Me leva para casa 11

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 3743 palavras
Data: 28/11/2024 22:44:24
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay

Ciço ficou em casa com Daniel, acho que devia ter ficado também, mas agora é tarde para isso, todos estão bem arrumados e curtindo uma banda de forró que está tocando no palco, Tati está muito gostosa, com um vestido curto, provavelmente ela vai investir pesado para levar o Guigo para cama hoje, pensar neles juntos já me dá vontade de beber ainda mais.

Como a praça está muito lotada escolhemos um lugar mais tranquilo para ficarmos com nosso cooler, mas que ainda dê para ver o palco, Bia quis chegar cedo justamente para pegar esse lugar, colocamos o cooler no chão e ficamos em volta dele, mas não demora muito para o pessoal ir se arranjando com outras pessoas na festa.

— O show vai já começar, quero muito ir lá para frente para ver a Ivete — Ka diz toda animada.

— Se vocês quiserem ir, eu fico aqui vigiando nossas coisas — digo, pois nem estou na vibe para curtir o show mesmo.

— Ai que tudo, vamos então — Bia ficou ainda mais animada.

— Também quero ir — Tati diz — vamos Gui.

— Podem ir, eu fico aqui com o Raylan — ele diz.

— Então vou ficar também — Tati muda de ideia quando ele diz que vai ficar.

— Ai não né Tati, vem com a gente deixa de bancar a grudenta — Ka diz olhando séria para amiga — Mari já está aos beijos com o Mario, Bia vai está agarrada com Caio lá na frente, não vou segurar vela o show todo não, você vem comigo sim.

Assim Tati segue suas amigas para mas perto do palco, mesmo contrariada, deixando apenas Guigo e eu cuidando de nossas bebidas, por um lado estou feliz, mas por outro sei que ele ficou porque quer conversar, não sei se estou preparado para isso, porém não tenho muito para onde correr, estou preso em uma armadilha que foi montada por mim mesmo.

— Ray olha, eu não abaixei, ela me beijou e depois a afastei, me desculpa por favor — ele diz me pegando totalmente de surpresa — e olha também não gostei nada de você ter beijado a Mari.

— Desculpa, eu me arrependi na hora que fiz, Guigo eu sou um idiota você merece alguém corajoso e que possa está do seu lado — estou bebado de mais para pensar em filtro agora.

— Eu estou com você quantas vezes vou ter que repetir isso para que você acredite? — Ele diz segurando minha mão.

— Guigo eu sou fodido da cabeça — estou me esforçando para não começar a chorar.

— Você não é um fodido, você só tem problema de confiar nas pessoas e também tem dificuldade de reparar no quanto você é foda cara — ele diz tocando no meu rosto para que eu o olhe nos olhos — você é muito divertido, inteligente, tem um humor de merda, mas ninguém é perfeito né.

— Eu nunca vou conseguir te assumir — digo.

— Ray, vamos deixar rolar — ele pede e olhando em seus olhos não consigo dizer não — eu falei com Tati, disse que estava conhecendo outra pessoa e que a gente é só amigo.

— Você fez o que? — Digo sendo tomando por um medo de ter sido exposto.

— Não falei nada sobre a gente Ray — ele diz.

— Mais e se ela perceber, Tati não é boba Guigo, se ela já tiver falado pro pessoal — meu corpo começa a tremer, só de pensar que as pessoas podem está sabendo da gente.

— Ela não sabe de nada Ray, calma, por favor me escute.

— Não posso, se minha mãe descobrir, isso vai dar merda, você não podia ter falado nada Guigo, por isso falei que isso não ia dar certo — a bebida e a situação estão fazendo meu mundo girar, simplesmente começo a andar em direção a casa que estamos hospedados.

— Ray espera — ele vem vindo atrás de mim chamando meu nome, mas não consigo pensar em nada, estou com tanto medo que o pessoal comece a falar sobre isso e que minha mãe fiquei sabendo disso, ela diz que tudo bem e que superou, mas sei como ela ficou na época, sei o quanto isso vai ser ruim para nossa família.

Nunca deveria ter permitido que as coisas chegassem tão longe assim ela vai saber e vai contar para outros, esse tipo de segredo não costuma durar, tudo vai acontecer de novo, não quero passar por isso, escuto a voz de Guigo me chamando, mas não consigo parar, não consigo encará-lo nos olhos agora.

— Ray, ela não sabe, mas mesmo que soubesse que ela não vai contar a ninguém, Tati não é um monstro, ela entende as coisas — ele ainda a defende, isso me deixa puto da vida, as pessoas não entendem.

A casa não fica muito longe da praça assim consigo chegar — e grandes caminhadas não são problema para mim — todos estão na festa, mas em interior não se costumam trancar as portas, assim consigo entrar tranquilamente na casa, escura e silenciosa, deve ser madrugada já, minha noção de tempo e espaço estão muito prejudicadas pela bebida e pela minha pressão que deve ter caído de novo.

Guigo tenta me ajudar, pois estou começando a ficar ainda mais tonto — minha pressão deve estar mesmo alterada e isso somado a bebida não ajuda também — mas recuso sua ajuda, o afastando e caindo no processo.

— Não encoste em mim seu vacilão — as palavras simplesmente me escapam.

— Ray, deixa disso cara — ele diz com toda a paciência que é possível ter alguém à beira de uma crise.

— Sai porra, volta lá para sua festa, não pedi para você me acompanhar — digo com voz embargada e um pouco mais alto do que pretendia.

— Deixa Guilherme, eu cuido disso — por um momento escuto a voz do Rick, mas quando vejo é o Daniel que veio da direção do banheiro pelo corredor lateral da casa rumo a gente na garagem.

— Ele quis voltar, mas não queria que ele vinhesse sozinho — Guigo diz, para que Daniel não desconfie do real motivo de nossa briga.

— Já falei que não quero sua ajuda, eu posso me virar sozinho porra, eu sempre fico sozinho mesmo — estou mergulhando nas minhas inseguranças de novo e isso não é bom, mas é como se atristeza me consumisse feito uma areia movediça.

— Ray — Guigo está preocupado comigo, sei disso, mas não consigo evitar de me sentir assim.

— Eu não gosto de você — digo para Daniel que é quem está me ajudando a levantar.

— Nossa, estou muito surpreso com essa revelação — ele diz fazendo pouco caso do que falei.

— Sério, eu não gosto de viado.

— Outra informação sobre você que nunca imaginei — ele diz rindo sem me levar a sério.

— Deixa eu ajudar — Guigo tenta me segurar, mas Daniel o impede.

— Deixa Guilherme, amanhã quando ele estiver melhor ele vai te pedir desculpas — Daniel diz com plena convicção, tanto que o consegue convencer o Guigo e assim ele nos deixa para voltar à festa.

— Não vou pedir desculpas — digo baixinho.

— Deveria, o cara te ajudou — eu deveria mesmo, mas não sei se vou conseguir.

— Agora tira essa roupa , você precisa tomar banho — ele diz depois de ajudar a chegar no banheiro.

— Não sou viado — digo.

— Eu não vou te atacar no banheiro Raylan, você para mim é tipo um irmão mais novo que me dá muito trabalho — Daniel está certo, fico calado, porque sei que não tenho nada que possa falar agora que não vai parecer pior.

Mesmo depois de um pouco de dificuldade consigo ficar só de cueca, é estranho mas o Daniel agora está me lembrando muito o Rick, quando meu pai foi embora tive depressao, foi uma época muito sombria e só ficou pior quando cheguei na adolescência, pois comecei a beber e até usar algumas coisas mais pesadas, foi Rick quem me ajudou a superar esses tempos difíceis, mas aí ele também se foi e meu mundo caiu de novo.

Depois do banho Daniel me trouxe uma roupa limpa e minha toalha, enquanto me troco ele foi para cozinha preparar um lanche, o banho não me curou da bebedeira, porém estou começando a enxergar as coisas com um pouco mais de clareza, só espero que Guigo não tenha desistido depois de hoje, sei o quanto posso ser complicado às vezes.

— Cadê o Ciço? — Pergunto quando chego na cozinha e encontro só o Daniel me esperando com um misto quente.

— Ele está dormindo.

— Você gosta mais dele do que gostava do Rick? — A pergunta simplesmente me veio.

— É diferente, Rick sempre vai ser o meu primeiro amor, mas quando ele se foi entrei numa sala escura — entendo bem o que ele quer dizer — mas o Ciço veio e abriu as janelas, o sol brilhou de novo na minha vida.

— Ciço é um cara foda — digo.

— Ele é sim — vejo um brilho no Daniel que a muito tempo não via, ele está mesmo apaixonado pelo Ciço — Raylan eu sei que você me odeia e também sei que me culpa pelo o que aconteceu com o Rick, não sei se você conseguiu falar com ele depois do que aconteceu, mas a culpa foi minha ele ter ido embora.

— Ele não foi por sua causa, o pai dele quem o mandou embora, e sim falei com ele anos depois, ele foi para uma cidade do interior morar com os avós, lá nem eletricidade tinha — ele me escuta com bastante atenção.

— O que, como você falou com ele?

— Foi por telefone, o primo dele tinha viajado para lá e eu aproveitei para ligar para o primo dele e consegui falar com ele.

— Ele disse por que foi embora?

— Não, ele me contou que tinha sido por causa do pai dele, mas não entrou em detalhes, ele perguntou por você e me pediu para cuidar de você — ele parece aliviado, acho que nunca o vi assim tão vulnerável.

— Por isso você tinha parado de mexer comigo?

— Foi, só que quando vi você com Cícero, você substituindo o Rick por ele e fiquei bravo com você — digo me dando conta agora do que realmente me incomodou em relação ao Daniel recentemente.

— Nunca vou conseguir substituir o Rick, Raylan, o Cícero tem seu próprio espaço no meu peito.

— Você realmente não sente mais nada pelo Rick? — Ele pensa por um breve momento e então responde.

— Sinto, admiração, como te falei ele foi meu primeiro amor e também sinto culpa por ter estragado a nossa amizade, queria poder me desculpar com ele e dizer que estou bem, que estou feliz, que finalmente encontrei o significado de o que é ter alguém.

— Ele queria falar com você, mas disse que tinha medo de você dizer que não queria mais saber dele.

— Jamais poderia sentir nada de negativo pelo Rick — ele responde sem nem pensar.

— Ele ficaria feliz de te ver com o Ciço — digo com toda sinceridade, conheço Rick tão bem que sei exatamente o que ele diria se conhecesse o Ciço — Rick te ama cara, ele sempre amou, só que não do jeito que você amava ele — digo e pela sua reação Daniel pensa o mesmo.

— Sinto falta dele — Daniel diz depois de refletir brevemente sobre o que acabei de dizer.

— Eu também, ele iria saber o que me dizer agora.

— Raylan mesmo que você não goste de mim, saiba que estou aqui, não sou o Rick, mas também sou seu amigo — ouvi-lo dizer isso me fez lembrar das palavras do Ciço na praia.

— Eu gosto de você, você é como um irmão mais velho gay e meio insuportável — digo lhe arrancando uma risada sincera — você é diferente dos outros gays.

— Se você diz, mas sério se precisar estou aqui pro que você precisar.

Nossa conversa é interrompida pelo Ciço que veio atrás do namorado, ele está com uma cara de sono, é até engraçado a forma como ele mesmo cansado e sonolento se obrigou a sair da rede para procurar pelo Daniel, ele está em boas mãos afinal Rick.

— Acordei e não ti vi — ele diz abraçando o Daniel.

— Estava cuidando desse moço aqui que chegou às quedas de bêbado.

— Te deixaram vir sozinho? — Ciço pergunta preocupado.

— Não, o Guilherme trouxe ele — Daniel esclarece acalmando seu namorado.

— A sim, você está se sentindo bem? — Ciço é um ótimo amigo, acho que qualquer um no lugar dele teria ficado com ciúmes ou algo do tipo.

— Agora estou — digo isso e sinto que dentro de mim é verdade, estou mesmo bem agora, conversar com Daniel foi como tirar um peso das costas e me fez lembrar do Rick também — vocês dois podem ir, a viadagem de vocês vai me deixar enjoado — pela primeira vez estou falando algo para Daniel que não é uma ofensa e sim uma brincadeira e ele pareceu entender pois abriu um sorriso.

— Vem amor — ele diz, mas antes de ir faz questão de beijar o Ciço na minha frente entrando na brincadeira, depois ele dois saem de mãos dadas de volta para rede.

Limpo meu copo e o prato que usei para comer, preciso falar com Guigo, agora, não vou conseguir esperar, mas não sei onde ele está e estou com medo dele está com Tati, ele pode ter ficado puto comigo, estou sem saber o que fazer e não sei se vou conseguir falar tudo que quero, estou bêbado para caralho, não quero que ele pense que minhas desculpas são da boca para fora, a droga do meu telefone está descarregado também, então nem consigo ligar para ele.

Depois de pensar um pouco a única ideia que consigo ter para falar com ele assim que possível é de me deitar na rede dele, assim ele vai ter que me acordar quando chegar e aí vamos poder conversar, sou um gênio — ou pode ser só efeito da pinga — estou banhado, ele não vai se importar por deitar em sua rede então é isso que faço, mas não sei se foi a melhor ideia, pois mal encostei em seu lençol e seu cheiro já me invadiu por inteiro, inconscientemente me agarro ao lençol dele e apago no sono, seu cheiro me acalmou e me exitou ao mesmo tempo, é meio difícil de explicar o que me deu.

O sol me acorda pela manhã, essa varanda não foi feita para quem gosta de dormir até tarde, estou meio zonzo ainda, quando abro os olhos vejo Guigo deitado na minha rede de frente para mim, ele está todo enrolado com meu lençol, ele não me acordou, fico com um pouco de medo dele não querer falar mais comigo, mas ver ele dormindo tranquilo com meu lençol na minha rede, quero gravar essa cena para sempre na minha mente, para sempre poder revisita-la.

Ainda é cedo, então cubro os olhos com o lençol para dormir mais um pouco, porém acordo com uma gritaria bem perto de mim, não estou entendendo nada, porém quando vejo Caio avançando na rede do Ciço que também foi acordado no susto meu corpo desperta por completo, sinto uma carga de duzentos e vinte volts percorrendo meus músculos e quando vejo estou entre o Ciço que agora também está de pé e o Caio, Guigo surge também ajudando a tirar o Caio da varanda, Ciço parece completamente perdido assim como todos.

Caiu foi para cozinha, porém foi proferindo ofensas para o Ciço e para o Dan, pelo pouco que entendo ele está com ciúmes do Dan e acredita mesmo que Dan possa está tendo algo com a Bia, o que é uma grande loucura da cabeça dele, ainda bem que meu amigo sabe que seu namorado jamais faria algo assim, Daniel é chato demais para cometer esse tipo de vacilo.

Mesmo assim Caio está pedindo uns tapas, então é preciso André e Mário me ajudando a manter o Ciço na varanda até que o Dan chegue e possa esclarecer esse mal entendido, quando as coisas se acalma desço para ir esperar por eles na garagem, para mim é óbvio que eles foram na tal padaria, mas de qualquer forma fico esperando eles chegarem para que Bia fale com Caio e acalme esse maluco de vez.

Difenrente do Ciço, bastou o Guigo para segurar o Caio na cozinha, esse merda é um frouxo, só foi atrás de treta com meu amigo porque sabia que a gente iria separar, se esse cara continuar com essa palhaçada quem vai dar uns murros nele sou eu, cara chato da porra, Bia é tão legal para está com um babaca assim.

Não demora muito até eles chegarem, rindo e completamentes alheios ao que aconteceu agora pouco, Dan e Bia me vem e pela minha cara percebem que tem algo errado, ainda bem que vim esperar eles aqui, porque era arriscado isso escalonar caso o Caio visse eles chegando todo sorridentes assim.

— Onde vocês estavam? — Pergunto.

— Na padaria — Dan responde mostrando suas comprar.

— Eu disse para esse doente — Ciço diz por trás de mim passando e abraçando o Daniel.

— O que aconteceu, Ciço? — Dan pergunta preocupado.

— O Caio acordou todo mundo aos gritos falando que você estava comendo a namorada dele — digo.

— Ciço eu jamais — Dan começa a se explicar, mas Ciço o interrompe.

— Eu sei Daniel, você não tem que se explicar para mim, entendeu, estou puto com ele, não com você.

— Ele acordou o Ciço para cobrar satisfação e quase rolou uma briga entre eles, Raylan foi quem separou eles primeiro, aí depois todo mundo fez o que deu na hora do susto — Guigo explica se juntando a conversa.

— Gente, esse cara é maluco, ele sabe que estou com Ciço — Dan diz também puto com esse cara.

— Pois é, só que ontem você se meteu na briga deles, hoje você saiu com ela para comprar comida ai o cara surtou — digo.

— Fui comprar um lanche para o meu namorado, com a minha amiga.

— Vem aqui Danny boy, esquenta com isso não, o que você comprou pra mim? — Ciço se obriga a ficar mais calmo ao perceber que Dan está começando a esquentar.

— Onde ele está? — Dan pergunta.

— Depois de quebrar o pau com todo mundo, o Mario e o André se trancaram com ele no quarto para tentar conter a briga — Guigo responde.

— Ciço esse cara é violento, ele encostou em você? — Dan quis saber.

— Não, ele só bateu na rede, tomei um baita susto na hora, mas porque pensei que você estivesse comigo, quando vi que você não tava fiquei assustado até começar a entender o que estava rolando — Ciço responde beijando a mão do Dan.

— Desculpa — Dan se desculpa segurando o choro.

— Ei, não para com isso, você não tem culpa, a Bia tem que dar um pé nesse mala isso sim — Ciço conforta o namorado, Bia deve está acalmando o louco no quarto também.

— Raylan quem te ajudou?

— Acho que ele entendeu primeiro o que o cara tava falando, quando Caio veio para cima de mim ele entrou no meio e meteu um empurrão nele e foi quando os outros caras se meteram.

— Que loucura — Dan diz pensando no que aconteceu.

Ciço e Dan acabam saindo para evitar uma briga maior, depois de toda essa adrenalina não sei se consigo dormir de novo, então vou pegar minhas coisas para tomar meu banho e começar meu dia, mas enquanto estou pegando minhas coisas percebo Guigo se aproximar, por causa da confusão não tivemos tempo nem de dar bom dia um para o outro.

— Você está legal? — Ele pergunta.

— Estou sim e você?

— O Caio só late, ele ficou de boas depois que a Bia chegou, mas ela deve ter dado um esculacho nele espero — ele diz pensativo — porque dormiu na minha rede?

— Queria falar com você — digo sem conseguir encará-lo.

— Mas acabou dormindo enquanto me esperava? — Um meio sorriso tímido se forma em seu rosto suavizando sua expressão.

— A ideia era você me acordar — digo.

— Não tive coragem, você estava dormindo tão tranquilo, me perguntei se só tinha errado de rede — ele diz.

— Dormi bem por causa do seu cheiro — revelo, mesmo sendo difícil para mim, vou dar um passo à frente e deixar as consequências aparecerem.

— Pode dormir comigo, é melhor do que meu lençol, garanto — o predador feroz voltou a caçar pelo jeito.

— Quem sabe a gente não dormi junto qualquer dia desses — digo sem jeito.

— Ray, me fala qual é o problema? — Ele diz, mas os outros chegam para pegar suas coisas também e aí não tem mais como conversar nada pessoal na frente deles.

Depois do banho as coisas parecem melhor, Tati está menos em cima do Guigo o que é bom e ele está mais perto de mim, embora ainda esteja com medo dela fazer as contas e se tocar que sou eu a pessoa misteriosa na vida do Guigo por quem ela foi trocada, porém estou tentando controlar minha paranoia, já está decidido que não vou mais beber nessa viagem também, só por via das dúvidas, pelo menos vou tentar não ficar doido de novo.

Caio pediu desculpas com a cara mais lavada do mundo para os avós da Bia, mas não disse nada em relação ao Dan e Ciço, pelo menos o clima ficou mais ameno então pego o celular para avisar ao Dan, até para que ele não fiquei preocupado com a situação aqui e também para que eles voltem para cá, mas Ciço diz que eles vão almoçar na praia mesmo e até que entendo eles, também iria querer uma certa distância do Caio, nem foi comigo e to puto com ele.

O dia hoje é um pouco mais morgado comparado aos outros, só ficamos curtindo em casa mesmo e esperando o anoitecer para irmos no segundo dia de festa na praça, o clima está meio como uma guerra fria, Caio parece que vai surtar a qualquer momento, ainda mais por que Bia foi conversar com Dan e Ciço assim que eles chegaram, mas desde que ninguém brigue, vou ficar na minha prestando atenção no Guigo, não quero mais fazer nenhuma merda.

Guigo está se chegando e estou meio que fugindo dele discretamente, não quero dar bandeira, ele parece está se divertindo com esse jogo de gato e rato, mas já me liguei que Dan está de olho na gente, não quero dar um vacilo dele perceber nada, ainda estou lidando com essas questões, tudo que menos quero agora é outra briga também. Dessa vez Ciço não bebeu quase nada durante o dia, ele está bem para curtir a festa de hoje e Dan também resolver vir com a gente, o que é um verdadeiro milagre, só espero que essa noite seja tranquila, porque já foram muitas emoções de ontem para hoje.

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Comentários

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Acho que o Ray precisa procurar ajuda de um psiquiatra, sério mesmo. Deixar o preconceito de lado (que acho que ele tem) e procurar ajuda, pq a cabeça dele tá foda mesmo. E a gente aqui mergulhando nela! Hahaha

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Ou acontece algo que dê um choque de realidade para o Ray admitir e viver plenamente seus sentimentos pelo Guigo, ou ele se afundará a tal ponto, que nem o Santo Rick aparecendo conseguirá ajudar.

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Se o Rick voltar para a vida do dan e do ray? Qual dos dois irá receber de braços aberto?

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