<<<<Gabi>>>>
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Eu levei um baita susto quando Fabi me beijou. Sinceramente não sabia como reagir naquela situação. De início eu não retribui o beijo. Até pensei em pará-lo, mas ela parecia querer muito aquilo. Ela não desistiu mesmo eu não reagindo. Seus lábios eram insistentes. Eu não pensei muito depois disso e só retribui o beijo. Acho que foi a decisão acertada porque aquele beijo que começou meio estranho se transformou em algo muito bom. Eu só deixei rolar e aproveitei bastante. Nossa ela beijava muito bem e sua boca se encaixava perfeitamente na minha.
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Quando nos soltamos eu não pensei direito, só queria saber o porquê ela tinha feito aquilo. Não deu tempo dela me responder, algumas pessoas nos viram e chamaram nossa atenção. Quando vi que o rosto de Fabi se transformou em puro medo eu entendi na hora o que tinha acontecido. Eu tentei manter a calma e passar segurança para ela e a chamei para sair dali. As meninas vieram nos dar felicitações. Depois em uma conversa muito estranha e engraçada entre Suelen e Fabi eu entendi muitas coisas. Fabi estava com ciúmes de mim com Suelen, isso foi o motivo dela agir meio estranha. E com certeza ela estava apaixonada por mim. Esse era o problema que ela tinha e não tinha me contado. Suelen tirou de letra os ciúmes da Fabi e saiu arrastando Nat para dançar. Algo que foi engraçado porque Suelen era menor e mais fraca fisicamente. Mas ela parecia ter arrumado uma força enorme naquele momento.
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A gente ficou no lugar que a gente estava antes e percebi que Fabi estava bem desconfortável. As pessoas não paravam de olhar na nossa direção. Não todos, mas a maioria. Sinceramente, eu não estava nem aí, mas Fabi pelo jeito sim. Eu até a entendia. Ela não era assumida, nunca tinha ficado com outra mulher em público e o maior problema era com certeza sua mãe. D° Sandra não sabia. Mas com certeza isso iria mudar. A cidade toda iria saber daquele beijo e fatalmente uma hora ou outra isso iria cair no ouvido dela. Eu chamei Fabi para a gente ir embora, ela concordou e assim que as meninas voltaram eu chamei elas para ir. Nat provavelmente só de olhar na Fabi viu que tinha algo errado e concordou. Suelen disse que já estava com as pernas doendo e concordou também. O mais legal é que ela foi saindo grudada na Nat. Pelo jeito ela tinha mesmo gostado na Nat porque ela não age assim com qualquer pessoa.
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A gente foi se despedir do Marcelo, Carla e sua mãe. Eles foram um amor com a gente. Saímos e fomos direto pro carro. Durante o trajeto Fabi segurou na minha mão mesmo com várias pessoas nos olhando. Aquilo me deixou mais aliviada. Acho que ela não tinha vergonha de ser quem era, mas com certeza o medo da reação da sua mãe a preocupava muito. Saímos e durante o caminho as meninas queriam saber o que a gente era. Eu só disse que nada tinha mudado. Éramos amigas, e que a gente tinha muito o que conversar. Nat concordou na hora e perguntou a Fabi como ela estava. Fabi foi sincera e disse o que eu imaginei. Estava morrendo de medo da mãe saber do beijo e reagir de forma ruim. A gente tentou passar segurança para ela e funcionou. Logo estávamos em um papo mais descontraído.
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Nat foi deixar eu e Suelen na porta da minha casa. Eu prometi para Fabi que iria de manhã falar com ela e pedi para ela não se preocupar porque tudo iria ficar bem. Dei um selinho nela que fez ela abrir um sorriso. Me despedi de Nat com um abraço e pedi para ela cuidar de Fabi. Suelen se despediu delas e entramos. Assim que chegamos no meu quarto Suelen se jogou na cama e fez a pergunta.
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Suelen: E agora Gabi? O que você vai fazer?
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Gabi: Sinceramente eu não sei. Tudo aconteceu muito rápido e eu ainda não parei para pensar.
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Suelen: Você não a ama mais né?
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Gabi: Não. Só amo como amiga, mas não vou negar que gostei do beijo e que ele mexeu muito comigo.
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Suelen: Caso complicado esse de vocês duas. Que falta de sincronia foi essa. kkkk
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Gabi: Tenho que concordar com você. Eu passei tantos anos amando ela. Torcendo para eu ter uma chance de ficar com ela e talvez até por culpa minha, eu não tive. Agora que não a amo mais ela quer ficar comigo.
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Suelen: Naquela época, se você tivesse se declarado e ela te dissesse que não te amava, mas te daria uma chance para você tentar conquistar o amor dela, você aceitaria?
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Gabi: Sim, eu a amava muito, seria o suficiente..
Entendi o que você está querendo dizer. Faz total sentido.
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Suelen: Poxa você estragou tudo Gabi!
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Gabi: Como assim?
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Suelen: Era para você só dizer a resposta que eu já imaginava que seria um sim. Aí eu iria lançar minha frase inteligente "Está aí sua resposta" aí eu iria te olhar com um olhar de inteligente e ir para o banheiro para causar um efeito dramático. Kkkkkkkkkkkk
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Gabi: kkkkkkkk Você não existe kkkkkkkk
Desculpe ter estragado sua cena dramática. Kkkkk
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Suelen: Tudo bem. O importante é que você entendeu 🤭
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Gabi: Eu entendi sim. Eu queria muito ter uma chance naquela época, mas demorei muito para pedir e depois aconteceu o que aconteceu. Mas Fabi foi corajosa, se ela quer uma chance, vou dar sim. Ela fez por merecer, mas isso vai depender da conversa que a gente vai ter amanhã.
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A loira tinha resolvido metade dos meus problemas. Eu já sabia o que fazer. Agora faltava ter a conversa com Fabi. Eu ia ser totalmente sincera com ela. Se mesmo assim ela quisesse tentar eu iria sim dar essa chance a ela. Depois daquela conversa eu fui tomar um banho. Quando voltei Suelen estava apagada na minha cama. Tirei seus calçados, suas roupas e ela não acordou. Só dava uns gemidos estranhos que me faziam rir. Consegui deitar ela direito na cama, joguei uma manta fina em cima dela e logo depois me deitei do seu lado e apaguei.
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Acordei no outro dia bem cedo e Suelen ainda dormia. Me levantei e depois de fazer minha higiene fui tomar café. Eu estava pensando no que eu iria falar com Fabi quando chegou uma msg no whats. Era Fabi perguntando se eu já tinha acordado. Eu disse que sim e ela perguntou se eu não podia ir no fundo do pomar da sua casa para nós duas conversarmos. Eu perguntei se era naquele momento e ela disse que se eu pudesse, sim. Pensei um pouco e decidi ir. Deixei um bilhete debaixo do celular da Suelen explicando onde eu tinha ido e avisando que logo voltava.
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Sai pelo fundo da minha casa e entrei em uma rua de café que daria mais ou menos da divisa com o pomar da casa da Fabi. Era um percurso curto. Logo estava na cerca da divisa e já vi ela no fim do pomar. Era umas oito e meia da manhã e o sol já estava alto. Me aproximei dela e fui recebida com um abraço e um beijo carinhoso nos meus lábios. Ela parecia calma, isso me deixou bem tranquila também. Ela me puxou pela mão até chegarmos em um enorme pé de abacate. Ela tinha forrado um lençol no chão. A gente se sentou e ela segurou minha mão e começou a falar.
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Fabi: Antes de qualquer coisa eu queria te dizer que, seja qual for o resultado dessa nossa conversa eu quero que você saiba que isso não vai mudar nada na nossa amizade. Eu não quero e não posso ficar sem minha melhor amiga. Então se você não for ficar comigo como eu quero eu vou entender. Se você me der essa alegria eu vou amar. Mas nenhuma das duas opções eu quero que estrague nossa amizade e nosso convívio. É o que mais me importa.
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Gabi: Concordo com você plenamente. Mas antes eu preciso saber o que você sente. E como isso aconteceu. Por favor, você poderia me contar?
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Fabi acenou com a cabeça e começou a me contar o que aconteceu desde a noite que ela teve com Nat até o momento que ela me beijou. Eu ouvi tudo prestando muita atenção e percebi que ela tinha passado por momentos muitos ruins naqueles últimos dias. A confusão de sentimentos. O medo de perder a amizade da Nat. O ciúme que a deixou cega. Eu também percebi o quanto Nat era gente boa e importante para Fabi. Eu perguntei a ela se ela tinha certeza do que sentia por mim e ela disse que tinha certeza absoluta.
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Gabi: Olha eu vou ser totalmente sincera com você. Talvez isso te deixe triste, mas não vou mentir para você. Eu não te amo mais como eu te amava. Eu consegui de alguma forma matar esse amor dentro de mim. Eu sinto muito, mas essa é a verdade.
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Fabi: Tudo bem. Eu já esperava por isso, mas pensei que depois da sua reação com o beijo de ontem eu teria uma chance. Mas como eu disse, eu aceito sua decisão.
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Gabi: Calma Fabi. Você vai ter sua chance sim. Se você quiser tentar mesmo sabendo o que eu sinto agora, eu quero também.
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Ela estava com uma carinha triste, provavelmente por ter ouvido o que falei de início. Mas quando eu disse que eu queria ficar com ela se ela quisesse o rosto dela se transformou em uma alegria só. Ela atirou em cima de mim dizendo que queria muito tentar. Que me amava muito e iria fazer de tudo para que o amor que eu sentia por ela renascesse. Ela falava e me enchia de beijinhos. A alegria dela era algo que não tinha preço e apesar de saber que isso tudo podia dar muito errado eu não iria tirar a chance dela de tentar. Eu achava que valia o risco.
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Ela parou os beijinhos e me olhou nos olhos e depois foi descendo o olhar para minha boca e me beijou. Foi outro beijo incrível que me tirou o ar e se eu não paro provavelmente ela tiraria minha roupa ali. As coisas esquentaram bastante e eu estava sem fazer sexo a muito tempo. Foi complicado me controlar, mas consegui. Pedi para a gente ir com calma porque ali não era um lugar muito seguro.
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Fabi: Desculpe, é que eu desejo muito você! Mas você tem razão, aqui não é o lugar adequado. É também eu tenho uma coisa para te perguntar.
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Gabi: Eu também quero muito que aconteça. Só tenho um pouco de paciência.
Pode perguntar.
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Fabi: Se por acaso eu fosse morar com você, seria um problema?
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Gabi: Como assim morar comigo!?!
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Fabi: Tipo na mesma casa sabe, ou melhor, na sua casa. Não estou dizendo como casal, pode ser em quartos separados.
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Gabi: Não seria não Fabi. Mas não estou entendendo o porquê da pergunta. Ah e isso depende da minha mãe também.
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Fabi: Já falei com ela e ela disse que por ela não tem problema. Bom é que vou falar com minha mãe e estou com medo que ela me expulse para fora de casa.
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Eu naquela hora entendi o motivo da pergunta. Eu tinha quase certeza que isso não aconteceria. Mas eu entendi sua aflição. Perguntei a ela porque e quando ela iria fazer isso. Ela disse que primeiro era porque provavelmente a mãe iria descobrir uma hora ou outra. E também porque não queria mais esconder de ninguém o que ela era. Principalmente agora que a gente iria ficar juntas. Ela disse que como eu era assumida, não queria me arrastar de volta pro armário. Fora que ela queria poder ficar comigo onde quisesse sem ser escondido. Ela falou que ia falar com sua mãe assim que voltasse para casa. Eu sinceramente achei ela bem corajosa e eu não iria deixar ela sozinha naquele momento. Me levantei e ofereci minhas mãos a ela e disse para ela levantar para a gente ir para casa dela. Ela arregalou os olhos. Eu disse que se ela quisesse eu iria com ela falar com sua mãe. Que provavelmente eu poderia ajudar
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Ela pegou minhas mãos e eu a ajudei a levantar. Ela me abraçou e disse obrigado no meu ouvido. Depois se afastou um pouco e falou que iria sim querer que eu fosse com ela falar com sua mãe. Ela disse que estava com muito medo e comigo ao seu lado ela iria se sentir bem mais segura. Ela pegou o lençol no chão e o dobrou. Pegou na minha mão e a gente seguiu para sua casa. Era hora de dizer a verdade a D° Sandra e rezar para ela aceitar numa boa. Eu não queria ver Fabi sofrer, mas o risco disso acontecer era enorme.
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Continua..
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Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper