Amanhecia e eu estava deitado em minha cama de olhos fechados, sentindo Tomás em cima de mim, o peso do seu corpo distribuído por sobre o meu, seu pênis grosso e comprido dentro de mim e sua cintura se movendo numa dança que me fazia sentir toda a potência e masculinidade do urso maduro. Eu gemia e saboreava aquela sensação de ser possuído pelo meu homem enquanto o sol nascia.
Abri meus olhos e vi sua mão enorme, com dedos grossos e peludos sobre a minha mão e aquilo me excitou mais ainda. Comecei a rebolar para sentir seu mastro no meu reto e ele começou a gemer forte. Então ele se ajoelhou e puxou meu traseiro em sua direção, cravando seu mastro novamente dentro de mim. Eu gemi forte e ele começou a me possuir com uma fúria animal. Agora eu estava em êxtase e a adrenalina começou a percorrer meu corpo, me fazendo estremecer. Ele percebeu e segurou meu pau no momento em que comecei a ejacular. Aquilo fez com que o homem ficasse mais louco ainda e, soltou jatos de seu leite dentro de mim. Meu companheiro acabara de gozar.
Ele se deitou ao meu lado, arfando e me trouxe até seu peito muito peludo para que eu o usasse como travesseiro. Assim que senti sua respiração se regularizar demonstrando que dormia, eu comecei a pensar em nós dois:
Depois do começo tumultuado, com o Tomás salvando minha vida até a estabilidade de nosso relacionamento, nossa vida foi entrando num processo de estabilização crescente e de forte parceria e cumplicidade. Sua nora e netos me tratavam muito bem, me aceitando como parte da família.
Tomás, com o passar dos anos, deixou de buscar outros parceiros, algo que fazia sem que eu soubesse (mas que eu imaginava acontecer pois eu fazia o mesmo). Ele dizia que, naquela altura de sua vida, eu era o suficiente para “apagar” seu fogo. Porém o meu fogo ainda queimava forte e, durante muito tempo, eu vivi outras aventuras, sempre conforme o acordo de sigilo que eu tinha com meu parceiro.
A amizade com o sorveteiro aumentou e, com o tempo, tivemos algumas relações sexuais, “seu” José, o barbeiro, também se tornou um parceiro constante pois sua passividade me excitava muito. Com Carlos e Simão continuaram acontecendo brincadeiras ocasionais, as noites de futebol com pai e filho também aconteciam mas com menor intensidade, muitas vezes ficávamos somente nos acariciando quando o jogo estava monótono. No caso do Simão, aconteceram algumas “brincadeiras“ com o Hans, que conto à parte.
Durante os primeiros anos, Tomás fazia a ponte entre minha família e eu, levando notícias e parte do meu salário para ajudar nas despesas até que, com o passar do tempo, os garotos do bairro que queriam me agredir ou, até, me matar foram saindo de cena, alguns se casando e mudando de vida, outros presos e um deles, inclusive, morto em uma briga de gangs. Isto fez com que deixássemos de nos preocupar com o incidente que me uniu a Tomás.
O “signore” Paolo também foi uma constante em minha vida, mas morreu alguns anos depois, vítima de um ataque cardíaco. Tomás comprou a sua casa e eu levei minha família para lá. Expliquei para minha mãe que, apesar de estarmos morando perto, eu continuaria a viver com o Tomás e ela entendeu que, somente assim, eu seria feliz.
Tomás e eu vivemos juntos até sua morte, 23 anos depois. Carlos me deu a mercearia como herança e foi cuidar dos outros negócios do pai. Minha família passou a morar e trabalhar comigo e devolvemos a casa do Paolo ao Carlos.
Aceitei minha viuvez pois nunca mais teria um companheiro como o meu querido e saudoso Tomás, mas tinha relacionamentos ocasionais pois o calor de
Pernambuco continuava forte.