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• SEXTING: ENTRE A TELA E O TOQUE
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Em uma calorosa noite de sábado, já quase madrugada, Anne se via enredada nas teias de sua própria rotina, o tédio se tornando um companheiro constante. As paredes do apartamento pareciam sufocantes, ecoando a monotonia de uma vida a dois desprovida de paixão. Seus 38 anos pesavam sob o olhar vazio do marido, Filipe. A vida conjugal tornara-se uma sequência de compromissos, onde o amor se transformara em uma amizade cordial e a chama do desejo se restringira a um mero vestígio. Com os cabelos castanhos e ondulados caindo suavemente sobre os ombros, ela se via às voltas com a ideia de buscar algo que a fizesse sentir-se desejada novamente.
Anne, em um impulso de curiosidade e desespero, decidiu explorar sites adultos e acabou chegando a um aplicativo de encontros e bate-papo online. A tela do celular iluminou seu rosto em um tom suave, ela deslizava o 'touch screen' enquanto avaliava dezenas de perfis masculinos até chegar em um que, finalmente, interessou-a. Os dedos de Anne hesitaram antes de teclar no perfil de Sávio, um rapaz de 34 anos, alto e esbelto, com um olhar que exalava uma liberdade que ela ainda não conhecia. O que Anne não sabia é que essa escolha mudaria não apenas aquela noite, mas a forma como ela enxergaria seu próprio desejo a partir dali.
Sávio estava online, mas Anne desanimou quando percebeu que ele morava em um Estado muito distante do dela. "E agora?!", ela pensou. Anne já tinha o achado bonito e interessante, queria trocar ao menos algumas palavras com Sávio, ter um gostinho do que era ele, ainda que fosse só virtualmente. Então, mesmo hesitando, ela decidiu teclar na mensagem direcionada a ele: "Olá, boa noite!" A resposta não tardou a chegar: "Boa noite! A que devo a honra?".
No início, a conversa fluiu devagar, como um suave afluxo de segredos. Compartilharam pequenos fragmentos de suas vidas, cada mensagem uma gota de liberação em um mar de insatisfação. "Preciso de algo novo", confessou Anne, sentindo seu coração acelerar. Sávio, estimulado, respondeu com ousadia:
- Às vezes, a novidade mais intensa vem de onde menos esperamos.
Aquela frase fisgou Anne. Sávio estava claramente em busca de algo também. Era como se, através da tela, uma corrente elétrica os conectasse em meio às suas insatisfações. Logo, as mensagens começaram a esquentar.
Com um toque provocador, Sávio enviou:
- Sabe, Anne... você é tão linda e interessante que lamento estarmos tão longe um do outro.
- Lamenta? Sério?! - pergunta brincalhona de Anne, ansiosa por sentir o desejo aflorar novamente. Em seguida, provocou:
- Por que gostaria que estivéssemos perto?
- Sinceramente?! Primeiro, porque te achei intrigante e, segundo, porque quero conhecer cada curva do seu corpo.
Surpresa pela intensidade da declaração, Anne sentiu sua respiração acelerar e um calor crescente domar seu corpo. Ela tinha ido em busca daquilo e não podia mais retroceder.
- Imagine se eu estiver vestindo uma lingerie que destaca todas as minhas curvas... - respondeu Anne, guiada por uma onda de excitação.
- Só de imaginar já me sinto perdido, deslizando por essas curvas - Sávio provocou, digitando rapidamente, como se suas palavras fossem um convite irrecusável - Conte-me mais sobre isso. Como é a sua lingerie, minha doce Anne?
- É preta, rendada... realça meus seios volumosos e deixa meu corpo ainda mais sexy - enviou Anne, enquanto uma espiral de tesão tomava conta dela. - E você, Sávio? O que está vestindo neste momento?
- Apenas camiseta e roupa íntima... Falando assim, sinto como se você estivesse me olhando... excita-me pensar nisso - ele escreveu, o tom carregado de provocação - Sabe, Anne... Adoraria sentir suas mãos em mim agora.
Assim, a conversa se transforma em um jogo erótico proibido entre duas almas comprometidas, perdendo-se nas camadas de prazer virtual. A cada mensagem, o desejo crescia, como uma chama ardente. Era como se as palavras tivessem o poder de tocar os corpos deles. Entre frases provocantes, Anne decidiu ousar ainda mais.
- Você quer ver como fico ainda mais sexy? - lançou, um toque de nervosismo em seu corpo.
Ela mandou a primeira foto, onde seus seios estavam em destaque, envoltos na delicada renda da lingerie. O flash iluminou sua pele clara e, em resposta, Sávio se mostrava claramente excitado. - Você acaba de me tirar o fôlego, Anne! Posso imaginar seus seios palpáveis... Nossa... Isso me deixa fora de controle.
Ele também enviou uma foto, mostrando seu torso nu, a mão delicadamente repousada no quadril.
- Eu adoraria que você estivesse aqui, tocando-me assim - completou Sávio, envolvendo Anne em um deleite visual.
Deslizando os dedos pela tela e dando zoom em cada detalhe do corpo de Sávio, Anne se permitiu saborear a troca. Em pouco tempo, mensagens de texto foram substituídas por áudios carregados de vozes ofegantes, tentanvam controlar aquele prazer devastador que tomava conta de seus corpos.
- Quero que imagine minhas mãos deslizando pelo seu corpo - sussurrou Sávio, suas palavras parecendo tocar Anne através da tela.
Aninhada em sua cama, não conseguindo resistir, Anne iniciou um vídeo, a câmera focando seu corpo enquanto os dedos deslizavam pela cintura até os seios em movimentos sensualmente hipnotizantes.
- Quero que veja tudo que poderia tocar. Veja como fico por sua causa... - disse ela com lisonja, entre gemidos suaves.
- És uma mulher fora do comum, uma Deusa, Anne! Como pode ser tão perfeita assim?! - Sávio disse, fervendo de tesão. Em seguida, enviou um vídeo mostrando seu torso, a mão descendo lentamente pela roupa íntima, revelando o volume saliente sob o tecido.
- Minha nossa, Sávio! Que pedaço de mau caminho... Mau?! Nada de mau! É, na verdade, um caminho maravilhoso.
E, naquele fogo virtual que só crescia, Anne enviou outra foto deitada na cama, com sua lingerie justinha contornando suas curvas de maneira provocante. Com um olhar direto para a câmera, que combinava inocência e sedução, ela conseguiu enfeitiçar Sávio de vez.
- Meu Deus, Anne! Você é irresistível! - Sávio respondeu, sua voz cheia de desejo, e logo compartilhou um vídeo onde se apoiava em uma parede, a mão se movendo lentamente pelo corpo desnudado, criando um momento visual e sonoro que inundava Anne de expectativa até que, por fim, ele agarrou o próprio membro já completamente rígido e continuou seus estímulos:
- Consegue perceber, Anne?! Só penso no quanto a desejo agora - ele disse, respirando pesadamente.
- Deus, óh! Como desejo o mesmo agora... desejo seu toque, que você faça o que sentir vontade comigo - Anne declarou, o desejo ardia em seu peito e em seu sexo úmido.
A intensidade aumentava com cada troca de áudios, fotos e vídeos picantes, causando um turbilhão de sensações. Sávio começou a se tocar enquanto conversava, enviando áudios entre gemidos que compartilhavam seus desejos, tornando tudo ainda mais palpável.
- Ah, Anne... isso é muito gostoso! - Sávio murmurou - A sua imagem, suas palavras, tudo me faz querer explodir de prazer!
Finalmente, a química que crescia os impulsionou a se entregar completamente. Com o corpo ardendo em um desejo violento, Anne começou a responder com suaves gemidos, estimulada pela visão de Sávio, que não saía de sua mente. Sua mão se movia com urgência entre as pernas, que se entreabriam e fechavam com pressão ao tocar-se.
- Meu Deus, Sávio! É como se você estivesse aqui... isso é tão bom... - ela murmurou. Sua respiração se intensificava à medida que sentia a onda de prazer crescendo.
- Vá em frente, quero ouvir mais dessa sua voz doce, estou bem perto... Deixe-se levar por minha voz e sua imaginação! - Sávio pediu, um sussurro caloroso.
Anne se entregou ao prazer, suas palavras se tornando mais desesperadas.
- Sávio, eu não consigo aguentar... Seus sussurros estremecem cada fibra do meu corpo... a imagem de seu corpo nu... seu pênis perfeitamente ereto... não abandona a minha mente... Aah! Também já estou tão perto...
A conversa alcançou um ponto em que qualquer tentativa de retorno era completamente inútil.
- Que delícia, minha Deusa! Eu quero que você goze por mim, agora! - disse Sávio. A intensidade de sua voz estava sincronizada com o desejo pulsante de Anne. Sávio chegou ao seu ápice primeiro, soltando um urro primal de prazer libertado.
Não aguentando mais se conter, Anne finalmente se entregou ao clímax. Suas palavras se transformaram em um grito suave. Ela gemia e repetia esbaforida o nome de seu amante virtual.
- Ahhhh... Sávio! Sim... sim... que delícia... - a voz dela transbordava de satisfação enquanto a onda de prazer lavava seu corpo em um mar de suor.
Quando a explosão de sensações se acalmou, Os segundos de silêncio que se seguiram permitiram que ambos recuperassem um pouco a compostura. As últimas mensagens trocadas estavam repletas de satisfação e sussurros que ainda dançavam no ar, conectados pelo prazer.
- Que experiência intensa - Sávio escreveu ainda vibrando entre as letras digitadas.
- Óh, Deus, como foi intensa! Não esperava ser estimulada de tal maneira sem nenhum toque físico - Anne respondeu, surpresa.
Aquele tesão havia se tornado uma sensação profunda, uma conexão que desafiava a distância e as convenções.
- Espero que tenhas um bom descanso, Sávio. Porque, graças a você, irei dormir como um anjo - escreveu Anne.
- Dormir como um anjo?! És uma Deusa, mulher. Estais além dos anjos! - respondeu Sávio triunfante.
- Aí, Sávio... Você é excitante com as palavras - finalizou Anne, exausta e satisfeita, deixando escapar um sorriso enquanto digitava.
Porém, quando finalmente se desconectaram de seus aparelhos e se deixaram cair na cama, um misto de emoções tomou conta da mente de Anne. A culpa se entrelaçava com a euforia, e a excitação com a contradição de serem casados. Os sentimentos fervilhavam em seu interior, uma tempestade de desejo e confusão.
Sob a luz da manhã, enquanto a fragilidade daquela nova descoberta se tornava clara, Anne se flagrou à mercê de suas próprias emoções, questionando o que essa nova conexão havia significado para sua vida. Em meio àquela confusão, um único pensamento se destacou: ela desejava mais da vida, mais do que tinha, e aquele estranho charmoso chamado Sávio havia revelado uma faceta dela mesma que estava longe do alcance de seu casamento. Assim, enquanto a luz de um domingo ensolarado começava a entrar pela janela, ela ainda compartilhava de um sentimento paradoxal, entre o prazer e a perturbação, entretanto um desejo ardente por novas possibilidades começou a florescer em seu âmago. Anne se percebeu como um barco que precisava desancorar e seguir o fluxo do mar em liberdade. Desejou com todo o seu ser, no auge de seus 38 anos, seguir uma jornada em que pudesse sentir todos os sabores e dissabores do autoconhecimento.
FIM!
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