CAPÍTULO 04
Aquela frase muito conhecida de que a primeira impressão é a que fica não podia ser aplicada quando se referia à Milena Penaforte.
Com dezenove anos, loira com os cabelos lisos e abaixo dos ombros, um metro e sessenta e oito de altura e cinquenta e quatro quilos, olhos verdes e sempre com uma expressão suave em seu lindo rosto era meiga e simpática ao lidar com as pessoas. Sempre demonstrando uma educação que chamava a atenção em virtude de sua idade, ela cativava as pessoas com sua facilidade em se comunicar, seu sorriso também meigo e sua voz suave e sempre em tom baixo.
Tudo isso, entretanto, caia por terra depois de algumas horas de convívio. Ela era manipuladora, gostava de ficar no comando e tinha um comportamento péssimo, E usava todas as armas que conhecia, e a cada dia ia adquirindo mais, para deixar seu pai desconcertado, agindo como se estivesse em uma cruzada para punir o velho Ernesto por ter afasto a ela e ao seu irmão do convívio com a mãe, pois quando criança, logo depois que seu pai fugiu da justiça dos Estados Unidos.
Milena entregou sua virgindade a um segurança, com idade de ser seu pai e sem nenhuma importância na hierarquia da organização da família, antes de completar os quinze anos de idade. Ela teve um orgasmo intenso ao sentir sua xoxotinha sendo invadida por um pau grande e grosso, mas sua maior felicidade foi quando percebeu que seu pai ficou possesso ao descobrir essa sua aventura. Assim ela uniu a sua sexualidade ao desejo de atingir ao pai de alguma maneira e se tornou, desde cedo, uma garota devassa que, usava sua meiguice para atrair homens para a sua cama e depois os descartava sem vacilar.
Muitos ossos foram quebrados e um número igual de homens que trabalhavam para o Ernesto e fizeram hora extra na cama de sua filha tiveram que abandonar a ilha.
A única coisa que abalou Milena foi quando ela conseguiu foder com um dos homens que pertencia ao círculo restrito de Ernesto, sendo, portanto considerado um homem de confiança. Ele era um dos quatro que conheciam sua verdadeira identidade e por isso não podia simplesmente ser expulso da ilha e a solução encontrada foi aquela que os mafiosos usam para se livrar de seus desafetos. O homem nunca mais foi visto e pareceu até que ele tinha sumido no ar, enquanto, na verdade, ele tinha sumido sim, mas nas águas profundas do mar que banha a ilha.
Milena, que não nutria nenhum sentimento pelo segurança, quando soube de seu sumiço desconfiou que dessa vez algo grave tivesse acontecido e pela primeira vez demonstrou algum tipo de sentimento ao chorar por ele. Mas sua tristeza não durou muito e logo começou a usar o caso para irritar ao pai, pois ao ter suas suspeitas confirmadas depois de ouvir uma conversa entre dois seguranças, ela invadiu a sua sala e gritou com ele por vários minutos e, não bastasse isso, quando recuperou a calma informou a todos que iria usar luto por um ano em virtude do assassinato do grande amor de sua vida.
Nessa altura o Ernesto já estava meio que vacinado com os chiliques de Milena e deu ordens para que a deixassem fazer o que bem entendesse. Ela então passou a vestir roupas pretas e sóbrias, mas como não tinha a força de vontade necessária para manter uma birra por muito tempo, logo se entregou às delícias de usar seus minúsculos biquínis na praia e roupas extravagantes nos demais locais. Também tinha o fator sexo que, por não aguentar ficar sem, voltou a atrair homens para sua cama.
O comportamento de Milena, com relação aos homens, seguia um padrão. Os jovens da ilha eram atraídos e assumiam o papel de namorado e ela os seduzia, sendo responsável por isso pela primeira vez de muito deles. Mas logo se desfazia deles e o seu recorde de tempo foi um namoro que durou dois meses e vinte e oito dias. Enquanto isso, namorando ou não, ela se ocupava em transar com homens mais velhos. Sejam eles seguranças de seu pai, algum comerciante da ilha e até mesmo os pescadores.
Era o tipo de coisa que todos na ilha sabiam que acontecia, mas ninguém comentava. Ernesto podia não ter se apresentado àquele povo como o perigoso mafioso que era, porém, algumas atitudes suas foram suficientes para que ninguém o contrariasse abertamente. Quanto às mulheres, pois ela se dizia bissexual, estava ficando mais difícil, pois o povo simples que vivia naquela ilha viam tal prática como algo deplorável e mantinham suas filhas constantemente vigiadas. Isso sem falar que o castigo aplicado em algumas que se entregaram aos caprichos de Milena ao serem descobertas, servia como um aviso para as mulheres dali.
Havia outra coisa que causava problemas para Ernesto com relação ao comportamento de Milena, que era o fato dela levar muito a sério a frase de que os amigos dos meus inimigos são meus inimigos. Sendo assim, ela infernizava a vida de todos que se aproximavam de seu pai e os seguranças mais próximos dele eram suas principais vítimas. Muitos tentaram abandonar a ilha por causa disso, mas sendo pessoas que conheciam a verdadeira identidade de Ernesto, eram proibidas de fazer isso.
A única pessoa que ela respeitava era Na-Hi, uma coreana que assumiu as funções de segurança pessoal de Ernesto quando o homem que ocupava esse cargo foi vítima de um acidente. Em um dia de folga ele resolveu explorar a ilha e em seu roteiro estava a prática de alpinismo. Alguma coisa deu errada e ele caiu de uma altura de cento e trinta metros, tendo morte instantânea. Milena, embora detestasse a vítima, fez questão de acusar o pai alegando que o Ernesto dera um jeito de se livrar de mais um.
Na-Hi, logo que chegou à ilha e assumiu as funções de segurança pessoal de Ernesto, foi vítima do descrédito geral. Ninguém podia acreditar que aquela garota, com um metro e cinquenta e cinco de altura e pesando quarenta e oito quilos, magra e com aparência ainda pior porque seus seios eram quase que infantis, pudesse enfrentar homens que com frequência pesariam o dobro de seu peso em uma luta. Não foi necessário que houvesse alguma tentativa contra seu patrão para que ele pudesse provar o contrário. Em vez disso, ela fazia questão de treinar com os demais seguranças e nesses treinos derrotou a todos. A garota, que qualquer um diria estar com dezessete anos, na verdade tinha vinte e nove e sua aparência de frágil e imatura era algo que ela usava muito bem para surpreender aos seus adversários. Ela era uma especialista em artes marciais.
Logo que ela chegou a Milena já começou com as hostilidades contra ela. De nada adiantou. Na-Hi fez duas tentativas de se aproximar dela e, sendo rechaçada nas duas, usou a tática de agir como se a Milena fosse invisível. Não tinha nada que a filha do chefão dissesse que a afetava. Ofensa, advertências e até mesmo elogios não fizeram com que a coreana voltasse a dar atenção à dondoca.
Não é preciso dizer que o Ernesto adorou isso. Para ele, sua funcionária tinha conseguido exercer algum controle sobre Milena sem precisar usar ameaças ou qualquer tipo de autoridade. O que ele não sabia era que, na única vez que sua filha tentou agredir à Na-Hi, ela foi atirada ao chão e com a velocidade de um raio a mulher estava com os joelhos sobre o peito da outra e falou com uma voz firme:
– Você pode ser filha do patrão, mas ninguém, ninguém mesmo, toca em mim se eu não permitir. Tente isso de novo e você vai desejar nunca ter me conhecido.
Milena ainda tentou exigir que seu pai dispensasse os serviços de Na-Hi, mas como sem revelar o motivo, porque em seu egocentrismo, achava que o pai a condenaria por ter atacado à filha do chefão. Mas o Ernesto já tinha sido informado do episódio pela própria Na-Hi que, além de relatar o ocorrido, informou que estava colocando seu cargo à disposição, Ernesto não só se recusou a aceitar o pedido de demissão da segurança, como disse a ela que compreendia o que ela tinha feito, pois ele mesmo se pudesse, já teria dado alguns corretivos na filha. Milena, ao saber que não ficaria livre de Na-Hi, brigou com seu pai e decretou greve de fome, o que de nada adiantou. Seu pai a conhecia e chegou a comentar com seu secretário particular que, se ela não tinha conseguido sequer cumprir a promessa de guardar luto de um ano, imagine então ficar sem comer. Ele estava certo e, embora diante dos outros a Milena se recusasse a comer qualquer coisa, ela contrabandeava alimentos para seu quarto onde se alimentava sem que ninguém visse.
Naquela época a Milena tinha outro assunto para reclamar de seu pai. O que acontecia era que o seu irmão estava sempre viajando enquanto ela era proibida de sair da ilha. Junior viajava com passaporte falso, já conhecia várias capitais da Europa e da Ásia, mas a sua cidade preferida era Paris. Ninguém conseguia entender porque ele não se mudava logo para a Capital da França, uma cidade que ele visitava pelo menos duas vezes a cada ano e era lá que ele se encontrava no momento, pois tinha viajado dois meses depois do casamento do pai e já fazia mais de um mês que estava fora.
Nessa última viagem, ele mandou um telegrama para o seu pai dizendo que, quando retornasse, levaria com ele uma grande surpresa, o que o Ernesto não deu atenção alguma, pois seu filho não era do tipo de pessoa que conseguisse pensar por conta própria e com isso seu pai achou que o que ele chamava de surpresa era algo sem importância nenhuma.
Essa era a postura de Ernesto em relação aos seus dois filhos. Enquanto seu relacionamento com a filha estava sempre no limiar de uma batalha, o filho fazia de tudo para deixar o pai satisfeito. Acontece que o rapaz não era firme em suas decisões, sempre deixava as difíceis a cargo de um ou outro empregado e seu pai, depois de tentar que ele ocupasse um lugar na organização logo desistiu, pois qualquer tarefa que ficava ao seu cargo acabava fracassando. E o pior de tudo era que, ao se convencer que o filho era incapaz e jamais o substituiria, começou a sentir um enorme desprezo pelo rapaz. Desprezo esse que ele não conseguia disfarçar e, talvez tenha sido esse o fato do Junior ter se decidido se ausentar da ilha.
Depois que Milena completou dezoito anos o relacionamento entre o pai e a filha ficou mais próximo de algo considerado normal. Junior, cansado do desprezo do pai e apaixonado por automobilismo decidiu acompanhar todas as corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1 e raramente aparecia na ilha. Quando fazia, era por um período de uma semana e partia novamente. Já Milena, depois que seu pai passou a demonstrar que não se importava mais com o comportamento dela, resolveu amenizar as implicâncias que tinha de Ernesto e o deixou em paz. A única coisa que ela não deixou de fazer foi a de ser uma conquistadora. Ela não perdia a oportunidade de fazer com que alguém que ainda não tivesse tido a oportunidade de transar com ela e começava seu joguinho para conquistar sua presa. Isso deu a Ernesto a certeza de que ela não agia como a puta que era apenas para atingir a ele. Ela era sim uma ninfomaníaca que adorava praticar o sexo e usava isso como uma arma contra Ernesto, porém, quando o deixou em paz, ela não conseguiu se conter e continuou abrindo suas lindas pernas para quem a desejasse e tivesse a coragem de foder a filha do homem mais poderoso daquele lugar.
Nem mesmo quando foram contar para o Ernesto que Milena tinha passado para um patamar superior, pois se tornara frequente ela levar mais de um homem para sua cama, chegando até mesmo a levar quatro pescadores que a foderam durante toda uma tarde, ele se mostrou incomodado. Na verdade, ele ficou mesmo com raiva da pessoa que veio lhe contar e teve que se controlar para não matar o mensageiro.
E foi justamente quando tudo indicava que a paz ia reinar na família que aconteceu Pâmela.
A primeira reação de Milena foi a de zombar do pai. Ela dizia que não tinha cabimento um velho em uma cadeira de rodas estar todo meloso e apaixonado e que sua nova esposa o faria de gato e sapato. Depois, começou a implicar com Pâmela na intenção que essa fosse reclamar com o pai, este viesse chamar a atenção dela e assim iniciaram uma nova briga e ela poder irritar o velho.
Não foi o que aconteceu. Pâmela recebia todas as críticas, ofensas e enfrentava algumas situações que a pirralha criava para deixá-la mal com o marido e também com os funcionários da casa com uma classe irretocável. Ao ver que seus planos não estavam dando resultados a garota ia ficando cada vez mais intolerável, até que chegou o dia em que ela acusou a madrasta de que só casara com o pai por causa do dinheiro dele e depois zombou dela:
– Você vai ter a maior decepção da sua vida. Quando conseguir o que quer, vai tentar largar o velho e fugir daqui. Eu não vejo o dia em que isso vai acontecer, pois o mais longe que você vai conseguir se afastar daqui vai ser o fundo do mar, sua idiota.
– Você é mesmo uma criança mimada que não sabe o que diz Milena. Meu pai foi um homem muito rico e poderoso e o meu ex-marido também, o que me deixou em uma situação confortável. Não preciso do dinheiro de seu pai.
– Você deve estar inventando isso agora, afinal, o que uma mulher cheia da grana veio se enfiar nesse fim de mundo? Eu acho que, se você tem algum dinheiro é porque já conseguiu arrancar algum dinheiro do meu pai. Acho que sim, pois ele costuma pagar bem as putas que contrata.
– Acredite no que quiser Milena. O dinheiro de seu pai não me interessa. Agora, você precisa se tratar menina. Você não é a primeira filha que eu conheço que tem tesão pelo próprio pai. – Respondeu Pâmela com a voz calma e tranquila.
– Como você se atreve a insinuar isso sua...
Aproveitando que estavam apenas as duas na sala da mansão que moravam, Milena avançou sobre Pâmela já pronta para a agressão. A mulher se defendeu do primeiro golpe e tentou segurar a garota o que ficou mais parecido com uma luta corpo a corpo. Em certa altura da luta, sem que tivesse o propósito de fazer isso, Pâmela tentou segurar o pescoço de Milena, mas essa se curvou para trás e a única coisa que a mulher segurou foi o decote da blusa que ela usava. A garota, ao ver que estava sendo puxada para perto da mulher, forçou o corpo para trás e o tecido não resistiu, Com Pâmela puxando e Milena forçando seu corpo para trás, ouviu-se o barulho de tecido se rasgando e a blusa branca e decotada abriu-se por completo.
Ao ver os seios perfeitos de Milena expostos, Pâmela a soltou, porém, não conseguiu desviar os olhos daquela beleza de seios cujos mamilos estavam durinhos. Milena também ficou imóvel e as duas se encararam e perceberam por suas expressões que estavam ambas excitadas. Os olhos de Pâmela pareciam emitir raios invisíveis que atingiam os seios da garota fazendo com que ela sentisse a sensação de que estava sendo tocada.
Milena não perdoou e disse:
– E aí. Está gostando do que vê? Que dar uma chupadinha aqui sua puta?
Pâmela não se alterou. Percorreu o espaço que separavam as duas enquanto falava:
– Estou gostando sim. Gostando muito. Gostando tanto que vou te mostrar quem é a puta aqui.
Dizendo isso, ela tentou agarrar Milena que se virou com a intenção de fugir dela. Não houve como escapar. Pâmela segurou em seus ombros e a puxou para traz e a garota perdeu o equilíbrio e só não foi ao chão porque o corpo da mulher estava no caminho, mas com isso seus corpos ficaram colados. Sem vacilar, Pâmela se afastou um pouco e deu uma palmada na nádega de Milena e depois disse:
– Já que você precisa ser educada, então eu vou te educar.
Em seguida deu o segundo tapa e, para sua surpresa, Milena gemeu baixinho.
O contato do corpo da garota fez com que ela perdesse momentaneamente o controle e ela foi além, levando uma das mãos até o mamilo direito de Milena, prendeu-o entre o indicador e o polegar e espremeu.
Novo gemido foi ouvido. Dessa vez, porém, Milena deixou sua cabeça curvar-se para trás e a apoiou no ombro da madrasta. A seguir, ela virou o rosto para o lado dela e como Pâmela fez o mesmo movimento, suas bocas ficaram a um milímetro uma da outra. Nesse momento deixou de existir alguma intenção e apenas o instinto comandou. Seus lábios foram se aproximando e se colaram em um beijo suave. Depois do beijo Milena afastou o seu rosto e falou em tom de provocação:
– Seus lábios são uma delícia. Mas é só isso que você sabe fazer com eles?
Aquilo, para uma mulher de quarenta e oito anos era um desafio. Ela não ia deixar uma fedelhas daquela levar a melhor naquela situação. Ela estava desejando a garota, sabia que já tinha passado do seu ponto de resistência e o que importava agora era quem ia ser a alfa naquela relação. Ela fez com que a garota se virasse e ficasse frente a frente com ela, segurou em seus cabelos com uma das mãos enquanto a outra enlaçou sua cintura e fez pressão para que seus corpos ficassem colados, aproximou sua boca da dela e quase a sufocou com um beijo intenso e prolongado, onde sua língua explorava a boquinha macia da jovem.
Sentindo sua calcinha ficar encharcada por causa do tesão que sentia, abaixou a mão que abraçava o corpinho da garota e desfechou outro tapa na sua bundinha, sentindo o gemido que ela deu ser abafado dentro de sua boca. Só para confirmar que a garota estava gostando de receber tapas em sua bunda, Pâmela repetiu o gesto e dessa vez, além de gemer, Milena descolou a boca dela e com um sorriso safado no rosto falou:
¬¬– Você está sendo malvada, Está judiando de mim.
Sem soltar os cabelos da loirinha que mantinha preso em sua mão ela firmou a cabeça dela para que não pudesse recuar e voltou a colar suas bocas. O beijo durou mais de um minuto e as mãos de Milena começaram a agir, procurando pelos seios de sua madrasta, apertando-os com suavidade.
Quando a falta de fôlego obrigou que suas bocas se separassem, Milena tomou a iniciativa de segurar a mão de Pâmela e saiu andando, levando-a a reboque para o seu quarto. Mal cruzaram a porta, que foi fechada com um estrondo diante da força que a Milena a empurrou, elas se abraçaram novamente e em uma luta para se imporem uma a outra, foram rodopiando em direção à cama. Pega desprevenida, Pâmela perdeu a disputa e foi empurrada com força, caindo sobre a cama de sua enteada de costas e não teve tempo sequer de respirar que a garota já estava sobre ela beijando sua boca.
O vestido que Pâmela usava foi tirado com a violência exata para que não ficasse danificado, mas a blusa de Milena, que já estava rasgado, foi reduzida a tiras. Novo beijo e sem desgrudar sua boca de sua agora amante, ela tateou até conseguir soltar o fecho do sutiã que foi jogado para o lado. Foi só cumprir essa missão que Milena abandou os lábios da mulher e deslizou seus lábios pelo rosto dela chegando à orelha que foi explorada com sua língua ágil. Mas não durou muito, pois logo ela foi descendo com sua boca passando pelo pescoço e continuou a trajetória até atingir um de seus seios que foi sendo beijado até que a boquinha dela atingisse o mamilo. A primeira ação da garota foi dar uma leve mordida no bico durinho do seio arrancando um gemido dela o que fez com que ela soltasse o seio para poder falar:
– Quer dizer que a safada da minha madrasta também sente tesão nos seios?
– Não se refira a mim como sua madrasta. Não agora. Isso é errado.
– Se é errado, por que então você está aqui? Deixe de ser boba que você não é a primeira nem a última mulher que seduz a própria enteada.
– Até parece! Quem é que está seduzindo quem aqui. Aiiii.
Milena não respondeu por que sua boca estava ocupada em beijar os seios de Pâmela depois de uma leve mordida que provocou um gritinho e fez com que a mulher deixasse sua frase pela metade. Ela ficava alternando entre um e outro, mordiscava o mamilo e depois o lambia até que, com uma fome incomum, abocanhou aquele seio que, como o seu era do tamanho médio, porém, era um seio encorpado, cheio e o prazer em mamar nele estava fazendo com que ela ficasse louca.
Mas ela não ficou muito tempo se dedicando aos seios de Pâmela. Logo ela continuou a jornada para baixo, lambendo a barriga e o umbigo dela, quando parou para falar:
– Incrível como uma mulher de sua idade tem a barriga lisa e firme desse jeito! Quero ficar assim quando crescer.
Pâmela teria rido desse comentário se não fosse o fato de estar gemendo com a ação daquela língua quente, úmida e que parecia estar ligado em uma tomada de duzentos e vinte volts, pois a impressão é que atingia todo o seu corpo ao mesmo tempo. Ela sentiu então que Milena tinha descido da cama e em pé ao lado dela, enfiou a mão sob o elástico da calcinha que ela usava e começou a puxar para baixo. O gemido que Milena deu quando a buceta de sua madrasta ficou livre da calcinha e exposta ao seu olhar deu a impressão que ela já ia gozar sem sequer tocar ou ser tocada.
As pernas de Pâmela foram abertas por Milena que em seguida se deitou na cama entre elas e foi direto com sua boquinha na boceta que a essa altura já estava babando. Ela colheu com a língua o suco do prazer que já estava escorrendo e depois cheirou, elogiando o perfume da xoxota da mulher. Ato seguinte ela abocanhou aquela xoxota como se sua vida dependesse disso. Lambeu os grandes lábios, ficou batendo com sua língua no grelinho e depois enfiou o máximo que conseguiu de sua língua áspera na xota que pedia por isso. Pâmela, perdendo totalmente o controle, segurava a cabeça dela com as duas mãos e forçava de encontro à sua pélvis enquanto, se sentir, erguia o quadril para que o contado entre a boca da garota e a sua buceta fosse completo. Em menos de dois minutos a mulher gozava corcoveando com tanta violência que, para poder continuar chupando aquela buceta deliciosa, segurou firmemente as pernas dela e pressionou ainda mais seu rosto de encontro a ela. Com os movimentos bruscos de Pâmela, a língua escapou, mas ela foi esperta o suficiente para não deixá-la fugir e prendeu o grelinho inchado com sua boca começando a fazer uma sucção forte.
Um grito ecoou pela casa. Ao se lembrar disso mais tarde, ela comentou com a enteada que os empregados deviam ter ouvido e logo começaria a surgir os comentários, ao que Milena a tranquilizou:
– Isso não vai acontecer. Eles já estão acostumados a ouvir esses tipos de grito aqui nesse quarto. Eles só não precisam saber que foi você que está gritando.
Quando essa conversa aconteceu, elas estavam deitadas de lado, uma de frente para outra, com suas mãos ocupadas em fazer carinhos cheios de ternura uma na outra e eventualmente trocavam beijinhos leves. Logo os carinhos foram se intensificando e os beijos ficaram mais intensos e, quando Milena deslizou sua mãozinha macia em direção à xoxota de Pâmela, ela segurou o pulso dela e avisou:
– Agora é minha vez.
– Você não precisa fazer isso Pâmela. – Falou Milena com uma voz tranquila.
– Eu sei que não preciso. Mas eu quero.
– Eu não quero que você se sinta forçada a nada.
Então Pâmela deu um riso leve e depois surpreendeu Milena com sua resposta:
– Sua bobinha. Você por acaso acha que vai ser a primeira mulher que eu vou chupar?
Milena deu um sorriso radiante e falou:
– Eu sabia que você era safada mesmo. Então vai. Se é o que você quer, sou toda sua.
Com calma, carinho e muita dedicação Pâmela fez com que Milena descobrisse que ela era uma simples aprendiz na arte de dar prazer a outra mulher. Logo que a língua da outra começou a explorar sua bucetinha totalmente depilada ela já teve o primeiro orgasmo, porém, Pâmela não lhe deu trégua e continuou a explorar sua buceta. A língua da mulher parecia que tinha se multiplicado porque a sensação que Milena sentia é que todos os seus pontos erógenos eram tocados por aquela língua áspera ao mesmo tempo. A entrada de sua xoxota foi devassada, os grandes lábios lambidos e o grelinho foi chupado em alguns momentos e em outros era preso levemente entre os lábios carnudos da madrasta, Quando ela começou a corcovear dificultando a tarefa da mulher, essa abraçou suas duas pernas e colocou ambas as mãos sobre seu abdômen fazendo com que seu quadril ficasse colado ao colchão.
Então veio o orgasmo mais incrível que Milena teve até então. De repente era como se seu espírito tivesse abandonado seu corpo e ela se via na cama, tremendo como se estivesse sendo eletrocutada enquanto sua boca se abria exageradamente buscando pelo ar que seus pulmões pareciam teimar em não aceitar a cada vez que ela respirava. Seus olhos reviravam na órbita na mesma velocidade que seu corpo tremia. Foi um gozo tão intenso que Milena sequer conseguiu gritar e o único som que emitia era um gemido rouco como se ela estivesse sendo sufocada. Naquele momento, ela sabia que não ia mais precisar assediar a outras mulheres para obter prazer. Ela tinha alguém dentro de sua casa que se encarregaria disso e, por incrível que pareça, quem lhe proporcionou essa oportunidade foi seu próprio pai. Milena sentiu que tinha finalmente conquistado sua vingança.
Quando readquiriu o controle de seu corpo, ela começou a rir desse pensamento e, por mais que Pâmela insistisse, ela se recusou a lhe revelar o motivo de estar rindo.
As duas amantes permaneceram no quarto durante toda tarde. Voltaram a transar e, a pedido de Milena, fizeram um sessenta e nove com ambas gozando simultaneamente. Mas o ponto alto da transa foi quando a garota tomou a iniciativa de se encaixar entre as pernas de sua madrasta e começaram a roçar suas bucetas na tradicional posição de tesoura. Voltaram a gozar, dessa vez, com os lábios colados em um beijo pleno de tesão.
Quando finalmente resolveram tomar um banho, a Pâmela resolveu tocar no assunto que dera origem à briga delas que culminou com aquela foda e comentou com Milena:
– Escute um conselho que vou te dar. Quando alguém fizer alguma alusão a algo que você não goste, não reaja da forma como você fez, pois isso só dá a certeza à pessoa que falou de que ela estava certa.
– Do que é que você está falando? – Perguntou Milena por não entender sobre o que a madrasta estava falando.
– Estou falando da sua reação quando eu disse que você sente desejos por seu pai.
– Para com isso Pam. – Pediu Milena usando o nome reduzido dela pela primeira vez e que passou a ser uma constante a partir daquele dia.
– Gostei do Pam. Pode me chamar assim sempre. Mas, voltando ao assunto, eu quero dizer que, do jeito que você reagiu, ficou claro que você sente sim tesão por seu pai.
A reação de Milena que, ficando com o rosto totalmente vermelho e abaixando a cabeça, era mais que uma confissão. Então ela falou em voz baixa:
– Isso é loucura não é? Mas não vai rolar. Não com o seu Ernesto sendo tão careta do jeito que é. Você pode ficar tranquila que eu não vou roubar o seu marido. E também, eu acho que não teria coragem de fazer nada com ele. É muito errado.
– Pois é. Como você disse, é muito errado. Agora, usando a sua própria frase, você não é a primeira e nem vai ser a última que isso vai transar com o próprio pai. Aliás, nesse mundo louco, isso acontece com muito mais frequência do que você pode imaginar.
– Isso é loucura Pam!
– É sim. Mas é uma loucura muito gostosa. Prova disso é o que nós vivenciamos nesta tarde.
– Nossa! Ouvindo você falar assim até parece que você já teve esse tipo de experiência.
Pâmela cruzou os dois dedos indicadores e os colocou sobre seus lábios enquanto falava:
– Deus me livre. Isso é o tipo de coisa que a gente não confessa nem sob tortura.
Milena riu com a resposta dela, mas aquela conversa calou fundo em sua mente e ela decidiu uma. Uma não, mas duas coisas naquele momento. A primeira é que ia dar um jeito de Pâmela contar direito aquela história, pois ao que tudo indica, ela já tinha praticado incesto e a outra era que talvez, somente talvez, se uma oportunidade aparecesse ela não ia desperdiçar e satisfazer aquele seu desejo maluco.
A partir daquela tarde o relacionamento entre enteada e madrasta mudou radicalmente. Ninguém conseguia entender o motivo de Milena, de uma hora para outra, ter passado a aceitar a figura de madrasta que a Pâmela representava, além de passar a demonstrar um grande respeito por ela, com as duas se tornando verdadeiras amigas. É lógico que, com uma frequência até assustadora, elas estavam sempre se dando prazer às escondidas.
Ernesto era o único que não engolia por inteiro aquela história que elas combinaram divulgar dizendo que tinham tido uma conversa muito séria e que resolveram ser amigas. Mas ele tinha outra preocupação no momento. Aquele sonho que ele teve de estar em uma praia em um local desconhecido estava se repetindo cada vez com mais frequência. No seu último sonho, ele andava na areia branca da praia e passava por três mulheres tomando sol. Eram elas: sua esposa, sua filha e uma negra muito bonita. Notou então que as roupas que elas usavam não eram de um tecido velho, mas feita de couro de animal curtido de forma artesanal.
Ele andava em direção a elas olhando para os três pares de seios expostos, um mais bonito do que o outro e quando estava na frente delas, notou que a parte de baixo não era uma calcinha, mas sim uma saia de couro muito curta e, como nenhuma delas usava calcinha, ele teve uma visão das três bucetas. A de Pâmela estava totalmente coberta por uma espessa moita de pelos negros, a de sua filha também tinha os pelos compridos, mas eram loirinhos e ralos, o que dava uma visão melhor de sua xoxota e, por último, a da mulher negra que não tinha nenhum pelo, estando completamente depilada.
Em seu sonho ele continuou andando, mesmo porque não queria que elas percebessem a ereção de seu pau que teimava em levantar uma tanga também de couro e, desviando os olhos para longe, viu um jovem rapaz que ele não conhecia e ao lado dele duas outras mulheres. A que estava abraçada a ele era uma oriental muito bonita e de um corpo exuberante e a outra era uma adolescente cujos cabelos ruivos brilhavam refletindo o sol. Era uma menina baixinha que tinha um rosto angelical. Do outro lado, com as pernas submersas e na água do mar, um homem negro atirava uma espécie de rede. Havia mais uma pessoa no seu sonho, pois a três metros atrás dele e um pouco a direita caminhava o seu eterno anjo da guarda. Na-Hi, usando o mesmo tipo de roupas que as outras mulheres, caminhava atenta a tudo a sua volta.
A partir desse dia, o sonho começou a se repetir com uma frequência assustadora e as pessoas presentes nele eram sempre as mesmas. Seis mulheres e três homens, o rapaz, o homem negro e ele. Todos usando roupas que pareciam ter sido improvisadas. Ele olhava para os lados e não via nenhum prédio habitacional que pudesse servir como residência, mas tudo indicava que todos ali estavam naquele lugar de uma forma permanente.
Se seu sonho era estranho, ficou ainda pior quando o Junior retornou de viagem com a novidade que ele prometera, causando um grande rebuliço na família. O rapaz tinha se casado e trazia sua esposa a tiracolo.
Ernesto a princípio acreditou que se tratava de uma brincadeira e quando viu que era sério, preferiu pensar que era uma loucura passageira de seu filho que logo se livraria da mulher. Ele manteve essa crença até que foi apresentada à garota.
Seu primeiro pensamento foi a de que seu filho estava cometendo o crime de abuso. Sua nora era uma coisinha minúscula, media um metro e quarenta e oito e pesava quarenta e dois quilos, mas seu pequeno corpo era todo proporcional, com tudo no lugar certo. Seu rosto era simplesmente lindo, com algumas sardas, lábios vermelhos e carnudos e um par de olhos verdes que brilhavam intensamente. Os cabelos ruivos compridos, chegando até a cintura, o que não quer dizer muita coisa, pois da nuca até a cintura daquela coisinha não havia uma distância assim tão grande. Ela tinha vinte e um anos e seu nome era Marguerithe Lahoie.
Mas não foi a beleza, o tamanho e nem a aparência infantil da garota que deixou o Ernesto apavorado. O que o tirou do sério foi o fato de que ele já tinha visto aquela menina e não precisou forçar sua mente para se lembrar de que ela era a ruivinha que tinha visto em seu sonho e que acreditara seu uma pré-adolescente.
Quando se lembrou disso, Ernesto sentiu um tremor estranho percorrer todo o seu corpo e pensou:
”Que porra de sonho esquisito é esse que mais parece uma visão do futuro?”
A partir daquele dia, o que era um sonho se transformou em um pesadelo. O sonho acontecia cada vez com maior frequência e já estava sendo quase que diariamente, fazendo com que ele ficasse obcecado e, em sua obsessão, chegou até mesmo a contratar um especialista para fazer um retrato falado dos dois homens, da garota oriental e da mulher negra que eram os quatro entre os que apareciam em seus sonhos que ele não conhecia e ficou abismado quando viu que o resultado retratava exatamente o que ele via em seus sonhos.
Decidiu então a contratar detetives para procurar por eles, mas logo desistiu, pois se tratava de um homem caucasiano, uma de oriental e um homem e uma mulher de origem africana e isso fazia com que a sua busca teria que ser realizada no mundo inteiro. Pensando assim, decidiu deixar por conta do destino, porém, seu comportamento mudou a ponto de chamar a atenção de sua esposa e de sua filha que, sem que ele soubesse o motivo, agora estava mais próxima dele. Elas criticaram o seu novo costume de que, não podia aparecer uma pessoa nova na ilha que ele fazia questão de fazer contato com essa pessoa. Ele não respondia a essa crítica por achar que isso faria com que as duas pensassem que ele estava ficando louco, pois ele mesmo já estava colocando em dúvida sua sanidade mental.
Quando Ernesto já estava à beira de um colapso nervoso teve uma visão em um sonho mais revelador. Em seu sonho, pela primeira vez, ele não estava naquela praia deserta. Em vez disso, ele se via como era quando estava no ginasial e sua professora de Geografia escrevia na lousa os seguintes números: 55º30’52,11”S e ao lado 96º37’56,70”L. Acordou logo em seguida e com a lembrança dos números os anotou em sua agenda que estava na mesinha de cabeceira.
Quando acordou, não precisou de ninguém que fosse um grande conhecedor para ser informado que aquilo se referia a uma localização geodésica. Também não foram necessárias grandes elucubrações para que ele chegasse à conclusão que, em seu sonho, tinha sido acabado de ser informado da localização de um local e não demorou em decidir que precisava até aquelas coordenadas.
Recorreu ao capitão de seu iate que logo lhe informou que naquelas coordenadas não existia nada além de água quase congelante da Antártida e que, mesmo que houvesse ali uma praia, ninguém se atreveria a entrar no mar por causa da baixa temperatura. O Capitão informou mais. Se houvesse uma praia ali, seria impossível de ser usada por banhista. Primeiro por causa da baixa temperatura e segundo de que ali o dia durava seis meses e o restante do tempo era noite.
Uma semana depois ele reuniu sua família e informou a todos que eles iriam sair em uma viagem. Disse que, como estavam a menos de um mês do fim da primavera, a partida seria imediata, assim que todos se preparassem, e assim eles poderiam aproveitar todo o verão no hemisfério sul. Logicamente que ele foi inundado de protestos, porém, dessa vez fez valer sua autoridade de pai e chefe e comunicou a todos que aquilo não era um convite, mas sim uma determinação dele.
O Junior foi quem mais reclamou, pois estava se preparando para voltar para a Europa. Ele já havia perdido a corrida de Fórmula 1 da Alemanha e não queria que isso se repetisse. Ernesto chegou a pensar em deixar o filho partir, mas mudou de ideia quando se lembrou de que a esposa dele estava em seus sonhos e ameaçou deserdar o filho que, ao ver o pai falar tão sério e tendo sempre sido o filho obediente, concordou em fazer parte da viagem.
Os dias seguintes foram uma verdadeira loucura. Como se fosse uma antevisão de seu futuro, Ernesto começou a transferir todo o seu dinheiro para um único banco, apesar do risco que isso significava e a se desfazer dos poucos imóveis que tinha adquirido com um nome de outras pessoas ou daquele que constava em seus documentos falsificados.
Finalmente seu luxuoso iate zarpou levando toda a família e com a tripulação incompleta em direção a Kuta Beach, uma cidade localizada na Java Ocidental onde os últimos preparativos seriam providenciados rumo ao improvável destino. A previsão era ficar uma semana naquela cidade e depois partirem.
No segundo dia que estava na cidade de Kuta um acontecimento que Ernesto julgou ser sobrenatural aconteceu com ele. Ele estava saindo de um restaurante em companhia de Pâmela e Milena e a sempre presente Na-Hi empurrava sua cadeira de rodas. Quando chegou à calçada ele pediu para que Na-Hi voltasse ao restaurante e comprasse cigarros. Ele não fumava, mas o Capitão do navio tinha lhe encomendado e ele tinha se esquecido.
Quando Na-Hi se afastou da cadeira ele próprio deu um impulso na mesma que deu um solavanco para frente e, ao fazer isso, atingiu um rapaz que caminhava apressado que, pego desprevenido, quase caiu e isso só não aconteceu porque Pâmela agiu com rapidez e amparou jovem. Irritado, sem reconhecer que a culpa tinha sido dele, reclamou:
– Olha por onde anda moço. Você parece que está indo tirar seu pai da forca,
– Desculpe senhor. Estou atrasado para uma entrevista de emprego. – Respondeu o jovem.
Ao olhar para cima o coração de Ernesto quase parou. Ali, parado diante dele, estava o rapaz branco que aparecera em seu sonho. Com muito esforço, manteve uma aparência calma e procurou ser natural para não despertar suspeitas em sua esposa e filha. Então, do nada, perguntou:
– E qual a sua especialidade? Em que você trabalha?
– Eu sou marinheiro, mas no momento não estou podendo me ausentar desse lugar. Então estou indo para uma entrevista de supervisor no porto da cidade
– E por que você não pode sair daqui? Tem algo ou alguém te prendendo?
– Tem sim senhor. É minha mulher. No momento eu não posso deixá-la sozinha nessa cidade.
– E sua esposa não pode viajar com você?
– Não senhor, Ela não tem nenhuma prática em trabalhos em navio.
– Mas talvez ela saiba cozinhar. Ou não sabe?
– Sabe sim senhor. Ela é uma ótima cozinheira.
– E ela é natural de onde?
– Da Indonésia, senhor.
“Bingo” – Pensou Ernesto exultante e depois em voz alta disse:
– Bom. Se você é marinheiro e ela sabe cozinhar, talvez a gente possa se ajudar. Eu estou saindo de viagem em um iate estou precisando de gente. Você não quer pensar em se candidatar para o emprego?
– Preciso ver com ela. Aonde posso lhe encontrar?
Ernesto tirou um cartão de seu bolso. Era um cartão onde constava seu nome verdadeiro. Pegou uma caneta e no verso do cartão anotou o nome de seu iate e o píer em que ele estava ancorado e entregou ao jovem dizendo:
– Façamos o seguinte. Você vai até lá amanhã, antes do almoço e leve sua esposa. Eu te mostro a embarcação e peço para o meu capitão te atender e lhe dar as informações que você desejar sobre o serviço. Ao mesmo tempo, o meu cozinheiro fará uma entrevista com sua mulher para ver se ela pode ser aceita.
– Tudo bem senhor. Eu vou. Mas já vou avisando que se ela não for aceita eu não vou poder ser contratado pelo senhor.
– OK. Isso é justo. – Respondeu o Ernesto.
O jovem pegou o cartão e enfiou no bolso e se despedindo com um lacônico até amanhã se virou e voltou pelo caminho de onde estava vindo. Isso deixou o Ernesto animado, pois se ele estava voltando, era sinal que desistira de comparecer na entrevista ao qual se dirigia. O rapaz andou alguns passos quando ele gritou:
– Ei rapaz. Qual o seu nome?
– Henrique senhor. – Disse o jovem se virando para ele e depois lhe dando as costas e voltando a caminhar.