Obsidian: De Esposa a Escrava - Parte 3

Da série Obsidian
Um conto erótico de Fabio N.M
Categoria: Heterossexual
Contém 3425 palavras
Data: 20/10/2024 08:55:03

Emily olhou pela janela do carro, observando o mundo à sua volta passar como um borrão enquanto o coração batia mais rápido do que de costume. Ao lado dela, Adriano estava calado, as mãos firmemente segurando o volante, seu maxilar tenso, como se estivesse tentando disfarçar o nervosismo. Eles estavam a caminho do Obsidian, e o peso do momento deixava o ar mais denso.

Emily ajeitou o vestido preto que escolhera para a noite, algo simples, mas sensual, apropriado para a ocasião. Ela queria se sentir confiante, mas a incerteza se instalara profundamente dentro dela. Por mais que tivesse sugerido o clube, por mais que estivesse convencida de que essa experiência poderia salvá-los, agora que estavam a poucos minutos de cruzar aquela porta, o nervosismo a tomava por completo. “E se Adriano se sentisse desconfortável? E se aquilo piorasse tudo?”

— Você está bem? — perguntou ela suavemente, virando-se para ele, tentando quebrar o silêncio tenso.

Adriano não tirou os olhos da estrada, mas assentiu lentamente.

— Estou — respondeu, a voz baixa e contida. — Só… tentando entender o que estou prestes a fazer.

Emily não soube como responder de imediato. Ela também estava lutando com os mesmos pensamentos, mas sabia que mostrar hesitação agora não ajudaria. Eles haviam chegado longe demais para voltar atrás.

O GPS do carro anunciou que estavam a apenas alguns metros do destino. Emily sentiu o estômago se apertar de ansiedade quando viu as luzes discretas da mansão à distância. A entrada era elegante, mas sem qualquer sinal chamativo. A atmosfera ao redor era sofisticada, envolta em um ar de mistério.

Adriano virou o carro em direção à entrada, onde um porteiro os aguardava, indicando o local para estacionarem. Quando o carro parou, ambos ficaram em silêncio por um momento, como se aquele simples ato de desligar o motor fosse um ponto sem retorno.

— Chegamos — disse Adriano, sem emoção, soltando o cinto de segurança.

Emily respirou fundo e fez o mesmo, tentando disfarçar o nervosismo crescente. Ela estendeu a mão para a maçaneta da porta, mas antes que pudesse sair, Adriano a deteve.

— Emily…

Ela parou, o coração disparado, e virou-se para ele.

— Podemos ir embora se você quiser — disse ele, sua voz finalmente mais suave, mais próxima do homem que ela conhecia. — Se isso não for o que você esperava… podemos sair daqui agora. Não precisamos fazer isso.

Por um instante, Emily sentiu uma onda de ternura por ele. Ali estava o Adriano que ela conhecia, o homem que se preocupava com ela, mesmo que estivesse tão distante ultimamente, mas ela sabia que ir embora agora não resolveria nada. Eles precisavam atravessar aquela porta. Precisavam enfrentar aquilo juntos.

— Eu quero fazer isso — disse ela, com mais convicção do que sentia no momento. — Vamos só… entrar, olhar. Sem pressão. Se não nos sentirmos bem, podemos ir embora.

Adriano estudou o rosto dela por um momento, então assentiu. Seus olhos estavam cheios de incerteza, mas ele confiava nela. Pelo menos, estava tentando.

Os dois saíram do carro e caminharam em direção à entrada. Emily sentiu o vento frio tocar sua pele, contrastando com o calor que sentia por dentro. Quando se aproximaram, outro porteiro os cumprimentou educadamente e abriu a porta para eles, revelando o interior do clube.

O Obsidian era tudo o que Isabela havia descrito: sofisticado, discreto e carregado de uma atmosfera erótica sutil. A iluminação era suave, com luzes violeta criando sombras longas e sensuais sobre o ambiente. Móveis de couro escuro e mesas baixas preenchiam o espaço, enquanto uma música envolvente tocava ao fundo, criando um clima de mistério e sedução. Não havia nada ostensivo ou vulgar, apenas uma elegância implícita no ar.

Isabela e Gabriel já estavam lá, esperando por eles perto do bar. Isabela, sempre confiante, sorriu quando os viu entrar, acenando para eles com um gesto casual. Emily sentiu um pequeno alívio ao ver o rosto amigável da amiga, mas o nervosismo ainda estava ali, persistente.

— Eu não acredito que estamos aqui — murmurou Adriano ao seu lado, os olhos varrendo o ambiente com uma mistura de curiosidade e desconforto.

— Vai dar tudo certo — respondeu Emily, tentando convencê-lo e a si mesma.

Eles caminharam até onde Isabela e Gabriel estavam. A música ao fundo parecia aumentar levemente conforme se aproximavam, criando uma atmosfera envolvente que penetrava na pele de Emily.

— Vocês vieram mesmo! — exclamou Isabela, claramente animada ao vê-los. Ela se levantou e deu um abraço rápido em Emily. — Não se preocupem, vamos apenas nos divertir. Sem expectativas.

Gabriel, mais contido, apertou a mão de Adriano, que ainda parecia rígido e desconfortável. Emily percebeu o olhar de Gabriel, avaliando a tensão de Adriano, mas não disse nada. Havia um entendimento silencioso entre os dois homens.

— Que bom que vieram — disse Gabriel, sua voz calma. — Vamos tomar um drink, relaxar um pouco.

Eles se acomodaram em torno de uma mesa próxima ao bar. Emily e Adriano sentaram-se lado a lado, enquanto Isabela e Gabriel ficaram de frente para eles. Emily pediu uma taça de vinho, na esperança de que o álcool ajudasse a acalmar seus nervos, enquanto Adriano escolheu uísque, algo mais forte, claramente tentando relaxar.

— Então, o que vocês acharam até agora? — perguntou Isabela, sorrindo de forma travessa, mas sem pressionar.

Emily olhou ao redor, ainda absorvendo o ambiente. Não havia pressa. O clube estava longe de ser intimidante. Havia um clima de liberdade no ar, mas também de respeito. Casais conversavam em sofás confortáveis, enquanto outros dançavam de forma lenta e sensual na pista ao fundo. Os criados cujos uniformes deixavam pouco para a imaginação, serviam drinks e petiscos, todos igualmente caracterizados, com exceção de algumas poucas garotas que se destacavam entre os empregados, com um adereço peculiar no pescoço, uma gargantilha com uma pedra de obsidiana em forma de coração, irradiavam uma beleza e sedução diferentes, tinham uma postura única, como empregadas seletas para clientes especiais.

— É… bonito — disse Emily, tentando manter a conversa leve. — Mais discreto do que eu imaginava.

Adriano ainda estava quieto, seus olhos percorrendo o ambiente como se tentasse entender as regras invisíveis daquele mundo. Ele tomou um gole de seu uísque, claramente ainda tentando se ajustar àquele novo cenário.

— Isso é o que eu mais gosto no Obsidian — disse Isabela, olhando ao redor. — É um lugar onde você pode ser você mesma, explorar o que quiser, sem julgamentos. Aqui, você vai no seu ritmo.

Emily assentiu, relaxando um pouco ao perceber que ninguém ali parecia estar esperando que fizessem algo que não quisessem. Tudo era sugerido de forma sutil, sem pressão. Ela lançou um olhar para Adriano, e pela primeira vez na noite, ele a olhou de volta. Havia uma leveza em seus olhos agora, como se, aos poucos, começasse a perceber que talvez não fosse tão assustador quanto imaginara.

— Vamos só… aproveitar a noite — sugeriu Emily, tentando manter o clima leve. — Sem compromissos, sem expectativas.

Adriano olhou para o drink, tomando um longo gole antes de responder.

— Sim, sem expectativas.

Enquanto Emily e Adriano começavam a relaxar, seus drinks quase pela metade, algo no ambiente ao redor parecia mudar. Uma leve agitação tomou conta do salão, e Emily percebeu um movimento sutil nas pessoas que estavam mais próximas da entrada do clube. Os olhares se voltaram para uma figura que acabava de entrar, e uma presença distinta tomou conta do ambiente, algo que ela não podia ignorar.

Ela olhou para Isabela, que sorria com aquele jeito travesso e misterioso, como se já soubesse o que estava prestes a acontecer. Gabriel, ao lado dela, manteve-se neutro, mas havia um brilho de reconhecimento em seus olhos.

— Ah, aí está ele — disse Isabela, com um tom de empolgação. — Vincent. O dono do Obsidian.

Emily seguiu o olhar de Isabela e avistou a figura que todos pareciam estar observando. Vincent era exatamente o tipo de homem que dominava um ambiente sem dizer uma palavra. Seus cabelos grisalhos, cuidadosamente penteados para trás, contrastavam com o terno impecável que vestia, de corte elegante, porém com um toque de sensualidade. Ele caminhava com uma confiança tranquila, como alguém que sabia exatamente o efeito que tinha sobre as pessoas ao seu redor. Seus olhos azuis-claros, penetrantes, varriam o ambiente com calma, como se estivesse sempre no controle de tudo o que acontecia.

Emily sentiu uma leve tensão percorrer seu corpo ao vê-lo, e não pôde deixar de pensar em como um único homem podia exalar tanta presença. Vincent irradiava uma mistura de poder e mistério, algo quase irresistível, mas ao mesmo tempo levemente ameaçador.

— Ele comanda tudo por aqui — explicou Isabela em voz baixa, para que apenas Emily e Adriano pudessem ouvir. — Mas não se deixe enganar pela aparência sofisticada. Vincent é o tipo de homem que pode te fazer sentir como a única pessoa no mundo... e depois virar o jogo como um verdadeiro dominador.

Adriano, que até então mantinha-se quieto, observando tudo com certa reserva, parecia ter notado a mudança no ambiente. Ele se remexeu ligeiramente na cadeira, seus olhos fixos em Vincent enquanto ele se aproximava de sua mesa, com uma mistura de curiosidade e desconforto. Emily sabia que, para Adriano, a presença de um homem como Vincent só aumentava a estranheza da situação.

Vincent, por sua vez, parecia ter percebido que sua presença havia capturado a atenção de Emily e Adriano. Ele sorriu levemente ao se aproximar, como se já conhecesse todos os pensamentos que passavam pela mente deles.

— Boa noite — disse ele com uma voz baixa e sedutora, que combinava perfeitamente com sua aparência. Seus olhos percorreram o grupo com uma calma estudada, antes de pousarem em Emily e Adriano. — Vocês devem ser novos por aqui.

Emily sentiu seu coração acelerar levemente, mas manteve um sorriso educado no rosto. Isabela foi a primeira a quebrar o gelo.

— Vincent, esses são nossos amigos, Emily e Adriano — disse ela, com um sorriso animado. — É a primeira vez deles aqui.

Vincent sorriu novamente, um sorriso tranquilo e enigmático.

— Sejam bem-vindos ao Obsidian — disse ele, dirigindo-se a Emily e Adriano com um olhar profundo, como se estivesse avaliando cada um deles. — Espero que estejam confortáveis. Nosso clube é um lugar onde vocês podem se sentir à vontade. — Ele olhou diretamente para Adriano, talvez percebendo a rigidez em seu corpo. — Nada acontece aqui sem consentimento. Vocês estão no controle.

Adriano assentiu, mas Emily podia sentir a tensão que transparecia. Ele ainda estava processando tudo, tentando manter o controle em um ambiente que lhe era totalmente desconhecido.

— Agradecemos — respondeu Emily, tentando quebrar a tensão com sua própria voz firme. — Estamos… apenas conhecendo o lugar por enquanto.

Vincent sorriu, como se entendesse exatamente o que ela estava tentando dizer.

— Isso é tudo o que precisam fazer por enquanto — disse ele, seus olhos fixos nos de Emily por um segundo a mais do que o necessário, antes de se voltar para Adriano. — Aproveitem a noite. Qualquer coisa que precisarem, estou sempre por aqui.

Com isso, ele deu um passo para trás, observando-os por mais um momento antes de se afastar, deixando-os novamente sozinhos à mesa. Mas, mesmo depois de sua partida, o impacto de sua presença permanecia no ar.

Adriano, claramente ainda desconfortável, pegou seu copo e tomou um longo gole do uísque, como se precisasse de algo para se aterrar novamente.

— Ele é… — começou Adriano, procurando as palavras.

— Intenso? — completou Emily, com um leve sorriso, tentando aliviar o clima.

Adriano assentiu, seu olhar ainda preso na direção em que Vincent havia desaparecido.

— Sim. E esse lugar… é diferente de tudo que eu já vi.

Isabela riu, percebendo o desconforto de Adriano.

— É normal se sentir assim na primeira vez. Vincent tem essa aura — disse ela, dando de ombros. — Mas não se preocupem, vocês vão se acostumar. O Obsidian pode parecer intimidante no início, mas depois vocês vão perceber que é mais sobre liberdade e escolha do que qualquer outra coisa.

Emily olhou para Adriano, que ainda estava tentando se acostumar com o ambiente. Ela se perguntou se a presença de Vincent teria mexido mais com ele do que o esperado. Havia uma certa vulnerabilidade em Adriano naquela noite, algo que ela raramente via. Ele estava fora de sua zona de conforto, e Emily sabia que isso era um teste para o relacionamento deles. Era a primeira vez que se viam nesse novo contexto, um espaço onde respiravam desejo e sedução.

Ela se aproximou um pouco mais de Adriano, tocando seu braço suavemente, tentando oferecer algum tipo de consolo.

— Vai ficar tudo bem — disse ela suavemente. — Estamos juntos nisso.

Adriano olhou para ela, finalmente mais calmo. Ele assentiu, como se estivesse aceitando, mesmo que ainda com relutância.

Isabela e Gabriel se levantaram da mesa, convidando-os a fazer o mesmo.

— Vamos dar uma volta, mostrar um pouco mais do clube para vocês — sugeriu Isabela, já se dirigindo para a pista de dança, onde alguns casais dançavam de forma provocante.

Emily e Adriano se levantaram, caminhando ao lado de Isabela e Gabriel. Conforme exploravam o clube, Emily começou a relaxar um pouco, absorvendo a atmosfera. O Obsidian não era assustador, mas sim sedutor, envolvente de uma maneira que ela não havia esperado. O ar era carregado de sensualidade, elevando sua autoestima enquanto sentia alguns olhos libertinos voltados para ela. Era um ambiente onde o desejo era palpável, mas ainda sob controle. A figura de Vincent, no entanto, ainda pairava em sua mente. Havia algo nele que a intrigava profundamente, algo que ela não conseguia nomear. Mas ela afastou o pensamento, concentrando-se em Adriano ao seu lado. Aquela noite era sobre eles dois, sobre o que estavam tentando redescobrir juntos.

Emily e Adriano seguiram Isabela e Gabriel pelo salão do Obsidian, cada passo uma mistura de tensão e curiosidade. O clube era um labirinto de sensações, onde as luzes suaves e a música sedutora formavam um pano de fundo perfeito para os sussurros e toques discretos entre os casais que transitavam por ali. Apesar do nervosismo que ainda pairava entre eles, havia algo intrigante no ar que fazia Emily se sentir envolvida pela atmosfera. Ela notou que, a cada nova sala que exploravam, algo dentro dela se mexia, uma mistura de desejo e incerteza.

Isabela liderava o caminho, falando com um tom casual que contrastava com a intensidade do ambiente ao redor. Ela e Gabriel estavam claramente à vontade naquele espaço, como se o Obsidian fosse uma segunda casa para eles. Emily admirava a naturalidade da amiga, mas sabia que, para ela e Adriano, aquele estava sendo um processo bem diferente.

— Aqui é onde a maioria dos casais começa — disse Isabela, enquanto eles entravam em uma sala mais ampla e aberta. Havia sofás distribuídos ao redor, com casais sentados ou em conversas íntimas. Outros estavam de pé, dançando lentamente sob as poucas luzes violetas que criavam sombras suaves pela sala.

Emily e Adriano observaram em silêncio. A música era sensual, um ritmo lento e envolvente que combinava perfeitamente com o clima do lugar. Era como se o desejo estivesse sempre presente, mas em segundo plano, esperando o momento certo para emergir.

— Vocês podem simplesmente observar por agora — continuou Isabela, voltando-se para eles com um sorriso encorajador. — Todo mundo aqui é super compreensivo. Entendemos que cada casal tem seu próprio ritmo.

Adriano assentiu, embora ainda estivesse visivelmente desconfortável. Emily percebeu que ele mantinha o corpo rígido, como se estivesse pronto para sair a qualquer momento. No entanto, ele ainda estava ali, o que já era um sinal de que estava tentando.

Eles se sentaram em um dos sofás, um pouco afastados do centro da sala, onde podiam observar sem serem o foco da atenção. Emily olhou ao redor, tentando se aclimatar ao ambiente. Alguns casais trocavam olhares intensos, outros conversavam e riam de forma descontraída, enquanto outros sentiam-se livres para transarem à vista de todos. Era uma mistura interessante de intimidade e liberdade.

Gabriel se aproximou de Adriano, tentando aliviar um pouco da tensão que ele claramente carregava.

— Na primeira vez que viemos aqui, me senti do mesmo jeito — disse Gabriel, sua voz baixa e amistosa. — Mas depois você percebe que tudo é muito mais sobre como você se sente do que sobre o lugar em si. O ambiente só facilita o que já está em você.

Adriano olhou para ele, pensativo, mas não respondeu de imediato. Era claro que ele ainda estava tentando processar o que Gabriel dissera. Emily sentiu uma onda de preocupação passar por ela. “Adriano estaria arrependido de ter vindo?”

— E você, Emily? — perguntou Isabela, interrompendo seus pensamentos. — Como está se sentindo?

Emily mordeu o lábio, pensando por um momento antes de responder.

— Não sei… É diferente, mas não de uma forma ruim. Acho que ainda estou tentando entender — disse ela, olhando em volta novamente.

Isabela sorriu.

— Isso é normal. É tudo muito novo para vocês. O importante é vocês se conectarem de novo. Sem pressão.

Emily assentiu, apreciando o conselho da amiga. Ela olhou para Adriano, que estava em silêncio, observando um casal mais à frente. O homem com os braços esticados sobre o encosto do sofá, com as pernas abertas enquanto a mulher engolia com maestria seu pau. Outro casal, sentado mais próximo deles, o homem segurava a cintura da mulher de forma firme, enquanto ela dançava diante dele com movimentos lentos e sensuais. Não havia pressa entre eles, apenas um fluxo natural de desejo que se manifestava de forma quase hipnótica.

Emily se inclinou levemente em direção a Adriano e tocou sua mão.

— Vamos dançar? — perguntou ela, sua voz suave, mas esperançosa.

Adriano olhou para ela, surpreso com o convite. Ele hesitou por um momento, claramente dividido entre o desconforto e o desejo de deixar-se levar pelo clima.

— Eu não sei se… — começou ele, mas Emily o interrompeu, apertando sua mão com delicadeza.

— Tudo bem, meu amor. Só… finge que estamos sozinhos. Por favor.

Adriano olhou nos olhos dela e, pela primeira vez naquela noite, Emily viu um vislumbre de aceitação. Ele assentiu lentamente.

— Tudo bem.

Emily sentiu um alívio sutil enquanto se levantava, puxando Adriano com ela para o centro do salão. A música envolvia o espaço com um ritmo lento, e conforme eles se posicionaram entre os outros casais, Emily colocou as mãos suavemente nos ombros de Adriano. Ele, um pouco rígido no início, colocou as mãos na cintura dela, puxando-a para mais perto.

Por um momento, a sensação era estranha, quase mecânica. Mas, aos poucos, conforme os corpos se moviam no ritmo da música, Emily sentiu a tensão entre eles começar a se dissolver. Não era uma dança perfeita, mas era o começo de algo. Ela se inclinou levemente, descansando a cabeça no ombro de Adriano, e ele retribuiu o gesto ao apertar a cintura dela com mais firmeza.

Conforme os minutos passavam, os movimentos de Adriano se tornaram menos tensos, mais naturais. Emily sentiu algo acender entre eles, algo que não experimentava há muito tempo, o calor dos corpos se aproximando e a música criando uma ponte entre eles. O volume rígido de Adriano resvalava em seu ventre, enquanto seus corpos se uniam.

Ela levantou o rosto para olhá-lo nos olhos, e ele a encarou de volta. Não havia mais aquela resistência inicial, e ela pôde ver que ele estava começando a relaxar. Talvez até estivesse, de certa forma, se permitindo sentir o que aquele lugar despertava.

— Obrigado por me trazer aqui — disse ele suavemente, seus lábios próximos aos dela.

Emily sorriu, um sorriso tímido, mas cheio de esperança.

— Obrigada por vir.

Por um breve momento, parecia que estavam sozinhos naquele salão, longe dos olhares dos outros casais, longe do peso das últimas semanas. A música continuava, e eles dançaram em silêncio, selando aquele momento com um beijo carregado de paixão como há muito tempo não sentiam.

Mas, em meio à tranquilidade do momento, algo prendeu a atenção de Emily. Quando levantou o olhar, avistou Vincent de novo, parado na entrada do salão, observando-os com aquele olhar enigmático. Ele estava de longe, mas os olhos dele pareciam penetrar a atmosfera da sala e se fixar diretamente nela.

Emily sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Não sabia por que, mas a presença de Vincent, sempre tão controlada, parecia mexer com ela de uma forma que não conseguia entender. Havia algo nele, uma intensidade disfarçada de elegância, que a atraía e a desconcertava ao mesmo tempo.

Adriano, porém, não percebeu Vincent, ainda focado em manter o ritmo lento com ela. E Emily decidiu ignorar a presença dele por enquanto, concentrando-se em Adriano, sentindo o momento entre eles.

Havia tempo para lidar com Vincent. Mas, naquele instante, ela só queria aproveitar a dança com seu marido, mesmo que, por vezes, parecesse um estranho.

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Comentários

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Isso é só um achismo meu mas acredito que a grande maioria dos casais entram exatamente assim no mundo liberal, o marido acomodado e a esposa achando que vai resolver os problemas do casal saindo com outros.

Acredito também que quando o motivo é esse pra ir pro mundo liberal mais de 90% acaba em divórcio.

Parabéns ao Fábio por escrever um conto liberal onde não tem manipulação, são só dois indivíduos tentando se encontrar novamente.

Acho que pelo título o amor vai perder pra libertinagem.

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É achismo mesmo. Muitos casais bem resolvidos vão a clubes de swing e praias hedonistas para ter novas experiências,é como viajar para países diferentes, fazer um cruzeiro marítimo. Outros preferem emoções como nadar com tubarões, bungee jump, paraquedismo...

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A introdução do casal Emily e Adriano no ambiente liberal do clube Obsidian, com seu clima misterioso, ora intrigante e sedutor, foi da maneira que imaginei, sem pressa, uma experiência que se dá aos poucos, com uma aclimatação respeitando o ritmo de cada um. Com a entrada do dono da casa e elemento Dominador Vincent, as posições e caminhos que a história pode tomar já começam a ficar claros. Muito boa até aqui essa série.

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Esse conto seu é bem parecido com o mais recente do Lukinha. As diferenças são os casais,que no conto dele a esposa já tem a permissão para ter relações com outros parceiros e já o faz e agora ela quer digamos empurrar o marido para ter a mesma digamos experiência e foram a uma casa de Swing. Embora eles já tenham acertado que valia para ambos o " passe livre" ele ainda não quisera ter essa oportunidade e só agora que vai acontecer esse experiência.Ha e lá não tem o casal de amigos e nem o nome da casa de Swing.

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Todo conto de swing é mais ou menos parecido em essência, um casal aberto a se relacionar com outras pessoas.

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Essa sua história está ótima meu caro ! Pena que poucas pessoas venha ler . Quando pretende sair o capítulo novo ?

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No meio da semana eu público outro. As coisas vão começar a se complicar 🤫😅

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Tô sentindo que esse Vicent viu em Emily uma presa fácil.Ele.como já tem experiência sabe sentir a fragilidade quando a ver e isso exatamente que ela está sentindo nesse momento. E pelo que parece ele gostou dela e acredito que não vai sossegar ate consegui o que quer e o Adriano não vai ficar nada satisfeito em ver que sua mulher não vai resistir. Ele já sentiu o desconforto no 1* momento da apresentação, então está vindo tempestade com raios🌩️🌩️⛈️

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