Me leva para casa 10

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3856 palavras
Data: 27/11/2024 02:06:41
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay

O sol atinge minha rede me fazendo acordar, minha cabeça parece até que vai explodir, estou com muita dor de cabeça, não sou de sentir ressaca, mas ontem bebi muito mais do que sou acostumado, tenho que lembrar que o Ciço é um Opala 87’, não consigo acompanhar seu ritmo, pior é que quando as lembranças da minha conversa com Guigo me surgem a dor de cabeça parece ficar duas vezes maior.

Levanto com um pouco de dificuldade, Ciço dorme que chega a roncar, Guigo ainda está dormindo — e ele é ainda mais bonito dormindo — assim como Mário e André que deve ter chegado por último, Cesar e Dan são os únicos que já levantaram, pego minha escova, uma muda de roupa na mochila e desço na esperança de que um banho frio me cure, mas César está tomando seu banho.

— Bom dia — digo entrando na cozinha dando de cara com Caio e dona Aninha.

— Bom dia, dormiu bem? — Ela me pergunta de forma calorosa.

— Sim obrigado — sorrio de volta, mas Caio parece que foi mordido por um bixo.

— Quero ver o que ela vai dizer quando chegar — ele diz puto.

— O que aconteceu? — Pergunto.

— Nada filho, vai tomar seu banho que já vou servir o café de vocês — Dona Aninha diz gentilmente.

Deixo eles na cozinha e vou para o banho, aproveitando que César já vagou o banheiro, a água não ajudou tanto assim, porém me ajudou a acordar pelo menos, quando saio do banho vejo que Dan e Bia já está arrumando a mesa também e eles saíram para comprar lanches, agora entendi o por que da cara de cu do namorado dela.

Todo mundo já acordou e estão se arrumando na mesa para comer, sentei entre Ciço e André para ter certeza que Mari não vai sentar do meu lado, Guigo faz o mesmo ficando do lado do Daniel no fim da mesa, obrigando Tati e sentar do outro lado da mesa, bem a contra gosto, é nítido em seus olhos que ainda está cogitado pedir ao Daniel para mudar de lugar, mas conhecendo ele, acho mais fácil o inferno congelar do que ele sair de perto do Ciço.

— Pega esse aqui, é o seu — Daniel diz entregando o lanche do Ciço.

— Olha aí, vocês foram à padaria sem a gente? — César diz com um certo deboche no ar, mas posso estar enganado, já que a bebida ainda está no meu sangue.

— Sim, não temos culpa se vocês estavam todos num sono profundo, né, Dan? — Bia responde deixando seu namorado ainda mais irritado.

— Bia, você não pegou meu carro, não, né? — Caio perguntou, já com a cara fechada.

— Claro que não, nem sei onde você escondeu a chave dele, Caio, a gente foi no carro do Ciço — ela responde.

— E tu teve coragem de dirigir a Hilux do Ciço, amiga? — Mari perguntou, rindo.

— Eu que fui levando — Daniel diz todo envergonhado, mas Ciço não esboça nenhuma reação além de um sorriso.

— Essa coxinha está do caralho, o catupiry dá o nome aqui — Ciço fala ainda de boca cheia.

— O Daniel sabe mesmo dos gostos do Ciço — Digo.

— Ele sabe — Ciço confirma fazendo todos na mesa rirem.

Estou cada vez mais certo de que Ciço e Daniel estão tendo algo, no fundo sinto inveja deles, afinal eles podem ficar juntos, Daniel é mais corajoso do que aparenta, ele não é mais aquele moleque mimado que conheci, parece que amadureceu, até nisso ele tem que ser melhor do que eu, não importa o que eu faça estou sempre no canto, Guigo merece alguém como o Daniel, inteligente e que possa está com ele plenamente.

— Vamos à praia — diz Bia, toda animada.

O que eu mais tive medo de acontece aconteceu, estamos na porra de uma praia cara, velho que merda, agora definitivamente vou ficar sem um puto no bolso — não que ainda tenha muito — meus amigos estão tão animados pois Canoa quebrada é uma praia foda afinal, então não posso nem protestar, assim só me resta abraçar o capeta.

Meus amigos estão conversando, mas tudo que consigo focar é em quanto as coisas aqui são caras, puta que pariu, só saio desse transa quando Guigo senta do meu lado e me pede o cardápio para dar uma olhada — só que o cardápio daqui é por qr code, ou seja tenho que lhe entregar meu celular.

Guigo tem comprido sua parte do acordo desde que acordou, ele tem falado pouco com Tati, o que não quer dizer que ela tinha dado o mesmo espaço, ela está tentando se aproximar dele de todo jeito, mas ele diminuiu e muito a abertura que estava dando a ela, ele está do meu lado vendo o cardápio no meu telefone, por um momento me deixou fantasiar que somos um casal, e que todos na mesa sabem e não se importam.

Daniel chama Ciço para banhar de mar, ele nem pensa duas vezes, só me entrega sua cerveja e vai com Daniel pro mar feito uma moleque que ama praia, me sinto um idiota por não ter notado antes que eles estão trepando, tipo o Ciço nem se esforça para esconder, embora adore julgar o Daniel uma mensagem no meu celular puxa minha atençao completamente.

— Seu pai te mandou uma mensagem — Guigo devolve meu celular.

— Depois eu vejo, escolhe logo o que você vai pedir — digo.

— Você vai querer algo? — Ele me pergunta.

— Não, o Ciço mal tocou na cerveja e quando ele voltar vai querer beber mais, vou acompanhar ele — digo torcendo para que Ciço continue pagando minha cerveja como fez ontem.

— Tá, acho que vou pedir uma caipirinha então — ele diz me devolvendo o celular.

— Ai quero uma caipirinha também Guigo — Tati diz me tirando do sério.

Assim como pensei Ciço me banca na bebida e ainda conseguiu beliscar um pouco da batata do Guigo, ele está tão próximo, está até difícil não fazer um carinho nele, ou até mesmo beijá-lo, ele é engraçado e gente boa, e mesmo assim ele está afim de mim, não sei o que ele viu em mim, mas ele viu, não sei mais o que pensar.

Tati não parece querer desistir, diferente de Mari que já entendeu que não vai rolar e já até se arrumou com um coroa de uma duas mesas do lado da nossa, fico feliz por ela, pelo menos alguém tem que se dar bem nessa viagem, ficamos na praia até umas duas, no almoço economizei da foram que deu, mas no fim a conta ainda foi mais alta do que estava esperando.

Fico por último para passar o cartão, sei que ele não vai passar, não tenho todo esse valor na minha conta, mas estou sem saber o que fazer, pelo menos a medida que o pessoal paga vão se levantando para sair, Guigo ainda me encarou depois que passou sua parte, mas forcei um sorriso para não preocupá-lo, como Ciço vai pagar o do Daniel ele também vai caminhando com Bia e os outros, Ciço pega seu cartão e me encarando nos olhos diz com tranquilidade.

— Relaxa.

— Não eu posso — tento falar algo mais ele levanta a mão então me calo.

— Raylan, você é meu amigo — ele faz uma pausa para dizer a garçonete que o restante deve ser todo passado em seu cartão — e você é o melhor amigo do Daniel — ele me pega totalmente de surpresa agora.

— De onde tirou isso? — Digo perplexo.

— Fala sério macho, vocês ainda se falam mesmo depois de tudo que aconteceu, fora que você deve ser fácil o amigo mais antigo dele, foi você quem me indicou ele como professor e sei que você só voltou a mexer com ele porque ele começou naquele dia.

— A gente não é inimigo, mas não diria que somos amigos, nem melhores amigos — digo tentando me manter firme, mas pior é que o que ele disse faz sentido, só faço faculdade de matemática por causa dele.

— Eu vou te pagar — digo.

— Fica tranquilo, você é tipo um cunhado para mim — ele diz rindo do próprio comentário.

— Então vocês estão mesmo juntos? — Digo enquanto levantamos da mesa.

— Sim, mas ainda vou fazer o pedido oficialmente, você sabe como ele consegue ser chato quando quer — sei bem o que ele quer dizer.

— Ciço — digo quando ele passa por mim para ir de encontro ao Daniel — cuida dele ou vai se ver comigo — ele abre um sorriso largo e faz que sim com a cabeça.

Lembro das tentativas do Rick em me fazer ser amigo do Daniel e não mexer tanto com ele, penso o quanto tudo podia ter sido diferente, em partes sei que pode ter sido puro ciumes do meu melhor amigo, mas Daniel tem um passado tão fodido quando o meu, essa viagem está me fazendo rever muita coisa, não sei se gosto disso, sair da minha zona de conforto é algo que não faço a anos, me blindei de sentir algo diferente, pensando que assim ninguém poderia em decepcionar como meu pai fez, mas agora vejo o quanto perdi por causa disso.

Voltamos para casa pois Bia disse que vai ter uma mela mela na praça, depois do alívio sobre a conta consigo até animar melhor com a ideia de ir para esse mela mela, sendo a melhor parte que é de graça, passamos em casa só para pegar as bebidas, aproveito para deixar o celular, melhor assim, não posso garantir que se ficar bêbado não vou ler e responder a mensagem do meu pai, não sei o que ele pode querer, mas não quero lidar com isso agora.

Na praça tem já tem muita gente, Ciço deixa as bebidas no carroceria do carro e Daniel — lógico — fica para cuidar da nossa bebida já que ele não vai brincar também, Ka está loucamente investindo para cima do Ciço, só espero que isso não dê merda depois, mas não acho que Ciço seja esse tipo de cara, além dele Mari e até o César já se arrumaram no rolê, Bia está com Caio e Tati finalmente consegui colar no Guigo, embora ele não esteja tão grudado nela isso ainda me incomoda um pouco.

Acho que estou me divertindo de verdade nessa viagem pela primeira vez, todos estão se sujando e rindo bastante, mas aí tudo começa a mudar rapidamente, Caio e Bia se beijam o que faz todos ali sujarem os dois, só que antes que eu possa ter qualquer reação vejo Guigo beijando a Tati, meu coração até para de bater, sinto como se algo estivesse se despedaçando dentro de mim, então cego de raiva puxa a primeira menina que vejo — e é a Mari — e a beijo, ela retribui e agradeço por isso, seria muito ruim levar um tapa agora.

Não leva nem dois segundo para que um arrependimento gigante tome meu peito, o beijo na Mari me pareceu tão errado, então me distancio dela e vou indo para o carro, estou puto da vida comigo e com Guigo, mas bem mais comigo mesmo, tanto que nem consigo reagir quando vejo o Daniel e o Ciço assumindo finalmente o namorado deles para todo mundo, na realidade isso só me deixa mais triste, porque eu queria muito que fosse Guigo e eu no lugar deles.

Guigo está tentando falar comigo, mas estou me cercando do máximo de pessoas possível, ele deve está puto comigo, mas quem ele é, afinal ele beijou ela primeiro, pelo meno me arrependi disso no instante em que fiz, já ele não posso garantir o mesmo, a volta para casa Ciço que está numa animação fora do comum fez todo mundo ir na carroceria, vamos fazendo algazarra o caminho todo, parando para pensar foi bem irresponsável, mas até que foi legal.

De volta a casa colocamos o som e a festa recomeça, enquanto tiver bebida no cooler vamos beber, sei que falei que não beberia como ontem de novo, porém estou aqui de novo virando um copo atrás do outro, só aproveitando, Guigo não tira seus olhos de mim e Ciço foi tomar banho com o Daniel me deixando desprotegido, então só me restando colar com André e Mário, estou bebendo mais do que qualquer um, tanto que em determinado momento eu simplesmente apago, não sei como e nem porque, mas só acordo em minha rede no meio da madrugada.

Não consigo levantar, minha cabeça parece pesar uma tonelada, depois de um tempo é que consigo me mexer e levantar da rede, meu celular diz que são quatro da manhã, Guigo está dormindo assim como os outros, Ciço e Daniel não voltaram ainda, devem ter ficado por lá mesmo, desço com dificuldade vou ao banheiro e volto para minha rede, foi uma verdadeiro sacrifício pois ainda estou muito bêbado.

Me deito de novo, mas não consigo dormir, tem algo me incomodando, então pego o celular e abro a mensagem do meu pai, não tenho mais nada a perder mesmo, esse é meu melhor momento para ler essa droga de mensagem, mesmo decidido meu dedo treme um pouco antes de clicar na mensagem, não deve ser nada de mais e mesmo assim estou nervoso, não sei qual é o meu problema.

“Filho está tudo bem? Sua mãe disse que você viajou sem dinheiro, se precisar de algo só me pedir, se divirta e juízo” — Leio essa mensagem tantas vezes, agora ele quer bancar o pai, meio tarde para isso, desligo o celular e me forço a dormir de novo, para não acabar fazendo uma besteira da qual sei que vou me arrepender depois.

Acordei já um pouco tarde, com Guigo me chamando, levantei da rede ainda me sentindo meu mau, só estamos nós dois na varanda, nem sei que horas são, mas o sol já está no mundo, não deve ser tão cedo, sua expressão não me diz quase nada, não consigo nem adivihar o que ele vai dizer, porém não quero ouvir o que ele tem para falar, se vai brigar comigo também foda-se afinal foi ele quem beijou a Tati priemiro.

— Podemos conversar, Ray? — Ele diz.

— Vai pro inferno, não tenho nada para falar com você Guigo — digo passando por ele, faço questão de bater meu ombro no dele, Guigo tenta me segurar, mas Tati aparece atrás dele, aproveito a deixa e saio para que o casal possa ter privacidade.

Estou com fome, mas sei que se comer qualquer coisa agora vou pôr para fora, preciso maneirar na bebida hoje, é o que repito para mim mesmo — de novo — só depois do banho é que finalmente consigo comer algo, quando estou terminando de lanchar escuto o pessoal falando com Ciço que acabou de chegar com Daniel, vou para garagem recebê-lo bem a tempo de ver o pessoal fazendo piadinhas sobre eles terem voltado mais animados, até quero entrar na brincadeira, mas basta ver Tati do lado do Guigo para que todo meu ânimo se acabe.

Foi por isso que não quis me relacionar com ninguém, sabia que quando visse Guigo com outra pessoa isso iria me destruir por dentro, a imagem de Tati o beijando ficam voltando para minha cabeça de novo e de novo, nem consigo prestar atenção no que o pessoal está falando, só pego a última parte onde Bia diz que podemos beber no seu primo de novo.

Depois do almoço todos se arrumam para sair, Guigo continua tentando falar comigo, mas puxo assunto até com Caio que é o cara mais insuportável do rolê, só para não ficar só, Ciço e Daniel estão de lua de mel, não vou ser um babaca e ficar alugando os caras, assim não me restou muitas opções de companhia.

Vai ter um show da Ivete mais tarde e todos estão animados, mas só consigo pensar que enquanto a Ivete cantar uma música romântica, Tati e Guigo vão está se beijando, preciso pensar em outra coisa, mas está difícil focar em outra coisa que não seja o beijo, quase tenho vontade de ir embora, mas infelizmente não tenho grana nem para passagem de volta, fora que seria muito complicado falar pro pessoal o porquê de está indo embora tão cedo.

Assim só me resta ficar e me matar de beber — eu sei o que eu disse sobre bebida hoje, não me julgue — Cesár, disse que tinha um compromisso e que nos vai nos encontrar no show da Ivete, assim depois do almoço começamos a nos arrumar para sair, assim se forma uma fila no banheiro, estou na frente do Daniel, Ciço também esta com a gente, mas Bio o chama para falar algo sobre a festa.

Guigo está na varanda quando me vê, ele vem em nossa direção, mas prefiro conversar com Daniel, então me viro para ele e digo a única coisa que é possível dado a nossa completa falta de assunto e interação.

— Qual seu pix?

— Meu telefone, mas olha não precisa se preocupar com isso, você pode me pagar depois — ele diz sendo legal comigo assim como Ciço foi ontem.

— Não, prefiro não dever nada para você — digo soando mais ríspido do que gostaria, mas também quem ele pensa que eu sou, para me oferecer caridade?

— Raylan, olha cara sinceramente acho que isso já não tem mais cabimento, te conheço desde do colégio e nunca fiz nada para você me tratar dessa forma — sou pego de surpresa pela sua reação, sua fala me fez pensar no que Ciço me falou e assim fico reflexivo e em silêncio.

— Primeiro o Rick e agoro o Ciço, porque você tem que transformar os caras em viado? — Depois de ponderar um tempo, minha reação é a única que conheço que é afastar as pessoas.

— Raylan, não fiz ninguém virar nada e tipo sua fala preconceituosa não vai te levar a lugar nenhum.

— Fala sério Daniel, você fez o Ricardo que era meu melhor amigo se voltar contra mim — sei que isso não é verdade, mas o que mais tenho para me apegar?

— Nada disso, você que me infernizou o ano inteiro e nunca pedi que o Rick fizesse aquilo com você, inclusive me senti muito culpado por estragar a amizade de vocês — mas uma vez ele me pega desprevenido.

Não consigo mais falar nada para ele, estou cansado de mentir e até mesmo machucá-lo perdeu o sentido para mim, então simplesmente cedo minha vez na fila e vou para rua afim de respirar um pouco de ar sem ninguém por perto, estou me sentindo sufocado, quero gritar com Guigo, mas não posso fazer isso, quero pedir desculpas para o Daniel, porém não sou corajoso o suficiente para isso.

Depois de respirar fundo e segurar o choro puxo meu celular do bolso e raspo minha conta para pagar o Daniel, assim pelo menos me sinto um pouco melhor em relação a ele, sei que isso não muda nada, mas é um início pelo menos, esse pensamento por hora me conforta, e assim seguimos todos para o bar do primo da Bia, no meu caso estou indo quebrar mais uma vez minha promessa sobre controlar na bebida e não perder a razão.

Dessa vez Ciço vai ajudar Guigo com a bebidas, enquanto o pessoal já vai atrás de por música e se acomodar aproveito para me distrair limpando a piscina, isso até que é terapêutico e de quebra tem o bônus de não conseguir ver o Guigo de onde estou e nem ele pode me ver, o que os olhos não podem ver o coração não sente já diz o ditado.

— O Ciço agora é um soldado ferido, até para beber tem que pedir pro boy dele — Bia o provocou.

— Claro, ué, quem vai cuidar de mim quando eu tiver bebo chato é ele e dormir comigo a noite também — meu amigo responde com seu bom humor inabalável.

— Vamos ver quanto tempo dura — diz Mari ganhando minha atenção.

— Cala a boca Mari — antes que possa pensar as palavras saem da minha boca, é quase como se pudesse ouvir Rick falando.

Ela resolveu bancar a vítima e saio de perto de todo mundo, só Mário comprou sua cena e foi atrás dela, as meninas só trocaram a música para um pagode e começaram a dançar, eu fico na piscina que meio que virou meu lugar, daqui vejo Ciço dançando e o Daniel tentando bancar o evoluído e não sentir ciúmes ao mesmo tempo que permaneço fora do campo de visão do Guigo.

Estou de boas, mas Guigo veio até a piscina segurando dois copos, um dele e um pra mim, não tinha começado a beber ainda justo para não ter que faltar com ele, mesmo assim ele veio até mim, ele me entrega meu copo, estamos mais afastados do pessoal então ninguém consegue nos ouvir, ainda mais com a música no talo.

— Ela me beijou — ele diz.

— Eu sei — digo.

— E por que está puto comigo? — Ele pergunta.

— Vai lá ficar com ela, Guigo me deixa em paz — digo, pois não tenho como formular meus argumentos agora.

— Ray — ele diz, mas é interrompido por uma briga do pessoal, ele vai na direção da confusão e o sigo.

Não sei direito o que rolou, mas Caio está gritando com Bia na cozinha, Ka até aumentou o som para tentar abafá a briga, mas Daniel em um surto de coragem entra em direção da cozinha, por puro instinto comecei a ficar mais em alerta, se essa mané parti para cima do Daniel eu vou quebrar esse filho da puta no tapa.

Nao sei o que o Daniel falou, mas quando ele volta a gritaria lá dentro acabou, mesmo assim tô de olho, a sorte deste Caio não ser o Rick no lugar do Daniel, meu amigo está limpando o chão com a cara desse maluco só por ele levantar a voz para Bia, meu amigo sempre foi metido a heroi, e por um tempo ele foi até meu heroi quando meu pai nos abandonou.

Daniel definitivamente não é mais aquele moleque gordinho e indefeso, parece que ele teve que aprender a se defender, afinal, sem o Rick a vida teve que seguir de alguma forma. A confusão se encerra, Ciço fica mais na dele perto do namorado e assim o clima ruim vai passando, embora eu esteja cada vez mais desanimado.

— Ciço andei treinando, agora acredito que posso te vencer — digo virando meu copo.

— Ah meu jovem amigo, eu sempre digo sim a um desafio — ele diz virando seu copo também e assim começa uma bebedeira ainda mais intensa do que as anteriores, pois agora estamos competindo.

— Ei por que ninguém me chamou para essa competição — Guigo diz virando seu copo também.

— Vamos nessa, irmão, quem sabe se vocês dois se juntarem consegue bater o pai aqui — Ciço diz se achando, mas o pior é que o infeliz bebe feito um Opala.

Quando voltamos para casa já estou louco das ideias, fui quem mais me fodi nessa de virar copo com Ciço, Guigo conhecendo seus limites foi o primeiro a pular fora, mas Ciço e eu continuamos até a hora de ir embora, porém qualquer um consegue ver que ele está pleno, bem mais do que estou, mesmo assim não dei minha noite por encerrado ainda, quero perder a ração e apagar como rolou ontem.

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Comentários

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que delicia, da uma olhada nesse site, talvez goste e publique seus contos por la tbm xcontosx.com

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o Ray está se mostrando um cara totalmente diferente do que no outro conto, mas ainda assim, só vejo ele como o único responsável pelas atitudes dele, principalmente quanto ao Daniel, pois ele sempre fez questão de perseguir e incomodar o Daniel.

Dito isso, torço para que ele se entenda e se aceite.

Assim como o outro conto, estou curtindo mto esse tbm.

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O Ray vai precisar do Rick pra se salvar...sozinho ele consegue não!

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Até o Ray trabalhar suas neuras, ele corre o risco de perder boa parte de sua vida, incluindo o Guigo.

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Triste, né? Mas tenho esperanças!

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Gosto demais deste conto.

Mas a imaturidade do Ray já está me causando aflição.

O cara só reclama.

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