A porta batida ecoou pelo quarto, criando uma sensação sufocante de isolamento. O som parecia ainda reverberar dentro de mim, deixando claro que não havia mais saída. Jorge me olhava com aquele sorriso torto, um olhar predatório que sempre me deixava sem ar. A mistura de raiva e vergonha ainda queimava no meu peito, mas, por algum motivo, também havia uma fagulha de desejo que se recusava a se apagar.
"Você está com medo?" Jorge perguntou debochado. Ele caminhava ao meu redor, como um animal cercando sua presa, seus olhos nunca deixando os meus. "É isso o que você queria, não é, Lara? Uma experiência verdadeira, sem mentiras, sem esconderijos. Aqui estamos nós."
Eu não conseguia responder. A dor de ter visto meu pai ali, de ter sentido sua decepção, ainda pulsava na minha cabeça. O choque ainda estava muito presente, e eu mal conseguia acreditar no que tinha acabado de acontecer. Parte de mim queria correr, se esconder, desaparecer dali. Mas meus pés estavam enraizados ao chão.
Jorge se aproximou mais, tão perto que eu conseguia sentir sua respiração em minha pele. Seus dedos tocaram meu rosto, lentamente, seguindo uma linha imaginária desde o meu queixo até o ombro. "Ele te acha fraca," ele murmurou, "mas eu sei que você não é. Eu sei o que você quer, o que você precisa."
Dentro de mim ainda existia a vontade de matar aquele velho. Como ele pode me expor para minha família daquele jeito? E agora ele tentava me manipular me convencendo que tudo que tinha acontecido era para o meu próprio benefício? Aquilo era loucura demais para mim.
"Jorge, eu..." comecei a dizer, mas minha voz morreu. Algo em mim respondia àquele controle, se submetia ao seu toque, como se parte de mim tivesse se rendido a ele. Eu sabia o que era certo e errado, mas isso não me fazia capaz de agir.
"Shhh," ele sussurrou, colocando um dedo em meus lábios para me calar. "Hoje você não precisa falar. Hoje, você só vai sentir." Seus olhos brilharam com uma intensidade que fez meu corpo se arrepiar. Ele segurou minha mão e a guiou até o fecho do meu vestido. "Agora, seja uma boa menina."
Minhas mãos tremiam, mas eu obedeci, desci o zíper lentamente, sentindo o tecido escorregar pelo meu corpo até cair no chão. Eu não sei porque havia gasto tanto tempo me arrumando. Em menos de 30 segundos, eu estava ali no centro daquele quarto de hotel chumbrega, de lingerie, meia-calça e salto alto, completamente exposta diante dele. Jorge sorriu de satisfação, seus olhos devorando cada centímetro do meu corpo. "Linda," ele sussurrou, como se estivesse admirando uma obra de arte que ele próprio havia moldado. "Assim que eu gosto."
Ele se afastou um pouco, pegando algo na sua mochila. Quando se virou novamente, eu vi a coleira de couro em sua mão. Meu coração disparou. Eu sabia o que aquilo significava, o que ele esperava de mim.
Jorge se aproximou, colocando a coleira em volta do meu pescoço, apertando-a o suficiente para eu sentir o peso do seu controle. "Você gosta disso, não é?" ele disse, os lábios muito próximos dos meus. "Você quer ser minha, quer que eu te mostre até onde você pode ir."
Eu olhei para ele, os olhos marejados de lágrimas, mas eu não neguei. Parecia que estava drogada com um soro da verdade, totalmente incapaz de mentir. Algo dentro de mim queria aquilo. E foi nesse momento que eu soube que havia cruzado uma linha da qual não havia mais volta.
Jorge segurou a guia da coleira e a puxou para baixo. "Agora, Lara," ele disse, seu tom de voz suave, quase gentil, contrastando com o controle que ele tinha sobre mim, "vou te mostrar quem você realmente é."
Eu me ajoelhei, como ele queria. Cada parte do meu ser estava tensa, esperando, temendo, desejando. Eu não sabia mais quem eu era. Mas, por algum motivo, estar ali, daquele jeito, me fazia sentir como se talvez, apenas talvez, eu estivesse finalmente encontrando uma resposta.
Ali, sentindo o chão frio, mantive meu olhar baixo, minha cabeça inclinada em submissão. Jorge me observava de cima, com o controle absoluto da situação, seus olhos brilhando com uma satisfação perversa.
"Olha pra mim," ele ordenou, e puxou a coleira, fazendo meu queixo se erguer até nossos olhos se encontrarem. O sorriso no rosto dele me irritava profundamente, um reflexo de sua certeza de que eu estava completamente nas mãos dele.
Minha mente gritava para lutar contra aquilo, para levantar e sair daquele quarto, mas meu corpo respondia de outra forma. Ele estava ali, esperando pelo próximo comando, como se eu não tivesse mais vontade própria.
"Você é linda quando está assim, Lara," Jorge continuou, sua voz suave, quase sussurrada. "Você acha que é uma rebelde, uma lutadora. Mas no fundo, você só quer ser dominada. Você quer que alguém mostre o seu lugar."
Eu queria gritar que ele estava errado. Queria provar que ainda tinha poder sobre mim mesma, que aquela versão submissa não era a verdade sobre quem eu era. Mas minhas mãos estavam firmes ao lado do corpo, meus olhos presos nos dele, e nenhuma palavra escapou dos meus lábios.
Jorge se abaixou, ainda segurando a coleira, e passou os dedos pelo meu rosto, descendo até a minha boca. Ele acariciou meus lábios com o polegar, e eu sentia a respiração ficando irregular. "Abra," ele ordenou, e eu, mais uma vez, obedeci. Ele colocou o polegar dentro da minha boca, e eu o suguei, devagar, sentindo o gosto da sua pele. Seus olhos estavam fixos nos meus, avaliando cada reação, cada expressão.
"Boa menina," ele murmurou com um brilho de prazer. Ele retirou o dedo da minha boca, e me puxou para junto dele. "Agora, de quatro," ele disse, sem qualquer hesitação. Meu coração disparou, e senti minhas pernas estremecerem, mas obedeci, me posicionando com as mãos apoiadas no colchão enquanto eu olhava para o chão.
Eu podia ouvir Jorge tirando o cinto, o som do couro sendo puxado pelas presilhas ressoava como um eco ensurdecedor. Eu sabia o que estava por vir, e uma parte de mim, aquela parte que eu mal reconhecia, estava ansiosa. Senti o primeiro toque do cinto nas minhas costas, um toque leve, quase carinhoso, antes do primeiro golpe.
A dor veio rápida, aguda, e eu gemi, minhas mãos apertando o lençol da cama. Jorge riu, e o som daquela risada fez meu sangue ferver. Era como se ele soubesse que eu estava gostando daquilo, que eu não poderia mais fingir ser algo que não era.
"Eu sabia," ele disse, com uma voz carregada de triunfo. "Você é minha, Lara. Está amando ser a puta de um velho."
Os golpes continuaram, cada um mais forte que o outro, e eu não conseguia conter os gemidos, o corpo se contorcendo com a dor e o prazer misturados de uma forma que eu não conseguia mais distinguir. A humilhação de estar ali, exposta, vulnerável, de ser tratada como uma coisa, me mantinha presa àquele momento.
Eu estava perdida, sem saber quem eu era, sem saber o que eu queria. Eu odiava Jorge, odiava o que ele representava, odiava como ele me reduzia a algo pequeno e insignificante. Mas, ao mesmo tempo, eu queria aquilo. Precisava daquilo. Precisava ser dominada, precisava sentir que, por um momento, eu não era responsável por nada.
Jorge largou o cinto, e eu senti suas mãos frias sobre minha pele quente, acariciando as marcas que ele havia deixado. "Agora, vamos ver o quanto você realmente quer isso," ele sussurrou, antes de puxar minha cabeça para trás pela coleira, me forçando a olhar para ele.
Eu estava em lágrimas, mas não conseguia parar de gemer. Ele olhava dentro dos meus olhos, desafiando-me, esperando que eu recusasse, que eu o mandasse embora. Mas eu não conseguia.
E, naquele momento, percebi que, talvez, a resposta que eu estava buscando era que eu não era tão forte quanto pensava. Talvez, minha força sempre tivesse sido uma fachada, uma máscara para esconder minha verdadeira natureza: a de alguém que precisava ser quebrada para se encontrar.
<Continua>
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