cama de pernas abertas e convidativa, naquele instante, Caroline era o puro reflexo de uma mulher que sabia do poder de sua própria beleza. Giacomo não conseguia desviar os olhos dela.
“Vieni qui,” — (“Venha aqui”). Giacomo murmurou, sua voz rouca de desejo, deitando-se sob o corpo de Caroline na cama. Seus olhos a devoravam, cada movimento dela o atraia mais, como um ímã a que ele não podia resistir. Caroline abriu mais suas pernas na medida que ele se posicionava lentamente, seus quadris se movendo em uma dança hipnótica, a luz da lareira refletindo as sombras que se moviam com eles.
Morgana, no controle, sabia exatamente como seduzir. — Caroline, inclinou-se um pouco para a frente, agarrou a mão de Giacomo e empurrou-o. Seus corpos estavam colados no outro. Ele meteu o pau na entrada da buceta da jovem num só movimento. Seus lábios se tocaram, suas mãos deslizaram um no outro. A dele, por sua cintura esbelta, segurando ela com força. Já as mãos de Caroline, agarradas nas costas do italiano.
Caroline soltou um suspiro suave, fingindo uma timidez que não lhe era habitual. “Cosa vuoi fare con me?” — (“O que você quer fazer comigo?”). Ela sussurrou, a voz doce e insinuante.
Giacomo sorriu. “Tutto” — (“Tudo”). Ele respondeu sorrindo, a palavra carregada de promessas.
O empresário passou uma mão pelos cabelos dela, deixando os dedos percorrerem os fios soltos enquanto a outra mão descia lentamente, traçando os contornos do corpo dela até chegar as belas mamas. Eles se beijaram profundamente, ao mesmo tempo que; Giacomo proferia uma variação de estocadas na vagina de Caroline. Cada golpe, era mais intenso e urgente, como se o desejo que ele tinha por Caroline, estivesse prestes a explodir. As unhas dela, riscavam a pele fina nas costas dele, deslizando até nos ombros. A pele de Giacomo arrepiou-se com o toque firme, e o calor da lareira intensificava a sensação de cada carícia.
Caroline continuou a gemer entre golpes firmes e profundos. Depois, Giacomo ficou de joelhos por um momento, maravilhado com o que via à sua frente. Ele estocou a italiana novamente, mas desta vez mais rápido, deixando as pernas de Caroline balançando no ar. Seu corpo musculoso brilhava à luz suave da lareira e, em segundos, um grito ecoou pela sala. Era o da moça chegando ao orgasmo. Giacomo era impiedoso, a pressão que o empresário fazia sob o corpo de Caroline, fazia ela estremecer.
(Morgana, dentro de Caroline) — deixava que a italiana gemesse e sentisse prazer. Eles se envolveram em uma dança íntima, seus corpos se encontrando e movendo com um tesão que parecia infinito. As mãos dele percorriam o corpo da bela italiana, firmes e possessivas, como se quisesse moldar cada curva dela com seus dedos. Ela o envolvia com olhar inocente, deixando-o completamente fora de controle.
Eles mudam de posição, cada um se movendo com mais força que o anterior. Giacomo puxou-a para cima dele e sentou-se de joelhos, e ela, penetrou o pau dele na buceta de primeira. (dirigida por Morgana), que aproveitava. O italiano agarrou os quadris de Caroline com firmeza, incentivando-a nos movimentos, olhando diretamente em seus olhos cativantes e sedutores, dizendo. “Sei mia,” — (“Você é meu”). E ele murmurava entre gemidos. “
E tu sei mio.” — (“E você é minha.”)
O quarto ficou tomado pelo som de suspiros, e de respirações ofegantes, quando Giacomo pegou Caroline de quatro nos lençóis de seda da cama. O empresário, completamente submerso no prazer que a jovem proporcionava, não economizou nos movimentos e penetrações, porém, ele não sabia que estava sendo manipulado a cada penetração, a cada olhar. Quando atinge seu orgasmo, foi incrível. Giacomo sussurrou o nome dela em meio aos soluços, segurando-a com força e derramando sêmen nela, enchendo-a.
(Caroline, ou melhor, Morgana), sabia que estava um passo mais próxima de seus planos. Assim que tudo terminou, Giacomo deitou ao lado dela, o corpo suado e satisfeito. “Non ho mai incontrato una donna come te,” — (“Nunca conheci uma mulher como você”). Ele sussurrou, acariciando os cabelos dela. “Staremo insieme per sempre.” — (“Estaremos juntos para sempre.”)
Caroline sorriu internamente. Para ela, “para sempre” era apenas até o próximo passo de seu plano. Enquanto Giacomo dormia, satisfeito, ela ficava acordada, pensando na próxima jogada.
Na manhã seguinte, após uma noite intensa, uma grande surpresa aconteceu com Caroline. Enquanto o sol se punha no céu veneziano, Giacomo fez algo inesperado, tudo por conta da incrível na noite anterior. Olhando em seus olhos, ele pediu Caroline em casamento. “Mi vuoi sposare?” — (“Você quer se casar comigo?”), ele perguntou, a voz baixa, no entanto, carregada de intensidade.
— Morgana, que controlava Caroline — soube imediatamente o quanto aquilo poderia beneficiar seus planos. Se tornar a esposa de Giacomo a colocaria em uma posição ainda mais poderosa, e quem sabe, até mesmo lhe daria os recursos e a influência que ela tanto buscava. — Com um sorriso calmo e uma doçura bem ensaiada, Caroline aceitou o pedido. “Sì, Giacomo. Voglio passare il resto della mia vita con te.” — (“Sim, Giacomo. Quero passar o resto da minha vida com você.”)
Dias depois, Giacomo decidiu que era hora de conhecer a família de Caroline e pedir formalmente a mão dela em casamento.
Desse modo, eles se foram para Pinerolo, uma pequena província de Turim, que servia de lar aos pais de Caroline. O caminho, passando por paisagens montanhosas e charmosas do norte da Itália, parecia uma passagem de uma jornada para algo maior. Giacomo estava feliz, ele partiu com intenções puras em seu coração e um anel caro escondido no bolso. Caroline, por sua vez, não estava mais assustada com Morgana, ela sabia que Giacomo era um homem decente.
A casa dos pais de Caroline era um cenário bucólico quando finalmente chegaram. Uma construção simples, mas calorosa, cercada por campos verdes e montanhas majestosas ao fundo. O senhor Luigi, um homem robusto e de cabelos grisalhos e olhos cansados, saiu para recebê-los, enquanto Milady Filomena, uma mulher corpulenta e gentil, os aguardava na entrada, com um sorriso. O encontro entre Giacomo e Luigi foi amistoso, embora pairasse uma certa tensão.
Durante o jantar, Giacomo pediu permissão para falar. “Signor Luigi, signora Filomena, sono venuto qui per chiedere la mano di vostra figlia in matrimonio. La amo e voglio passare il resto della mia vita con lei.”
(“Senhor Luigi, dona Filomena, vim aqui pedir a mão da sua filha em casamento. Eu a amo e quero passar o resto da minha vida com ela.”) — Ele disse com sinceridade, olhando para os dois, e depois para Caroline, que fingia uma expressão de pureza e inocência.
O senhor Luigi, embora surpreso, não conseguiu esconder o orgulho de ver um homem bem-sucedido como Giacomo interessado em sua filha. “È una cosa meravigliosa,” — (“É uma coisa maravilhosa”), ele disse, com os olhos brilhando de emoção. “Ma, cosa ne pensa la nostra Caroline?” — (“Mas, o que nossa Caroline pensa?”) — Luigi olhou para a filha, procurando o consentimento dela.
Morgana, no controle, fez Caroline sorrir com doçura e dizer com suavidade: “Sono pronta, papà. Giacomo è l'uomo dei miei sogni.”
(“Estou pronto, pai. Giacomo é o homem dos meus sonhos.”)
Porém, por trás dos olhos de Caroline, Morgana observava e planejava. Ela vê o casamento como uma forma de alcançar novos objetivos e, quem sabe, obter proteção total.
Na aconchegante casa de sua família, Caroline sentiu que sua vida havia mudado para sempre. Salvatore, seu ex-namorado, que pagou pela morte por seu sumiço, parecia um fantasma nas memórias quebradas da jovem. Mas Morgana era forte. E ela não permitiria que Caroline assumisse o controle, nem mesmo para sentir a dor da perda.
Caroline e Giacomo voltaram para Veneza e tudo na vida da jovem italiana começou a andar muito rápido. O casamento seria um grande acontecimento na cidade, e Giacomo, queria que tudo desse certo. Nas semanas seguintes, Caroline participou de inúmeras atividades voltadas à preparação.
Natalie, 61 anos, mãe de Giacomo, é uma mulher linda e elegante. Acostumada a frequentar grandes festas. Ela o aproveitou para garantir que o casamento de seu filho fosse memorável. Além disso, Giulia, 31 anos, irmã de Giacomo, acompanhou a mãe e a futura cunhada em todas as decisões. Giulia, é uma mulher cheia de vida e estilo. Juntas, elas começaram a orientar Caroline nesse processo.
O vestido de noiva, como esperado, seria uma obra de arte. Ele foi encomendado a um renomado estilista de Milão, famoso por vestir as mulheres mais ricas da Itália. Caroline, estava encantada com a atenção e o prestígio que vinha com os preparativos. Cada detalhe era cuidadosamente escolhido. O vestido seria feito de renda delicada, com uma cauda longa e um véu que parecia flutuar. A primeira prova foi um evento em si, com Natalie e Giulia observando cada ajuste, cada bordado, enquanto Caroline sorria e mantinha a fachada da noiva encantada.
Visitar lojas de luxo, fizeram parte da vida de Caroline, nas semanas antes do casamento. A jovem experimentou joias caras e os olhos de Morgana brilharam ao ver os diamantes e pérolas adornando o corpo alheio, se sentiu fortalecida. A ex-puta usa o corpo de Caroline como uma boa máscara para atingir seus objetivos.
“È tutto così perfetto, mamma,” — (“É tudo tão perfeito, mãe”) — Caroline disse um dia a Natalie, sorrindo com doçura. “Non vedo l'ora di essere tua nuora.” — (“Mal posso esperar para ser sua nora.”)
Natalie, satisfeita com o progresso, respondeu com um sorriso maternal: “Sarai la sposa più bella, cara.” — (“Você será a noiva mais linda, querida.”)
Giacomo tinha uma relação especial com a Igreja de Santa Maria del Giglio, uma das mais belas de Veneza, com a sua magnífica arquitetura barroca e rica história. Ele decidiu que seria o melhor lugar para se casar. Apesar da orientação de Caroline. (Morgana, mesmo controlando Caroline), não pôde deixar de admirar a grandiosidade da escolha. O interior da igreja, com seus altares dourados e afrescos detalhados, era digno de um evento memorável.
Entre experimentar roupas, provar sobremesas e escolher a comida, Morgana calculava pacientemente seu próximo passo. Ela sabia no fundo, que este casamento era uma oportunidade única na vida.
Estar unida a Giacomo a colocava em uma posição de poder e, para Morgana, poder era tudo. Ao passo que; casamento se aproximava, Caroline era pura felicidade. No entanto, por trás do véu de alegria e do luxo, Morgana aguardava. Ela sabia que o verdadeiro jogo começaria quando finalmente fosse chamada de “Signora Giacomo”. (“Sra. Giacomo”).
Tudo parecia perfeito.
Ao mesmo tempo, em uma coluna do mais importante jornal romano, foi publicado o casamento do jovem empresário de Veneza e sua noiva Caroline. Na reportagem, menciona um vestido milanês, joias caras e a história de ambos, porém, não foi a sofisticação do evento que chamou a atenção, mas sim o rosto da noiva.
A imagem de Caroline, a mulher que parecia ter tudo, agora enfeita as páginas dos jornais, enquanto o nome Paolo Condello continua entre os poderosos de Roma.
Giorgio Condello, o novo chefe da máfia, leu a reportagem com calma. Ele não precisou de muito para ligar os pontos. A mulher que estava prestes a se casar em Veneza era a mesma responsável pela morte de seu pai. “La troverò,” — (“Eu vou encontrá-la”), murmurou Giorgio com um olhar frio.
Ele rapidamente mobilizou dez de seus melhores homens. Os capangas, conhecidos por serem discretos e mortais, foram enviados imediatamente de trem para Veneza.
O Dia do Casamento...
Chegou o dia do casamento e Veneza está comemorando. A igreja de Santa Maria del Giglio brilha na sua forma majestosa, decorada com flores brancas e lírios dourados. O altar tinha uma cortina de seda branca que tremulava como uma tempestade, e um lustre de cristal pendurado no teto, iluminando suavemente velas dançantes nas paredes decoradas. Os assentos eram cobertos por lindas árvores e a fragrância das flores enchia o ar, tornando a atmosfera paradisíaca.
Os convidados estavam muito bem vestidos. Os homens usavam ternos de grife preto e azul-marinho e gravatas de seda italiana. As mulheres desfilaram com magníficos vestidos de seda, tafetá e renda; algumas usavam joias brilhantes que refletiam a luz de velas suaves. O brilho da riqueza e da fama refletia-se em cada detalhe, e a igreja se enchia de sussurros e risadas felizes enquanto todos aguardavam a chegada da noiva Caroline.
Uma pequena multidão se reuniu em frente à porta da igreja. Noutros, dignitários e jornalistas locais tiraram fotografias para captar aquele que poderia ser o casamento do ano. A mãe e a irmã de Giacomo, Natalie e Giulia, estão bem vestidas e recebem os convidados com um sorriso orgulhoso.
Caroline trocou de roupa pela última vez em seu apartamento. A pele branca como a neve é como uma segunda camada de pele cobrindo seu corpo pequeno, e o véu transparente cobria seu rosto, dando-lhe uma perfeita sensação de pureza. Porém, no fundo, de Caroline, (Morgana estava sorrindo). Ela progrediu além de sua imaginação e agora está prestes a se tornar esposa de Giacomo. O poder desta aliança será inimaginável.
“Sei pronta, cara?” — (“Você está pronto, querida?”), perguntou Filomena, a mãe de Caroline, ao ver a filha pronta para a cerimônia. “Sì, mamma. Sto per vivere un sogno.” — (“Sim, mãe. Estou prestes a viver um sonho.”), Caroline respondeu com um sorriso delicado, mas por dentro Morgana se preparava para o que estava por vir.
Na igreja, Giacomo esperava em frente ao altar da igreja. Ele estava lindo em seu smoking preto, seus olhos eram calmos e amorosos, ao passo; que os convidados cochichavam sobre a quão bela a noiva apareceria. O som dos murmúrios e passos suaves ecoavam nas paredes de mármore.
Algum tempo depois: a música começou a tocar. O som suave de violinos encheu o ambiente, as portas da igreja se abriam lentamente. Caroline apareceu, após chegar numa limosine branca, e todos os olhares se voltaram para ela. O silêncio tomou conta da igreja. Ela estava deslumbrante, a cada passo, o sorriso suave nos lábios. Giacomo olhou para sua noiva com uma expressão de pura adoração. “È lei,” (“É ela,”) pensou, “la donna con cui passerò il resto della mia vita.” — (“a mulher com quem passarei o resto da minha vida.”)
Mas a equipe de Giorgio Condello, que entrava na multidão como convidados comuns, observava cada movimento dela. Eles estavam vestidos com elegância como os outros convidados, mas seus olhos estavam fixos em Caroline. O plano era claro: esperar o momento certo para agir.
À medida que Caroline avançava pelo corredor da igreja, Morgana, não percebeu o perigo. Quando Caroline chegou ao altar, Giacomo segurou sua mão e olhou profundamente em seus olhos, “Sei la donna dei miei sogni, Caroline,” — (“Você é a mulher dos meus sonhos, Caroline”), ele sussurrou. “E io sarò tuo per sempre,” — (“E eu serei sua para sempre”), Caroline respondeu, com uma suavidade que escondia a força implacável de Morgana dentro dela.
Os sinos da igreja tocaram, e a cerimônia começou. Mas, enquanto os votos eram trocados, o perigo se aproximava. Os capangas estavam esperando a cerimônia acabar, planejando um ataque calculado para eliminar Caroline e quem quer que fosse necessário.
Uma hora e meia depois: O casamento de Caroline e Giacomo terminou com toda a emoção e pompa que tal união exigia. As portas da Igreja de Santa Maria del Giglio se abriram novamente e os noivos saíram cumprimentando os convidados e para os flashes das câmeras dos fotógrafos. As ruas de Veneza ficaram lotadas de curiosos, repórteres e amigos do casal. A multidão aplaudiu e jogou punhados de arroz no ar, caindo sobre o casal.
Caroline sorriu, sentindo o peso da breve felicidade. Seu véu brilhava ao sol da tarde e seus olhos, banhados por uma luz suave, refletiam a forma de uma noiva. Ela segurava a mão de Giacomo, que exibia um orgulho contagiante, com o olhar fixo na mulher que agora era sua esposa. Os sinos das igrejas ainda tocam nas ruas estreitas de Veneza. Risos e gritos de agradecimento encheram o ambiente enquanto os convidados parabenizavam o casal.
Por um momento, houve silêncio na multidão enquanto Caroline e Giacomo desciam os degraus da igreja em meio às risadas e à alegre confusão dos convidados. Morgana sentiu um arrepio percorrer a espinha de Caroline. Algo estava errado, mas era tarde demais.
De repente, um estampido alto rompeu o ar, silenciando o burburinho de vozes.
Bang!
O primeiro tiro ecoou pelas paredes da igreja e pelas ruas venezianas. Caroline estremeceu no lugar, seu corpo congelado em choque. Por um segundo, o tempo parecia parar. O arroz que caía em câmera lenta, os sorrisos agora congelados em horror.
O segundo tiro veio imediatamente depois, como uma sentença inevitável.
Bang!
Caroline caiu nos braços de Giacomo, o vestido branco agora manchado de vermelho profundo, sangue escorrendo pelo corpete impecável de seda. Giacomo, com os olhos arregalados de terror, gritou por sua esposa. Ele segurou o corpo dela, ao mesmo tempo que ela desabava, seus lábiostremiam, os olhos vidrados, incapaz de compreender o horror que se desdobrava.
Os homens de Giorgio Condello, escondidos na multidão, são implacáveis. O primeiro homem se aproximou, com os olhos frios e sem emoção. Ninguém reagiu a tempo. Eles são especialistas em matar seus rivais. O bando vagou pelas ruas de Veneza, desaparecendo como sombras na noite, e o som do terror encheu o local da igreja.
— Gritou Giacomo, ajoelhando-se ao lado de Caroline, sacudindo o corpo da mulher que, há poucos momentos, era sua esposa. Uma multidão se aglomerou, mas ninguém se atreveu a se aproximar dele. O sangue respingou no pequeno pavimento de mármore, a vida de Caroline foi drenada de seus olhos, perdendo a cada segundo.
No exato momento de sua morte, algo sombrio aconteceu: Morgana, o espírito imortal que habitava o corpo de Caroline, sentiu o controle sobre o corpo se esvaindo. Uma corrente gelada a puxou para fora, rasgando a conexão entre espírito e carne. Sua alma foi lançada violentamente para fora do corpo de Caroline, como uma brisa fria que se dissipava no ar da igreja.
Enquanto o corpo de Caroline permanecia sem vida nos braços de Giacomo, o espírito de Morgana foi arremessado de volta para onde tudo começou: o beco escuro de Roma, o local de sua morte original. O espírito vagou novamente e ficou preso ao local onde a tragédia inicial havia ocorrido, cercada pela mesma escuridão que a engolira no início. “Ancora una volta...?” (“Outra vez...?”)
ela sussurrou, sentindo o peso de um destino interminável.
A morte brutal de Caroline dominou as manchetes em toda a Europa. Os jornais estampavam o trágico fim da noiva em Veneza, vítima de uma vingança cruel. As capas mostravam Giacomo, devastado, segurando o corpo sem vida de sua esposa enquanto os convidados olhavam horrorizados.
O jornalismo de todo o continente especulava sobre o envolvimento da máfia. Giorgio Condello, agora o líder indiscutível, havia vingado a morte de seu pai, Paolo Condello, com uma precisão cirúrgica e fria. Não houve prisões. Os capangas desapareceram sem deixar rastros, e a polícia de Veneza investigava o crime.
A mídia cobriu o funeral de Caroline. Seu rosto lindo e jovem apareceu nas capas de revistas de moda, revistas policiais e tabloides.
Para Morgana, sobrou apenas a escuridão, demorará dias para que o espírito dela se recupere e escape daquele lugar sombrio, assim, como foi com Donatella.
Em breve, o sexto capítulo...
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