Amor em Alta Intensidade - Capítulo 12

Um conto erótico de Teça
Categoria: Lésbicas
Contém 1029 palavras
Data: 13/10/2024 10:09:18

No momento mágico em que o toque se tornou real, uma onda de amor e conexão irrompeu, como um rio borbulhante que aquecia o coração. A descarga hormonal envolvia tudo em uma suave nuvem de segurança e carinho. A adrenalina, antes pulsante, deu lugar a uma calma envolvente, dissolvendo tensões e ansiedades. Cada batida parecia sincronizada, um compasso harmonioso que falava de promessas e proteção. O corpo reagia com um brilho de felicidade, uma sensação de plenitude, como se a essência da vida se concentrasse naquele instante. Uma profunda sensação de pertencimento surgia, tecendo laços invisíveis que uniam seres de maneira indescritível. Essa conexão criava um estado de êxtase sereno, onde o mundo exterior se tornava distante e apenas aquele momento resplandecia, envolto em amor, calor e um profundo sentido de união.

Eu não acreditava que meu Nicolas estava para nascer, eu só consegui avisar os avós e implorar para Maya ficar ao meu lado. Infelizmente o médico não a deixou entrar. Lá dentro me preparei, troquei a roupa que eu estava usando e uma enfermeira veio fazer os exames básicos para eu poder ir para a sala de parto.

Ao ir para a sala de parto ouvi a voz de minha mãe e de minha ex-sogra, parecia uma discussão. Não me importei muito, mas pedi novamente para a enfermeira permitir a entrada de um acompanhante. Ela trocou algumas palavras com o médico no corredor e ele foi em direção a recepção. Entrei na sala de parto já com as contrações bem próximas, e pelo que entendi a dilatação estava já no momento certo para o parto normal.

A sala de parto está tomada por uma luz suave, mas intensa o suficiente para que cada detalhe pareça mais nítido. O cheiro estéril do ambiente se mistura com o aroma de minha própria ansiedade. Sinto o peso de todas as emoções que me trouxeram até aqui, como se o mundo inteiro estivesse em suspenso, aguardando o momento em que tudo mudaria. O som das máquinas e o ritmo controlado das vozes ao meu redor criam uma atmosfera surreal, como se eu estivesse dentro de um sonho do qual não pudesse despertar.

A cada contração, um universo inteiro parece se abrir e fechar dentro de mim. O meu corpo, antes meu, agora é uma ponte, um canal de passagem para uma nova vida. Há dor, claro, mas também uma estranha sensação de poder, como se estivesse realizando um ato primitivo, um rito de passagem que mulheres antes de mim já viveram, e que mulheres depois de mim viverão.

Ouço murmúrios, palavras de encorajamento, mas tudo soa distante, abafado pela tempestade interna que se agita em meu peito. Respiro, seguro o ar, libero, sigo as instruções, mas é como se eu estivesse sozinha, como se fosse apenas eu e ele, esse ser que ainda não conheço, mas já amo com uma intensidade que não sei descrever. Meu coração bate em um ritmo descompassado, não apenas por mim, mas por ele, que está a caminho.

Nesse momento vi Maya entrar, ela se posicionou ao meu lado e segura minha mão. Nunca tinha me sentido tão exausta, mas a determinação que emergia em mim era surpreendente. Cada respiração e cada empurrão se tornavam uma batalha épica. A dor era intensa, mas com Maya ali, eu estava calma.

E então, quase como um milagre silencioso, sinto a mudança. O ápice da dor se dissolve em uma onda de alívio. Um choro agudo corta o ar. Lá está ele, meu filho, anunciado ao mundo com um som que para mim é mais bonito do que qualquer melodia já ouvida. Meus olhos se enchem de lágrimas antes mesmo que eu o veja.

Seu choro estridente no ar era inconfundível, Maya foi a primeira a tê-lo no colo, percebi o olhar dela mudar e Nicolas se aproximou de seu corpo como se buscasse proteção. Eu estava exausta, mas ao olhar aquele momento me senti completa, meu novo amor acabara de conhecer a mulher da minha vida. Maya inclina em minha direção e sussurra que ele é perfeito, pouco depois as enfermeiras o pegam para exames de rotina e primeiro banho.

E, finalmente, ele é colocado em meus braços. Minúsculo, frágil, ainda envolto na confusão da chegada, mas já perfeito, em toda sua vulnerabilidade. Seus olhos estão fechados, seu corpo tremia levemente, como se o novo mundo ao qual ele foi lançado fosse um pouco demais para ele. Mas ele é meu, e eu sou sua. Quando nossos corpos se tocam pela primeira vez, sinto uma corrente elétrica percorrer meu corpo, uma ligação que nenhuma palavra pode expressar.

Ali, naquele instante, todo o medo, a dor, a ansiedade, tudo se dissolve. O mundo se resume ao calor do seu pequeno corpo contra o meu, ao som suave da sua respiração, ao toque da sua pele macia. Nada mais importa. Eu sou mãe. Ele está aqui. E o amor, esse amor avassalador e desconhecido até então, me preenche completamente.

O tempo parecia se estender, e por alguns minutos, era apenas ele e eu, uma unidade inseparável. Meus olhos ardiam de lágrimas que eu já não sabia se eram de alegria, de alívio ou de pura exaustão. O choro que antes ecoava pela sala foi substituído por um silêncio quase sagrado, quebrado apenas pelas respirações suaves, dele e minha, se ajustando à nova realidade.

Em algum momento, percebi o cansaço profundo que invadia cada célula do meu corpo, mas era um cansaço diferente, como o de alguém que acaba de concluir a mais longa e extenuante das jornadas. Mas também havia uma nova força surgindo, algo primal e inabalável, como se meu corpo agora tivesse uma nova razão para existir — cuidar, proteger, amar incondicionalmente. E eu sabia que, a partir daquele instante, minha vida não seria mais a mesma.

Fui levada para o quarto e Nicolas para o berçário, Maya foi fazer o registro de nascimento de Nicolas e eu, eu adormeci. Senti um beijo em minha testa me despertando, era Maya, que queria conferir o nome completo de Nicolas, o que não demorou muito já que tínhamos isso em conversas. Ali eu sabia que com ela ambos estávamos em segurança.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 9 estrelas.
Incentive Teçá a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil de Whisper

Capítulo muito emocionante, o jeito que você descreve as emoções no texto é realmente muito lindo!

Acho que nesse capítulo se iniciou uma nova família, pelo menos é o que desejo.

Mas acho que essa discussão entre a mãe e a ex-sogra pode ser um grande problema que começou a surgir.

Muito bom como sempre Teça!

Parabéns! 🤗😘

1 0
Foto de perfil de Forrest_gump

Muito lindo o capítulo! 😍

Achei incrível que Maya tenha participado do nascimento do Nicolas, acho que daqui para frente ela vai tratar ele como um filho 🤭

Ótimo capítulo Teça! Parabéns! 🤗 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻 👏🏻

1 0
Foto de perfil genérica

Pelo sentimento dela é bem provável

1 0
Foto de perfil genérica

Depois de uma semana, temos mais um capítulo.

0 0