− Não está ouvindo?
Ivete até se assustou com o tom de André. Um amante já instalado portas adentro da residência, com a culpa do próprio marido que botou o bonitão como gerente da empresa. Será que este já está se sentindo o galo do terreiro? Ivete arrepiou-se com a possibilidade.
− Desculpe, meu querido! É que eu estava aérea, mas o que perguntou?
− Seu marido vai te passar a escritura daquele apartamento?
O apartamento que André se referia era um que Ivete arranjou para os encontros dos dois, e com a surpresa da pergunta, criou coragem para desconfundir o amante (é que a paixão já tinha chegado na fase da entrega):
− Ele não é meu marido, e aquele apartamento já é meu!
− Como assim, ele não é teu marido?
− É meu amasiado de 20 anos. Na verdade, nunca fui casada.
Ivete se extasiou com a mentira, e abrindo a racha do vestido, se jogou no colo do amante, já lhe sussurrando ao ouvido:
− O apartamento será teu, se aceitar casar-se comigo em separação de bens.
André girou a casada adúltera, e disse:
− E se eu quiser adiantado?
O beijo foi intenso, a pegada foi firme...
Seu Agenor chegou falando com a secretária de óculos (a loira tinha sido demitida a pedido de Ivete):
− Posso falar com dona Ivete?
Como sabia do caso, tratou de disfarçar, ainda mais olhando para o vídeo portátil, que refletia a garganta profunda executada por Ivete, quando André a juntou pelos cabelos. Brigite ficou babando ilustrativamente naquele pau, que babava literalmente na boca de Ivete, e que a tal secretária nerd achou lindo.
− No momento, ela está ocupada! – respondeu Brigite.
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Tinha-se passado 45 dias, e o marido Rúbens sido enviado ao Rio de Janeiro à serviço secreto da empresa de cosméticos. A preparação do casamento estava linda. André estava com o melhor terno, e sorridente por lembrar-se da escritura do apartamento (um amante comprado). Por curioso que pudesse parecer, todos os parentes estavam ali, incluindo a filha Débora do casal (Ivete e Rúbens). Então era verdade: o primeiro casamento de Ivete não foi oficial.
Só que não! Ivete estava sob o vestido de noiva mais bonito possível para os seus já 38 anos, mas a beleza não era condizente com a verdade, e sim com o descaramento que só uma paixão doentia pode produzir. O padre, que apesar de já ter frequentado um seminário, não era padre de verdade, e sim um amigo de infância de Ivete, que disse na ocasião do acordo:
− Vai ser, apenas mais um pecado, para ti, e principalmente para mim.
− Quanto a mim, não me importo, pois já sou a maior puta devassa, que o diga minha filha Débora, uma jovem adulta, e que sirvo de um mau exemplo incomparável. Só me incomodo de te ter metido nessa, meu amigo!
Valmiro Demarchi, como se chama, e por ter uma paixão enrustida por Ivete, respondeu naquela hora:
− Não vejo dessa forma, pois quando se é apaixonado, Deus há de perdoar qualquer fraqueza. Vejo nos teus olhos, que essa é a melhor decisão.
TAM, TAM, TAM, TAM, começou a cerimônia, e Ivete deu selinho em todos os casais presentes, nos homens principalmente, e nas mulheres, com menor entusiasmo, antes de chegar ao altar. – Um altarzinho menor, que Valmiro leu no catecismo, como método de driblar a blasfêmia ao furo do sacramento. Era composto nas laterais, por vidro semi-translúcido.
Fez a cerimônia, como quase sempre se dá, tomando todo o cuidado de não repetir fielmente, as palavras de praxe. André estava tão empolgado com a nova aquisição (o apartamento), que nem reparou qualquer diferença, só achando estranho o olhar para ele, de uma senhora que se revelou como irmã mais velha de Ivete. Dona Neusa, de 52 anos, tinha um jeito sensual e provocador, e conseguiu constranger o “amante oficializado” de Ivete.
Quando terminou aquele BLÁ, BLÁ, BLÁ meloso e enjoativo, disse o condutor da cerimônia:
− Então, eu os considero oficializados! Agora, a noiva já pode fazer aquela preliminar com o noivo, apenas suplico que seja atrás desse altar.
André já tinha sido informado do que aconteceria, e desatou a cinta na frente de todo mundo, mas abaixou a calça já atrás da “mesa sagrada”. Ivete ficou eufórica, e exagerou no selinho ao “vigário”, ficando quase como beijão. Imediatamente a pica de Valmiro deu sinal, devido à paixão enrustida que eu disse, mas que não teve problemas dada a batina que estava usando.
Ivete ajoelhou-se depois da mesa, permanecendo visível, a cauda do vestido branco. Estava sem véu, e por isso, o público pôde perceber o vulto da sua cabeça, na posição, e fazendo o boquete no cacete do noivo. O vulto deste, também era lindo, para a aprovação da irmã Neusa, e para novo fogacho da secretária Brigite, que estava presente. – Era uma ereção para ninguém pôr defeito!
Pouco antes do término da “chupada de estréia”, e da consequente gozada na boca (que quem ficou até o final, foram só as mais íntimas de Ivete e/ou mais interessadas na pica do noivo), o público presente foi se encaminhando à festa que se seguiria no salão adjacente.
Continua...