Depois de completar um mês de trabalho eu e Kamila recebemos nosso primeiro pagamento. Fizemos uma compra para a gente passar o mês. Compramos quase tudo meio a conta certa, se caso faltasse algo a gente comprava, mas não queríamos comprar nada para desperdiçar. Pagamos as contas da casa e sobrou uma boa grana para mim e até Kamila que ganhava menos que eu um pouco sobrou com uma boa quantia. Como não pagávamos aluguel, era mais tranquilo. As coisas estavam indo bem no trabalho. Kamila parecia realmente diferente, até o momento ela estava agindo super bem. No trabalho para todos nós éramos namoradas. Como aquilo não me prejudicava em nada e de certa forma protegia Kamila, eu não desmenti. Beatriz resolveu ficar na lanchonete. Mesmo ganhando um pouco menos, ela preferiu por ficar mais perto de casa e ter um horário mais flexível.
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Beatriz agora além de me ajudar no caixa quando precisava cobrir minha folga, também ajudava o gerente com pedidos e pagamentos de fornecedores. Todo parte financeira da lanchonete era resolvida por eles. A lanchonete tinha uma conta no banco e todos os pagamentos eram feitos através de um cartão de crédito, pix ou transferência bancária. Tudo que entrava e saia era movimentado nesta conta. Assim Cibele poderia fiscalizar todo movimento financeiro da lanchonete. O dinheiro que entrava no caixa só passava na minha mão e na mão do office boy que vinha toda segunda e toda quinta para recolher e fazer o depósito. O gerente e a Beatriz poderiam pegar dinheiro no caixa em uma emergência, mas teriam que assinar um recibo. Nada saia do caixa sem eu saber. Isso foi uma das ordens da Cibele e claro que foram repassadas para o gerente e para Beatriz.
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Eu e Beatriz acabamos fortalecendo muito nossa amizade com o tempo. Eu já tinha gostado dela e depois que ela decidiu trabalhar na lanchonete, minha prima me ligou e me contou algumas coisas sobre ela. Além de descobrir que ela era lésbica, coisa que eu já tinha quase certeza, descobri também que ela era uma pessoa boa e confiável. Isso me deixou mais à vontade com ela. Eu fiquei mais tranquila para conversar com ela. Isso fez nossa amizade crescer e junto com isso ela e Kamila também se tornaram amigas. Mas eu sempre via que com Kamila a Beatriz ficava um pouco mais tímida. Notei também que aqueles olhares em direção a Beatriz continuavam. Mas resolvi não falar nada com nenhuma delas. Achei melhor eu deixar isso quieto por causa do falso namoro e porque tentar juntar alguém com Kamila não era uma boa ideia no momento.
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Depois de 2 meses tive meu primeiro problema no trabalho. O gerente em um belo dia veio puxar papo comigo. A gente nunca tinha conversado, era só um bom dia ou boa noite e pronto. Eu não precisava muito de ter contato com ele. Eu na verdade só precisava ter contato com Beatriz ali dentro, se tratando de trabalho. Mas eu conversava com algumas das outras meninas às vezes. Mas como eu tinha pouco contato com o pessoal, eu provavelmente era a que tinha menos amigos ali. Achei estranho ele vir puxar papo comigo, mas o tratei muito bem. Depois desse dia ele sempre vinha no caixa com um sorriso no rosto e conversava comigo um pouco.
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Mas isso tudo mudou em um sábado à noite. Henrique raramente ficava até fechar, ele conseguia resolver tudo mais cedo e não tinha motivos para ele ficar até muito tarde. Ele deixava a chave com um dos rapazes que trabalhava na cozinha, o rapaz fechava a lanchonete todos os dias. Provavelmente era um amigo dele de confiança. Bom, nesse sábado ainda tinha bastante movimento, mas Henrique tinha saído já a um bom tempo. Mas não sei por que motivo ele resolveu voltar. Ele entrou e veio direto no caixa.
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Henrique: Tamires eu vou precisar de mil reais em dinheiro. É uma emergência, você poderia pegar para mim por favor.
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Tamires: Infelizmente não, as cédulas maiores que tem aqui provavelmente dá pouco mais de 600 reais, o dinheiro menor não posso lhe arrumar porque se não posso ficar sem troco.
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Henrique: Que merda! Tudo bem, me arrumar as cédulas maiores que você tiver aí. Já deve ajudar.
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Eu juntei todas as cédulas maiores. Contei e deu pouco mais de 600 reais. Mesmo com o movimento grande entra pouco dinheiro em espécie, porque a maioria paga em pix ou com cartão. Depois de conferir a soma eu fui pegar o bloco de recibo.
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Henrique: Você poderia só me passar o dinheiro rápido. Estou com um pouco de pressa. Amanhã eu assino o recibo.
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Tamires: Infelizmente não posso fazer isso. O dinheiro só sai depois de você assinar o recibo.
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Henrique: Porra eu sou o gerente aqui garota.
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Tamires: São ordens da dona, não posso desobedecer. Se quiser ligar para ela para confirmar fique a vontade. E meu nome é Tamires Sr° Henrique, e não garota.
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Ele nem me respondeu, só fechou a cara e saiu xingando. Provavelmente ele estava me xingando, mas como não ouvi, deixei quieto. Continuei meu trabalho tranquilamente. Mas eu sabia que tinha arrumado um problema ali. Com certeza Henrique iria ficar com raiva de mim. Não deu outra, no outro dia minha prima me ligou cedo. Eu já imaginava o que era. Assim que atendi ele veio me contar que o Henrique tinha pedido para eu ser demitida. Que eu não tinha a mínima educação para lidar com as pessoas e fui totalmente mal educada com ele. Eu expliquei o que tinha acontecido. Minha prima disse que ele falou que o carro dele tinha estragado e ele precisou de um guincho para levar ele até uma oficina. Que ele foi pegar o dinheiro para isso e me disse que iria conversar com ele. Ficamos conversando por um tempo depois. Ela foi me contando algumas coisas e me contou que iria ter uma menina. Que no início não queria saber o sexo da criança, mas não aguentou de curiosidade e acabou pedindo sua médica para contar. Ela parecia estar feliz mas eu via uma tristeza na voz dela. Eu a conhecia bem o suficiente para notar isso.
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Kamila que estava deitada do meu lado acordou e perguntou com quem eu estava falando. Eu disse a ela que minha prima tinha me ligado e contei a ela o que tinha acontecido comigo e com o gerente. Ela pareceu não dar muita importância, na verdade acho que ela ainda estava meio dormindo. Ela demora a pôr o cérebro para funcionar de manhã. Achei melhor deixar aquele assunto para lá e levantei para cuidar da vida. A primeira coisa que fiz depois do café foi ligar para minha mãe para saber como ela e minha família estavam. Kamila resolveu ligar para a mãe dela também, as duas pareciam estar falando mais uma com a outra depois que Kamila veio para cá do que quando estavam morando dentro da mesma casa. Eu achava aquilo muito estranho.
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Quando chegamos no trabalho no domingo o que eu esperava aconteceu. Henrique me olhava com uma cara de ódio que dava até medo. Mas eu não estava nem aí. Ele que se dane, eu não tinha feito nada de errado. Continuei meu trabalho e evitei olhar para ele. Quando Beatriz chegou, veio direto no caixa e perguntou se eu estava bem. Eu disse que sim e perguntei o motivo da preocupação. Beatriz disse que Cibele tinha ligado para ela e contado do problema. Eu disse que eu estava bem e que Henrique estava com uma cara de ódio que era de dar medo. Conversamos mais um pouco e ela foi para o escritório do Henrique fazer seu trabalho. O dia correu normalmente, a noite chegou e com ela logo veio a hora de ir para casa.
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Assim que entramos Kamila me arrastou pro banheiro para a gente tomar banho. Ela estava muito carinhosa comigo. Trocamos uns beijos mas só isso. Do banheiro a gente foi direto para cama, na cama ela foi direto para o meio das minhas pernas. Ela parecia faminta, tinha uns 4 dias que a gente não transava e acho que ela estava com saudades, porque nem teve preliminares. E olha que nós duas amamos isso. Ela foi direto me chupando e bem gostoso. Ela sabia como usar aquela língua e logo gozei gostoso na sua boca. Ela nem esperou eu me recuperar e já encaixou suas pernas nas minhas e começou a esfregar sua menina na minha. Quando consegui abrir os olhos eu vi uma das cenas que mais gosto de ver. Kamila mexendo aquele corpo lindo entre minhas pernas, de olhos fechados e com uma expressão de prazer tomando conta do seu rosto. Ela se mexia com intensidade e logo senti seus líquidos escorrer entre minhas pernas. Ela deixou o corpo cair sobre o meu e eu pude ouvir sua respiração pesada.
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Depois de um tempo ela olhou para mim com uma carinha mais dengosa e perguntou porque a gente não podia namorar de verdade. Eu abri um sorriso e disse porque a gente já tinha tentado isso antes e não tinha dado certo. Ela fez uma carinha triste porque a lembrei de algo que ela não gosta. Eu não tenho mágoa dela por causa disso, mas ela ainda não sabe lidar com isso direito. Ela diz que foi o maior erro que ela já cometeu. Eu realmente queria concordar com ela, mas infelizmente acho que esse erro não chega nem perto de alguns outros. Eu a abracei e dei um beijo nela. Me desculpei por ter feito ela lembrar de algo ruim. Ela disse que estava tudo bem.
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Tamires: A gente não pode namorar de verdade porque nós não nos amamos assim. Eu amo você e é muito. Também sei que você me ama, mas como amigas. Se a gente tivesse que amar uma à outra a ponto de ficar juntas como um casal isso já teria acontecido. Isso não é culpa minha ou sua. Só não era para ser Ká.
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Kamila: Eu sei disso. Mas é que às vezes eu queria tanto que isso acontecesse. Tenho certeza que a gente seria feliz!
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Tamires: A gente seria sim. Muito feliz!
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Eu não queria prolongar aquele assunto para não deixar ela mais triste. Só concordei e fiquei ali fazendo carinho nela. Não demorou muito e ela dormiu. Eu levantei e fui tomar outro banho. Quando voltei, fui escrever um pouco. Kamila dormiu um pouco mais de uma hora e acordou meio sem saber onde estava. Quando ela se situou eu falei para ela ir tomar um banho para a gente dormir de vez. Ela reclamou mais foi. Quando voltou, grudou em mim e dormimos. Na segunda estávamos de folga as duas e ficamos em casa o dia todo. Kamila, que era quem mais gostava de sair, não quis sair. Disse que precisava descansar um pouco porque as pernas dela estavam precisando. Passamos a segunda igual um casal de namoradas reais. Foi muito gostoso por sinal.
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Os dias foram passando e nada mudou. Nem a cara de ódio do gerente pro meu lado. Eu só ignorava e seguia minha rotina de trabalho. Beatriz me falou que ele andou fazendo umas perguntas sobre mim. Mas ela se fez de boba e não falou nada relevante. Mas pelo jeito alguém falou e em uma tarde eu vi o que ele pretendia para se vingar de mim. Eu estava de boa no caixa quando escutei uma gargalhada. Quando olhei vi que era Kamila rindo de algo que Henrique falou. Ela estava de costas e quando eu olhei, ele me olhou e deu um sorriso bem cínico pro meu lado. Meu sangue ferveu na hora. Mas finge não ligar, virei para o outro lado e finge demência, mas eu sabia o tamanho do problema que aquilo poderia me causar.
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Continua..
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Criação: Forrest_gump
Revisão: Whisper