Afeto - Parte 03

Um conto erótico de Marcelo Foppe
Categoria: Homossexual
Contém 1501 palavras
Data: 24/10/2024 07:27:42
Última revisão: 25/10/2024 09:36:50

Nestor caminha ao lado direito do seu amigo. Percebe que o dedo anelar carrega parte da viscosidade que estampava a roupa dele.

Ambos caminham paralelamente, a passos largos e rápidos, como se quisessem definir algo com bastante precisão. O som das pegadas sobres as britas ressoavam, contudo, não impedia de ouvir o ronco do estômago do Nestor.

- Ta na larica, Rpz? Questiona Vitor.

- Não… (soluço), bebi demais…

- Rabo cheio, então… Replica Vitor.

Nestor em resposta, arrota e assopra para o seu rosto. O mesmo se inclina, mas as vestes apertam ainda mais.

Nestor ri da situação pressionando levemente a cabeça da pica, enquanto caminha. No estágio em que estão, tudo que naturalmente os expeliam tornavam-se gatilhos e pretexto para toques intencionalmente emocionais; o aroma do hálito fermentado e ácido, diante do teor alcoólico; o suor - com notas de mar - agiram como feromônios que escapavam com a passagem do vento; as virilhas eram depósitos de expectativas…

Ambos avistam a cena, Anderson escorado na cadeira, com a cabeça tombada para trás em profundo e intenso sono. Era visível que, caso seguisse, um acidente inevitavelmente aconteceria.

- Man, você está bem? Pergunta Nestor.

- Ham? Aham… responde Anderson em susto. Tô… tô sim…

- Porra nenhuma! reverbera Vitor é completa: bora! Vamos tomar uma chuveirada, comer alguma coisa e te pedimos um Uber.

Anderson, não esboçava reação. Completamente vulnerável, os amigos o carregam para o chuveiro. Pesado e escorregadio, atravessam a praça de alimentação até o vestiário com dificuldade. Ao lado direito, Anderson apoiava-se em Nestor e à sua esquerda, com Vítor, mantendo os braços envoltos nos dois e eles apoiavam-o com os respectivos braços nas suas costas.

Ao longo do percurso, Vitor, que estava sem camisa, conseguia sentir, através da camisa de malha, as costelas rígidas e macias de Nestor. Já Nestor, eletriza-se com o contado de parte da base dos dedos direitos dedos com a pelugem molhada da axilar de Vitor (um círculo escuro resplandecia na bermuda de Nestor).

Ao caminhar, Anderson tropeça, desequilibrando os três; Nestor, acidentalmente sobe a mão até a axila, umedecendo-a. Vitor, não imaginava que a ausência de consciência poderia interferir tanto no peso corpóreo.

Diante do esforço e para aliviado de todos, Vitor abre a porta com o pé e adentra lateralmente ao vestuário; com cuidado, afasta-se da parede que garante o sigilo anterior, que divide espaço com o cesto de lixo e uma balança digital, a qual fica acostada a um armário embutido na cor cinza, que limita, ainda mais, o campo de visão de qualquer curioso.

Os rapazes seguem e viram a esquerda, acomodando Anderson ao longo do banco.

Nestor ajusta-se, agora, sem qualquer reflexo de prazer, ajeita-se e pede para Anderson tirar a roupa com o fito em banhá-lo. Enquanto isso, Anderson desloca-se ao armário; procura algum que não estava trancado, pega duas toalhas e sabonete líquido, que é usado para abastecer os dispensers que estão acomodados nas pias dos banheiros.

Anderson, com dificuldade tira a camisa e sem qualquer pudor, baixa por completo o calção e o short, revelando os glúteos de poucos pelos. Nestor assiste a cena inusitada que discorre em câmera lenta. Anderson com a pica murcha e escroto baixo, caminha cambaleante ao chuveiro, ao passo que o cheiro de virilha e cú, sobem. Nestor, apoia-o, segurando no braço. Victor - que retorna - assiste a cena sem qualquer frisson.

- Como ele está? Questiona Vitor.

- Tá aí!

- Peguei toalha e sabão… Cabeça, toma aqui o sabão. Lava esse cu veio. Fala Vitor.

De costas e já molhado com a água morna do chuveiro que, paulatinamente, faz emergir o vapor, Anderson tenta apanhar o líquido, mas a precisão estava comprometida, Nestor apanha o vasilhame e acomoda-o sob a saboneteira.

A rebarba dos pingos de água transluz o tecido da camisa de Nestor que, lentamente, amálgama-se ao seu corpo como uma segunda pele, revelando o rubro dos seus mamilos, os quais destacam-se diante dos pelos lisos e escuros. É visível que -há muito- o que fora curiosidade transmutou-se em um instinto de cópula. Vitor, subitamente sai, ao perceber que Nestor cuida paternalmente do amigo. Observando que estava só, afrouxa o cordão, abre, como cuidado o calção, tira a cueca, escondendo-a na atrás da primeira porta que vê, deixando assim, livre as suas intimidades, as quais, são “escondidas” pela flexibilidade do tecido sintético, mas que deixam evidenciar - com precisão - os seus contornos.

O ambiente que mistura o cheiro úmido de detergente, começa a turvar-se diante do vapor do banho de Anderson. Arrastando as sandálias, Vitor aproxima-se tocando o seu instrumento, bobo e estendido. E aí? Tomou banho de tabela?

Porra, fale não! Responde Nestor retirando a camisa, revelando o dorso.

O ato de Nestor reflete em Vitor. O ar expira quente das suas narinas e os seus olhos percorrem o corpo dele molhado até a região íntima de Nestor, que expõem parte da sua púbis. Agora, tudo que estava oculto, aponta-se em campanha.

Nestor aquieta, diante da resposta silenciosa de Vitor.

- Porra é essa? Retruca Nestor em tom íntimo e baixo.

Vitor nada responde, apenas baixa o seu instrumento escondido pelo short, que gangorra e pulsa no mesmo lugar. Vitor sorri.

Nestor não se inibe e mostra-se movimentando-se o seu em estágio de semi rigidez, mas embevecido com o próprio muco.

Diante do que vê, o corpo de Vitor não esconde as suas vontades, em reflexo, o hálito pesa, o foco centra-se; os arredores silenciam, um vácuo instala-se naquele instante hipnótico. O rubro da terminação do falo e os pelos escuros que contrastam com a pele clara de Nestor, embaçam a visão de Vitor, que saliva.

Nestor, percebe o corpo aquecer, a ocasião furtiva e inesperada estimula-o, ainda mais; o que era medo, torna-se coragem, o que desanima, amina, o que estava cálido e merge-se, mas o que estava tonto, hasteia-se como um canhão, pronto ao ataque. - Chupa. verdabiliza.

Vítor ao comando despe-se e ajoelha, imergindo aos meios de Nestor. Em desequilíbrio, mas apoiado com uma das mãos, este apoia-se na parede. Vitor percorre toda a púbis pressionando o nariz entre o saco e a virilha, transpassando o rosto de um lado para outro, enquanto os lábios colidem com a rugosidade do escroto (alopécico). Vitor carimba-se com o que exala dele.

O êxtase arrebatou o invadido. Nestor, em inspiração profunda e ríspida, com os lábios entreabertos, observa e apoia-se com as mãos sobre a cabeça de Vitor enquanto equilibra-se na ponta dos pés e com as nádegas contra a parede do banheiro. Ele está encurralado.

Vitor, com a mão direita, hasteia-o como standard enquanto o muco de Nestor, banha-o; mão esquerda busca enterrar na fenda dele; apenas a cueca e o tecido sintético são limites para aquela investida excitante e caótica.

A pica de Vitor, revela-se entre a perna esquerda da bermuda, o líquido pré seminal escorre. O odor doce e as texturas da pélvis de Nestor aguçam, ainda mais, os seus sentidos. Em frente aos testículos, ele afunda o rosto, a mistura de prazer e desconforto, apanha subitamente Nestor, mas, pelos e fluidos de Nestor, hipnotiza Vitor, que carimba-se em cada perímetro.

A submissão do ato, acrescido pela coragem, e intensificado pelo fetiche, suplanta qualquer freio inibitório. Ambos, encontravam-se imersos nos íntimos desejos, enquanto isso, Anderson mantinha-se preso nas próprias sinapses ao passo que urinava e obrava - em pé- no chuveiro, diante do alto teor alcoólico.

Uma sensação gélida e excitante arrebata Nestor; Vitor solveo-o com a língua, sugando o seu escroto, de igual sorte como alguém que saboreia uma pele de galinha bem preparada; subitamente, Vitor engole um; mama, como quem saboreia uma jabuticaba e abocanha o outro, levanto Nestor a loucura, já com as mãos nos flancos. A variedade de estímulos promovidos pelo oral e masturbação, erupe uma energia nunca sentida, que percorre-o abaixo da barriga e na parte interna do umbigo - um choque frio - mas eletrizante ao ponto de tirá-lo do equilíbrio.

Vitor, delia-se como um prato de bastante sabor, o choque do frescor da saliva como a baixa temperatura do ambiente, anestesia o seu corpo. Vitor repara que os dedos estão viscosos, o cheiro salgado o atraia; ele solta o falo para alimentar-se como aquele muco. Nestor está ofegante e surpreso com tudo que sente, nem a própria mulher tinha tanta fome dele. Nestor arregala os olhos, incrédulos; Vitor o engole, alimentando-se como um bezerro que força a natureza para obter o suco vital. Tamanha a habilidade de Vitor que Nestor não sente os dentes, apenas, a maciez úmida da sua garganta; relaxado, Nestor escapa-se - em silêncio- mas o cheiro não paralisa nenhum, pelo contrário, ateia, ainda mais, a chama da volúpia. Vitor, que estava de cócoras a solvê-lo, alivia-se com um mais estrondoso, e sorri, olhando Nestor de frente com a pica, embalada na sua boca e bastante umedecida.

Nestor, ofegante de prazer o acompanha com um sorriso largo e furtivo, apanhando-o pela cabeça e conduzindo aquela valsa peculiar, afundando-se com rispidez na garganta do consorte, a ponto dele engasgar. Repete o movimento, projetando e tirando da boca de Vitor, prestes a (continua)…

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Foto de perfil de Marcelo FoppeMarcelo FoppeContos: 12Seguidores: 15Seguindo: 5Mensagem Entusiasta de situações cotidianas. E-mail: marcelofoppe2801@gmail.com Instagram: marcelo_foppe X: MarceloFoppe

Comentários

Foto de perfil de Jota_

Seus textos são sempre tão sensoriais! Delícia

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Foto de perfil de Tito JC

Muito bom! Tão quente que o leitor consegue sentir o vapor do chuveiro... ⭐⭐⭐

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