Amor em Alta Intensidade - Capítulo 10

Um conto erótico de Teça
Categoria: Lésbicas
Contém 1807 palavras
Data: 06/10/2024 13:50:02

Uma tempestade interna, uma eletricidade que pulsava sob a pele. A tensão se acumulava nos músculos, transformando cada movimento em um esforço doloroso. O coração batia acelerado, um tambor frenético que parecia ecoar em todo o ser, enquanto a respiração se tornava superficial, como se o ar tivesse se tornado escasso. A mente, antes tranquila, agora estava em um turbilhão. Pensamentos se atropelavam, como ondas descontroladas, enquanto a sensação de inquietude crescia, tornando difícil encontrar um momento de paz. Um nó apertado se formava no estômago, uma angústia que parecia se expandir a cada instante. A busca por conforto se tornava um desafio, pois a ansiedade se instalava, sussurrando que a calma estava além de seu alcance. Era como se um véu de inquietação cobrisse tudo ao seu redor, e o corpo, sobrecarregado, clamava por um alívio que se sentia cada vez mais distante.

Daquele momento em diante eu podia contar com Maya como amiga, ela esteve do meu lado sempre que podia. Me auxiliava em todos os treinos e ficava de olho em qualquer incômodo causado durante o treino, e sempre procurava alternativas. Meu tempo de corrida continuou melhorando e a gravidez não modificou meu ritmo. Eu me alimentava bem, mas algumas coisas estavam me dando enjoo, então a nutricionista me passou substitutos. A prova do concurso estava se aproximando e minha ansiedade estava alta, mas Maya sabia me confortar

Eu me sentia relaxada perto dela e segura, eu não queria e não podia ter algo além da amizade, mas todo o meu corpo dizia o contrário. Era para ela que eu queria ligar quando eu acordava, era para ela que eu queria contar as coisas boas e ruins do meu dia. Minha mãe também notou isso, tinha pouco mais de 20 dias da morte de Guilherme e eu estava feliz. Os comentários de que eu tinha arrumado alguém se espalhou entre seus amigos, e logo vieram atrás de mim.

Eduardo: Nicolly, você já está com alguém? Guilherme morreu a menos de um mês, isso é uma falta de respeito com ele.

Nicolly: Oi Eduardo, eu estou bem a propósito e a gravidez vai muito bem. Não, eu não estou com ninguém, e se estivesse não é do seu interesse. Quem morreu foi Guilherme, eu estou viva, e em algum momento acabarei me envolvendo com alguém. Não se meta na minha vida se não for ajudar em nada.

Eduardo: Nossa, desculpa o incomodo, pelo visto a gravidez te deixou mal humorada.

Nicolly: Não Eduardo, o que me deixa mal humorada são falsos moralistas. Inclusive como vai a namorada? E a amante? Acho que vou falar com as duas sobre esse tipo de relacionamento.

Ele saiu dali às pressas, e não tive esse tipo de incômodo por um tempo. Quando completei 11 semanas de gestão (um pouco mais de 2 meses) os pais de Guilherme insistiram para fazer um exame chamado de NIPT (Teste Pré-Natal Não Invasivo) para saber se havia algum risco de doenças genéticas e principalmente o gênero do bebe. Decidi fazer, pois além de saber de qualquer riscos já poderia escolher o nome da criança. Em uma semana com o resultado em mãos tive a surpresa mais linda que poderia ter, era um menino saudável. Decidi chamá-lo de Nicolas Guilherme, contei para meus pais e os pais de Guilherme que ficaram emocionados.

A prova da PM se aproximou, na teórica tirei de letra, já na parte física eu estava com muito medo, mas Maya estava ali na minha mente lembrei de todos os treinos de foco e de respiração, dei o meu melhor, o resultado saiu em poucas horas e liguei para Maya, claro que saímos para comemorar. E, além da minha família, decidi contar para Maya sobre meu filho, ela gostou do nome, e seu olhar me fazia querer beijá-la a todo instante.

Passei boa parte da minha gestação ao lado de Maya, amiga inseparável e treinadora, sim meus treinos não param. Mas minha mãe, que sabia da minha sexualidade, e me viu com Maya estava desconfiada de ela ser mais que minha amiga.

Mãe: Nicolly, me diz a verdade, vocês têm algo? Ou você quer ter algo com ela.

Nicolly: Mãe minha prioridade é o Nicolas, não estou com ela e nem vou estar, Mas eu tenho sentimentos fortes por ela.

Mãe: Meu amor, você já conversou com ela sobre?

Nicolly: Mãe, no dia da morte do Guilherme, algumas horas antes a gente tinha terminado. Quando eu soube do acidente já estava com tudo pronto para vir para casa.

Mãe: Eu imaginei quando te levei em casa, mas qual foi o motivo?

Nicolly: Nosso distanciamento, e com ele se afastando eu comecei a ter atração por Maya.

Mãe: Filha, deixa eu ser honesta contigo. Eu e seu pai não nos conhecemos solteiros, ambos namoravamos, mas às vezes o destino quer algo diferente. Seu pai namorava minha melhor amiga e eu namorava um rapaz mais velho. O que aconteceu foi que eu levei um pé na bunda e minha amiga se mudou. Nós ficamos juntos apenas 6 meses depois disso. Minha amiga, aprovou o namoro e virou até madrinha. Sua madrinha inclusive.

Nicolly: Mas mãe, eu não sei se ela quer algo comigo, afinal estou grávida.

Mãe: Observe as coisas ao seu redor e como ela reage a cada coisa. Você terá sua resposta.

Deixei minha mãe ali e fui para meu quarto, pensei muito na conversa e ela estava certa. Durante todo o tempo dali pra frente que estive com Maya comecei a observar os sinais de que ela poderia me querer da mesma forma que eu a queria. Cada pequeno gesto começou a ganhar um novo significado, como se eu estivesse decifrando um código escondido nas entrelinhas de cada interação. No início, eram apenas olhares que se cruzavam, rápidos e tímidos, mas com o tempo, esses olhares se tornaram mais frequentes, mais prolongados. Era como se um universo inteiro se desvelasse a cada troca de olhares, e eu não conseguia evitar o calor que se espalhava pelo meu rosto.

As conversas, que antes eram superficiais, começaram a se aprofundar. As risadas compartilhadas pareciam mais genuínas, e as piadas que antes passavam despercebidas agora criavam um laço sutil entre nós. A maneira como me escutava, com atenção genuína, fazia meu coração acelerar. Eu notava a forma como seus olhos brilhavam ao mencionar meu nome, um detalhe que antes não percebia, mas que agora ressoava como uma melodia suave.

Havia também aqueles momentos pequenos, mas significativos. Um toque casual no braço, um encostar de ombros, gestos que pareciam simples, mas que me deixavam em estado de êxtase. Cada mensagem que recebia parecia carregada de uma expectativa, e a ideia de que poderia estar sendo vista de uma forma diferente me enchia de esperança.

Com o passar do tempo, fui me permitindo sonhar. Comecei a prestar atenção nas nuances, nas pausas silenciosas que falavam mais do que palavras. A sensação de que havia algo mais, uma conexão invisível e palpável, crescia a cada dia. E assim, aos poucos, percebi que os sinais estavam ali, entrelaçados em cada interação, como se o destino estivesse sussurrando que, talvez, eu não estivesse tão sozinha quanto pensava.

Os momentos silenciosos se tornaram uma parte especial da nossa conexão, transformando o cotidiano em algo mágico. Às vezes, estávamos juntos em um café, as palavras se esvaindo enquanto a música suave preenchia o espaço. O olhar dela buscava o meu, e em vez de falar, a intimidade crescia na quietude, como se o silêncio falasse mais alto do que qualquer palavra. Era como se tudo o que importasse estivesse ali, naquele instante, e não precisássemos de palavras para entender o que um sentia pelo outro. E aqueles olhos cor de Marte, cada vez que ela me olhava, era como se a gravidade desse olhar me puxasse para mais perto, fazendo tudo ao meu redor desaparecer.

Eu sabia que ela não tomaria atitude, pois em meus treinos sempre que nossos lábios ficavam próximos ela se afastava, era perceptível o desejo e seu desconforto. Precisava tomar uma atitude, e mostrar que eu queria estar com ela. Perto dos meus nove meses de gestação conversei com Maya para fazermos algo, poderia ser a última vez a sós. Então ela me pediu para a encontrar em casa, já que teria treino naquele dia. Ela estava muito dedicada, nesses 6 meses seu corpo estava perfeito. Cheguei a sua casa antes dela, e sua mãe falou que eu poderia ir para seu quarto esperar, pois ela costumava demorar nos sábados.

Quando ela chegou estava apenas de top esportivo e bermuda de treino, ver aquela mulher diante de mim era uma visão impressionante, um testemunho de força e dedicação. Sua musculatura definida contava histórias de esforço e disciplina, cada linha e curva do seu corpo uma obra de arte esculpida pelo tempo. Ao observar seus braços tonificados, percebi o quão graciosamente a força se misturava à feminilidade. As veias sob a pele, levemente salientes, destacavam ainda mais a beleza de seu esforço. Quando ela se movia, havia uma confiança inegável em cada passo. Seus ombros eram largos e firmes, mas a suavidade de sua postura a tornava acolhedora, como se convidasse o mundo a se aproximar. Eu a desejei como toda a fibra do meu ser naquele momento, e sabia que havia uma deixa para mostrar isso a ela.

Decidi entrar com ela no banho, enquanto me aproximava do banheiro, o som da água correndo pelo seu corpo era quase hipnotizante, um convite ao que estava se desenrolando ali, me despi e abri a porta à minha frente. O vapor escapava como uma cortina, tornando difícil ver o que acontecia. Então, através da neblina, vislumbrei sua silhueta, com os cabelos molhados, ela deixava a água escorrer pelo seu corpo, quando notou minha presença seu olhar estava completamente voltado para mim despida a sua frente, e meu olhar estava em Maya, como ela era perfeita nua. Senti calor e um sorriso surgiu involuntariamente em seus lábios, tudo pareceu sumir ao nosso redor, estiquei a mão esperando que ela aceitasse um banho comigo, quando ela me tocou senti uma onda de eletricidade percorrer minha espinha, eu sabia o que iria acontecer naquele momento e sorri. Toquei sua pele e me inclinei em direção aos seus lábios até se tocarem com os meus.

O beijo era intenso e suave, um doce entrelaçar de emoções que combinava a frescura da água com a profundidade do momento. Seu sabor era como mel, e nossas respirações se fundiam em um só ritmo, criando uma conexão ainda mais forte. Aquela troca de lábios transcendia o simples ato; era uma declaração silenciosa, um compromisso de que tudo o que vivíamos ali era verdadeiro e profundamente significativo.

Não sei o que Maya pensou naquele momento, mas eu queria ser apenas dela. Queria me entregar a ela.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Teçá a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Forrest_gump

Ah que lindo esse momento delas 😍

Amei o desenrolar das coisas até chegar ao momento das duas, os conselhos da mãe da Nicolly fez muita diferença, ajudou ela enxergar que Maya também a queria!

Muito bom legal que Nicolly tenha conseguido passar no concurso, ela merecia muito já que se esforçou bastante para isso 🤷🏻‍♂️

O chega para lá no amigo folgado também foi ótimo 🤣 🤣

Ótimo capítulo Teça! Parabéns! 🤗 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻

Parabéns pela marca de 90 contos, que venham muito mais 🙏🏻🤗

1 0
Foto de perfil de Whisper

Muito bom que não foi um sonho e esse momento realmente está acontecendo!

Ficou muito bom o jeito você desenvolveu o capítulo até chegar nesse momento! Amei! 🥰

Muito bom como sempre Teça!

Parabéns!!! 🤗😘

1 0
Foto de perfil de Whisper

Parabéns pelos 90 contos 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

1 0
Foto de perfil genérica

Obrigada, se der tempo a noite solto outro capítulo.

1 0
Foto de perfil de Whisper

Tomara que de certo 🙏🏻🤗

Por nada! 😘

1 0