Me leve para a praia 22

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4186 palavras
Data: 19/10/2024 15:38:38
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay, nerd

Ciço me colocou para dormir em seu peito, estou tão cansado que mesmo depois de tudo que aconteceu ainda consegue ter uma boa noite de sono, em partes por está com ele, o efeito que Ciço tem sobre mim é inegável, só por está em seus braços me sinto seguro, com ele posso enfrentar qualquer coisa.

Acordo sentindo um cheiro bom de café, abro os olhos e vejo meu namorado com duas canecas de café nas mãos, ele acordou mais cedo do que eu e me trouxe café na cama, meu coração se aquece com seu gesto, Ciço não é do tipo que acorda cedo, desde que nos conhecemos e passamos a dormir juntos essa é a primeira vez em que ele sai da cama antes de mim.

— Que horas são? Temos aula hoje — digo com uma voz de sono.

— São oito e meia, mas acho melhor não irmos hoje, você não estava nada bem ontem, vamos tirar o dia para descansar — normalmente detesto faltar, mas ele tem razão, não quero sair dessa cama hoje.

— Aqui, meu café não é tão bom quanto o seu, mas fiz de coração.

— Só por ser seu para mim já é especial — tomo o café que ele preparou para mim.

— Olha Dan, andei pensando ontem a noite e quero que você saiba que não importa o que aconteça eu vou apoiar sua decisão, eu te amo muito e quero o que for melhor para você — ele me encara enquanto fala.

— Isso é muito importante para mim Ciço, acho que pela primeira vez na vida estou certo de que não vou conseguir lidar com isso sozinho, já fui rejeitado pelos meus pais biológicos, não vou aguentar passar por isso outra vez — revelei a ele meu maior medo.

— Olha para mim Dan, eu nunca vou te rejeitar, eu estou com você até o fim, você é meu mundo — tem muita verdade em seu olhar, seu sorriso apaixonado me enche de coragem para enfrentar o que está por vir — e se você tiver que sair de casa, podemos resolver, você fica aqui comigo, ou posso alugar um lugar para gente.

— Calma, não fui expulso de casa ainda, mas fico feliz em saber que tenho você — ele me beija.

— Amor sério eu não quero te perder, eu te amo muito e vou enfrentar o mundo do seu lado se for preciso.

— Eu sei e sou muito grato a você por ter ficado na minha vida, mesmo quando eu tentei te afastar no início da nossa relação.

— Não vou a lugar algum, mas por favor me promete que não vai mais me esconder nada, ontem você precisava de mim, eu teria largado tudo e corrido para lhe encontrar.

— Eu sei, pode deixar que agora vou lhe manter informado — está com ele me tranquiliza, até consigo sorri timidamente.

Fico na cama sendo mimado pelo meu namorado a manhã toda, até água ele levantou para pegar para mim, a medida que as horas passam meu coração aperta, não posso ficar na casa do Ciço para sempre, preciso ir para casa enfrentar minha família, vai ser difícil, mas sei que não estou só, meu namorado vai está ao meu lado me dando coragem e força para enfrentar o que for.

O fim de tarde chega e agora não tem como adiar, preciso ir para casa, nem que seja para pegar umas roupas, se for o caso, Ciço percebe que estou excitante, porém até ele sabe que preciso ir, seja o que for que me espere lá vou enfrentar de cabeça erguida, sou um ótimo filho, eles não podem me punir pois não fiz nada errado, meu único erro foi me esconder todos esses anos.

— Se você quiser, a gente pode ir agora — Ciço diz me pegando de surpresa.

— É melhor se eu for só — digo.

— Nem pensar, isso não está aberto à discussão — ele segura minha mão e me encara nos olhos — não vou deixar você passar por isso sozinho, você é meu mundo.

— E se meu pai quiser te bater?

— Bem, eu faço academia — dou um tapinha leve em seu braço o repreendendo — tô brincando, não vou bater no meu sogro, mas olha Dan, ele não vai bater em você, não na minha frente.

Ciço está decidido não tem o que fazer, sendo sincero até prefiro que ele esteja comigo, me sinto mais seguro quando estou com ele, antes de sair tomo um café amargo mesmo, Claudia percebeu que estou meio mau, mas não perguntou nada, ela apenas respeitou nosso espaço e nos deixou quietos a tarde toda, não sei se Ciço conversou com ela sobre, mas enfim, foi bom ter esse momento só com ele, sem ter que me explicar.

Ele pede um carro de aplicativo e seguimos juntos, de mãos dadas para enfrentar meu destino, chegando em casa, a primeira pessoa que vejo é Isabel, que está no sofá vendo novela, seus olhos vão direto para nossas mãos entrelaçadas, um sorriso malicioso surge em seu rosto, ainda estou com raiva dela, mas não quero ser ingrato, Isabel foi a única que me defendeu ontem.

— Oi casal — ela nos comprimenta com seu deboche habitual.

— Cadê minha mãe Isabel? — Pergunto sem dar atenção para sua provocação.

— Ela chegou do trabalho e foi para a oficina do pai, já deve está voltando, ela trocou o plantão da noite para vir falar com você, mas acho que ela não vai querer ver o cunhadinho aqui não — incrível como cada palavra que sai de sua boca parece uma provocação.

— Obrigado pelo aviso — digo puxando Ciço pela mão em direção ao meu quarto.

— Não liga para ela não — ele diz quando entramos no quarto.

— Isabel agora é o menor dos meus problemas, mas estou feliz que você esteja aqui comigo agora — digo.

— Não existe um lugar onde queira estar que não seja com você Danny boy — ele diz com seu sorriso malicioso.

— Você é um bobo, brincando num momento desse — digo rindo do jeito dele.

— Dan, você fica muito mais bonito quando sorri, sabia?

— Sabia sim, todos me dizem isso — falei arrancando uma gargalhada sincera sua.

— Não sabia que namorava um comediante — ele diz, ainda rindo.

— Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe — digo lhe provocando, ele se aproxima, porém antes que possa me beijar escuto a voz de minha mãe conversando com Isabel.

— Chegou a hora — ele diz segurando minha mão.

— Vamos — seguro são mão com mais força.

Foi só sair do quarto que damos de cara com ela, seus olhos vão do meu namorado para nossas mãos entrelaçadas em questão de segundos, seu humor não está nem um pouco melhor do que ontem, mas pelo menos ela não parece querer gritar e nem nada do tipo, ao invés disso minha mãe respira fundo.

— Cicero melhor você ir embora, porque tenho algo para conversar com meu filho — meu namorado ignora o que ela acabou de dizer e apenas olha para mim em busca de minha confirmação, eu sei que o melhor seria mandá-lo ir, mas não consigo sem ele.

— Ele vai ficar mãe, a senhora tem todo direito do mundo de me mandar embora se quiser, sou maior de idade e já respondo por mim, mas a senhora não vai escolher quem devo amar — minha mão está suada e meu coração vai parar a qualquer momento.

— Eu não consigo entender — ela diz por fim.

— O que mãe? O que a senhora não consegue entender?

— Você nunca foi assim — ela nem consegue terminar a frase.

— Serio mãe? O Daniel é mais moça do que eu — Isabel diz entrando na conversa.

— Não se meta Isabel, eu não estou boa para suas brincadeiras hoje — é a primeira vez que vejo minha mãe realmente estressada com minha irmã.

— Olha mãe a senhora me perdoe, mas o Daniel sempre foi gay a senhora e o pai que nunca quiseram admitir e muito me admira a senhora que trabalha com um monte de gays ficar assim por que seu filho é um — estou chocado com Isabel, nem parece minha irmã, ela está confrontando minha mãe por minha causa, mesmo ouvido é difícil de acreditar.

— Vocês não entendem, o mundo é um lugar perigoso — ela argumenta.

— Viver é perigoso mãe, não é como se eu fosse sair por aí fazendo coisas que nunca fiz, ainda sou a mesma pessoa, só que estou cansado de me esconder — com Isabel e Ciço ao meu lado meu nervosismo cessou totalmente.

— O que os pais do Cícero vão dizer quando descobrirem? — Ela está obstinada a procurar justificativas para o seu preconceito.

— Eles já sabem e meu pai gosta mais dele do que de mim pra ser sincero — Ciço diz entrando na conversa também.

— Quer dizer que para seus pais isso é normal? — As palavras dela doem mais do que um tapa.

— A única coisa que importa para os meus pais é que me tornei um homem melhor depois que conheci seu filho, eu sei que faz pouco tempo que estamos juntos, mas eu amo o Daniel de uma forma que nunca amei ninguém.

— Ai essa doeu — Isabel diz, pois é impossível que ela fique quieta, mas lhe dou um olhar frio e ela ergue as mão fingindo uma rendição.

— Meu filho eu quero o melhor para você — ela insiste.

— O Ciço é o melhor para mim, mãe.

– Verdade, a família dele é rica e fora que ele tem cidadania americana também — encaro minha irmã mais uma vez para que ela se cale – que foi é verdade, se eu tivesse um mauricinho rico comendo na minha mão eu estaria feita.

— Cala a boca Isabel — minha mãe a repreende — Isso não é normal filho.

— Mãe, se a senhora for me expulsar eu vou embora sem brigar, e dependendo do que aconteça eu sempre vou amar a senhora e meu pai, mas não vou voltar para a caixa — falei decidido a seguir até o fim.

— Essa casa é sua Daniel, eu jamais colocaria você para fora de casa, a reação do seu pai ontem foi inadmissível também, eu já fui lá dizer que ele não tem direito de encostar em você, eu estava tão fora de mim ontem, mas não vem ao caso, se alguém está proibido de pisar aqui é seu pai, a não ser que ele queria conversar ele não pisa nessa casa — não esperava essa reação dela.

— Eu contei para mãe ontem o que ele tinha feito quando voltei da praia — explica Isabel.

— Não quero problema mãe, apenas quero viver minha vida.

— Desculpa meu filho, não entendo isso que você tem com esse rapaz, para mim não é amor — outro golpe em meu coração e Ciço sentiu também, pois apertou minha mão com força — mas tudo que posso fazer é orar a deus que guarde você.

— Mãe, ainda sou o mesmo Daniel, espero que a senhora reveja seu preconceito — é tudo que consigo dizer.

— Então tudo certo, bem vindo a família cunhadinho — Isabel não consegue levar nada a sério, é incrível como ela tem o poder de me irritar a todo instante — minha mãe está fuzilando ela com os olhos, então ela fala — o que foi, a senhora prefere que seu filho fique com o namorado dele na rua, correndo perigo, melhor dentro de casa onde vão está seguros e agora que tudo foi esclarecido não me incomoda mais o Ciço dormir aqui — Isabel é inacreditável, sei muito bem que o interesse dela é ficar de boas para ganhar coisas do meu namorado depois.

— Só respeitem minha casa.

— Claro mãe, jamais faria algo para desrespeitar a senhora — digo segurando o choro.

— Ótimo então, agora a senhora pode ficar tranquila, quando estiver no plantão, agora vai ter dois homens para dormir em casa comigo, que tal a gente comemorar que tudo acabou bem — minha mãe a ignora e vai para o quarto, antes que ela saia peço sua benção.

— Deus te abençoe e te proteja meu filho.

— Então pizza – Isabel insiste, mas a ignoro também e volto para o quarto com meu namorado que agora teve sua proibição revogada, embora pelos motivos errados.

Assim que cruzamos a porta do quarto Ciço me puxa para seus braços, seu gesto embora simples foi o suficiente para me fazer desabar em lágrimas, por um lado fico aliviado que minha mãe saiba de mim, porém o fato de que ela não seja capaz de aceitar quem eu sou é de cortar o peito.

Passamos um tempo apenas deitados comigo em seu peito, Ciço me faz carinho e me aafaga até que que minhas lágrimas sequem, no fim a fome realmente nos pegou e ele pediu a pizza que Isabel disse que queria, mas não comemos com ela, aí já seria demais, ela pegou seus pedaços e depois nos deixou em paz.

— Já avisei a minha mãe que vou dormir aqui – Ciço diz.

— Obrigado — digo.

— Não tem porque agradecer, só estou cumprindo meu papel de namorado maravilhoso.

— Só você para me fazer rir numa situação dessas — digo lhe dando um beijo.

— Ah, mas você tem que admitir que sua irmã também é bem pentelha quando quer.

— Ela é horrível, mas dá vontade de rir das palhaçadas dela de vez em quando — admito.

— Irônico que ela foi quem convenceu sua mãe a me deixar dormir aqui de novo — Ciço diz reflexivo.

— Essa é a Isabel, quando acha que está a entendendo, ela vem e muda tudo de lugar.

— O importante é que estamos juntos e nada vai mudar isso — ganhei um beijo e ele continua — eu amei quando você falou aquelas coisas para sua mãe, você sabe que nunca tive ninguém apaixonado por mim assim.

— Pois pode se acostumar, porque eu te amo incondicionalmente e como diz Isabel você é rico então não vou te largar — o som de sua risada aquece meu coração, a risada do Ciço é meu som favorito no mundo.

— Vou lembrar disso quando a gente tiver tirando seu visto — ele diz rindo.

— Que visto?

— Pra visitar meu coroa a gente precisa ter um visto, eu já tenho porque tecnicamente sou estadunidense.

— Nem começa Ciço, essas coisas custam caro.

— Amor, eu posso te deixar pagar o que você quiser, mas a gente vai passar as férias na casa do meu avô e isso não está aberto a negociação.

— Você é louco, sabia? — Digo rindo da tentativa dele de se manter sério.

— Já falei para ele sobre você, não tem o que fazer ele quer te conhecer.

— Ata, seu avô americano quer conhecer o cara que desvirtuou o neto favorito dele — digo sorrindo, mas Ciço está falando sério — espera você falou mesmo de mim para ele?

— Dan, meu avô é minha pessoa favorita no mundo, nada mais justo que ele conheça minha outra pessoa favorita no mundo.

— Ciço e se ele não gostar de mim — a ansiedade começa a me pegar.

— Impossível que isso aconteça, você é maravilhoso Dan, o coroa é mente aberta, fora que a Pam já fez sua propaganda para ele.

Sair do país nunca foi um plano, mas agora pensar nisso é surreal, tipo não é uma questão de se, mas sim uma questão de quando, mas tem a questão do visto, pode ser que nem dê certo, dá até um frio na barriga pensar que vou conhecer o avô do Ciço, estou feliz e morrendo de medo agora.

— Vem aqui, não vamos pensar nisso agora, agora eu quero só te curtir — Ciço percebeu que minha ansiedade está querendo atacar então está me distraindo e até que está funcionando.

Não transamos, nem acho que vou conseguir transar com ele na minha casa por um bom tempo, só de pensar em minha mãe mudando de ideia e voltando com a proibição me revira o estômago, minha mãe já foi trabalhar e Isabel está dormindo, aproveito para preparar o café do meu namorado e levar na cama para acordá-lo.

Queria sair antes de Isabel acordar, mas infelizmente o cheiro do meu café despertou a bruja, estou só esperando Ciço sair do banho para irmos pra faculdade, minha irmã está na cozinha tomando o café que preparei.

— A mãe não fez café que saco, seu café não é bom como o dela — Isabel me provoca voltando ao nosso normal.

— Então não bebe — respondo com rispidez.

— Você tem que aprender a fazer café Dan, afinal seu namorado adora café.

— Ele gosta do meu café Isabel e vem cá você não deveria está procurando um trabalho novo não? — Aproveito a oportunidade de passar a demissão em sua cara.

— Vou receber o seguro e também não estou bem para procurar trabalho — ela diz se vitimizando como sempre.

— Você quer é ficar dependendo dos meus pais, sua folgada — digo deixando a sozinha na sala para encontrar com meu namorado na sala que já está pronto para sair.

— Te amo irmão — ela diz com ironia.

— Te amo irmã — respondo usando o mesmo tom que ela.

Ciço tem uma beleza fora do comum, mesmo usando uma blusa minha que ficou grande nele o cara consegue ser lindo, ele pegou uma camisa lisa azul clara minha e vestiu, emprestei uma cueca minha box para ele e a bermuda que está usando é a mesma de ontem, porque não tenho nenhuma que dê nele.

— Você está lindo com essa camisa — digo.

— Agora que descobri seu guarda roupas vou me fartar de novos modelitos — ele diz rindo.

— Tá certo, pode usar o que quiser, afinal estou te achando sexy usando minha camisa — digo deixando meu lado safado aflorar.

Como ele não veio com a moto ele pede um carro de aplicativo, eu queria ir de ônibus, mas ele insiste que de carro vamos chegar cedo o suficiente para comer algo antes da aula, como estou com um pouco de fome aceito sua ideia e assim fazemos, assim que chegamos na faculdade seguimos direto para a lanchonete.

Ciço me pede para pegar uma mesa enquanto ele comprar nosso lanche e assim faço, porém encontrar Giovanna sozinha numa mesa ótima que fica na sombra de uma árvore grande, vou até ela, acho que não vai se importar se sentarmos com ela, ao me aproximar reparo que Giovanna parece triste, como se tivesse chorado.

— Bom dia Giovanna, tudo bem? — Pergunto.

— Tudo amigo — ela responde falhando em sua tentativa de parecer melhor do que realmente está.

— Sabe que pode falar comigo, né? — Digo.

— Não foi nada de mais, na verdade você bem que me avisou — ela diz sem conseguir me olhar nos olhos.

— Raylan?

— O próprio

— Vocês estavam ficando sério? — Pergunto.

— Não, quer dizer, achei que sim, mas aí ele viajou e ficou com outras lá — ela não parece saber sobre o Guigo então fico na minha.

— Sinto muito — é tudo que consigo dizer então mudo de assunto quando vejo Ciço se aproximando com nossos lanches — tem problema da gente sentar aqui com você?

— Pode sentar, já estou indo para sala — Giovanna está inconsolável, Raylan vacilou feio com ela.

É um pouco estranho reencontrar nossos amigos na sala, passamos por tanta coisa no carnaval e tipo não sou do tipo que tem amigos, ainda mais tantos assim, querendo ou não o carnaval nos aproximou, Bia correu para me dá um abraço assim que entro na sala, os caras me cumprimentam com intimidade, até Raylan está mais simpatico comigo.

— Pensei que vocês iriam esticar o feriado até segunda — Guigo diz brincando com a gente, por termos faltado ontem.

— Por mim a gente vinha só segunda mesmo, mas o máximo que consegui manter o Dan no quarto foi um dia — fico vermelho com o excesso de sinceridade do meu namorado.

Brincadeiras a parte vou para o meu lugar seguido pelo meu namorado, porém a configuração da sala mudou, nossos amigos estão sentados todos próximos da gente, Ciço está do meu lado direito e Bia do esquerdo, sem o embuste do namorado dela ela pode respirar sem se preocupar.

— Foi uma pena vocês terem voltado antes, os outros dias foram mais tranquilos, mas não foi a mesma coisa sem vocês lá.

— Tinha umas coisas para resolver — falei sem dar muitos detalhes, não quero falar com ela sobre isso na frente dos outros.

As aulas se passam, no almoço seguimos todos juntos para o RU, estou começando a perceber que Raylan está distante do Guigo, parece que eles ainda não se resolveram, pensando bem não lembro de ter visto eles conversando desde que cheguei, não que Guigo não queira, pois tá na cara que é Raylan quem está se esforçando para manter distância, odeio me meter nos assuntos dos outros, mas estou me sentindo obrigado a conversar com Raylan sobre isso.

— Gente vamos fazer algo hoje? — Mari é quem dá a ideia.

— Não sei, tenho que falar com Caio antes — Bia é a primeira a responder.

— Podemos ir naquele karaokê que vocês estavam falando — Guigo é quem dá a ideia.

— Boa sorte para vocês — digo.

— Não, você tem que ir também Dan — diz Bia toda animada.

— Nem você sabe se vai poder ir amiga.

— Tá vamos fazer assim, se você for eu vou — estou rindo porque parecemos duas adolescentes agora — Ciço ajuda aqui.

— Desculpa pessoal, mas sou pau mandado, sem autorização não posso ir a lugar nenhum — bato no braço dele de leve.

— Para com isso seu besta, olha não vou ficar até muito tarde não ok — pode ser legal e o bar fica perto da casa do Ciço mesmo, fora que posso aproveitar para conversar com Raylan lá no bar.

— Então pronto, o bar abre umas sete e meia, a gente pode marcar lá umas oito, já que lota rápido é melhor chegar cedo para pegar um bom lugar — por fim a sugestão de Mari é aceita por todos.

Depois de almoçar vou com Ciço para casa dele, nossa folga acabou agora temos que voltar a estudar, já temos até prova marcada, não dá para vacilar. É estranho pensar no quanto me sinto à vontade em seu quarto, toda minha vida mudou desde que ele passou pela porta da sala naquele dia, a primeira vez em que vi seu sorriso algo mudou dentro de mim, tentei negar, mas a verdade é que me apaixonei por ele assim que o vi e depois que o conheci melhor vi que ele é mais do que um rosto bonito.

— O que foi? — Ciço me tira do meu devaneio.

— Nada, só estou feliz por te conhecer — digo de forma apaixonada.

— Para com isso, se não, não vamos conseguir estudar — seu sorriso malicioso me quebra.

— Seu safado — digo.

— Você gosta da minha safadeza.

— Gosto um pouquinho assim — faça com a mão o sinal de pouco para provocá-lo.

Ciço vem por cima de mim me deitando na cama e beijando minha boca, mas somos interrompidos com seu pai nos chamando da sala, poxa estou morrendo de vergonha, meu sogro a uma parede de distância da gente e meu membro duro feito pedra roçando contra o do meu namorado.

— Já vou pai — ele responde.

— Melhor irmos — digo com vergonha.

— Bom esperar um pouco, não quero que o pai veja a gente de pau duro — bati nele de novo.

— Você gosta de mexer comigo, né — Ciço não se aguenta e cai na risada.

Depois de uns dois minutos estamos os dois na sala para saber o que meu sogro quer com a gente, ele não parece de bom humor, instintivamente segurou na mão do meu namorado em busca de acolhimento, ele aperta minha mão e isso é o bastante para controlar minha ansiedade.

— Oi pai, o que aconteceu?

— Daniel, você tinha razão, inclusive o contador disse que você foi muito esperto porque o esquema daquele safado foi muito bem feito.

— Como assim ele tava mesmo roubando o senhor?

— Tava filho e o contador disse que ele já fazia isso desde o início, por isso nunca percebi a discrepância no faturamento do restaurante e ele foi tão safado que conseguiu fazer isso de forma que não tenho como recorrer — isso é o que mais o está deixando frustrado e irritado.

— Sinto muito — digo.

— Eu tenho é que te agradecer Daniel, se não fosse você eu não teria visto isso e até pegar um contador novo, esse contador que olhou o livro ainda me falou que se eu tivesse só contratado outro contador provavelmente ele nem teria visto.

— É que eu revisei tudo para ter certeza antes de fazer o imposto — digo.

— Pois foi isso aí que foi minha sorte, porque se fosse um profissional, iria fazer tudo no automático.

— E o que o senhor vai fazer? — Ciço perguntou já irritado como o pai.

— Eu fui lá na casa dele, só que sua tia disse que ele sumiu no mundo, esse infeliz.

— Ele deve ter achado que o senhor iria descobrir — sugeriu Ciço.

— Foi nada, o pilantra estava era tendo um caso com a babá do filho dele, só que sua tia não teve coragem de contar para gente, foi por isso que ela demitiu a moça e se separou dele, quando ela descobriu que eles ainda estavam juntos colocou ele para fora e ele sumiu — meu chão se abriu, Isabel era a amante do patrão dela, já sabia que ela era ambiciosa e interesseira, mas pegar um cara casado é baixo demais até para ela, pelo menos isso explica porque ela chegou em casa tão naquela noite.

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Comentários

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Ansiosooo para o último capítulo, meu casalzão dando certo até o fim e quebrando barreiras

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O comentário que fiz era para "contos do LUcas" mas a mensagem é a mesma,não imaginam às vezes o impacto que têm na vida de alguém... é isso que nos faz seguir e de vocês grandes escritores! Aguardo a continuação, parabéns

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Não é frequente comentar,mas comecei a ler contos homoeroticos consigo (há vários anos atrás), irônica e felizmente,foi por partilhar este gosto com o meu filho, que ele se assumiu (pelo menos para já,para mim)... só queria agradecer, por partilhar um mundo comigo que me era desconhecido... e influenciou a minha vida de uma forma tão positiva e inesperada.

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Essa história é sensacional, espero que nunca acabe! Sigo na expectativa de Raylan e Guigo se entenderem.

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Rumo ao final da série então?? Acho que todos podemos respirar aliviados então, esse casalzão se segurou o tempo todo! Hehehe

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Misericórdia!!! Isabel é…!!! Ela é muito ardilosa! Gaita mau caráter! Ansioso pelo próximo capítulo Valentim!!!! E conta pra gente bem detalhado!!!!! Não tô me aguentando de ansiedade pra poder saber mais!!!!! ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️

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Eu sabia que a Isabel tinha um caso com o ex da tia do ciço.

Esse conto está muito bom, ansioso por mais capítulos.

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O QUE É ISSO???!!! Que pilantragem da Isabel e do amante dela. Ansioso pela continuação.

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O Capítulo 23 será o último, vou tentar não demorar para lança-lo.

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