Meu mais sincero agradecimento aos milhares de leitores que estão acompanhando essa série. Obrigado pelas estrelas e comentários. Vocês fazem este humilde autor se sentir motivado e caprichar ainda mais nas continuações. Boa leitura a todos, divirtam-se.
Revisão: Id@
Fabiano:
Voltamos para casa e eu me sentei no sofá, perdido em pensamentos, enquanto Malu preparava o jantar na cozinha. A empolgação inicial de recuperar nosso casamento havia se dissipado, substituída por uma sensação de distância crescente entre nós. Era como se estivéssemos vivendo em mundos paralelos.
A melancolia se apoderou de mim, uma sensação estranha e desconfortável. Quando Malu se aproximou, seu beijo na bochecha não recebeu reação. Não foi um gesto intencional, apenas uma reação automática à sensação de desconexão.
Malu não pareceu notar. Ou talvez fingisse não notar.
— O que você quer assistir hoje? — Perguntou ela, mudando o canal da TV.
Dei de ombros, indiferente.
— Não importa.
Malu sentou-se ao meu lado, mas sua presença não conseguiu me alcançar. Era como se estivesse sozinho, cercado por um vazio intransponível.
Pensei nas conversas recentes, nas palavras que não conseguiam expressar meus sentimentos. Sentia-me culpado por questionar nosso relacionamento. Comecei a me questionar se realmente era eu o problema.
A solidão me envolveu, mesmo com Malu ao meu lado. Eu disse que estava disposto a tentar, a deixar a desconfiança de lado, mas o conflito dentro de mim, a sensação estranha no peito, me dizia o contrário.
— Não estou com fome, amor. Vou me deitar. Amanhã será um dia difícil no trabalho. Preciso estar descansado e focado.
Malu protestou:
— Mas Binho … ainda nem deu oito horas da noite. Achei que íamos namorar um pouquinho, fazer um amor gostosinho …
— Hoje não, amor. Desculpa! E não me entenda mal, não é uma rejeição. Apenas estou cansado, foi um longo final de semana.
Malu olhou para mim, surpresa e desapontada.
— Mas você nunca está cansado para trabalhar, Binho. Por que agora?
Eu suspirei.
— Não é a mesma coisa, amor. O trabalho é uma responsabilidade.
Malu se levantou.
— Entendi. Você prefere o trabalho a mim.
Sacudi a cabeça.
— Não é isso, Malu. Não dramatize.
Malu se aproximou.
— Não estou dramatizando. Só quero saber o que está acontecendo com você. Achei que estávamos no caminho certo, que tínhamos feito as pazes …
Me afastei da Malu:
— Não está acontecendo nada. Estou apenas cansado.
Malu olhou para mim, desconfiada.
— Você está escondendo algo de mim?
Neguei.
— Não, Malu. Não estou escondendo nada.
Malu se virou e saiu da sala.
Subi para o quarto e me deitei, mas não consegui dormir. A conversa com Malu me deixou inquieto. Pensei no vídeo enviado, nas desconfianças, na distância entre nós. A solidão me envolveu novamente.
Levantei-me e fui até a janela. Olhei para fora, sentindo o vazio. “O que estava acontecendo com nosso relacionamento? O que estava acontecendo comigo mesmo?”. Pensei.
A noite parecia não ter fim.
{…}
Malu:
Acordei atrasada na manhã seguinte, evitando olhar para Fabiano. A noite anterior ainda pesava em minha mente. Eu me sentia desconfortável, incapaz de respirar.
Me levantei, me vesti rapidamente e desci para a cozinha, tentando evitar qualquer conversa. Fabiano estava sentado à mesa, tomando café. Mal olhei para ele.
— Bom dia! — Disse ele, tentando quebrar o silêncio.
Respondi com um breve aceno e um beijo rápido na bochecha.
— Tenho que ir. Estou atrasada.
Peguei minha bolsa e saí, aliviada por escapar da tensão.
No escritório, Cecília já me esperava.
— Bom dia, Malu.
Sorri.
— Bom dia, Cecília.
Cecília hesitou antes de começar a trabalhar.
— Malu, posso falar algo?
Olhei para ela.
— Claro.
Cecília baixou a voz.
— Sobre ontem ... Eu não quero me intrometer, mas você pareceu ... abalada, nas mensagens que trocamos.
Me fechei, tentando esconder meus sentimentos.
— Está tudo bem, Cecília. Não se preocupe.
Cecília assentiu, mas sua expressão mostrava dúvida. Eu sabia que precisava controlar melhor minhas emoções.
A manhã prosseguiu com trabalho intenso, mas a tensão entre mim e Cecília era palpável. Eu sabia, em meu íntimo, que as coisas começaram a se complicar. Sentindo-me acuada e confusa com a reação do Fabiano no dia anterior, eu precisava desabafar com alguém confiável. Peguei o celular e enviei uma mensagem:
“Podemos nos encontrar? Posso ir aí às treze horas?”.
A resposta veio rápida, como sempre:
“Claro! Eu já estava com saudade. Tenho um compromisso, mas posso desmarcar. chegarei antes e já preparo o clima. Peço comida?”.
Sorri ao ler as palavras, sentindo um arrepio de antecipação. Digitei rapidamente:
“Obrigada! Peça uma comida leve, você sabe do que eu gosto. Até daqui a pouco”.
Com um sorriso nos lábios, me levantei da cadeira e dei algumas orientações rápidas à secretária. Ignorando Cecília no corredor, fingindo que não a notei, saí do escritório e entrei no carro.
O trânsito estava leve e, em poucos minutos, cheguei ao endereço que conhecia tão bem. Um prédio elegante em um bairro nobre da cidade. O Condomínio Alphaville.
Cumprimentei o porteiro com um sorriso breve e entrei com minha biometria já cadastrada há meses. O elevador me levou ao sexto andar, onde um apartamento luxuoso me esperava. Revirei a bolsa e encontrei a chave em segundos. A porta se abriu com um clique suave.
Reinaldo me recebeu com um beijo de tirar o fôlego, envolvendo-me em seus braços fortes. O aroma de velas aromáticas e música suave criavam um clima sensual.
Seu olhar castanho me envolveu, fazendo meu coração bater mais forte. Seu cabelo escuro, levemente grisalho nas têmporas, realçava sua beleza madura. A pele morena, bronzeada pelo sol, destacava sua estrutura óssea definida.
Seu sorriso, lento e sedutor, me fez sentir fraca. A boca firme e sensual, os lábios cheios e bem desenhados, me convidavam para um beijo. Seu corpo atlético, esculpido por anos de exercícios regulares, exalava confiança e masculinidade.
A altura imponente, cerca de 1,85 metros, e os ombros largos, davam-lhe uma presença imponente em qualquer ambiente. Seus movimentos eram fluidos e seguros, como os de um homem que sabe seu valor.
Reinaldo era o epítome do homem bem resolvido: charmoso, sedutor e irresistível. E, naquele momento, era todo meu.
— Estou tão feliz em te ver. — Ele sussurrou.
Me rendi ao abraço, me sentindo segura e desejada.
Após longos beijos trocados, sentei-me ao lado de Reinaldo no sofá, olhando para ele com uma mistura de carinho, culpa e desejo.
Ele quebrou o silêncio:
— E então, como vai o projeto “meu marido, meu cúmplice?” Quando poderemos parar de nos encontrar escondidos?
Sorri, sentindo-me envergonhada.
— Não é bem assim … Você sabe que Fabiano não desconfia de nada, não é? Se ele descobrir … não quero nem pensar nessa hipótese.
Reinaldo sorriu, seus olhos brilhando de paixão.
— Claro que não. Você é muito cuidadosa.
Suspirei, sentindo o peso da culpa.
— Culpa sua. Quem mandou seduzir uma mulher casada? E muito bem-casada, diga-se de passagem.
Reinaldo brincou comigo, sua voz suave:
— Eu?
Confirmei, minha voz baixa:
— Sim. Você me seduziu com sua intensidade, sua paixão. Eu estava satisfeita com Fabiano, era feliz ... e mesmo assim, você apareceu.
Reinaldo aproximou-se, seu rosto próximo ao meu:
— E você me deixou seduzir.
Sorri, sentindo-me vulnerável:
— Sim. Você me fez precisar de algo mais. Me enfeitiçou, sei lá …
Reinaldo olhou para mim com curiosidade:
— Mas agora que vocês abriram a relação ...
Interrompi, minha voz emocionada:
— Foi a desculpa perfeita. Para mim e para você. O que eu mais preciso seria feito. Eu amo o Fabiano, mas viciei em você, em ser livre …
Reinaldo assentiu, sua expressão solidária:
— E agora?
Hesitei, sentindo medo:
— Agora é complicado. Cecília, Rafael ... Fabiano está estranho, sinto que está perdendo a confiança em mim. Eu acho que ele sabe de algo … acho que alguém pode ter me traído … Cecília, ou Rafael … não sei mais se posso confiar em alguém.
Reinaldo pegou minha mão, sua palma quente:
— Não se preocupe. Você é capaz de controlar tudo.
Olhei nos olhos dele, sentindo-me segura:
— Com você, eu me sinto segura. Você sempre me faz sentir assim.
Reinaldo acariciou meu rosto:
— E nós? Como ficamos? Geovana aceitou ajudar, disse que adorou o Fabiano, disse que quer mais.
Divaguei, perdida em pensamentos:
— Você foi o primeiro. E então, Geovana. Depois veio Cecília … e Rafael.
Reinaldo olhou para mim com curiosidade:
— E o que você sente por eles?
Hesitei:
— Por Cecília, é diferente. Ela é, ou era, minha confidente, minha amiga. E Rafael ... ele é apenas diversão.
Reinaldo assentiu:
— E eu? O que você sente por mim?
Olhei nos olhos dele, minha voz baixa:
— Você é meu refúgio. Meu segredo. Meu prazer culposo. Eu preciso, mas não sei se quero revelar … Esse é um segredo nosso. Meu, seu e da Geovana. Por que não podemos continuar assim?
Reinaldo já foi logo me puxando e me beijando gostoso, bem devagar. Nós fomos andando em direção ao quarto e, ao mesmo tempo, ele tirou minha blusa, abocanhando meus seios sem perder tempo, um de cada vez. Sua língua me fazia delirar:
— Que saudade … não consigo mais ficar tanto tempo sem te ver.
Ele tirou a camisa e a calça rapidamente, me prensando contra a parede do corredor e falou no meu ouvido:
— Que saudade da minha puta … — Ele mordeu delicadamente o lóbulo da minha orelha, me arrepiando inteira.
O tesão explodiu e eu gemi alto:
— Assim você acaba comigo …
Ele me segurou pela nuca e foi me beijando, apalpando minha bunda com firmeza e me jogou na cama. Reinaldo tirou minha calça e a calcinha juntas, abriu minhas pernas e, com os dedos, massageou levemente meu clitóris:
— Hummm … assim é maldade …
Ele começou a me chupar bem calmamente, passando a língua por dentro da minha bucetinha, voltando ao grelinho, sugando os grandes lábios e sem esquecer do meu cu.
“Que sensação incrível … Nem Fabiano e Rafael, talvez Cecília, fazem isso tão bem …”. Pensei, enquanto gemia sendo a puta que ele queria.
Sua língua me levava a picos de prazer incríveis, incomparáveis, e meu corpo reagiu rapidamente. Um terço tesão, outro saudade, e fechando a conta, o verdadeiro desejo que eu sentia por aquele homem.
— Vou gozar, caralho … você me domina em segundos … não tenho resistência.
Entre espasmos, e ondas de eletricidade percorrendo meu corpo, cheguei a perder a consciência, sair do ar por alguns segundos:
— Como eu sinto falta disso … é incomparável …
Reinaldo nem me deu tempo para recuperação e já me mandou ficar de quatro. Eu, como sua putinha obediente, obedeci sem reclamar, empinando a bunda. Ele deu um tapa estalado, seguido de um puxão no cabelo:
— Tava com saudade do seu macho, minha puta?
Com a mão trançada em meu cabelo, virando meu rosto, me fazendo encará-lo, ele passou a mão na minha xoxota encharcada, babando de desejo, e usou minha excitação, os fluidos do meu orgasmo, para lubrificar seu pau
— Eu adoro dar pra você. — Respondi, sentindo a cabeça da pica se esfregando na entrada minha xoxota melada.
Me provocando, ele penetrou a cabeça, uns dois centímetros, e tirou:
— E se eu não quiser? Você acha que merece? Por que eu deveria?
— Você não é louco … — impulsionei meu corpo para trás, sentindo aquela pica grossa, poderosa, encontrando seu caminho dentro de mim.
Reinaldo segurou forte na minha cintura e começou a socar fundo:
— Putinha safada … deliciosa … eu também não resisto … toma, gostosa. Não é isso que você quer?
Ele alternava o ritmo. Ora mais forte, depois devagar. Eu adorava ser fodida por ele. Adorava aquela pica grossa atolada dentro de mim.
— Em pouco tempo, seu corninho será nosso cúmplice e não teremos mais que ser desleal. Confie em você mesma, apenas dê tempo …
No meio daquela transa intensa, totalmente entregue ao meu amante, suas palavras sobre Fabiano me fizeram me sentir mal. Afastei aqueles pensamentos rapidamente, pois sabia que o meu marido não merecia minha infidelidade.
Levei outro tapa forte na bunda, voltando minha atenção para aquele pau gostoso que me preenchia.
— Rebola no meu pau, putinha. Mexe esse rabão gostoso pro seu macho.
— Mete, seu puto … fode essa buceta … — Voltei a gemer alto.
Reinaldo me dominava de um jeito inexplicável. Nas mãos dele, e no pau principalmente, eu adoro ser submissa, adoro receber suas ordens e ser tratada como sua puta. Reinaldo me deixa louca, um nível de domínio que chega a ser doentio.
— Tá mastigando meu pau, minha puta. Vai gozar pra mim? Vai gozar no pau do seu dono? — Ele me provocou.
— Eu sou sua puta, você é meu dono. Fode sua puta, meu macho, meu dono …
Reinaldo empurrou a pica inteira, até o fundo, tirando quase toda, e voltando a socar forte:
— Fode essa buceta, caralho ... fode com força, vai …
Senti o calor preenchendo o interior da minha xoxota, os jatos expelidos dentro de mim … Reinaldo gozou dentro e, alucinada, gozei junto com ele. Enquanto nós nos recuperávamos daquela transa maravilhosa, Reinaldo brincou comigo, seus dedos traçando círculos suaves em minha pele.
— E pensar que tudo começou aqui, no ano passado … se não fosse por Geovana.
Eu sorri, lembrando-me da noite que mudou tudo.
— Você não se sente nem um pouco culpado? Seduziu uma mulher casada, fez dela sua puta e ainda me convenceu a propor um casamento aberto para o meu marido?
Reinaldo riu, seu olhar brilhante de diversão.
— Quem mais levou vantagem foi você … Pense em tudo o que você já viveu desde aquele dia até hoje? Se não fosse por mim, você ainda estaria frustrada, se enganando e lutando contra sua bissexualidade.
Ele me deu um beijo carinhoso, sua boca quente e sensual.
— Você disse que ama o Fabiano, que não tem intenção de perder seu marido … por outro lado, você se descobriu nesse um ano e meio de novas aventuras …
Reinaldo se sentou na cama, apoiado na cabeceira, com o olhar sério.
— Ou você o convence a entrar de cabeça no meio liberal, conseguindo a liberdade irrestrita que agora não abre mão … ou precisa pensar em deixá-lo ir. Toda escolha vem acompanhada de uma perda. O clichê aqui é perfeito: quem tudo quer, acaba ficando sem nada.
Sua voz era suave, mas as palavras cortavam fundo.
— Pense nisso.
Eu queria mais, mas estávamos com o tempo contado e eu precisava voltar ao escritório. As palavras de Reinaldo ficaram gravadas na minha mente como um aviso.
Demoramos no chuveiro, nossos corpos se tocando enquanto nos lavávamos. O aroma de sabonete e xampu nos envolvia, misturado ao cheiro dos nossos corpos.
Almoçamos juntos, compartilhando olhares e toques furtivos, e eu logo voltei ao trabalho, com minha mente turbulenta com as palavras de Reinaldo. Enquanto dirigia de volta ao escritório, minha mente trabalhava em ritmo acelerado. Meus pensamentos me consumiam:
“Eu preciso resolver a minha vida, mas tenho absoluta certeza de uma coisa: Eu não abro mão do Fabiano. Amo meu marido, sempre amei. Ele é a minha estabilidade, o meu porto seguro, o meu lar. Mas ... eu também não posso negar o que sinto por Reinaldo e Geovana. Eles despertaram em mim uma paixão que eu não sabia que existia, uma chama que arde forte e verdadeira.
Pisei na bola, sim. Não resisti aos avanços de Reinaldo, à sua sedução irresistível. E Geovana ... ela é uma outra história, uma amizade que se transformou em algo mais. Não sou hipócrita de dizer que me arrependi. Não me arrependo. Continuo a desfrutar desse prazer culposo, dessa liberdade que eu nunca imaginei que poderia ter.
Mas agora, estou presa entre dois mundos. O mundo que eu construí com Fabiano, baseado na confiança e no amor. E o mundo que eu descobri com Reinaldo e Geovana, baseado na paixão e na liberdade.
Eu sei que preciso tomar uma decisão. Mas como escolher entre o coração e a alma? Como escolher entre o amor que eu conheço e o desejo que eu não posso controlar?".
As palavras duras, mas de alerta do Reinaldo, ainda ecoavam em minha mente. Ao entrar no escritório, encontrei Cecília e Rafael esperando por mim, sentados na minha sala. Suas expressões eram sérias, um contraste marcante com o clima sensual que eu havia deixado para trás.
Cecília iniciou a conversa, prudente como sempre.
— Malu, precisamos discutir algo.
Eu olhei para eles atentamente, com um sorriso leve.
— O que é?
— Sobre o vídeo ... Sabemos que não foi um acidente. — Rafael insinuou, seu tom carregado de implicação.
Meu sorriso se transformou em uma expressão desdenhosa.
— Não entendi. O que vocês estão insinuando?
Cecília prosseguiu, cuidadosa.
— Apenas queremos saber se alguém pode ter ... influenciado. Não temos a intenção de insinuar nada.
Eu me inclinei para frente, com um olhar compassivo.
— Vocês estão preocupados comigo? É muito doce.
Mudei o tom, firme.
— Mas não precisam. Estou bem. E Binho também.
Me levantei, autoritária.
— E agora, se vocês não se importam, tenho trabalho a fazer.
Virei-me e saí da minha própria sala, deixando Cecília e Rafael desconfortáveis. Fechei a porta, mas parei para tentar ouvir suas reações. Cecília sussurrou:
— Ela sabe que sabemos.
— E está nervosa. — Rafael assentiu. — Eu agora acho que ela sempre esteve manipulando toda a situação.
Cecília concordou.
— Ela sempre faz isso. Desvia o assunto e nos faz sentir culpados.
— Precisamos encontrar uma maneira de ter certeza da verdade. — Rafael franziu a testa.
Eu sorri internamente. Eles não sabem de nada. Ainda …
Atravessei rapidamente o corredor de escritórios, em busca de um refúgio. A sala de reuniões era o local perfeito, seu isolamento acústico era o melhor da empresa. Fechei a porta atrás de mim, cercando-me de silêncio. Respirando fundo, peguei o telefone e busquei o contato da Geovana, fazendo a chamada de vídeo em seguida.
Assim que Geovana atendeu, eu desabafei:
— Geovana, preciso falar com você. Estou uma bagunça.
Sua voz gentil me acalmou.
— O que aconteceu, Malu? Você me parece um pouco nervosa. — Ela perguntou, preocupada.
—Eu tive uma tarde com Reinaldo ... E agora estou pensando em tudo. — As palavras saíram quase em um sussurro.
Geovana se manteve calma:
— E o que você está pensando?
Minha ansiedade transbordou:
— Se eu posso continuar assim … com o Fabiano sem saber. Ele está desconfiando de mim.
Geovana respondeu com segurança:
— Você precisa tomar controle da situação. E eu posso ajudar.
Curiosa, perguntei:
— Como?
— Se você deixar, eu me aproximarei do Fabiano. Eu posso ajudar a desviar o foco dele. — Geovana sugeriu, um sorriso amigável no rosto.
Sua confiança me surpreendeu:
— Você acha que isso vai funcionar?
— Sim, eu posso fazer com que ele se sinta atraído por mim, e assim você ganha espaço para fazer o que quiser. — Respondeu ela, confiante.
A ideia me animou:
— Ah, que ideia maravilhosa! Vamos fazer isso!
Geovana se tornou mais séria:
— E, Malu, é hora de você começar a jogar sujo. Faça com que o Fabiano se sinta dependente de você, de sua liberdade.
— Entendi. Vou fazer isso. — Prometi.
— E lembre-se, Malu, não podemos deixar que ninguém descubra. — Geovana alertou.
Minha determinação cresceu:
— Não se preocupe. Eu vou lidar com isso.
Geovana voltou a falar:
— Além disso, Malu, você precisa relaxar. Não deixe o estresse te consumir.
Eu concordei, já mais calma:
— Você está certa. Eu estou tão cansada de viver essa vida dupla.
Ela foi solidária, empática:
— Eu sei, querida. Vai por mim, logo você estará livre para viver sua vida como quiser.
— Sim, eu vou fazer isso. Vou seguir seu conselho. — Assenti.
Sorrindo, ela me apoiou:
— Eu sei que você vai. Depois, com mais calma, e pessoalmente, vamos planejar como eu vou me aproximar do Fabiano.
Eu me animei novamente:
— Ah, sim! Vamos fazer isso!
Ela voltou a ficar séria, até um pouco sombria:
— E lembre-se, Malu, não podemos falhar.
— Não vamos falhar. Minha vida depende disso. — Concordei.
Voltei ao trabalho, mais relaxada e achando que voltaria a ter tudo sob controle rapidamente. Trabalhei de forma mais produtiva pelas próximas três horas. Já no final do expediente, fui surpreendida. Minha secretária bateu na porta:
— Sra. Malu, seu marido está aqui. Posso autorizar a entrada?
Poucas vezes Fabiano veio ao escritório e aquilo me deixou bastante surpresa.
— Lógico! Deixe-o entrar.
Fabiano entrou no escritório minutos depois e parecia razoavelmente tranquilo, sorrindo para mim.
— Oi, amor. Como foi seu dia?
Retribuí seu sorriso.
— Foi bom, amor. E o seu?
— Foi longo. Mas estou feliz em estar com você agora.
Ele foi bem direto.
— Amor, eu queria me desculpar pela noite de ontem. Depois de tudo o que conversamos, de nos acertarmos, acabei sendo babaca com você, a abandonando no momento que você precisava de confirmação do meu amor … me desculpe.
Me levantei e fui até ele.
— Nossa, amor … obrigada por dizer isso. Eu estou feliz por ouvir essas palavras.
Minha secretária bateu na porta novamente.
—Sra. Malu, ainda precisa de mim?
— Não, querida! Pode ir. Descanse e tenha uma boa noite.
— Obrigada. — Ela sempre sorria gentilmente.
Assim que ela saiu, dei um beijo apaixonado no meu Binho. Namoramos por alguns minutos, alheios ao mundo ao nosso redor.
— Quer saber? Por que não fazemos uma coisa diferente? Por que não saímos daqui direto para aquele motel que a gente gosta? — Ele sugeriu, sorrindo maliciosamente.
Para a nossa surpresa, sem que eu esperasse, Geovana entrou na sala sorrindo.
— Oi, Malu! Oi, Fabiano!
Fabiano, além de surpreso, parecia desconfiado.
—Geovana! O que você está fazendo aqui?
Ela manteve o sorriso.
Eu vim visitar a Malu, ué. É óbvio. Estamos em contato desde sexta.
Geovana simulou estar com calor:
— Que noite … ainda sinto a eletricidade percorrendo meu corpo … Que noite maravilhosa!
Fabiano estava incrédulo e Geovana continuou.
— Eu já estava no prédio, tive uma reunião aqui e a mocinha da recepção me disse qual era a sala certa. Desculpe por entrar assim, achei que estava sozinha.
Ela nos encarou com malícia.
— Não pude deixar de ouvir o que Malu disse, mas se vocês querem mesmo fazer ‘uma coisa diferente’, estamos aí …
Eu não conseguia decifrar o que Fabiano sentiu. Não sabia se ele estava desconfiado ou pensando na sugestão da Geovana.
Fui mais rápida e tentei jogar seguro:
— Hoje não, amiga. Fabiano e eu temos muito para conversar. Fica para uma próxima. Agradeço a visita.
Fabiano saiu da inércia, me interrompendo:
— Espera ... talvez não seja uma má ideia.
Geovana sorriu, satisfeita.
— Eu sabia que vocês tinham um lado mais ousado. Sabia que sexta foi só o começo.
A atmosfera mudou.
— Vamos fazer isso. — Fabiano decretou, olhando para mim.
Eu fiquei surpresa e incrédula. Até um poucos insegura:
— Vamos?
— Vamos! — Repetiu Geovana.
O destino estava selado.
Continua ...