Naquela noite, Luana estava um caco. Tinha me chamado pra ir até o apartamento dela e do Jonas, dizendo que precisava de alguém pra conversar, pra desabafar. Eu sabia que as coisas não estavam bem entre eles desde que Jonas foi viajar a trabalho. O problema maior era que ele tinha ido com a cabeça cheia de dúvidas, especialmente depois da última discussão que tiveram, onde deixou claro que não sabia se queria continuar no casamento com ela ou... seguir adiante com Marise. A tal Marise. Era só eu ouvir o nome dela que já ficava incomodada. Tinha um pressentimento de que os dois estavam juntos nessa viagem, e, se por um lado eu odiava isso, por outro, sentia um medo genuíno de perder a Luana pra essa bagunça toda.
Assim que entrei, notei como ela estava abatida. Nos sentamos no sofá da sala e começamos a conversar. Ela não parava de falar sobre ele, sobre o quanto o amava, o quanto temia o que estava acontecendo entre eles. Eu ouvia cada palavra, mas em algum momento, não consegui evitar. Fui colocando minha mão sobre a perna dela, como se fosse um gesto de consolo, de apoio, e fui deslizando a mão, meio que sem pensar. Ela percebeu, mas continuou falando.
Em meio aos desabafos dela, a tensão que pairava entre a gente foi crescendo. Eu senti meu rosto se aproximando dela, e num momento de impulso, nossos lábios se tocaram. Foi sutil, no começo, mas logo estávamos nos entregando de vez. Aquele beijo profundo, cheio de desejo e um pouco de alívio.
De repente, tudo parecia fazer sentido, como se estivéssemos esperando por aquele momento há tempos. A gente foi pra cama, meio que sem pensar, deixando que as coisas rolassem como precisavam. Já tínhamos cruzado essa linha antes, só que em outras circunstâncias, mas agora era diferente.
Depois, ficamos ali deitadas, dividindo o silêncio. Ela ainda estava inquieta, e não demorou a voltar a falar do Jonas. Me confessou, com a voz baixa, que o amava demais e que não queria perdê-lo. Eu só conseguia pensar em como queria que ela visse a força que ela tinha em si mesma, o quanto ela era incrível, mas aquilo era algo que ela precisava entender por conta própria.
Eu apenas escutei, acariciando seus cabelos, sem prometer nada, apenas estando lá.
A noite começou tranquila, mas carregava um peso e uma tensão no ar. Depois daquele momento intenso com a Luana, em que nossas mãos e bocas exploraram o que palavras não davam conta, sugeri que fôssemos para meu apartamento. Eu sabia que lá as coisas poderiam esquentar ainda mais, principalmente porque Pedro já estava prestes a chegar da academia. Ele vinha fazendo um esforço danado pra entrar em forma, e eu estava louca pra dividir aquele momento com ele e Luana. Não contei meus planos pra ela, mas já imaginava como a noite poderia acabar se o clima fosse certo.
Ela disse que precisava de um banho antes de sair, então fui na frente pra preparar tudo. Quando Luana finalmente chegou, notei que ainda estava meio distante, talvez com os pensamentos no Jonas e toda aquela confusão. Resolvi apelar pro vinho, um importado que Pedro tinha comprado e que estava guardando pra uma ocasião especial. E, pra minha sorte, funcionou. Bastaram algumas taças e logo as risadas tomaram conta da sala, a tensão de antes parecia dissolver-se no sabor encorpado do vinho.
Pedro, sempre galante, começou a ensinar alguns passos de arrocha pra Luana, aquela dança que ele havia aprendido recentemente. Era impossível não notar como a sintonia deles era sedutora; a cada passo, o ambiente ficava mais carregado, o calor subia. A sensualidade da dança, o jeito como as mãos dele seguravam a cintura dela, como os corpos se aproximavam e se afastavam... confesso, só de assistir, meu corpo inteiro ardia.
Quando fui à cozinha pegar mais uma taça de vinho, ao voltar, me deparei com a cena que secretamente estava desejando: Pedro e Luana estavam se beijando, de um jeito intenso, como se o resto do mundo tivesse desaparecido. Senti o coração disparar, e um sorriso brotou nos meus lábios. Eles me olharam, e sem hesitar, eu me juntei a eles.
Ali, nós três nos perdemos naquela dança de corpos e desejos. Era como se todos os problemas, as dúvidas, as incertezas tivessem ficado do lado de fora.
Enquanto a atmosfera ao nosso redor se aquecia, um momento de pura excitação entre nós três, Luana subitamente recuou. Com um olhar de hesitação, ela disse que não queria continuar, que não queria fazer nada sem a permissão do Jonas. Aquilo me atingiu como um balde de água fria. Eu estava completamente envolvida, com a mão na rola do Pedro, que estava com o short arriado, e ele claramente pronto pra seguir adiante. Fazia tempo que eu não via o Pedro tão disposto e excitado.
Luana estava ali, com os seios expostos, os mamilos arrepiados, enquanto Pedro acariciava seu corpo, mas a hesitação dela quebrou toda a tensão da noite. O brilho nos olhos dela foi substituído por uma sombra de culpa e preocupação. Eu olhei pra ela, tentando entender. O que estava acontecendo? O que era mais importante para ela naquele momento?
Então, sem mais palavras, Luana se afastou e, com um último olhar para nós, saiu do apartamento. Fiquei ali, um tanto quanto atordoada, sem saber o que dizer. Pedro e eu trocamos olhares cúmplices, mas o clima já não era o mesmo. Nós dois decidimos não deixar que isso nos desanimasse. A noite ainda estava longa, e a química entre nós ainda existia. Finalizamos a noite juntos, buscando maneiras de relaxar e redescobrir a intimidade que tínhamos um com o outro. Mas a saída de Luana ainda ecoava em minha mente, lembrando que algumas barreiras são mais difíceis de ultrapassar do que simplesmente a vontade de um momento de prazer.
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