Respirei fundo, tentando me acostumar com a nova realidade. Aos 18 anos, eu havia trocado a tranquilidade da casa dos meus pais pela agitação de uma república universitária. Ao meu lado, morariam mais cinco caras. Tinha o Carioca, o líder do grupo, um gigante de quase dois metros, com cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor, musculoso e bronzeado, parecia viver na academia. O Pedro, por sua vez, era a antítese de Carioca: loiro, magro, com óculos de grau e um ar pensativo. Seus cabelos castanhos claros emolduravam um rosto pálido e sardento. Lucas era baixinho, com cabelos ruivos encaracolados e olhos verdes brilhantes, seu corpo era atlético, mas com uma leve barriga de cerveja. André era alto e magro, com um rosto delicado e pele clara. Seus cabelos loiros eram compridos e caíam sobre os hombros, e seus olhos azuis pareciam penetrar minha alma. E por último, mas não menos importante, tinha o Felipe, um enigma. Felipe era alto e de pele morena, seus cabelos negros eram sempre usados para trás, revelando um rosto quadrado e olhos escuros.
Meu nome é Gabriel. Tenho 18 anos e uma altura mediana. Minha pele é clara, com sardas espalhadas pelo nariz e pelas bochechas, tenho cabelos castanhos claros e um pouco ondulados, e os olhos, de um verde-azulado, costumam mudar de tonalidade dependendo da luz. Nunca fui muito atlético, então meu corpo é magro e sem muita definição muscular. Sinto-me um pouco inseguro em relação ao meu físico, especialmente comparado aqueles outros caras da república.
Com a mala finalmente desfeita, resolvi sair do quarto e apresentar-me aos meus novos colegas. Ao abrir a porta, me deparei com Carioca sentado no sofá, assistindo TV. Ele me olhou de cima a baixo com um sorriso amistoso.
"Seja bem-vindo, novato! Sou o Carioca, os outros caras devem estar na cozinha. Entra aí."
Entrei na cozinha e fui apresentado aos demais. Pedro estava preparando um sanduíche, Lucas contava piadas, André lia um livro e Felipe mexia em seu celular. Todos me receberam bem, mas senti uma certa indiferença. Preparei então um miojo por ainda não ter comprado nada. Já estava terminando de comer o jantar quando Carioca anunciou:
"E aí, galera, que tal uma festa de boas-vindas para o Gabriel? Só nós da república, muita cerveja e música alta."
Os outros comemoraram a ideia e eu, apesar de um pouco tímido, aceitei o convite. Não fazia ideia de que aquela festa seria o início de uma série de desafios e aventuras que marcariam minha vida. A animação da festa já estava tomando conta da república, Carioca se aproximou de mim com um sorriso malicioso.
"Ei, Gabriel, a gente tá precisando de mais gelo e algumas coisas pra petiscar. Que tal você dar uma passada no mercado? Pega umas cervejas, salgadinhos e já aproveita e passa na tabacaria. Precisa de uns maços, seda e piteira. Ah, e não esquece do gelo!"
Senti um frio na barriga. Será que era assim que todas as festas começavam? Nunca havia estado em uma festa, e não queria transparecer insegurança. A tradição de, por ser o novato, ter que cumprir todas as tarefas também me deixava um pouco desconfortável, mas não queria estragar a festa e não tinha a opção de negar. Resolvi encarar a missão com bom humor, afinal, era apenas o começo de uma nova fase da minha vida, coloquei então uma mochila nas costas e fui para o mercado.
Quase três horas depois, voltei da rua carregando sacolas pesadas, a adrenalina da ansiedade me deixando mais nervoso e agitado do que o habitual. Ao entrar na república, a atmosfera era frenética. A música estava alta, as pessoas mais animadas, latas vazias estavam espalhadas por toda parte e o cheiro de maconha era intenso, nunca fumei, mas como estudante de escola pública, conhecia bem o cheiro.
"Ótimo trabalho, novato!" Carioca me parabenizou com um tapinha nas costas, mas seu sorriso era um pouco forçado. Antes que eu pudesse comemorar minha pequena vitória, ele continuou:"Agora, pra gente começar a festa de verdade, você vai ter que fazer um showzinho pra gente."
Um sorriso malicioso se espalhou pelos rostos dos outros. Senti meu coração acelerar. O que seria esse showzinho? Antes que eu pudesse perguntar, Carioca me entregou um copo de cerveja e apontou para o centro da sala. "Vira esse copo de uma só vez, e depois faz uma dança sensual. Vai, não seja tímido!"
A proposta me deixou desconcertado. Eu nunca fui muito bom em dançar, e a ideia de ter que fazer um show para meus colegas de quarto era humilhante. Mas, antes que pudesse recusar, Carioca já estava me empurrando em direção ao centro da sala.
"Vamos lá, Gabriel! Não vai nos deixar na mão, né?" Lucas gritou, incentivando a plateia a me pressionar.
Senti um nó na garganta. A adrenalina da situação me deixava paralisado. Olhei para os outros, esperando por um sinal de que aquilo era apenas uma brincadeira, mas seus olhos brilhavam com uma mistura de expectativa e malícia. Com um suspiro profundo, levei o copo de cerveja aos lábios e o virei de uma só vez. Não era e ainda não sou acostumado a beber, a bebida gelada desceu queimando minha garganta. Em seguida, tentei fazer alguns movimentos ridículos, tentando imitar um stripper que eu havia visto em um filme. A risada da galera ecoou pela sala, me fazendo sentir ainda mais envergonhado.
"Muito bem, novato!" Carioca aplaudiu ironicamente. "Agora, vamos subir o nível. Tira a camisa!" Neguei com a cabeça. Não estava disposto a ir tão longe. A ideia de ficar sem camisa na frente deles, especialmente com meu corpo magro e sem definição, me deixava mortificado. "Ah, não vai ser assim não!" Carioca se aproximou de mim com um olhar ameaçador. "Ou você tira a camisa, ou a gente te ajuda a tirar."
Senti um aperto no peito. Eu sabia que se resistisse, eles poderiam usar a força. Mas a ideia de ser humilhado dessa forma era insuportável. A ideia de ficar sem camisa na frente deles, especialmente com meu corpo magro e sem definição, me deixava aterrorizado. Mas a insistência de Carioca e a pressão do grupo me deixavam cada vez mais acuado. Olhei ao redor, buscando alguma saída, mas todos os olhos estavam fixos em mim.
Hesitando, comecei a tirar a camiseta, sentindo cada olhar sobre meu corpo. A sensação era a de estar nu, exposto e vulnerável. Estava prestes a jogar a camisa no chão, quando recebia a ordem de colocar e tirar novamente, mas dessa vez tirar para eles, me exibindo como uma putinha barata. Eu senti um frio percorrendo meu corpo, coloquei a camisa e tentei fazer como eles haviam pedido, não podia me dar ao luxo de desobedecê-los, além de serem meus veteranos, sabe-se lá o que fariam comigo.
"Agora, vamos ver esse corpo de perto!" Felipe exclamou, aproximando-se de mim com um sorriso irônico. Senti um impulso de fugir, de me esconder, mas minhas pernas pareciam presas ao chão. A vergonha e o medo me paralisaram.
"Não seja tímido, novato. Tira logo a calça e mostra pra gente o que você tem!" Lucas gritou, incentivando a plateia.