Acordei nos braços do Alysson. A noite passada havia sido intensa, como todas as vezes em que transávamos. Nossa química sexual era algo inegável, e não havia remorso por parte minha em relação ao Bernardo. Para mim, o que rolava entre o Alysson e eu era puramente físico. Tudo estava restrito ao desejo carnal, sem complicações sentimentais.
Depois de despertar, tomamos um banho juntos. Dessa vez, sem beijos ou carícias. Entre nós, era sempre assim: eu esperava que o Alysson tomasse a iniciativa, e as coisas só aconteciam no tempo dele. Quando ele queria, a faísca acendia, e eu simplesmente seguia o fluxo.
A semana do meu aniversário se aproximava, mas decidi não comemorar. Nunca fui muito de celebrar essa data, sempre achei que era apenas mais um dia. Só minha mãe sabia, e pedi a ela que não comentasse com ninguém. Não me sentia à vontade com festas, nunca tive grandes comemorações, e preferia que continuasse assim: uma data comum, sem alarde.
Voltei para a capital alguns dias depois, e a fábrica já estava quase finalizada. O Alysson viria no dia seguinte para inspecionar tudo, e em poucas semanas o local estaria 100% pronto. Começamos, então, o processo de contratação de pessoal para operar a fábrica. Uma das secretárias do Alysson ficou encarregada das entrevistas, e eu fui auxiliar, observando os candidatos e oferecendo minha opinião.
Depois de uma semana de entrevistas intensas, contratamos 10 mulheres e 18 homens. Entre esses novos funcionários, um deles chamou minha atenção de uma maneira diferente: Gustavo. A secretária não havia gostado muito da entrevista dele, mas eu insisti que o contratassem. Senti que ele tinha potencial... mas, se eu for honesto, meu interesse era outro.
Gustavo tinha 20 anos, 1,70 m de altura, pele morena, olhos cor de mel e um físico atlético que se destacava. Mas o que mais me atraía era a sua bunda. Ela era bem definida e inevitavelmente chamava minha atenção toda vez que ele andava. Quando a fábrica estivesse completamente operante, eu seria uma espécie de supervisor geral. Já conhecia o funcionamento da fábrica no Alto, então tinha uma boa noção de como liderar a equipe. O Alysson confiou esse cargo a mim, principalmente por eu ser "da família", o que causou certo desconforto entre os outros funcionários na fábrica do Alto. Mas esse era um detalhe que eu preferia não me aprofundar, pelo menos por enquanto.
Minha relação com o Bernardo ia bem, e enquanto eu estava na capital, eu ficava na casa dele. No entanto, com o tempo, comecei a me sentir como se estivesse incomodando, especialmente por causa da Claudia, a mãe do Bernardo e esposa do Alysson. Embora ela fosse sempre muito amável comigo e dissesse que eu era bem-vindo, eu nunca me senti completamente à vontade. Era como se, no fundo, eu estivesse invadindo um espaço que não era meu.
Essa sensação de desconforto me levou a pensar em ter um lugar só meu. O Caio também estava planejando se mudar para a capital, e chegou a passar pela minha cabeça a ideia de dividir um apartamento com ele. Mas, sendo realista, eu sabia que, se isso acontecesse, provavelmente acabaríamos transando quase todas as noites, e isso poderia complicar ainda mais a situação. Por isso, decidi que queria um espaço onde pudesse ficar tranquilo, sem preocupações, um lugar onde pudesse curtir o Bernardo sem interrupções, receber meus poucos amigos e, acima de tudo, ter um canto só meu.
Conversei com o Alysson sobre a ideia de procurar um apartamento para alugar. Ele me olhou com uma expressão meio intrigada e disse:
— Aconteceu alguma coisa aqui em casa? A Claudia te falou algo? Porque, sinceramente, não há necessidade de você procurar um lugar agora, Rafael. A casa está aberta para você.
Eu suspirei, tentando não parecer ingrato.
— Não, não, está tudo bem aqui. A Claudia sempre foi um amor comigo. Mas, sabe como é... eu sinto que preciso de um lugar só meu. Algo onde eu possa me sentir em casa de verdade, ter mais liberdade pra curtir o Bernardo ou simplesmente estar sozinho, sem depender de ninguém. Acho que está na hora.
Ele me observou por um momento, como se tentasse entender meus motivos além do que eu estava dizendo. Então, assentiu.
— Entendo. É uma boa ideia você ter seu espaço. Mas, olha, vou te passar o contato de uma corretora de confiança. Ela pode te mostrar algumas opções de apartamento pra alugar. E, quanto ao aluguel, não se preocupe. Eu vou te ajudar nos primeiros meses até você se estabilizar na fábrica.
Fiquei surpreso com a oferta. Sabia que o Alysson se preocupava comigo, mas não esperava que ele fosse se oferecer para ajudar financeiramente.
— Não precisa, tio. Eu posso me virar. Só quero encontrar algo simples,que dê pra me sustentar sozinho — respondi, tentando recusar educadamente.
Ele, no entanto, foi firme.
— Rafael, você é da família. E, como seu tio, é meu dever te ajudar. Não tem discussão. Além disso, quero que você se sinta confortável, sem essa pressão de ter que dar conta de tudo logo de cara. Eu fiz o que pude por mim, agora faço por você. Deixa que eu cuido disso.
Eu sorri, sentindo uma mistura de gratidão e leve desconforto. Sabia que o Alysson não fazia essas ofertas por obrigação, mas sim por um cuidado genuíno. Porém, a ideia de depender dele sempre me deixava um pouco inquieto.
No final, aceitei a ajuda dele, embora com certo receio. Eu sabia que essa relação de “tio e sobrinho” tinha fronteiras cada vez mais borradas entre nós, e essa sensação de estar sempre devendo algo a ele me incomodava. Mas, no fundo, eu sabia que ter um lugar só meu era o que eu realmente precisava naquele momento, mesmo que significasse aceitar ajuda e reforçar ainda mais nossa complexa dinâmica.
Naquela mesma semana, tive um encontro inesperado com o Silas. A Sofia estava com dificuldades em química e me pediu ajuda para estudar, já que precisava se recuperar na matéria. Claro, aceitei de imediato. Mas quando ela sugeriu que estudássemos em sua casa, senti um frio na barriga. Não era exatamente por causa da matéria, mas por ter que encontrar o Silas. Tentei convencê-la a estudarmos na casa do Bernardo, mas quando a Sofia queria algo, ela sempre dava um jeito de conseguir. Ela sabia conversar, persuadir, e claro, como minha irmã — embora ainda não soubesse disso —, eu sentia um carinho enorme por ela.
Chegando ao prédio, logo reconheci o lugar. Era o mesmo onde eu já havia ido para entregar os documentos que o Alysson me pedira. Aquele prédio espelhado com uma vista de tirar o fôlego para o mar, uma verdadeira obra-prima da arquitetura moderna. Quando entramos no apartamento, fiquei encantado com o que vi. O lugar era deslumbrante. Pisos de mármore branco se estendiam por todo o ambiente, refletindo a luz natural que entrava pelas amplas janelas de vidro, que iam do chão ao teto, revelando uma vista espetacular do oceano. Cada canto parecia ter sido projetado com precisão, desde os móveis minimalistas em tons neutros até as obras de arte abstrata que adornavam as paredes. As poltronas em couro creme, as estantes repletas de livros de capa dura impecavelmente organizados, e o piano de cauda preto no canto da sala — tudo gritava sofisticação e riqueza. Havia uma mesa de jantar de madeira maciça ao lado de uma cozinha aberta e moderna, com eletrodomésticos de última geração e luminárias pendentes douradas.
— Vamos estudar aqui na mesa — Sofia disse, com seu jeito decidido e alegre. — Vou pegar minhas coisas no quarto, aceita alguma coisa? Um suco, uma água? — ela perguntou com um sorriso radiante, que parecia iluminar ainda mais o ambiente.
— Não, estou tranquilo, obrigado — respondi, ainda admirando a grandiosidade do lugar. Eu não conseguia deixar de pensar no quanto tudo ali parecia perfeito.
Ela voltou rapidamente, carregando seus cadernos e o livro de química, com um ar de leve ansiedade misturado à sua euforia característica.
— Pronto, vamos começar! — disse ela, se acomodando na cadeira e abrindo o livro.
Ela começou a me explicar suas dúvidas. O tópico era sobre ligações covalentes e iônicas, um assunto que ela estava tendo dificuldade em entender.
— Então, Rafa, eu não consigo entender direito como essas ligações funcionam. Tipo, eu sei que tem a ver com os átomos, elétrons e tal, mas não faço ideia de como distinguir uma ligação covalente de uma iônica — ela confessou, com um sorriso levemente embaraçado.
Sorri de volta e comecei a explicar de uma forma que ela pudesse entender facilmente, sem muitos termos técnicos.
— Sofia, pensa assim: as ligações químicas são como relacionamentos. Nos relacionamentos, algumas pessoas preferem compartilhar as coisas, enquanto outras preferem entregar tudo de uma vez. Nas ligações covalentes, os átomos 'compartilham' elétrons, é como se eles dissessem: 'vamos dividir para ficarmos estáveis'. Isso acontece muito entre átomos não metálicos. Já nas ligações iônicas, um átomo 'doa' seus elétrons para outro, como se dissesse: 'toma aqui, tudo meu é teu'. Isso geralmente acontece entre um metal e um não-metal. Então, se os átomos estão compartilhando, é covalente. Se um está doando e o outro recebendo, é iônica."
Sofia inclinou a cabeça, absorvendo a explicação.
— Ah, faz sentido! Tipo, nas covalentes, eles meio que são 'amigos', dividem as coisas, mas nas iônicas é mais como um 'presentão' de um para o outro, né? — ela brincou, dando uma risadinha.
— Exato! — concordei, rindo também. — Agora, um exemplo fácil: na água, que é H2O, temos ligações covalentes, porque o oxigênio e o hidrogênio estão compartilhando os elétrons. Já no sal de cozinha, que é NaCl, temos uma ligação iônica, porque o sódio doa um elétron para o cloro.
— Uau, agora ficou bem mais claro! — Sofia disse, me olhando com gratidão. — Achei que nunca ia entender esse negócio!
— Viu? Não é tão difícil. Só precisa de uma perspectiva diferente — disse, sorrindo.
A Sofia parecia aliviada por finalmente estar entendendo, e seu entusiasmo sempre me contagiava. Apesar de ser alguns anos mais nova, sua energia era cativante. A gente continuou estudando, e enquanto eu explicava outros pontos, como eletronegatividade e polaridade das moléculas, percebi que ela estava realmente determinada a aprender.
O tempo passou rápido, e quando terminamos, Sofia olhou para mim com um sorriso largo.
— Rafa, você é um ótimo professor! De verdade, não sei o que teria feito sem sua ajuda hoje — disse ela, eufórica, enquanto arrumava os cadernos.
— Que isso, você é esperta, só precisava de uma explicação mais prática — respondi, com um carinho genuíno pela irmã que, embora ainda não soubesse, ocupava um lugar especial no meu coração.
Rafa, sem querer abusar, mas eu queria tirar outras dúvidas de biologia... é coisa rápida — Sofia disse, com aquele jeitinho animado, e eu não consegui dizer não.
— Claro, tenho tempo — respondi, sorrindo. Foi então que, assim que falei, a porta se abriu e o que eu mais temia aconteceu. Silas entrou no apartamento. Meu corpo tensionou por um momento, mas tentei disfarçar.
— Boa tarde — disse ele, lançando um olhar rápido para mim e depois beijando a cabeça de Sofia com carinho.
— Boa tarde — respondi, mantendo as aparências. Sofia, alheia a toda a história entre mim e Silas, apenas sorriu, animada como sempre.
— Estamos estudando química — ela disse, com entusiasmo. — O Rafa me ensinou bastante coisa, e agora ele vai tirar umas dúvidas de biologia.
Olhei para o Silas e sorri, tentando quebrar o gelo. Para minha surpresa, aquele momento não foi tão carregado como eu imaginei que seria. Pela primeira vez, eu não senti aquela tensão avassaladora entre nós. Sim, ainda havia muitas coisas não resolvidas, muito não dito, mas parecia que estávamos, de alguma forma a trégua estava sendo cumprida. Não sabia quando teríamos a conversa que precisávamos, mas naquele instante, decidi deixar as coisas fluírem naturalmente.
Silas assentiu, como se estivesse aliviado por ver que o clima era, pelo menos por ora, tranquilo. Ele foi para o quarto trocar de roupa, e pouco tempo depois voltou, agora vestindo algo mais casual, típico para ficar em casa.
— Vocês estão com fome? — perguntou ele, indo até a cozinha. — Estou pensando em preparar uma massa para o jantar, o que acham?
Antes que eu pudesse responder, Sofia se adiantou.
— Claro que o Rafa vai jantar com a gente, pai! — disse ela, quase me intimando com o olhar. — Quando o papai cozinha é algo especial, Rafa. Ele ama cozinhar, mas não faz isso sempre. Você não pode recusar! — Ela falava com tanto entusiasmo que me senti desarmado.
Sorri, meio sem jeito. Não conseguia negar nada para minha irmã, e além disso, o convite do Silas parecia uma pequena vitória para ele. Um gesto para tentar, talvez, construir algum tipo de convivência entre nós.
— Tudo bem, aceito o convite — disse, ainda um pouco desconfortável, mas tentando demonstrar boa vontade.
Silas sorriu, como se estivesse satisfeito com a minha resposta. Havia uma certa suavidade em seu olhar, um alívio talvez. Mesmo que o caminho ainda fosse incerto, aquilo era um pequeno passo.
Continuamos estudando, e então meu celular tocou. Era o Bernardo.
— Oi, amor. Estou aqui com a Sofia, ainda estamos estudando — expliquei, rapidamente, antes que Sofia me interrompesse, pegando o telefone da minha mão com aquele entusiasmo característico dela.
— Primo lindo do meu coração! — Sofia gritou, do outro lado da linha, animada como sempre. — O papai vai fazer aquela massa especial hoje. Que tal você vir jantar aqui também? Assim matamos a saudade, e eu ainda te conto os babados novos! — Sofia riu, dizendo a última parte em voz mais baixa, como se fosse um segredo que o pai não podia ouvir.
Eu ri também, achando graça de toda a situação. Do outro lado, ouvi Bernardo concordar.
— Tá bom, prima, vou sim — ele respondeu. — Vou de Uber e depois volto com o Rafa. Ele está de carro, né?
— Sim, estou — confirmei, voltando a pegar o telefone.
— Perfeito. Chego aí em breve — ele disse, antes de desligar.
Sofia parecia ainda mais animada agora, com o jantar prometido e a perspectiva de passar a noite com as pessoas que ela amava. E, por mais estranho que fosse, eu também me sentia mais leve. Talvez aquela noite fosse o início de algo diferente, algo que eu não sabia que precisava, mas que, de certa forma, estava acontecendo naturalmente.
O cheiro delicioso de massa tomava conta da cozinha, e quando senti minha barriga roncar, Sofia não segurou o riso.
— Alguém aqui está com fome! — disse ela, zombando de mim enquanto arrumava os livros e guardava o material que usávamos para o estudo. Quando Sofia saiu da sala para levar as coisas ao quarto, Silas entrou discretamente e, vendo que estávamos sozinhos, fez o que parecia ser um esforço para falar comigo.
— Obrigado por ajudar a Sofia com os estudos — ele começou, com uma expressão mais séria. Fez uma pausa, e senti o peso do que estava por vir. — Eu não tenho muito o que dizer desde nosso último encontro. Mas saiba que estou respeitando seu tempo. Quando quiser conversar, estarei por aqui.
O silêncio pairou entre nós por alguns segundos. Eu sabia que ele estava sendo sincero, mas eu simplesmente não tinha resposta para dar. Esbocei um sorriso amarelo, tentando suavizar a tensão, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Sofia voltou para a sala, interrompendo a troca de olhares. Por dentro, eu estava aliviado.
Ficamos vendo TV enquanto o Silas, com a ajuda de uma das empregadas, terminava de ajeitar a mesa para o jantar. Pouco depois, Bernardo chegou, trazendo consigo aquela presença leve que sempre me deixava mais à vontade. Ele se sentou ao meu lado, e Sofia rapidamente o incluiu na conversa. Passamos um tempo vendo clipes e rindo de algumas piadas até que Silas nos chamou para jantar.
A mesa estava impecável, como todo o resto naquela casa. A conversa fluiu de maneira surpreendentemente agradável, sem tensões visíveis. No entanto, algo me chamou a atenção: a ausência de Yves. A casa parecia... mais tranquila.
Foi então que Bernardo, como se lesse meus pensamentos, perguntou:
— Tio, cadê a tia? Não tá em casa?
Silas levantou os olhos do prato e respondeu com calma:
— Não, ela viajou. Está em um congresso e decidiu emendar com umas férias. Vai ficar fora por duas semanas.
Bernardo esboçou um sorriso meio travesso e um olhar para o Silas, mas eu sabia que ele nunca gostou muito de Yves, e a ausência dela parecia deixá-lo mais à vontade, assim como a mim. Aquilo quase me fez rir, mas me contive.
Continuamos com a refeição, e a comida estava realmente incrível. Silas parecia no controle da situação, e o clima estava tão leve que, por um momento, esqueci das complicações entre nós. Estávamos apenas desfrutando daquele raro momento de paz.
Foi quando meu celular tocou. Era a corretora. Atendi rapidamente, e ela disse que tinha encontrado um apartamento muito bom e perguntou se eu poderia ir vê-lo naquele momento. Concordei e avisei que estaria lá em 30 minutos. Assim que desliguei, Bernardo, curioso, perguntou:
— Quem era?
— Era a corretora — respondi casualmente, mas percebi uma leve mudança na expressão dele. — Eu tô procurando um lugar pra morar sozinho.
O rosto de Bernardo se contraiu por um segundo, como se ele não esperasse essa revelação.
— Como assim? — ele perguntou, surpreso.
— É só que... eu preciso de um espaço meu, sabe? Algo pequeno, só pra mim — tentei explicar, percebendo que a notícia o pegou desprevenido. — Mas eu te explico melhor depois.
Silas, sempre observador, aproveitou o momento.
— Se você quiser, eu tenho um apartamento vazio. Ele está quase pronto, terminando de reformar. Você pode morar lá, e a gente acerta um valor simbólico, nada muito caro — sugeriu ele, sem muita cerimônia.
Sabia que ele estava tentando ajudar, mas também sabia que aceitar algo assim do Silas era complicado, dadas as circunstâncias. Não era apenas sobre um lugar para morar.
— Valeu, mas vou dar uma olhada nesse que a corretora encontrou. Se não der certo, eu te falo — respondi educadamente, sem fechar portas, mas deixando claro que preferia ter outra opção.
Nos despedimos pouco tempo depois. Agradeci o jantar com sinceridade.
— Estava tudo delicioso, Silas. Obrigado.
— Fico feliz que tenha gostado — ele respondeu com um sorriso.
Saímos eu e Bernardo para ver o apartamento, e enquanto descíamos no elevador, ele ficou em silêncio por um tempo, como se processasse a ideia de eu sair da casa dele. Sabia que precisaria ter essa conversa com ele logo, mas isso ficaria para depois. Primeiro, o apartamento.