Me leva para casa Prólogo

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 2325 palavras
Data: 22/10/2024 00:58:47
Assuntos: Amigo, Gay

Rick sempre matava aula comigo, mas justo naquele dia ele disse que não iria, lembro que fiquei puto com ele, pois sei que ele só não foi por causa do Daniel — o amiguinho dele — que era um covarde, o cara além de delicado era um mané. Movido pelo ódio pulei o muro da escola sozinho mesmo, em outro momento teria ido jogar video game na casa do Rick, mas como está só fui para casa.

Minha mãe batalhou muito para me criar, depois que o infeliz do meu pai foi embora e nos abandonou ela teve que trampar muito em casa de família para bancar nossa casa, passava de semana na casa da vizinha ou na casa do meu melhor amigo Rick, isso até começar a ter idade para ficar sozinho em casa.

Nunca fui o melhor aluno e nem o cara mais popular do bairro, passei longe até de ser mediano, meu rosto era cheio de espinhas, meu corpo era muito magro, na infância recebi todos os apelidos que dão a pessoas que são muito magras, mesmo assim levei a vida da forma que deu, aproveitando as oportunidades que iam aparecendo.

Só quando fiz dezoito que minha aparência começou a melhorar, ainda não sou bonito, porém posso dizer que dei uma melhorada, uma patroa rica da minha mãe deu a ela uns cremes para acne que o filho dela tinha usado e que tinham sobrado e isso meio que ajudou a resolver meu problema, porém meu peso foi a única coisa que não mudou muito.

Para lidar com as provocações dos moleques passei a ser a pessoa que fazia a zoação com os outros, hoje em dia vejo que fui babaca, mas é como dizem o sonho do oprimido é de se tornar o opressor e fui um cara muito babaca principalmente com Daniel, passei anos odiando o cara por achar que ele foi o grande culpado pelo que aconteceu com meu melhor amigo.

Meu ódio pelo Daniel era tanto que aprendi matemática por causa dele, tipo ele sempre tirava as melhores notas e ganhava as medalhas quando tinha olimpíadas, então passei a estudar só para ter a satisfação de ganhar dele justo no que ele mais se gabava de ser bom, infelizmente não consegui, mas pelo menos tenho muitas medalhas no meu quarto junto de uma foto que tenho com minha mãe toda orgulhosa de mim, essa foto é meu troféu mais valioso inclusive.

Quando acabei a escola eu quis fazer educação física e até fechei a prova de matemática no Enem, porém a nota da redação me fodeu, como a única coisa em que sou bom além de jogar bola era fazer conta fui para matemática, agora imagina como foi minha surpresa quando vi o nome do Daniel no topo da lista dos aprovados.

Se ele não fosse o cara mais irritante do planeta teríamos sido melhores amigos, pois conheço ele desde muito novo, estudei com ele minha vida inteira, desde os primeiros anos de escola até o ensino médio, quase me livrei dele, o cara conseguiu uma bolsa de estudos em uma escola pica, mas o nerd ficou na escola que estudávamos, ele estudava comigo de manhã e à tarde ia para escola de rico.

O filho da mãe tinha nota para ser médico se quissese, mas não ele foi para porra do mesmo curso que eu, carma é foda, mas enfim, ele não mudou nada, durante as duas primeiras semanas de aula o cara não trocou mais de meia duzia de palavras com o pessoal, comigo então nem isso, mas diferente dele me intermei facil com todo mundo, tem até uma garota da minha sala que anda me dando moral.

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Odeio sonhar com o dia em que matei aula para voltar para casa mais cedo, passo o resto do dia de mau humor quando isso acontece, ainda tenho quase uma hora até o despertador tocar, mas não quero ficar na cama, então levanto e vou banhar a água fria ajuda a despertar.

Na cozinha minha mãe já está passando café e preparando uma cuscuz que só ela sabe fazer, nossa condição financeira não é das melhores, mas pelo menos fome nunca passamos e ela é uma cozinheira de mão cheia também, mesmo sem luxos posso dizer que ela deu o melhor e continua dando já que não quer me deixar trabalhar para ajudar nas contas.

— Bom dia filho, acordou cedo.

— Bom dia coroa, perdi o sono — digo.

— Você está bem? — Ela acha que não tenho mais esse pesadelo a muito tempo, parei de contar para não preocupá-la, mas ela sabe quando tem algo errado comigo.

— Só ansioso mesmo, o coordenador do curso falou que tem umas pessoas para entrar hoje — tento desviar o assunto.

— Mas as aulas começaram há duas semanas — ela fez o mesmo questionamento que fiz quando soube.

— Sim, mas na faculdade é assim, enquanto tiver vaga eles vão fazer matrícula.

— Estranho, mas o importante é que você entrou no tempo certo — ela ficou muito feliz quando disse que tinha passado na faculdade — eu vou passar a semana na serra com a dona Arlete, ela vai fazer a cirurgia hoje e acham que vai ser melhor para ela ir para casa da serra.

— Ótimo, vou dar uma festa em casa — digo só para irritá-la.

— Nem pense nisso seu Raylan, a vizinha vai ficar de olho.

— Mãe não sou mais criança, a senhora não precisa arrumar uma babá para mim — agora eu estou irritado.

— Te conheço Raylan, não quero seus amigos vagabundos na minha casa e nem quero ser avó agora.

— Tá mãe, já estou indo para aula, se for para ficar aqui ouvindo a senhora resmungar, prefiro chegar mais cedo na faculdade — ela tem o dom de me irritar.

— Espera, tem uma coisa que eu preciso falar com você — se estava irritado antes, agora estou puto, pois já sei o assunto.

— Não quero saber — falei saindo da cozinha, mas ela vem atrás de mim.

— Raylan, filho ele ainda é seu pai — ela o perdoou tão fácil, mas não sou como ela.

— Ele não é meu pai, ele não é nada meu esse desgraçado devia está morto! — Não consigo controlar minhas emoções e começo a falar muito mais alto — para mim ele está morto!

— Filho, ele quer seu perdão e ele até mandou dinheiro para você.

— Meio tarde para receber a pensão desse merda não é não? — Esbravejo.

— Pelo menos aceite o dinheiro, filho, ele tem obrigação de lhe ajudar — ela não entende, ela não viu o que eu vi.

— Eu prefiro ir e voltar a pé da faculdade do que aceitar qualquer coisa desse lixo.

— Não fala assim do seu pai Raylan — como ela pode defender esse lixo, o covarde nos abandonou e agora simplesmente aparece querendo fazer parte da minha vida.

— Eu vou dizer uma última vez e quero que a senhora entenda de uma vez por todas, meu pai morreu, ele morreu — digo uma segunda vez a fim de que ela aceite que não vou aceitar nada que venha dele.

Perdi até a porra do apetite, saio de casa batendo a porta com força, para piorar no meio da briga esqueci de pegar dinheiro com ela, mas também melhor assim, com certeza ela iria querer me dar o dinheiro que aquele merda mandou, prefiro ir e voltar a pé do que aceitar qualquer coisa dele.

Depois de conferir quanto ainda tenho de credito de passagem na minha carterinha faço uma conta rápida de cabeça, bem se eu for a pé consigo voltar de busão até o meio da próxima semana, é uma caminhada de uma hora, porém nesse horário o sol não é tão quente, não deve ser tão difícil.

Pelo menos um lado bom de ter acordado cedo é que só perdi metade do primeiro horário, estou pingando de suor e completamente exausto, tudo bem não vai ser tão fácil caminhar uma hora todos os dias, mas vou ter que me acostumar, pois aceitar a grana daquele merda não está nos meus planos.

— Pode pegar as anotações de mim se quiser — um dos caras novos diz assim que me sento, ele está na cadeira ao lado.

— O que? — Falei de forma ríspida por conta de meu mau humor, mas ele pareceu não ter se chateado.

— As anotações, o professor já anotou bastante coisa — ele repete, ele deve está querendo ser solicitado por ter chegado agora e não ter amigos ainda.

— Certo, valeu — digo agora sendo um pouco mais simpático.

— Guilherme — ele estende a mão para mim, mas fico um tempo olhando para sua mão até pega-la e me apresento também.

— Raylan.

— Diferente, é um bom nome — ele deve mesmo está desesperado para fazer amigos.

— É uma invenção da minha mãe, tipo ela juntou o nome do meu pai e o dela — explico a origem de meu nome, não costumo fazer isso ainda mais para estranhos, mas já foi também.

— Interessante, bem, meu nome foi dado por uma tia, ela é quase uma mãe para mim também, então minha mãe aceitou a sugestão.

— Legal — é tudo que consigo dizer, para não ser rude falando que não me importo.

Além do Guilherme entrou uma mina muito gata e um outro cara muito gente boa chamado Cícero, depois da segunda aula já estou chamando ele de Ciço — todos estão na verdade — aparentemente ele é rico, mas nem um pouco esnobe, o cara me lembra até um pouco o jeito do Rick — o melhor amigo que já tive.

— Estou completamente perdido cara — Ciço fala no caminho para lanchonete, os caras ficaram com fome e resolveram aproveitar o intervalo entre o segundo e terceiro horário.

— Nem fala irmão, tem umas coisas que já vi que vou precisar estudar muito para entender — Guilherme concorda.

— Vocês deviam falar com o Dan, ele é muito pica ensinado — posso detestar o Daniel, mas verdade seja dita, ele já me ajudou a passar de ano algumas vezes, mesmo sendo sacaneado por mim o tempo todo ele nunca me negou ajuda para estudar.

— Quem é Dan? — Ciço pergunta.

— É o cara que derrubou seu celular — Guilherme responde e penso que é típico do Dan fazer isso, o cara é todo desastrado.

— Mas, dá mais um tempo, pode ser que você entenda melhor, até porque o que ele tem de bom professor ele tem de chato como ser humano — digo.

— Já vai que vou ter que ver muita video aula — diz Guilherme se lamentando.

— No Cálculo posso até ajudar vocês, mas não sou tão bom professor assim — digo.

— Vamos ver como vai ser essa semana, de qualquer forma, se você puder me emprestar suas anotações vai me ajudar bastante, eu sou bom estudando só — Guilherme diz com confiança.

— Já comigo não rola, preciso de alguém me ensinando — diz Ciço.

— Então dá um jeito de convencer o Dan a te ensinar e você vai ver como ele explica melhor até que os professores da matéria, na escola ele fazia isso.

— Vocês estudaram juntos? — Ciço quis saber.

— Sim, desde sempre, sempre caímos na mesma sala.

— Nossa, então são amigos a muito tempo já, você podia falar com ele — Guilherme diz, sem saber que Dan me odeia tanto quanto eu o odeio.

— Não somos amigos, só colegas de classe, ele se acha bonzão demais para ter amigos.

— Faz parte, você vai pedir o que Raylan? — Guilherme muda de assunto.

— O que? — Pergunto por não ter entendido sua pergunta.

— O que você vai comprar para comer? Tô pensando em pegar uma coxinha — ele repete.

— Não estou com fome — na verdade estou morrendo de fome, porém sem grana para comprar qualquer coisa.

— Vou de coxinha também, tá parecendo boa — diz Ciço e ele tem razão, elas estão até cheirando bem.

— Ah, come pelo menos uma, só que não fica chato a gente comendo e você só olhando — Guilherme insiste.

— É que deixei a carteira em casa, saiu à pressa e peguei só a carteirinha que já estava na mochila — invento uma história, mesmo sem precisar, não quero que sinta pena de mim e nem nada assim.

Ciço definitivamente é rico e Guilherme embora não seja, ele pelo menos parece ter uma boa condição também, digo isso, porque ele está usando uma blusa de botões, uma bermuda branca jeans e uma sapatenis que parece caro e assim reparando em sua roupa acabo reparando também em sua aparência, o cara é bonitão, tem uma pele bronzeada, um cabelo castanho escuro, ele usa um óculos quadrado de armação simples, sua barba é rala, seu corpo é magro — não tanto quanto o meu — porém definido, ele deve fazer academia, Ciço é um armário perto da gente, mas Guilherme tem seu charme.

Esses caras devem pegar muita mulher, eu não sou pegador, mas acredite não é por opção, por mim já tinha comido geral, mas como falei antes eu vivo de oportunidades, e ainda não pintou nem uma aqui pela faculdade, mas quem espera sempre alcança já diz o ditado, só preciso ter paciência.

— Eu pago para você — Guilherme se oferece.

— Não, cara, não precisa — me apresso em recusar.

— Besteira mano, posso pagar tranquilo — ele insiste.

— Faz assim a gente racha o lanche assim fica tranquilo — Ciço da sua sugestão e acabo aceitando, eles dois dividem o valor do meu lanche.

— Prometo que pago vocês assim que dê — digo.

— Esquece isso, está tranquilo — Ciço é um cara muito humilde mesmo pelo jeito.

— É relaxa — Guilherme confirma o que Ciço falou — somos brothers agora, não vai fazer drama por causa de um salgado — ele ainda brinca.

— Certo, se vocês dizem, então agradeço a vocês por isso — falei.

Assim ficamos amigos, mas Guilherme depois de dois dias começou a ficar com Tati e essa mina é meio doida, tipo ela pira se ele não fica com ela o tempo todo, assim o resto da semana passa com gente pouco afastado, Ciço de fato precisou de ajuda e resolveu ouvir meu conselho, foi pedir ajuda pro Dan, tenho pena dele que vai ter que aturar esse mala por um tempo.

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Comentários

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Três estrelas, terrível, o Raylam é muito chato... kkkkk... Estou gostando, três estrelinhas merecidas e uma seguidora que ainda vai ler todos os outros. como eu disse ler e comentar um por um.

O problema na real é que me identifico mais com o Dan... Mas isso aí já é pessoal... Vamos para o próximo.

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Mentira que vai contar a história deles aaaahhhhh.... Tô muito boiolinha kkk

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Spin off na área!!! Bora acompanhar! Mas quero, depois saber, como foi a viagem do Ciço e do Daniel aos EUA, já que ele ficou mega apreensivo, mega ansioso, pois será a primeira viagem dele fora. E como será que a família do avô do Ciço irá recebê-lo. E será que vai ter alguém lá nos EUA pra atrapalhar o romance dos dois??? São perguntas que queremos respostas, seu Valentim!!!!!!!!!!

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Opa, já engatou um spin off! Adorei! Hahaha

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Tava ansioso por isso. Quero muito a visão do Raylan nessa história. Ver como ele foi criado, do pq ele ser assim e até como foi que ele é o Guigo ficaram. Mal posso esperar pela continuação!!!

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