Em uma avenida à noite, onde os faróis dos carros e as luzes dos bares brilhavam na escuridão, uma mulher caminhava. Sua figura se dissolvia entre a multidão. As noites eram longas e repletas de barulho, com risadas e conversas se entrelaçando ao som de copos tilintando e ao aroma de frituras. Nessa avenida, o ritmo frenético da vida noturna não deixava espaço para fraquezas; a mulher sustentava-se por meio de um corpo que, com o tempo, tornava-se uma armadura.
Certa noite, seu olhar cruzou com o de um casal que tinha um bar na esquina, onde, nos fundos do terreno, sua casa estava. A conexão entre eles foi instantânea, uma espécie de cumplicidade silenciosa que a convidava a se aproximar. Com o passar dos anos, a mulher se via cada vez mais imersa na rotina do casal, encontrando neles um tipo de lar que nunca soube que havia perdido.
A vida, como sempre, seguiu seus próprios caminhos e trouxe consigo um novo fardo: a gravidez. O inevitável aconteceu, e a mulher, agora à espera de um filho, não podia mais competir naquelas noites iluminadas. Com a generosidade do casal, encontrou abrigo e apoio durante esse período. Por meses, a ausência de sexo a fez querer viver uma nova vida.
Quando o menino finalmente nasceu, a alegria no coração da mulher era intensa, fazendo-a decidir jamais vender seu corpo novamente. Contudo, a vida não a deixou em paz por muito tempo. Semanas depois, um caminhoneiro, cliente que a encantara diversas vezes em encontros intensos na cabine do seu caminhão, a atraiu para uma nova aventura, convidando-a para uma viagem. A insensatez daquela oferta a fez hesitar, mas a ideia de passar dias ao lado dele em escapadas sexuais pela estrada e a promessa de um retorno rápido a seduziram. Sem ninguém a quem deixar a criança, ela não pensou duas vezes: implorou ao casal do bar que cuidasse do pequeno até sua volta.
“É só por uma semana", dizia, tentando crer na simplicidade da promessa. Contudo, as semanas se transformaram em meses, e a mulher nunca mais retornou. O bar, com seu ambiente acolhedor, tornou-se o lar da menino, que, imersa em um mundo de cores e sabores, começou a crescer sob os cuidados do casal que se tornaria sua verdadeira família.
Nas tardes de sol, Davi corria descalço na calçada, seus risos se misturando aos das pessoas que frequentavam o bar. O pai, sempre atencioso, o levava para ajudar atrás do balcão, onde, aqui e ali, criavam juntos novas bebidas que encantavam os clientes. Com cada copo servido e cada risada compartilhada, o menino ia aprendendo a entender o mundo ao seu redor.
Desde novo, Davi enfrentou infecções de ouvido repetidas, persistentes e dolorosas. Sua criadora, agora mãe, sem tempo de levá-lo ao médico; usava remédios de farmácias locais, muitas vezes sem a orientação de um profissional. Entre antibióticos e analgésicos, havia promessas de cura, mas também efeitos colaterais desagradáveis. Se a medicação não fosse administrada corretamente, o dano acumulava-se.
À medida que Davi amadurecia, lutar contra as infecções tornava-se parte do seu cotidiano. As consultas improvisadas e os remédios duvidosos contribuíam para a deterioração de sua audição, como folhas de outono que caem lentamente das árvores.
Além disso, o ambiente ao seu redor parecia favorecer o desgaste silencioso. Os sons do bar, as risadas altas, o tilintar de copos e a música incessante ecoavam como um relógio marcando os momentos do total decaimento auditivo. Com o passar dos anos, a exposição constante a esses sons altos tornava-se um problema oculto, acompanhando as infecções e os efeitos dos remédios.
Aos 18 anos, a surdez se agravou. No entanto, as infecções haviam cessado, e, juntamente com sua juventude, uma bela jovem apareceu na mesa do bar de sua família. Davi, encantado com seu primeiro amor, conseguiu conquista-la, apesar da desaprovação dos pais, que nunca haviam revelado, ao filho, sua verdadeira origem; a qual a jovem por quem se apaixonou compartilhava em comum.
***
Davi havia se entregado à meretriz, atraído por promessas e sorrisos encantadores. A atração por ela era intensa, e ele se viu ansioso para escapar da rotina e da cidade onde crescera. Os dois partiram para a capital, seduzidos pela ideia de construir um futuro. A ilusão de uma nova vida na capital logo se desfez. Meses após a chegada, Davi percebeu que a meretriz não passava de uma fachada. Ele havia sido enganado, iludido por promessas vazias e por uma vida que não existia fora do bar.
A prostituta cansou-se do sexo rotineiro e sem novidades de Davi, que a tratava como uma dama nos momentos íntimos, tamanho respeito e amor que ele nutria por ela. Foi durante a calada da noite que ela o deixou. A traição foi um golpe doloroso; a dor emocional desencadeou definitivamente a surdez, que foi finalmente diagnosticada como de origem autoimune.
Com o peso do trauma em seu coração, Davi ouviu os comentários cruéis da sociedade, que o rotulava de ingênuo por ter sido enganado por "uma puta". Esses comentários tornaram-se uma ferida aberta, mas, com o tempo, ele começou a enxergar sua surdez como uma bênção. Se o mundo era cruel, a falta de sons poderia lhe proporcionar um refúgio.
Envergonhado e receoso de voltar para casa, Davi encontrou em sua habilidade de criar bebidas uma forma de se reerguer. Determinado a mudar de direção, ele investiu o pouco que tinha em um quiosque de bebidas e drinks, localizado em um ponto estratégico da cidade. O quiosque era pequeno, com uma estrutura simples e colorida que exibia uma variedade de garrafas e copos lustrosos.
Apesar de seu relativo conhecimento sobre mixologia, Davi ainda enfrentava dificuldades de comunicação. Sua surdez, embora amenizada por um aparelho auditivo, tornava as interações com os clientes desafiadoras. Muitas vezes, ele se via perdido em meio ao barulho e ao burburinho, lutando para entender as ordens e os elogios.
Certa noite, enquanto preparava um drink especial, um homem dez anos mais velho se aproximou do quiosque, observando com interesse. Ele era bem vestido, tinha um olhar atento e exalava uma aura de confiança. Davi, sem perceber a chegada dele, executava seus movimentos com precisão, misturando sabores e criando uma apresentação visual que refletia seu talento. Quando finalmente se virou, o homem sorriu e elogiou com uma voz clara: “Magnífico! Você realmente sabe o que está fazendo!”
Davi, mal escutando o elogio, sorriu timidamente, satisfeito em saber que seu trabalho estava agradando. No entanto, ele percebia o olhar admirado do cliente. O homem, notando a dificuldade de Davi, inclinou-se e, com um gesto habilidoso, começou a usar as mãos pra se comunicar, conectando-se de maneira direta e calorosa. "Você é muito talentoso," ele sinalizou, e a forma como seus dedos dançavam fluentemente no ar fez o coração de Davi disparar; seus olhos se arregalaram de alegria ao perceber que o homem falava sua língua. Ele esboçou um sorriso genuíno, sentindo-se, pela primeira vez em meses, reconhecido após tanto tempo de solidão. "Obrigado," ele sinalizou de volta.
Antes de o homem se afastar, Davi percebeu pelo canto do olho que o homem lançava um último olhar para seu membro, evidenciado pela calça que usava naquele dia. O olhar era audacioso e, ao sentir um calor subir pelo rosto, Davi foi tomado por um misto de nervosismo e excitação que tumultuava seus pensamentos.
Naquela noite, ao chegar em casa, essa nova sensação de ser desejado, pela primeira vez em tanto tempo, levou Davi a se entregar à masturbação por horas na madrugada. Ele se permitiu sentir, explorando seu corpo e liberando a tensão acumulada. Os pensamentos sobre o cliente e o olhar que trocaram continuavam a ecoar em sua mente, enquanto se entregava à imaginação. A satisfação que sentia criava nele um desejo diário de explorar a pratica que não experenciou na adolescência.
***
Davi passou semanas aguardando o retorno do cliente. Cada noite, a esperança surgia em seu coração, reacendendo memórias da intensa química que compartilharam em seu breve encontro. Mas a espera foi longa e cansativa, e cada dia parecia se arrastar com a monotonia habitual do quiosque.
Finalmente, em uma noite aparentemente comum, quando estava prestes a fechar o quiosque e resignar-se ao destino, ele o avistou. O homem que havia deixado uma marca em sua vida apareceu, com um sorriso sedutor e olhos brilhando de interesse. Davi prendeu a respiração, nervoso e emocionado.
“Um drink, por favor!” o cliente gesticulou em libras. Davi decidiu preparar um Mojito. Ele adorava a frescura do hortelã. Enquanto retirava os ingredientes, sentiu o olhar intenso do cliente pousado sobre ele. Com as mãos tremendo levemente, Davi começou a misturar os ingredientes, encarando o cliente, que parecia avaliá-lo com o rosto transbordando desejo. O coração de Davi disparou. Ele se esforçou para lembrar todos os passos da receita, mas a presença do homem o deixou desajeitado.
“Está bom, mas ficaria ainda melhor com um toque de xarope de açúcar,” disse o cliente, com um sorriso sutil nos lábios. Davi franziu a testa. “Eu não tenho esse ingrediente…” rebateu, brincando mentalmente com a ideia de como isso poderia arruinar a receita.
“Se você quiser, posso te mostrar como fazer. Que tal? Você fecha o quiosque e vem comigo para o meu apartamento?” O convite era arriscado e, de certo modo, encantador. Davi hesitou por um momento, mas a ideia de aprender algo novo e o desejo que sentia pelo cliente se sobrepuseram. “Sim, vamos! O movimento aqui está bem fraco, então vou fechar logo”, Davi gesticulou.
Os dois saíram em minutos, e Davi sentiu a adrenalina percorrer seu corpo enquanto seguiam juntos. Eles chegaram ao apartamento de Victor, e Davi ficou impressionado com a cozinha luxuosa, equipada com tudo que se poderia imaginar. “Aqui é onde a mágica acontece,” o cliente disse, gesticulando para os utensílios ao redor. “Deixe-me te mostrar como se faz.” Ele se moveu pela cozinha, pegando os ingredientes e explicando cada passo do processo, enquanto Davi observava, fascinado.
“Então você realmente entende de bebidas?” Davi perguntou, absorvendo cada detalhe e admirando a confiança e o conhecimento de Victor. “Sim, é uma paixão minha. E você tem um talento nato, só precisa de um pouco de prática.” O cliente sorriu, e Davi sentiu satisfação ao ser valorizado seguidas vezes pela mesma pessoa.
Depois de algumas misturas e um drink bem servido, Davi deu o primeiro gole e sentiu o sabor fresco e vibrante do Mojito. Contudo, com o passar dos minutos, uma sensação estranha começou a se espalhar por seu corpo. O calor da bebida e o deixaram levemente embriagado, sua lucidez diminuindo enquanto os pensamentos se tornavam mais soltos. “Você está bem?” o cliente perguntou, dando um passo mais perto, observando Davi com atenção. A proximidade fez o coração de Davi acelerar ainda mais.
“Sim…,” Davi sussurrou, seu olhar se prendendo ao do homem que, nesse momento, viu Davi em um ato atrevido massageando o membro que tentava a todo custo romper a calça e se expor. O cliente, sem pensar, o apalpou, fazendo Davi tremer com gemidos que perderam a fluidez devido à falta de audição.
O homem, percebendo o prazer de Davi em seu toque íntimo, deslizou a mão pela cintura e subiu pelas costas dele. Os rostos se aproximaram, e o beijo foi suave inicialmente, mas logo se transformou em um fervoroso roçar de corpos.
Davi estava intenso, e quando Victor, explodindo de tesão, passou a língua pela orelha de Davi, sentiu ele se desfazer em um gozo automático, retirando ligeiramente o pênis para fora, deixando o líquido branco e grosso escorrer e melar o chão. Victor, ao ver a espessura do pênis de Davi, elucidou o motivo da evidência do membro quando vestido; que mesmo após ejacular, mantinha-se ereto e pulsando, como se pedisse mais e mais.
Os dois se olharam e, percebendo a cumplicidade e concordância no olhar um do outro, se conduziram para o quarto. Ali, Davi teve todas as fantasias, que desejou em longas noites de masturbação, finalmente consumadas.
***
Victor tornou-se seu mentor, ensinando-lhe truques na arte da mixologia e se estabelecendo como um alicerce em sua vida. Davi se viu cada vez mais envolvido, aprendendo sobre bebidas e se entregando cada vez mais ao sexo novo. As noites, após fechar o quiosque, eram preenchidas por luxúria.
A cada encontro, Davi mergulhava mais fundo nesse novo e excitante mundo, mas também nos meandros de sua própria identidade. O homem despertou nele uma sensação de validação que ele não experimentava há tempos, fazendo-o sentir-se vivo em níveis que nunca imaginara. O sexo oral tornou-se seu desejo mais intenso, tendo explorado essa prática diversas vezes, reciprocamente, com seu companheiro após meses de intimidade.
Certa noite, enquanto estavam juntos na cozinha, Victor decidiu abrir seu coração. “Davi, você sabe, aquela primeira noite não foi só por acaso,” disse ele, com um sorriso malicioso nos lábios. “Eu acrescentei um ingrediente secreto ao seu drink.”
Davi, curioso, perguntou instantaneamente: “Que ingrediente era esse? Como você fez isso?” Seu amado revelou o nome do ingrediente, e Davi sentiu-se surpreendido, mas também feliz pela sinceridade de Victor. No fundo, ele nunca considerou que havia sido vítima da droga, pois desejava aquela relação íntima e se sentiu ainda mais cobiçado.
No entanto, o relacionamento não estava isento de desafios. Embora Davi se sentisse cada vez mais realizado e desejado, não pôde deixar de perceber a diferença entre suas expectativas e a visão do parceiro sobre o que estavam construindo juntos. O prazer das noites se misturava com a incerteza do que viria a seguir.
Conforme os meses se passaram, a dinâmica entre eles começou a mudar. Victor, que antes parecia tão vibrante e presente, começou a mostrar sinais de cansaço. Davi percebia uma escassez de sexo com seu parceiro e mentor. Fechava os olhos, inúmeras vezes, para as ligações constantes de outros homens.
Após uma conversa que Davi ouviu acidentalmente, Victor revelou que estava cansado da insistência e da dependência emocional de Davi e que “cair fora” era questão de tempo. O golpe foi devastador pra Davi, mas com a cegueira causada pelo amor já estabelecido, resolveu apenas esconder seu aparelho auditivo e esquecer aquela conversa, se convencendo que sua pouca audição o confundira.
Não tardou para que Victor o deixasse com um simples: “Preciso fazer uma viagem. Não me espere.” Davi não conseguiu gesticular. Nesse dia, o término ocorreu no quiosque onde tudo começou. A dor da perda foi semelhante à sensação de queda de uma altura vertiginosa. Mais uma vez, Davi se viu abalado pelo abandono, questionando suas escolhas e o que havia feito para merecer esse sofrimento.
***
Os meses seguintes foram uma batalha silenciosa contra a tristeza que o consumia. O quiosque tornara-se uma lembrança e personificação da dor. Ele decidiu vendê-lo por um preço muito abaixo do seu valor justo. Semanas depois, seus recursos começaram a se esgotar, e, com medo constante de voltar para a casa dos pais, buscou emprego.
O estigma de sua surdez tornava ainda mais difícil conseguir trabalho. Após várias rejeições, encontrou acolhimento em um pequeno bar, com paredes desgastadas e rostos amigáveis. O proprietário, um homem de coração generoso, reconheceu o talento de Davi e o aceitou como funcionário.
Durante muito tempo, Davi trabalhou intensamente e conseguiu alavancar o bar do homem generoso. Juntos, criaram um nome forte, e Davi se tornou uma referência entre os apreciadores de drinks e coquetéis, transformando-se em um símbolo de resiliência. Ele começou a construir sua nova identidade e, ao mesmo tempo, destruiu qualquer possibilidade de amar novamente.
***
Três anos depois, distante daquele bar, uma figura abre um portão de alumínio com cuidado, revelando-se com um lenço que cobre toda a cabeça de forma elegante. O homem sai, em um gesto suave e dramático, coloca um par de óculos escuros, acrescentando um toque de mistério à sua aparência.
Caminhando em direção ao carro estacionado em frente à casa, seus movimentos são discretos. Cada passo é calculado e silencioso, como se fosse guiado por uma melodia secreta. Ao se aproximar, faz uma parada dramática, olhando para os lados com a habilidade de um verdadeiro agente secreto, conferindo se alguém o observava. O homem misterioso se detém na porta do carro, ajustando os óculos com um dedo de maneira teatral.
Ao abrir a porta do passageiro, encontra um jovem de 22 anos sentado no banco do motorista. Seus cabelos lisos e sedosos caem parcialmente sobre as orelhas, presos por uma bandana que os mantém sob controle. Seus olhos escuros, suavemente afilados nas extremidades, são protegidos por um par de óculos de grau.
Neste momento, ele está absorto na leitura de um livro, completamente focado nas palavras e imagens impressas nas páginas. Com um baseado entre os dedos, fuma lentamente, apreciando o momento tranquilo. No entanto, ao perceber a presença da figura misteriosa que acaba de abrir a porta, engasga-se com a fumaça, tossindo suavemente enquanto tenta recobrar a compostura ao ver a figura exótica.
A pessoa, com sua postura exagerada e um ar de mistério, pergunta ao jovem motorista:
— Me diga: qual é o código secreto que devemos usar para nossa missão? — diz, sentando-se no banco do passageiro e lançando olhares furtivos ao redor, como se estivesse sendo vigiado. Sua voz é um sussurro ansioso e ligeiramente cômico.
Hiroshi balança a cabeça, confuso, como se ainda estivesse tentando entender a situação.
— Me diga o nome da operação, urgente! Preciso me atualizar. — Felipe reforça.
Hiroshi ignora o comentário teatral, ajeitando seu par de óculos. — Já são quase cinco da tarde... por que esses óculos escuros, Pipoca?
— Preciso me camuflar para o que está por vir — responde Felipe, tentando manter o personagem que criou ao sair pelo portão.
Hiroshi ri, entorpecido pela maconha. — Pipoca..., não tem missão secreta rolando.
Engasgando com a fumaça do baseado, Pipoca replica: — Não estrague o meu momento, Hiroshinho.
— Você não precisa... se cobrir todo! Pensei que fosse um assalto — diz, sorrindo.
— Chato! — Felipe responde, fazendo uma careta. — Só estava fazendo essa encenação para agradá-lo!
— Eu nunca gostei de 007, Pipoca — Hiroshi se defende, balançando a cabeça.
— Mas eu estava disfarçado de Pantera Cor-de-Rosa! — Felipe diz afetuosamente.
Hiroshi franze a testa, sem entender. — Quem é essa Pantera Cor-de-Rosa?
Felipe fica ofendido. — Ah, então agora você está me chamando de velho! Eu preciso ser recompensado por isso! — Diz jogando a cabeça pra o lado, escondendo o sorriso de Hiroshi. — Você vai ter que deixar eu te fazer uma massagem erótica... Estou machucado.
Hiroshi ri novamente, balançando a cabeça enquanto coloca seu livro no banco de trás e liga o carro. — Posso pensar nisso depois... Dependendo do valor. Agora temos que resolver uma coisa importante para a senhora Sirena.
— Você é tão grosso! — Pipoca diz, rindo. — Mas tudo bem, Hiroshinho: pela minha majestade, eu faço tudo.
— Eu ainda não me acostumei com essa sua mudança de comportamento... é estranho, Pipoca.
— Sou fluido, bebê. Eu deixo você me recompensar depois..., mas se é importante, a gente deveria chamar de missão, amorzinho.
Hiroshi suspende os óculos. — Eu chamaria isso que vamos fazer de recrutamento! — e liga o carro.
Pipoca baixa os óculos, lançando um olhar de sarcasmo. Hiroshi sorri e diz: “Você está certo, Pipoca. É uma MISSÃO!” Felipe sorri rapidamente e, quando o carro dispara, observa distraidamente o movimento exterior por trás de seus óculos escuros e do lenço que cobre toda a sua cabeça.
No banco de trás, o livro exibe o título "Um Diálogo sobre Coquetéis".
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Por R. Rômulo (Novatinho)
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